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História Where I live - Capítulo 37


Escrita por: Kashi_

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 38 - Capítulo 37


37 – Capítulo 37

Harry Pov

Eu estava caminhando com os pensamentos muito acelerados naquele momento.

Havíamos acabado de embarcar as crianças, e agora iriamos enfrentar uma longa temporada sem tê-los por perto…

E eu teria que lidar, novamente, com a solidão.

Sempre gostei de ter os pestinhas em casa, mas agora isso era totalmente diferente de qualquer coisa que havíamos vivido anteriormente.

Agora eles se davam bem, pareciam se entender e realmente se sentiam harmônicos uns com os ouros.

Haviam sido bons momentos, e isso só me fazia mais feliz por ter os Malfoy conosco.

Justamente por isso é que me sentia um ano frustrado com tudo isso. Com as mudanças. Com o fato de Draco querer ir morar em outro lugar.

Ele e Scorpius haviam feito com que eu sentisse que minha casa realmente era um lar.

E eu não podia deixar de me sentir birrento sobre eles não continuarem morando conosco, por mais ridículo que isso fosse soar.

Mas ao mesmo tempo, me sentia orgulhoso pela teimosia dele. De querer construir uma nova vida com o filho, por lutar pelos seus pontos de vista.

Me virei para vê-lo, sorrindo comigo mesmo ao perceber que ele tinha a mão enroscada no meu braço, parecendo estar muito distante ao caminhar sendo guiado por mim.

A realidade é que eu percebia totalmente que Draco, após anos de prisão, trancafiado sozinho em uma cela, parecia ter momentos inconscientes onde precisava de contato físico.

Eram muito sutis, e ele mesmo parecia não se dar conta.

Como vivia preso em pensamentos, silencioso e quieto, eu tinha a sensação de que as vezes ele se esquecia totalmente das pessoas ao seu redor, e isso o fazia se sentir, de certa forma, solitário.

Quando estávamos sentados no sofá da sala, era muito comum ele se acomodar ao meu lado. Não invadia meu espaço pessoal, mas ao mesmo tempo, parecia se acomodar bem no limiar dele.

Perto o suficiente para não se sentir sozinho, mas longe o bastante para não sentir que é um inconveniente.

Sorri ao tentar soar natural e levei a minha mão até a que ele mantinha com firmeza me segurando, tocando a pele macia e um tanto gelada, vendo-o piscar, parecendo sair de seu mundo de pensamentos, virando para mim.

– Harry! Eu não… – Começou a tentar justificar enquanto soltava a mão, mas eu neguei com a cabeça, sorrindo para lhe passar conforto.

– Não estou reclamando.

– Eu não percebi – Voltou a dizer, e eu neguei com a cabeça novamente, puxando a mão dele de volta para onde estava.

– Eu não estou reclamando – Insisti mais uma vez – É melhor assim, de qualquer forma. A estação está muito cheia hoje. Assim não iremos nos perder.

– Eu não sou uma criança, Potter! – Exclamou muito indignado, com o cenho fechado em perplexidade.

– Então pare de agir como uma – Rebati, e ele sentiu que era uma brincadeira, porque suavizou um pouco a expressão.

– Ei – Começou de uma forma um tanto receosa – Hã… O que você faz… quando eles estão na escola? Digo, além de trabalhar?

– Não preciso fingir me importar com a saúde, e como porcarias o tempo inteiro por pura preguiça de cozinhar.

Ele riu, revirando os olhos.

– Preocupado com isso?

– Eu não posso trabalhar. Não posso sair da região. Tenho que evitar ser visto. Sou procurado por aquele desgraçado. Meu filho vai estar na escola… – Ele deu de ombros, e eu sorri.

– Olha só que coincidência! O seu vizinho, ouvi dizer, é um completo caipira, que evita ser visto, fica recluso em casa sem fazer absolutamente nada, e os filhos dele também estão indo para escola.

Ele sorriu para mim, e parecia um ato muito verdadeiro.

Eu gostava de vê-lo sorrir com as bobagens que eu dizia. Sempre me esforçava para criar um clima ameno, para tentar fazer ele se sentir confortável perto de mim.

De início, o fazia por realmente querer ajudar ele e Scorpius. Por um longo tempo, me convenci de que estava, além de ajudando, também cuidando dele, por causa dos nossos filhos.

Oras, eles namoravam, e era minha obrigação tratar Draco bem, para uma boa relação.

Mas hoje em dia, fica realmente difícil pensar em 'comos' e 'porques'.

Eu realmente gostava da companhia dele.

– Temos jogos para assistir de quarta e sábado – O lembrei por fim, e ele sorriu.

– Vamos poder xingar com palavrões de verdade já que as crianças estão na escola – Observou me fazendo rir ao assentir.

Caímos em silêncio enquanto aparatávamos na rua de casa, e Draco estava preses a fazer um gesto de despedida, parecendo soltar meu braço com má vontade quando eu o puxei de volta.

– Hã… pode vir até em casa comigo? Quero te entregar uma coisa.

– Claro – Concordou, passando a caminhar ao meu lado, parado de um jeito estranho enquanto eu abria o portão – Entregar o que? Esquecemos algo na sua casa?

– Talvez – Respondi evasivo, e ele me olhou confuso ao passar pela porta, franzindo o cenho ao se virar quando ouvimos um barulho.

Fechei a porta, rindo ao ver aquela bolotinha vir correndo todo estabanado, se batendo por toda parte até pular nas nossas pernas.

– Um… cão? – Draco questionou, e eu sorri ao abaixar e pegar o filhote preto e bagunceiro nos braços, me erguendo ao estendê-lo para Draco – O que?

– É um presente.

– Um presente?

– O abrigo me garantiu que ele é o mais bagunceiro e agitado.

– Isso era para ser mesmo um presente? – Questionou com humor, mas pegou o cachorro nos braços, rindo quando o mesmo tentou lamber seu rosto.

– Agora você vai precisar passear, dar carinho, educar, brincar e tantas coisas mais. Cachorros são ótimos companheiros, e sempre tentam te fazer feliz.

– Então… me comprou um cachorro? – Questionou arqueando o cenho, e eu ri.

– Eu o adotei – Dei de ombros – Lil e Al enlouqueceram. Tentaram de tudo para que eu ficasse com ele e te desse outro.

– As crianças sabiam?

– Sim, foram comigo buscar ontem. Eles disseram que tinha sido uma boa ideia. Hã… eu vou entender se…

– Não! É… ótimo, na realidade – Sorriu ao ajeitar o animal entre os braços, erguendo os olhos para mim com um sorriso que soou extremamente doce – Obrigado. Foi… muito atencioso…

Ele riu quando o cão pulou de seu colo, voltando a correr pela casa como um maluco, latindo e derrubando coisas.

– Planos para hoje além de tentar salvar sua casa nova desse furação?

– A julgar pelo estado da sua sala – Girou os olhos pela bagunça ao redor de coisas rasgadas e espalhadas – Eu acho que esse vai ser meu único plano por um longo tempo.

Rimos juntos, e a minha próxima frase veio quase sem que eu precisasse pensar sobre.

– Quer jantar comigo?

Ele piscou, erguendo os olhos para mim novamente, parecendo um tanto surpreso.

Desde que veio morar aqui, realmente vivíamos juntos. Agora que ele estava há duas casas de distância, ainda éramos próximos, mas no momento em que fiz aquela pergunta, eu percebi o motivo da surpresa dele.

Talvez a forma como eu pareci ansioso ao perguntar, ou o meu tom de voz… bem, qualquer coisa que tenha sido, fez aquela pergunta soar de uma forma diferente.

Não como um ‘vem jantar em casa’.

E sim como um convite para jantar comigo. Realmente, como… uma coisa diferente.

Naquele instante eu me dei cona que nunca, em toda minha vida, havia convidado alguém para jantar daquela forma, com aquelas palavras, e… bem, aquela entonação.

A primeira coisa a vir na minha mente era que eu devia me corrigir imediatamente para que ele não entendesse aquilo como algo equivocado.

Mas a parte impulsiva que morava dentro de mim, me disse que eu só precisava me corrigir caso ele dissesse não.

E isso me fez perceber que na realidade eu não dava a mínima, porque eu queria mesmo jantar com ele.

Seja lá de qual forma ele tenha entendido aquilo, eu percebi que… se ele dissesse sim para a minha frase mal formulada, eu realmente iria ficar feliz.

Ele nem se quer chegou a abrir a boca, porque no instante seguinte, Albus apareceu na minha frente, muito afobado, com os cabelos bagunçados, e o rosto banhado em lágrimas.

– Pai! – Berrou engasgado no choro, e ao olhar para a sua mão, vi a pedra da chave de portal que tinha dado a James.

O meu ar sumiu de uma só vez, assim como o de Draco, e nos viramos para o garoto choroso na nossa frente.

– Ele desapareceu do t-trem – Gaguejou parecendo não conseguir respirar direito e imediatamente eu o fiz sentar no sofá.

– James?

– Ele usou a chave de portal e foi na frente.

– Droga, James – Resmunguei comigo mesmo, porque havíamos repassado aquilo milhões de vezes, e eu tinha deixado claro que era para usar a chave para me procurar e não para bancar o herói – Ligue para a tia Hermione, conte o que aconteceu – Falei e ele assentiu – Diga para virem aqui, porque vou deixar a outra metade da minha chave de portal para conseguirem nos encontrar – Falei já tirando do bolso uma das pedras, afinal havia feito duas, uma para ir até James, e outra para ir até Scorpius, e a coloquei sobre a mesa de centro – É só dizer ‘Scorpius Malfoy’ e segurar com firmeza.

– S-sim.

– Albus, preste atenção – Pedi me abaixando para ficar na altura dele, que ainda parecia um tanto assustado – Apenas diga para Hermione o que fazer, e fique aqui, está ouvindo? Você está proibido de vir junto, ou de fazer qualquer coisa que não seja exatamente o que estou mandando. Se você se quer tentar, eu juro que você vai ficar eternamente de castigo, entendeu?

Ele assentiu, enxugando as lágrimas com a manga da blusa, puxando uma almofada para abraçar, ainda muito abalado.

Mas aquela não era a prioridade, e me levantei, virando para Draco.

– Pai?

Olhei para ele, suspirando ao fazer carinho no seu cabelo.

– Vai ficar tudo bem. Faça o que estou pedindo. Agora. Mantenha a calma. Voltaremos logo.

Ele assentiu, correndo pela casa provavelmente em busca do telefone, e eu me virei para Draco, respirando fundo.

No instante em que ele tocou meu braço, e eu puxei a segunda pedra do bolso, eu consegui entender aquilo que sentia em relação a Draco.

Porque naquele momento, o que eu mais queria era mandar ele ficar, para não se colocar em perigo, para ficar a salvo, exatamente como havia feio com meu filho.

Pelas mesmas razões.

– James Potter! – Sussurrei, segurando a pedra em uma mão, e entrelaçando meus dedos aos de Draco com a outra, e num instante, já não estávamos ali.


Notas Finais


Eu sei que vão querer me matar por isso hahahaha
Desculpem, esse chapie precisava vir antes das tretas! Não me matem! Logo vamos descobrir o que houve com o Scorpie, okay?
Mas o chapie compensou, certo?
Sempre é ótimo ler o Harry gracinha se descobrindo apaixonado. Definitivamente, são as partes que eu mais gosto de escrever nas fics hahaha
Até a proxima fic, okay? Hoje é dia de combo da Kashi! Nos vemos em Moonlight Sonata!


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