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História Where I live - Capítulo 38


Escrita por: Kashi_

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 39 - Capítulo 38


38 – Capítulo 38

James Pov

Eu ainda sentia meu coração batendo muito rapidamente quando cheguei a um lugar completamente desconhecido.

Estava tudo muito escuro, e de maneira geral o local tinha cheiro de mofo, como se estivesse sendo mantido fechado há muito tempo.

O único som que se ouvia era um choro baixinho, e eu me senti aliviado ao ver Scorpius encolhido de costas para mim, tremendo enquanto espiava do outro lado pelo canto da parede.

Percebi com horror que a parte de cima das roupas dele haviam sumido, e isso só fez a minha raiva aumentar.

Me aproximei em passos silenciosos, querendo evitar que fossemos notados e coloquei a mão na boca dele, por ter chego por trás, abafando seu grito.

– Shhh – Pedi baixinho, e ele se virou assustado, parecendo aliviado ao me ver, se atirando em mim para um abraço.

Mesmo que duvidando de que iria funcionar, eu me permiti o acolher entre os braços, e fechei os dedos ao redor da minha pedra.

– Harry Potter – Citei, e nada aconteceu, me fazendo suspirar.

– O que…?

– São chaves de portais. Foi como cheguei até você. Mas esse lugar deve estar bloqueando a saída. Sabe onde estamos? – Questionei num sussurro, com raiva de não saber nenhum feitiço para arranjar roupas para ele, e tudo o que pude fazer foi aumentar meu casaco, colocando sobre os ombros de Scorpius após tirar a blusa e fazer ele vestir.

Não pude deixar de notar que ele tinha os olhos muito saltados, o que poderia indicar que ele estava sob efeito de alguma coisa.

– Na casa do meu avô – Ele falou ainda soando muito abalado e eu franzi o cenho, olhando ao redor daquele galpão sujo. Era cheio de corredores, e o lugar parecia enorme, embora extremamente mal cuidado – Ele construiu esse labirinto no ano passado. É… – Scorpius não conseguiu continuar a falar, voltando a cair no choro, e eu notei o desespero em seus atos.

– Calma, Scorpie. Olha, eu pedi para Al avisar nossos pais. Devem chegar logo. Onde está sua varinha?

– Eu não sei – Ele fungou, tentando secar as lágrimas – Me atacaram por trás, eu não vi nada. Só… acordei aqui, e minha varinha tinha desaparecido.

– Certo. Então não fique distante de mim. Conhece alguma saída? – Questionei com a varinha em riste, atento ao meu redor.

– Eu… não, eu nunca encontrei. Nunca vi nenhuma porta.

– Você esteve aqui muitas vezes?

– Sim… eu… – Ele parou, indicando na parede várias marcas de riscos – Ele construiu para mim. Para me assustar. É um jogo. Ele me coloca aqui, e eu tenho que tentar sair. Mas… eu nunca conseguia. Eu acho que ele me drogava, ou lançava algum feitiço estranho. Eu começava a ver coisas que me assustava. Acho que ele gostava de me ver gritar – Explicou, parecendo tentar assumir o controle de si mesmo, respirando devagar – Mas eu sempre tentava. Hã… marcava nas paredes onde já tinha ido.

– Certo. Temos que evitar resolver o labirinto.

– O que? – Franziu o cenho sem entender.

– Seu avô é um lunático, amor. Não existe saída no final disso. Se o propósito era tortura, é claro que não há saída dessa forma – Falei certo do que dizia, porque lembrava muito bem da história do Torneio Tribruxo. Quando se tratava de comensais da morte, nada de bom estava do outro lado.

– O que vamos fazer?

– Não vamos ficar parados. Não queremos ser um alvo fácil. Vamos andar.

– Mas… Jamie, vamos nos perder.

– Já estamos perdidos. Você disse que nunca encontrou a saída, e nunca conseguiu resolver o labirinto. Então só iremos nos corredores marcados – Indiquei para ele os riscos da parede – Porque são os que não vão dar em lugar nenhum.

Ele assentiu, mesmo que com dúvida, começando a caminhar ao meu lado, ainda tremendo muito.

– Eu… acho que ele fez alguma coisa comigo. Estou começando a me sentir enjoado, Jamie. Sempre começa assim.

– Vai ficar tudo bem – Garanti, tentando passar segurança e ele suspirou, mas assentiu – Você lembra do dia em que descobri Vicent? – Questionei, e ele franziu o cenho com a lembrança dele mesmo machucado, e eu escondido debaixo da capa vendo aquele ogro ferindo-o.

– Jamie, porque você está falando disso?

– Lembra?

– Sim – Afirmou ainda confuso.

– Lembra como fiz para descobrir?

Ele piscou, parecendo finalmente entender, e me olhou em dúvida, parecendo se assustar quando assenti.

Porque sim, sentia que estávamos sendo observados. Não tinha certeza se Lucius estava nos seguindo, ou se era algum dispositivo para nos ver a distância.

Mas eu estava com essa sensação, mesmo que não enxergasse nada ao redor.

– Jamie, você lembra do dia que torci o pé? – Questionou, e eu franzi o cenho, vendo ele rir – Foi engraçado, não foi?

Scorpius, perto dos úlimos dias letivos havia torcido o pé por acidente, ao não ver que as escadas estavam mudando, e perder o equilíbrio.

Fazia sentido, afinal ele havia ficado tanto tempo no labirinto e nunca havia encontrado a saída, ou chego ao fim do ‘desafio’. Talvez os corredores mudassem?

– Jamie – Ele choramingou, e eu pisquei surpreso ao ver que Scorpius parecia muito pálido, e tremia de uma forma muito notá vel.

– Scorp? Ei – Chamei tocando seu rosto, me sentindo nervoso por não querer parar de olhar a nossa volta, mas não pude evitar quando as pernas dele pareceram enfraquecer, e me adiantei, segurando-o contra o corpo, ajudando ele a se sentar no chão – Scorpius? O que está sentindo?

– Eu não… não tenho certeza.

Franzi o cenho, me sentindo nervoso, mas achei que valia a pena a tentativa.

– Finite Incantatem – Ordenei ao fazer um gesto de varinha na direção dele, porque se fosse algum feitiço, talvez funcionasse.

Mas me desesperei ao ver ele parecer ficar pior, se virando para o lado, vomitando.

Me ajoelhei ao seu lado, segurando seu cabelo para longe do rosto, ainda me sentindo verdadeiramente nervoso enquanto olhava ao redor.

– Você…? – Comecei, sem saber o que dizer quando ele ofegou, após parar de colocar tudo para fora, erguendo os olhos para mim – Scorp?

Ele fez um sinal para que eu esperasse, respirando fundo ao limpar a boca, e se arrastou até poder sentar escorado em uma das paredes.

Segui até ele, notando como estava suado, me sentindo pirar de preocupação, até ele sorrir.

– Eu acho que… estou melhor. Ainda um pouco zonzo. Mas… não sinto mais nada me sufocando.

Assenti, estendendo a mão para ele, que se levantou um tanto trêmulo, me fazendo ficar confuso quando fugiu dos meus braços.

– Não, Jamie. Não me pegue no colo. Eu consigo ficar em pé. Não se canse com isso. Fique com os braços livres – Indicou a varinha, e eu voltei a erguer ela em riste, e foi oportuno, porque eu senti antes mesmo de ver que não estávamos sozinhos.

A fraca luz do lugar se apagou, nos deixando no escuro, onde era impossível ver qualquer coisa, e isso só me fez preocupar ainda mais.

Girei o corpo, ainda com a varinha em mãos, sentindo meu coração acelerado ao empurrar Scorpius para minhas costas.

Não sabia de onde ele tinha vindo, mas eu sentia ele ali dentro, e Scorpius pareceu sentir o mesmo, porque se agarrou em mim.

Nossa respiração alterada era o único som dentro daquela sala, e o que me impedia de ouvir com precisão seus passos, para me antecipar.

– Aguamenti! – Ordenei, sentindo Scorpius apertar as mãos no meu braço.

– Jamie, que porcaria está fazendo? – Praticamente rosnou, apenas me seguindo conforme eu dava alguns passos para o lado, girando o corpo – Água?

Não me dei o trabalho de responder, porque no segundo seguinte, ouvi o passo dele, porque a água no chão produziu um eco um tanto mais alto.

– Estupefaça!

Scorpius pareceu finalmente entender.

Eu poderia facilmente iluminar mais o lugar, mas isso também iria denunciar a posição exata em que estávamos. Com a água ao redor, poderia ao menos saber de onde o feitiço viria.

– Você sabe o que acontece quando faz o que não deveria, Scorpius – Me apressei ao lançar outro feitiço estuporante na direção da voz, mas ele parecia ser muito mais rápido do que eu.

– Não dê ouvidos a ele – Resmunguei para o loiro, que ainda tremia agarrado em mim.

– Sabe perfeitamente o que vai acontecer aqui. Você sabe o que acontece com aqueles que tentam te proteger...

– Jamie – Ele choramingou, me abraçando com mais força.

– Está tudo bem – Garanti, embora ainda me sentisse nervoso.

– Trouxe esse garoto, e logo mais o seu pai estará aqui. Sabe o que vai acontecer a ele, não é?

– Não! Você não vai machucar o meu pai! – Ele gritou, e eu franzi o cenho quando senti os braços dele afrouxarem ao meu redor, puxando-o de volta.

– Scorpius – Rosnei entredentes, porque sabia que era uma armadilha.

– Você vai chorar sobre muitos corpos hoje…

– N- não!

– Você sabe o preço, Scorpius.

Com essa última frase dele, eu tive que agir com rapidez.

Sabia que o preço para Lucius não matar Draco, era fazer o que quisesse com Scorpius.

Essa frase o lembrou disso, então eu tive que apertar o menino contra o corpo, usando a força quando ele começou a se debater, querendo se afastar de mim.

– É uma armadilha – Voltei a dizer, e realmente me sentia tremendo de nervoso.

– Se você vier comigo, o seu pai vai… – Lucius continuava a dizer, e sua voz soava muito vaga, um tanto fantasmagórica.

Tinha medo de lançar algum feitiço e denunciar nossa posição, enquanto tentava andar para o lado, na direção onde não tinha água no chão. Mas a minha atenção teve que se desviar de Scorpius, e eu não consegui não grunhir quando ele afundou os dentes no meu braço, ainda desesperado para ir até o avô.

Eu realmente sentia meu coração doendo de ver a agonia e o medo dele.

Scorpius geralmente era muito forte e inteligente, mas o medo estava fazendo ele ficar totalmente irracional.

– Me solta, me solta, Jamie, eu preciso, o meu pai – Ele choramingava tentando se forçar a sair dos meus braços, e eu me senti aliviado ao encontrar finalmente o que queria.

Uma das paredes.

Empurrei Scorpius contra ela, deixando ele entre meu corpo e a parede, mantendo uma mão segurando firmemente o braço dele, e a outra segurando a varinha, enquanto eu tentava apurar meus sentidos.

Com a parede atrás de nós, era um tanto menos complicado cobrir nossa segurança.

– Ah, Potter – Me atentei ao ouvir meu nome na voz risonha dele, e sentia que seu tom indicava que o homem parecia totalmente fora de si.

O que era ainda mais perigoso.

– Quando eu o matar, e pode ter certeza que eu vou…

Continuei segurando Scorpius firmemente, vendo o choque o vencer, e ele continuar apenas chorando enquanto tremia.

– Você não faz ideia de quantas formas diferentes eu vou destruir Scorpius.

Trinquei os dentes, porque tinha entendido que agora ele tentaria provocar meu descontrole.

Não iria funcionar.

Apenas precisava pensar.

– Você lembra, não lembra? Eu duvido que consiga esquecer daquele magnífico trabalho.

Senti meu coração se acelerar, porque não tive controle da imagem que veio na minha mente, invocada pelas suas palavras.

Sim, eu me lembrava.

Lembrava perfeitamente de tudo o que ele tinha feito com Scorpius.

Lembrava dos ossos quebrados, do sangue, do pavor… Eu me lembrava de cada pequena coisinha.

Aquela imagem assombrava cada um dos meus dias. Cada um dos meus sonhos. Cada pensamento.

– Aquilo não chega nem perto do que eu vou fazer com ele hoje…

Outra risada bizarra.

– Talvez eu não o mate. Talvez eu te deixe vivo, assistindo. Poderemos contar juntos quantas vezes ele vai gritar e suplicar por misericórdia…

Ofeguei, porque não senti ou ouvi o feitiço.

Apenas vi, em minha própria mente.

As imagens que ele forçava, me obrigando a assistir, a ver tudo o que ele já tinha feito com Scorpius.

Se tornou particularmente difícil conseguir manter o foco para me forçar ele para fora da minha cabeça, afinal eu não era tão bom assim em oclumência.

Não como Albus.

A cobrinha realmente era ótimo naquilo.

‘Precisa de concentração, Grifinório estúpido’ – Quase podia ouvir a voz dele na minha mente, e realmente foi difícil, mas as imagens terríveis eram apenas um impulso maior, e eu consegui me ver livre, ficando horrorizado ao ver que tinha apertado demais o braço de Scorpius de forma inconsciente, e ele tinha os olhos grudados em mim, enquanto engasgava com o choro.

Soltei o aperto, percebendo que talvez ele não chorasse por isso, porque ele continuava com aquela mesma expressão de pavor, e eu entendi que era medo.

Lucius provavelmente tinha forçado as mesmas imagens para dentro da mente dele.

Me senti surpreso quando as luzes se acenderam repentinamente, e pudemos ver ele parado.

Tinha a expressão de insanidade no rosto, mesmo de longe, com os cabelos muito bagunçados, e as vestes desordenadas.

E eu não esperava que fosse sentir udo o que senti naquele instante ao olhar para ele.

Toda a raiva que eu achava estar contendo, todo o ódio, rancor e amargura. Todos me inundaram de uma só vez ao vê-lo ali, parado.

E quando ele sorriu, uma coisa que eu não soube nomear tomou conta de mim.

– Avada… – Berrei, erguendo a varinha, sentindo todos aqueles sentimentos ruins fluírem para fora, na medida em que a luz esverdeada começava a surgir na ponta da varinha – Ke…

Não cheguei a terminar, porque fui atingido em cheio por um feitiço que me fez bater o corpo contra o de Scorpius e cair no chão.

Mas não havia sido lançado por Lucius.

E sim por Harry Potter, que havia acabado de chegar.


Notas Finais


Ah, não fiquem bravos por eu ter parado nessa parte. Vocês já me conhecem hahaha
Para quem me cobrou, as atts demoram mais aqui porque é a única fic que eu não tenho nada escrito. Então sempre tenho que escrever para vir att, porque com essa a inspiração funciona na base da pressão kkkkk
Chapie tenso, mas todinho para vermos como James é incrível!
Vamos lá, ele pode não ser tão esperto quanto Albus, mas olhem só o tanto que ele aguentou firme nesse chapie! As táticas, os planos, as ideias, e também a carga emocional. Ele amadureceu bastante no decorrer da fic, muito orgulho desse garoto <3
Jamie, nós te amamos <3
Até o próximo!


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