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História Which Side Will Prevail - Capítulo 9


Escrita por: JennySarfati

Notas do Autor


Olá.
Eu estou pensando em fazer uma maratona amanha, o que vocês acham?

Capítulo 9 - Capítulo 9


11 anos depois

POV Rachel

Eu olhava pela janela e observava a rua.

Eu tinha esse habito. Fazia isso todos os dias. Não tinha o costume de ouvir música ou ver televisão como a maioria das pessoas.

A minha distração sempre foi olhar pelas janelas. Observar as pessoas.

Ver e sentir o que eu nunca tive na vida.

Bufei e me virei.

Olhei no relógio da mesinha de cabeceira. 9 horas da noite. Estava quase na hora, eu tinha que me arrumar.

Entrei no banheiro e tomei uma ducha rápida.

Sai e coloquei uma lingerie. Abri a pequena porta do armário e escolhia a roupa que iria colocar hoje. Não que eu tivesse muitas opções, mas tinha que fazer milagre com o que eu tinha.

Se bem que aparência nunca foi realmente um problema para mim.

Olhei-me no espelho.

Eu tinha 19 anos.

1,62 de altura. 60kg muito bem distribuídos pelo meu corpo. Tinha um abdômen de tanquinho como costumam chamar, seios médios, bunda empinada, braços fortes, mas sem ser masculinizado e pernas muito bem torneadas.

Olhos castanhos, cabelos liso um pouco ondulado nas pontas em um tom de castanho escuro, que eu deixava levemente bagunçados... as mulheres pareciam gostar. Todos os homens e a maioria as mulheres sempre diziam que eu era linda. Sempre foi assim desde os meus 15 anos. Meu corpo sempre chamou bastante atenção, mesmo sendo baixinha.

Me assumi lésbica aos meus 14 anos e as adolescentes se jogavam em cima de mim no colégio e o que mais me assustava, é que algumas mães também faziam isso.

Sério, eu não podia ir à casa de nenhuma colega de colégio que logo a mãe dava um jeito de se insinuar para mim.

Mas confesso que isso foi bem útil para mim. Afinal é assim que eu venho ganhando minha vida.

Acabei optando por uma calça jeans escura, uma camisa branca colada ao corpo e uma jaqueta jeans. Calcei o tênis e me olhei no espelho.

Bom, dá pro gasto.

Saí do apartamento e tranquei tudo. Eu ainda não sei por que me dou ao trabalho de trancar a porta, se algum dia um assaltante entrar aqui, vai ficar com tanta pena de mim que vai é deixar um pouco de dinheiro antes de sair.

Afastei esses pensamentos e fui para ponto de ônibus.

(...)

Já estava no bar a mais ou menos uma hora. Já tinha escolhido a minha vítima do dia, ou melhor, da noite.

Uma mulher que já aparentava ter passado dos 30. O tipo de mulher que eu procurava. Elegante, aparentando ter dinheiro, e visivelmente mal amada. Claro que por uma noite eu iria corrigir esse erro.

Esperava apenas ela ter bebido o suficiente.

Quando ela pediu o quinto drink da noite decidi que era hora de me fazer presente.

– Boa noite-. Falei com um tom meio rouco.

– Boa... boa noite.

Como sempre, elas gaguejavam quando me viam.

– Será que posso te fazer companhia?-. Sorri de lado

– Claro-. Falou sem pensar duas vezes.

– Posso perguntar o que uma mulher linda como você está fazendo aqui sozinha em um bar?-. Perguntei olhando dentro de seus olhos, enquanto me sentava.

– Estou me recuperando por ter pegado minha namorada com outra na minha cama.

BINGO

– Bom eu só tenho uma palavra para descrever alguém que desperdiça uma mulher linda como você. Louca.

Ela deu uma risadinha corando, estava claramente bêbada.

– Você deve dizer isso para todas.

– Eu jamais faria uma coisa dessas. Quer ver, eu estou nesse bar a mais de uma hora e ainda não tinha me aproximado de ninguém, mas bastou eu por os olhos em você para saber que não poderia passar nem mais um minuto sem ouvir a sua voz.

Eu terminei de falar, me inclinando levemente para o lado dela. Jogando todo meu charme.

Ela levou a mão à boca, segurando uma expressão de espanto e incredulidade e seus olhos começaram a marejar. Eu sei, sou boa no que faço.

– Nossa... ninguém nunca falou comigo assim.

– Eu sei, só existem pessoas loucas nesse mundo. Imagina só, desperdiçar uma mulher linda como você.

Ela virou o conteúdo do copo dela de uma vez só e me olhou.

– Quer saber, eu sempre fui tímida, mas hoje eu vou me arriscar e me vingar da minha ex. Você quer sair daqui e ir a um lugar mais reservado?

Ela perguntou mordendo os lábios em uma tentativa de ser sexy. Se via de longe que ela não estava acostumada a isso.

– Adoraria, mas só se você realmente quiser ir.

– Então vamos.

Ela colocou a mão no meu braço e me puxou dali, antes que ela levantasse, eu joguei uma nota de vinte em cima do balcão para pagar a sua conta. Ela me olhou espantada.

– Não precisa fazer isso, você só chegou agora.

– Eu não deixaria uma mulher linda coo você pagar a conta... Você me retribui mais tarde-. Dei um beijo longo nela e ela saiu dali trocando as pernas, mas digo sem medo de errar, foi mais pelo meu beijo do que pela bebida.

Entramos em um taxi e ela logo falou ao motorista:

– Dirija para o motel mais próximo.

E foi logo me atacando.

Ainda ouvi o motorista dar uma risada e arrancar com o carro.

É sério, às vezes parece que não tem mais gente competente no mundo, eu só encontro mulher necessitada.

Chegamos ao motel e ela pediu um quarto para nós.

Assim que passamos pela porta, eu perguntei seu nome.

– Karen.

– Bom eu sou Rachel, muito prazer Karen.

– Prazer é o que eu espero que você me dê essa noite.

Ela falou toda contente e me deu um beijo. Mas antes de prosseguir eu tinha que esclarecer uma coisa. Posso não ser nenhuma santinha, mas jamais criaria falsas ilusões amorosas em alguém. Nunca brincaria com os sentimentos de alguém, já sofri isso na pele e nunca faria igual.

– Karen, antes de continuarmos preciso que saiba de uma coisa.

– Ok, concordo com tudo gostosa, agora vamos.

– Calma gata, é serio. – A segurei um pouco longe de mim. – É só essa noite, você sabe disso não é?

– Calma Rachel. Posso estar bêbada, mas sei que o amor da minha vida não vai estar em um botequim de quinta esperando para me pegar bêbada. Sei que você vai me usar, mas contanto que eu te use também, pra mim está ótimo.

Ótimo. Depois de tudo esclarecido, eu parti para o que faço de melhor... Satisfazer mulheres carentes.

Transamos por umas duas horas. Sério, a mulher parecia que não tinha sexo há mais de um ano.

Pra mim foi igual. Foi como sempre.

Ela era até bonita. Tinha um corpo lindo, não era tão experiente na cama, mas provou que aprende rápido. Mas eu nunca sentia muito prazer nisso. Sempre achei que tinha algum problema físico comigo, pois eu sempre senti mais prazer me masturbando do que transando.

Mas eu sabia o motivo. E não queria pensar nele agora.

Me levantei e coloquei minhas roupas. Olhei no relógio e passava das duas da manhã.

Ajoelhei-me na cama e dei um ultimo selinho na mulher. Ela estava apagada. Depois de um porre e todo esse tempo de sexo, ela capotou na cama, de certo que só vai acordar amanha de manhã.

Então sem medo dela acordar, me levantei e fui até sua bolsa. Peguei sua carteira e abri. Ali havia 300 dólares em dinheiro. Peguei e coloquei tudo no bolso.

– Não disse que você me retribuiria mais tarde!- Sussurrei.

Ainda olhei me certificando se havia cartões de crédito na carteira. Tinha. Ótimo, então ela teria condições de pagar o motel e ir para casa.

Eu nunca levava cartões de crédito ou cheques. Era sempre dinheiro.

Sim, você acertou. Eu virei uma ladra. Uma coisa que há muitos anos, eu jurei não fazer.

Mas não há nada que a fome não mude.

Saí de lá e tranquei a porta. Deixei um bilhete ao lado dela na cama como sempre faço.

Olhei para o relógio e ainda era relativamente cedo. Tinha tempo para mais um golpe.

Andei mais uns quarteirões. Se fosse fazer isso de novo tinha que ir para um pouco mais longe, também não vou abusar da sorte.

Continuei caminhando, a noite era fria, mas agradável. Estávamos na primavera. Mas nesse lugar era sempre frio.

Eu estava em Paradise, Ohio. Já estava aqui há uma semana, mas já estava de partida. Nunca ficava muito tempo no mesmo lugar. Acredito que mais umas duas noites aqui e já poderei partir.

Andei mais um pouco a vi um bar com uma cara legal. Havia muitos jovens ali. A maioria da minha idade. Era uma sexta à noite. Dia de a garotada curtir.

Bom eu não procurava menininhas, essas sempre saiam quase sem dinheiro, então não valiam a pena.

Mas decidi entrar assim mesmo. Eu não tive uma adolescência muito normal. Então às vezes eu gostava de ficar ali olhando. Era o mesmo caso da janela. Gostava de olhar o que eu nunca tive.

Me sentei em uma cadeira alta do balcão e pedi uma cerveja.

A garçonete me entregou a cerveja e riu para mim. Não foi o tipo de sorriso sexy, estava mais para um sorriso companheiro.

– O que foi? – perguntei a ela.

– Você está com cara de que a noite não foi o que você queria.

– Como sabe?

– Sou garçonete há cinco anos, acredite, aprendi a ler meus clientes.

Ela riu e foi atender outro cara que tinha acabado de chegar.

Ela era legal. Foi espontânea comigo. Era bonita. Talvez fosse o caso de eu jogar meu charme para ela.

Ah droga. Ah quem eu quero enganar. Não adianta. Eu nunca consigo me interessar por ninguém. Não importa o quão legal a menina seja.

– Nossa a noite foi tão ruim assim?

Levei um susto e olhei para frente. Ela estava ali de novo na minha frente falando comigo.

– Desculpe. Não entendi.

– Você. Sua cara ficou triste por um momento e depois ficou parecendo ter raiva de algo.

– Nossa, você é boa. Já pensou em ser psicóloga ou algo assim.

Eu ri.

– E por que você acha que eu sou garçonete há cinco anos. Estou juntando dinheiro para a faculdade.

Ela deu mais um sorrisinho e saiu.

Olhei para aquele ser estranho mais a frente.

Ela era engraçada, mas falava as coisas a serio. Bom ela acertou comigo pelo menos.

Nesse momento eu percebi. Entendi por que de eu estar estranhando. Ela estava sendo amigável, e eu não tinha amigos. Pelo menos não há muitos anos.

Decidi que era melhor parar de pensar.

Olhei para frente enquanto tomava um gole na cerveja e vi uma mulher me olhar.

Acenei para ela e ela piscou para mim. Bom como eu disse, ainda dava tempo para mais um golpe.

Ela aparentava ter uns 27, 28 anos. Mas não estava bebendo muito. Pelo menos não aparentava estar bêbada. Essa eu teria que derrubar no cansaço.

– Humm, já vi que vai tentar mais uma vez.

E lá estava a garçonete de novo.

– É serio. Você faz isso com todos os clientes? Está me deixando confusa.

Ela riu.

–Eu sei, sempre faço isso. Mas é o meu jeito, não sei evitar-. Sorriu. –Mas vá por mim. Você vai errar de novo.

– Como assim?

– O seu olhar de quando você entrou. Não vai melhorar depois de você pegar aquela ali.

Ela falou apontando para a mulher com o queixo.

– E melhoraria se eu pegasse quem? Você por exemplo?

Perguntei desafiadora. Querendo entender qual era a da garçonete.

– Ai credo, claro que não. Eu tenho um namorado maravilhoso que te mata se você der em cima de mim-. Ela riu alto. – Só estou dizendo que você vai continuar vazia depois que sair de perto dela.

Eu me aborreci e joguei dois dólares em cima da bandeja dela e já ia sair.

– Espera!-. Ela me puxou pela manga. – Não quis aborrecer você.

– Então o que você quer?-. Minha foz estava irritada.

– Eu já disse. É só o meu jeito. Eu vi que você entrou com um olhar vazio. Vi você olhando as pessoas ao seu redor. Você sorria, não debochando, mas como quem gosta do que vê. Você quer algo assim, e não vai ser com aquela lá que você vai encontrar.

– Você não me conhece. Talvez aquela mulher seja exatamente o que eu esteja procurando.

– Bom se você quer se enganar, quem sou eu para impedir.

Ela saiu de perto de mim, sacudindo a cabeça negativamente.

– Já acabou o papinho ou ainda vai demorar?- Era a tal mulher falando comigo.

– Já acabei. – respondi com um sorriso sacana no rosto.

– Ótimo, por que agora eu quero você pra mim. – ela disse isso e me beijou.

É a noite hoje ia ser longa.

 

(...)

 

O sol estava nascendo e eu saia de fininho da casa da mulher. Ana era o nome dela.

Ela era louca, eu insisti para irmos para um motel, mas ela cismou de me levar para casa dela, segundo ela, tinha que dar uma liçãozinha no marido, e tinha que ser na cama deles.

Como ela garantiu que ele estava viajando a negócios acabei aceitando... É, as vezes as héteros também caiam nos meus encantos.

Mas tive uma longa conversa com ela sobre a loucura de se levar um estranho para dentro de casa.

Eu sei, eu sei. Uma ladra dando conselhos de segurança. Mas acreditem, existem infinitos tipos piores que eu por ai.

No fim a minha noite rendeu bem.

Eu ganhei um total de 800 dólares hoje, não era sempre que eu tinha essa sorte.

Pensei em pegar um taxi e ir para casa, mas o dia estava amanhecendo e decidi ir andando para aproveitar o nascer do sol.

Eu ia andando lentamente. Aproveitava os primeiros raios de sol na minha pele. Eles me aqueciam de uma maneira gostosa. Decidi parar em uma cafeteria para tomar meu café da manhã, depois eu iria para casa dormir.

Me sentei na cafeteria e pedi um café com um pedaço de torta.

Assim que me trouxeram, comecei a comer, percebi que estava faminta, também não era para menos. A Ana me deu uma canseira. Como havia dito, ela não estava bêbada então eu tive que cansá-la muito para me assegurar que poderia pegar o dinheiro e sair sem ser vista.

Quando acabei de comer, eu paguei e já ia saindo quando entra uma mulher com seu filho.

Dei passagem para eles, mas não consegui sair dali.

Fiquei em pé olhando eles.

Ela se sentou e ele ao lado dela. Era novo ainda. Não devia ter mais que12 anos.

Os dois pediram e logo começaram a conversar animadamente. Eles riam e falavam alegremente. A todo o momento ela o tocava. Ela alisava seu cabelo, acariciava suas mãos. O puxava para um abraço. Era sem dúvida uma mãe muito amorosa. Então de súbito ele falou.

– Te amo mãe.

E claro, como toda mãe normal no mundo, ela respondeu.

– Também te amo meu filho, você é minha vida.

Com as lágrimas caindo pelo meu rosto eu sai daquela cafeteria e corri para o lugar que no momento eu chamava de casa.

Também te amo meu filho

Também te amo meu filho

Também te amo meu filho

Também te amo meu filho

Também te amo meu filho

Uma frase tão simples, mas que significa tanto. E ela nunca pode dizer isso para mim.

Eu comecei a correr mais rápido e com raiva.

Não, a quem eu quero enganar. Ela nunca QUIS dizer isso para mim.



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