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História Where have you been - Where I could hide


Escrita por: doctorjaljal

Notas do Autor


Boa leitura.

Capítulo 3 - Where I could hide


Harry pov.


Encaro meu relógio de pulso pela última vez, sorrindo satisfeito ao ver que o tempo havia acabado e me levanto da cadeira em que estava sentado, encarando os alunos do segundo ano com a minha típica expressão séria.

— Ok, o tempo acabou. O último aluno de cada fileira levante e recolha as provas e deixe na minha mesa. — Digo de forma firme e alta, vendo os alunos me olhando, alguns tranquilos e outros com a expressão de pânico.

Eram as últimas provas antes das férias de natal, então muitos alunos se encontravam preocupados com a ideia de ter que passar mais dias na escola tendo aulas de recuperação, afinal, mesmo sendo uma matéria fácil, história era uma matéria muito extensa e muitos alunos tinham dificuldade em armazenar as informações em suas mentes lotadas e preocupadas com química e física. Não os julgo, até porque em minha época de estudante eu perdia longas horas tentando sobreviver e aprendendo coisas que poderiam me manter vivo, como feitiços e poções, mesmo eu sendo uma negação em poções até os dias atuais.

Era diferente, eu sei, além de ser mundos diferentes, eram épocas diferentes, mas a dificuldade estava ali, e eu aprendi que não era justo medir a minha dor e dificuldade com a mesma régua que eu media a dos outros. Pessoas diferentes sentem coisas em intensidades diferentes.

Se alguém me perguntasse por que professor de história, eu não saberia responder. Quando a guerra acabou, passei por uma longa readaptação ao mundo real. Era estranho não ter uma profecia na minha cabeça. Era estranho não ter ninguém me dizendo o que eu devia fazer.

Me encontrei sem objetivo.

Passei minha vida vivendo rumo a um objetivo, vivendo em baixo das expectativas de um mundo inteiro, vivendo como um fantoche e sendo treinado para destruir o lorde Voldemort, e agora ele está morto.

Então em um momento eu percebi que eu tinha todas as possibilidades do mundo na palma da minha mão, o que foi a razão para eu começar a procurar por várias coisas que pudessem me satisfazer. Decidi que não iria viver com medo de morrer a qualquer momento, de a cada segundo aparecer um pedaço do bruxo das trevas que por anos dividiu espaço comigo em meu próprio corpo com a intenção de me matar e dominar o mundo, eu iria viver e ser quem eu quisesse ser.

Ao receber a proposta para ser auror sem precisar concluir meus estudos em Hogwarts, eu percebi que tinha muitas dúvidas sobre o mundo no geral.

Claro, o treinamento para auror era completo e trouxe à tona um lado confiante meu que eu sequer sabia que existia, mas eu ainda não tinha muita noção do mundo no geral, afinal, meus tios não me falaram do mundo bruxo e tudo que eu sabia eu tinha visto em Hogwarts, e sendo sincero, eu não era um aluno muito exemplar.

Com isso em mente, fui atrás de aulas que pudesse fazer a distância, afinal, eu era um homem com um emprego que ocupava boa parte do meu tempo, quando não estava preso no meu escritório que dividia com Ron no departamento de aurores no ministério assinando papeis e tentando ligar os acontecimentos, eu estava em campo investigando ou lutando contra contrabandistas e gangues de várias coisas.

Foi em um passeio pela Londres trouxa que descobri que existia faculdades de matérias em específico que você estudava apenas o conteúdo daquela área, como um curso de gastronomia que era para você se tornar chef de cozinha.

Claro, eu sabia o que era uma faculdade, mas no mundo bruxo não tinha isso, então eu havia me esquecido desse detalhe, até porque no mundo bruxo você faz uma prova para testar seus conhecimentos necessários para a área, que era baseado nos NOMs e NIEMs que prestava em Hogwarts e depois fazia um treinamento intensivo. 

Decidi tentar, afinal, eu podia, não tinha nenhum lunático querendo me matar.

Foi com isso em mente que fiz minha a inscrição, pagando uma pequena quantia mensal para estudar a distância.

Precisei comprar um computador trouxa e aprender como funcionava, pois, na minha infância eu nunca tive acesso a um, mesmo Duda tendo ganho e quebrado mais de 20, eu nunca tive a oportunidade de os usar. Não era tão complicado quanto aparentava, Hermione havia me ensinado e hoje em dia eu usava até para lazer, baixando alguns filmes para ver com os meninos e até alguns joguinhos para me distrair, sem contar que todo meu conteúdo de aulas estava naquele aparelho.

O curso que eu havia escolhido era o de História, pois estava realmente curioso com o rumo das coisas no mundo trouxa e queria saber como os trouxas viam os eventos do mundo bruxo.

Ao mesmo tempo, comecei a fazer também um curso a distância de história da magia, porque havia me apegado a matéria e minha curiosidade estava a mil. Passar metade da minha vida aprendendo feitiços para me proteger me tirou o prazer de entender a história do mundo em que eu vivia, então eu estava curioso.

Hermione havia me ajudado, pois não é comum um auror fazer cursos que não envolve o aprimoramento de suas habilidades como auror, então o curso foi todo no nome dela. 

Meu relacionamento já não andava muito bom, mas começar a fazer um curso trouxa deixou Gina muito indignada. Não faço ideia do porquê, mas em algum lugar da cabeça dela ela tinha orgulho de ser namorada de Harry Potter, e ver o herói do mundo bruxo estudar algo trouxa parecia ser fora do normal.

Sem preconceito, ela só não entendia o que a história do mundo trouxa ia me ajudar a ser um grande auror.

A questão é que meu pensamento rodava em volta do fato de que eu achava auror uma carreira perigosa demais para um pai de família, e eu queria ter filhos, então eu não planejava ser um grande auror, apenas um auror competente.

Quando Gina se foi após me deixar uma simples carta dizendo que não se via sendo mãe, eu decidi que iria ser pai independente disso, mesmo que adiasse meus planos.

O que eu não esperava era que eu fosse me apaixonar por um órfão.

Quando resolvi o caso da jovem bruxa que causou uma explosão, eu me vi apegado aquele recém-nascido de fios ruivos quase dourados com uma expressão serena de quem aproveita um bom colo. Sem contar os olhos que eram quase tão verdes quanto os meus, o que me fazia sorrir em imaginar minha mãe radiante por ter um neto com seus olhos.

Foi amor à primeira vista.

Ele já era meu filho mesmo antes de eu assinar todos aqueles papéis de adoção e enfrentar toda a burocracia por ser um homem solteiro.

Claro, isso fez com que todos os meus planos de me esconder do mundo bruxo fossem movidos no calendário com uma velocidade imensa, pois eu não tinha mudado de ideia a respeito de criar um filho protegido da bagunça de o eleito.

Não ia fazer como os meus tios fizeram, eu pretendia ensinar sobre o mundo mágico sem esconder nenhum detalhe, mas não pretendia deixar nenhum jornalista do profeta diário seguir o meu filho até eu considerar que ele estivesse pronto.

Rony foi a peça chave, pois sua indignação no departamento de aurores deixou todos acreditando que nem ele sabia onde eu estava, sem contar que ter o mesmo atrasando a investigação era incrível.

Hermione me ajudava a cuidar da criança, mas era muito ocupada, e na época ela estava sobrecarregada com a promoção que havia recebido e a vida de recém-casada não estava sendo fácil.

Foi quando ela me apresentou Jily, um elfo doméstico super gentil que procurava um emprego em uma família, além de ser bom com crianças, o elfo também era um excelente cozinheiro. O contratei quase de imediato, achando graça da aparência semelhante de Dobby, um antigo amigo.

Os primeiros meses foram complicados, tudo que eu sabia sobre ser pai havia aprendido com Teddy, meu afilhado, e ainda assim não era grande coisa pois o mesmo vivia com a avó, então eu só tinha os momentos para brincar e fazer graça, o que não me ensinou muito sobre responsabilidades no geral, mas eu sabia trocar fraldas, dar banho, alimentar e fazer dormir, o que eu considerava um grande feito.

Estudar, manter a casa e um filho. Por 4 meses foi tudo muito complicado, mas conseguimos pegar o ritmo, Jily sempre me ajudando e me ensinado o máximo de coisas possível, o que era incrível porque tudo o que eu sabia sobre ser um bom pai eu havia aprendido com o elfo, que apesar de insistir em me chamar de senhor Harry, eu considerava um bom amigo.

Achei que as coisas iam desandar quando Teddy veio morar comigo, quando Andrômeda morreu, mas pelo contrário, tudo ficou mais leve.

Teddy era uma criança que iluminava o ambiente aonde estava com aquele sorriso brilhante e seus cabelos que a cada dia estavam de uma cor diferente.

Ele passava longas horas brincando com James ao meu lado no grosso carpete da sala enquanto eu fazia as tarefas da faculdade e dava alguma atenção para as crianças, sendo que Teddy dividia seu tempo entre brincar sozinho enquanto James cochilava e tentar aprender o que eu estudava.

O garoto era viciado em histórias e a sua favorita era sobre como seus pais salvaram o mundo bruxo comigo.

A admiração que o garoto tão novo tinha por seus falecidos pais me emocionava, pois me fazia lembrar dos meus, se entregando para a morte para me proteger e garantir uma vida melhor para mim.

Quando me formei, tudo foi tão incrível, mas novamente me vi sem um objetivo, e eu não tinha forças para enfrentar uma segunda graduação, meus meninos estavam crescendo e passavam a exigir cada dia mais de mim, e eu não tinha forças e nem vontade de os negar o melhor de mim.

Eu precisava de um emprego trouxa, pois não podia voltar ao mundo bruxo com um filho, ia ser um inferno e tudo que eu quis evitar iria vir com tudo. Precisava passar mais tempo.

Então, um dia estava procurando uma biblioteca para comprar livros de alfabetização para começar a ensinar Teddy quando vi uma escola trouxa para adolescentes e captei uma conversa sobre a necessidade de um professor substituto para o ensino médio.

A herança dos meus pais mais o dinheiro que havia juntado da época que trabalhei como auror era o suficiente para manter a mim e meus filhos confortavelmente por uns 10 anos, mas eu queria uma ocupação, queria ter um emprego.

Gostava de me sentir útil.

Por essa razão, fui até a escola e dei meu currículo, sorrindo ao ver que minha faculdade em História era útil para o cargo de substituto do professor de história que ia passar por uma cirurgia e precisava de uma licença.

Trabalhei por 6 meses na escola, me apaguei facilmente aos adolescentes e era considerado um bom professor.

Gosto de pensar que eu havia me inspirado em Remus para isso, dando o meu melhor para me conectar com meus alunos e ser gentil sem perder meu pulso firme, ensinando a matéria com amor e buscando ao máximo trazer momentos interativos durante a explicação para não ficar chato.

Quando achei que meu tempo estava acabando na escola, recebi a proposta de efetivação, pois o antigo professor iria se aposentar por invalidez devido um problema nos pós cirúrgico. Triste para ele, até mandei flores e uma extensa carta dizendo que sentia muito e que pretendia dar o meu melhor para que ele não fosse esquecido.

Ele ficou muito agradecido e até tomamos um chá. Mas eu ganhei um emprego na área que havia estudado e era capacitado para.

Eu trabalhava apenas no período da manhã, então eu tinha a tarde e à noite para ficar com meus meninos e descansar.

Com o tempo, fui ensinando minhas crianças coisas básicas, primeiro os ensinei a ler, logo em seguida a escrever, coisa que me indignou bastante pois James conquistou uma caligrafia 20 vezes melhor do que tudo que já escrevi, mas meu lado paterno não me deixou triste por muito tempo e logo comecei a sentir muito orgulho.

Ao mesmo tempo, eu ensinava tudo o que podia sobre o mundo mágico. Havia lido Hogwarts, uma história a mando de Hermione e passava longas horas contando sobre as coisas que eu havia feito na escola, contando também o que eu sabia sobre os marotos, vendo que sempre que os mencionava, Teddy não conseguia parar de sorrir.

Tudo estava indo bem quando um belo dia que fico para substituir o professor da tarde e me deparo com Draco Malfoy do lado de fora da escola, agindo como se estivesse procurando algo.

Fiquei chocado, obviamente, mas não pelo susto de ver um bruxo no lado trouxa de Londres, ou por ser Draco Malfoy, afinal, veio em minha mente todas a histórias de Ron sobre seu novo amigo e companheiro de trabalho que ele jurava ser outra pessoa dentro do corpo do homem loiro.

Fiquei chocado pela beleza que o homem tinha.

A última vez que havia visto Malfoy foi em uma reunião aonde ele anunciou que por minha causa tinha feito o treinamento para medmago, alegando que eu era um perigo e que ele não queria me ver morrer e o mesmo foi aplaudido pela iniciativa, o que fez com que vários outros aurores fizessem o mesmo como forma de segurança.

Na época eu achava que era uma preocupação tola, mas fazia sentido.

Hermione dizia que eu era um perigo para mim mesmo e que a única coisa que conseguiu me acalmar e diminuir as vezes em que acidentalmente quase morria foi a paternidade, pois em 3 anos que tinha James, eu não tive nem mesmo um resfriado.

Anos depois, pensando naquilo, eu comecei a pensar que podia ter sido um flerte. Algo educado, mas ainda sim, uma cantada.

Claro que nunca expressei isso em voz alta, mas o que mais fazia falta para mim do mundo bruxo era trabalhar todos os dias e cumprimentar um muito bem vestido Draco Malfoy que desfilava pelo departamento na direção da sala do chefe para entregar mais um caso fechado, usando seus ternos muito bem alinhados em seu corpo magro e um pouco musculoso pelo trabalho, o que fazia todas as mulheres do ministério e alguns homens como eu suspirar.

Eu não sabia até onde a admiração ia, mas preferia mantê-la em minha mente, afinal, não era comum eu ter tanto desejo de alisar os bonitos fios loiros por longas horas.

As histórias de Ron sobre seu super incrível companheiro Draco Malfoy foi o que me deu confiança para contar a história para o homem, me permitindo colocar o mesmo na minha vida, pois se até mesmo Ronald Weasley havia deixado o passado para trás e fazia questão do homem em sua vida, por que eu iria fazer o contrário?

Não era algo que eu me orgulhava, mas gostava até dos momentos em que discutíamos besteiras na época em que eu era auror.

Pensando nisso, sinto um sorriso crescer em meus lábios enquanto recolho as provas dos meus alunos, vendo todos começando a correr na direção da saída junto com o sinal, me fazendo revirar os olhos.

Por Merlin, custava ser civilizado?

Recolho as provas e as coloco em uma pasta, fechando minha mochila e indo na direção da saída, caminhando calmamente pensando que se fosse rápido, poderia corrigir todas as provas até a noite, observando a floricultura a minha frente com uma expressão calma.

Malfoy havia me dito que não tinha nada de estranho no local, mas ele disse que ainda tinha algumas suspeitas então era comum ver o loiro comprando flores com a dona Julia em momentos aleatórios do dia, pois de acordo com o mesmo, quando ele sentia que tinha algo de errado, era porque realmente tinha.

Eu estava longe de duvidar do sexto sentido de Draco, então eu mantinha os olhos abertos para qualquer anormalidade. 

Hoje Draco não havia aparecido, o que me fez deixar um involuntário suspiro. Nossos encontros eram comuns, mas nem tanto.

Ele era um auror muito ocupado, algo do tipo ele ser o primeiro que o chefe do departamento procurava quando tinha algum caso complicado, sem contar agora que o mesmo começava a se preparar para assumir as empresas Malfoy por estar prestes a completar 22 anos, que era a idade que os homens da família dele assumiam as empresas, ou algo do tipo.

E eu tinha dois filhos. Duas crianças aparentemente hiperativas que exigiam minha atenção em todos os momentos em que se encontravam acordados.

Era difícil ternos tempo para conversar, mas a vontade estava lá, e eu sabia que vinha de ambas as partes, porque a coisa mais comum para mim era receber mensagens de Draco reclamando de alguma coisa.

Geralmente era dele reclamando de Ron e perguntando como eu aguentava por tantos anos.

Distraído com meus pensamentos, demoro a perceber meu relógio de pulso começar a ficar frouxo, e quando presto atenção, vejo uma criaturinha pequena com as patinhas no meu presente de aniversário que ganhei de Molly.

Seguro o mesmo pelo pequeno bracinho, reconhecendo o pelúcio filhote em segundos e correndo na direção de um beco, conjurando uma caixa de contenção mágica e prendendo o pequeno animal ali, sorrindo de forma involuntária.

Pelo visto eu não havia perdido nenhuma das minhas iniciativas e decisões rápidas de um bom auror.

Pego meu celular e rapidamente disco o número que eu havia decorado sem querer.

Sem querer, eu juro.

 — Alô? — Escuto a bonita voz atender do outro lado da linha.

— Draco! — Digo de forma um pouco mais animada que o planejado, ouvindo o rapaz dizer alguma coisa para alguém e uma porta se fechar.

— Harry? É importante? — Ouço o rapaz dizer de forma baixa.

— Sim. Acabei de capturar um pelúcio que estava tentando roubar meu relógio no portão da escola. — Digo tentando conter a empolgação, afinal, aquele caso havia segurado Draco por uma semana sem nenhuma resposta, o que não era comum.

— Não se mova, estou a caminho. — Ouço ele dizer de forma apressada antes de desligar, me deixando com um sorriso no rosto.

Encaro a caixa em minha mão com uma expressão séria, vendo o pelúcio se remexer de forma agitada, me fazendo encarar o bicho com uma expressão triste. Era só uma criatura mágica, não tinha culpa de estar sendo usando para crimes de pequeno porte.

Torcia para que, ao concluir o caso, esses animais fossem levados a um lugar seguro aonde pudessem viver livremente, sem o peso de terem sido usados como uma arma de furtos.

Teddy e James iriam amar esse pequeno animal.

Eles gostavam de todos os tipos de bicho que viam, e secretamente eu planejava dar um cachorro para eles, mas era algo que precisava ser pensado com mais calma, pois não sabia qual seria a reação de Jily com um cachorro em casa, e apesar de ter espaço, era mais uma responsabilidade.

Ouço o típico estalo da aparatação e me viro a tempo de ver Draco surgir no beco atrás da floricultura, vindo na minha direção com um bonito terno de três peças cinza grafite e uma capa negra, com os fios bagunçados, o que me fez perceber que talvez o loiro estivesse estressado, pois o mesmo tinha o habito de alisar os fios quanto estava nervoso.

Ao me ver, ele sorri de forma gentil, me fazendo retribuir de forma involuntária e meio bobo.

Eu era bastante expressivo e aparentemente Draco sabia disso, pois seu sorriso aumentou e ele chegou perto de mim ainda o mantendo, suspirando alto e descendo os olhos para a caixa.

— Harry. Tem certeza de que é um filhote? — O mesmo pergunta se inclinando para ver o animal dentro da caixa.

— Olá Draco. Sim, é um filhote, o tamanho e a afobação dele para tirar meu relógio indica isso. — Digo mostrando o objeto em meu pulso.

— De fato, se fosse um pelúcio adulto, você iria perceber o furto horas depois. Podemos tomar um café em algum lugar? Preciso criar um relatório que não indique que foi você quem capturou o pelúcio. — O mesmo fala de forma um pouco sem graça.

— Claro. Os meninos estão com Molly, então podemos ir para minha casa. — Digo estendendo a mão para o rapaz, que prontamente a segurou e em segundos estávamos em minha sala de estar.

Vou direto para cozinha, deixando minhas coisas no sofá como sempre e separando alguns itens para ligar a cafeteira, ligando a mesma e esperando a água do recipiente ferver.

— Longo dia no trabalho? — Pergunto ao ver o loiro sentado em um dos bancos altos do balcão, vendo a expressão cansada no rosto do mesmo.

— Nada de mais, só que eu estou trabalhando em um caso de tráfico de varinhas para duelos clandestinos e a cada nova pista parece que estou mais longe de descobrir. — O mesmo diz dando um suspiro alto, apoiando a testa no balcão frio e ficando assim por alguns segundos.

— Eu posso te ajudar com isso. — Digo de forma baixa, vendo o homem erguer os olhos na minha direção com o cenho franzido.

— Não posso pedir sua ajuda. Você já tem muitas coisas para se preocupar. — Ele diz como se fosse o óbvio.

— Tenho mesmo, e uma delas foi a carta que recebi da Minerva me dizendo que eu precisava parar de me esconder se quisesse que meus filhos tivessem a chance de ir para Hogwarts sem problema. E sabe, ela está certa. Se eu voltar agora, vai deixar de ser novidade em 1 ou 2 anos e os meninos vão poder se adaptar. Só preciso aprender a fugir de jornalistas, mas Mione me disse que você era ótimo nisso e podia me ajudar. — Resolvo falar de uma vez, vendo o olhar de compreensão atingir o rosto do homem.

— Minerva? A diretora de Hogwarts? Ela sabe que você tem um filho, bom, na verdade, dois filhos? — Ouço a pergunta chocada do loiro e sorrio.

— Sim. Eu levei James para ela a dois anos, eu precisava saber se ele seria um bruxo para saber como cria-lo. Ela quem me deu todo o material de iniciação que geralmente são dados para nascidos trouxa. — Digo de forma calma, apontando para uma parte da estante da sala que estava coberta de livros.

— Então, você vai voltar a ser auror? Vai voltar mesmo? — Vejo um sorriso brotar nos lábios do loiro antes de sentir um baque do corpo do homem contra o meu, sentindo o cheiro do perfume caro me inundar ao mesmo tempo que sentia os braços me apertando.

Draco Malfoy estava me abraçando, e parecia muito feliz fazendo isso.

De forma calma, passo meus braços pelos ombros do homem, percebendo ali que ele era alguns centímetros mais alto que eu, sorrindo ao perceber que estávamos nos abraçando de verdade.

Eu gostava de abraços, acho que pela infância que tive, não sei, mas eu me sentia querido

E ter Draco me abraçando me fez perceber que realmente estávamos nos tornando bons amigos.

— Pode contar comigo para o que precisar. Posso estuporar quantos repórteres você precisar para ter paz. Fico feliz por você voltar, o mundo bruxo não é o mesmo sem você para interditar o St.Mugnus com sei lá quantas feridas. — Ele diz se afastando de mim levemente, rindo baixinho com sua brincadeira e me fazer rir junto.

— Agora sou pai, não pretendo deixar qualquer um me ferir. Mas aprecio a ajuda. — Digo sorrindo, me virando na direção da cafeteira ao ouvir o apito que indicava que estava pronto.

— Gosto que se cuide mais, não quero imaginar as formas que Ronald vai estragar seus filhos caso você morra. — O mesmo diz de forma calma, voltando a se sentar no banco alto.

— Para estragar os meus filhos eu tenho George. Ele não pode ficar sozinho com Teddy, eu proibi. — Digo com humor, servindo duas xicaras de café e deixando ambas no balcão, me sentando ao lado de Draco.

— Então, eu posso colocar no relatório que foi você quem capturou o pelúcio? — Ouço a pergunta e sorrio em confirmação.

— Sim Draco, Hermione disse que iria cuidar de tudo. Ron vai marcar uma reunião com o chefe do departamento de aurores para eu tentar meu emprego de volta e Mione vai conversar com o editor chefe do profeta diário para eu dar meu depoimento sobre meu sumiço. Ela disse que como herói do mundo bruxo eu devia uma explicação, mas que eu não preciso dizer nada além de que tenho dois filhos e queria passar um tempo com eles. — Digo de forma calma, bebendo um longo gole do café.

— Então não vai mencionar que foi professor de trouxas por 1 ano? — O loiro pergunta depois de tomar um pequeno gole do café e deixar um sorriso bonito em apreciação.

Eu sabia que ele nunca ia admitir, mas ele gostava do meu café, e isso me alegrava por alguma razão que eu não sabia explicar.

— Não. Eu vou dizer que estudei história da magia e runas antigas, o que não é mentira, mas é o bastante para que acreditem que eu apenas me afastei para criar os meninos. — Digo deforma séria e Draco parece concordar comigo.

— É uma história convincente. Pelo pouco que te conheço eu sei que você não pretende mostrar nenhum dos meninos. — Ouço a pergunta e aceno com a cabeça em uma afirmativa.

— Correto. — Digo apenas concorda com a cabeça.

— Se quiser minha companhia... — O mesmo começa a falar, mas se interrompe, me olhando pelo canto do olho em dúvida.

— Sim, eu quero a sua companhia. Gosto da sua amizade Draco, sem contar que James e Teddy vivem perguntando do loiro que veio aqui. Você faz parte disso e, se for da sua vontade, quero que continue sendo. — Digo de forma sorridente, vendo o loiro sorrir também e me olhar com carinho brilhando nos olhos azuis.

— Então eu estarei com você. Com todos vocês.


Notas Finais


Eu precisava que vocês vissem o quanto o Harry é fofo nessa fic gente.
Ele é meu bem mais precioso.
Espero que tenham gostado de ouvir a história completa e sim galera, Harry is back to wizard world


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