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História Whirling Crescendo - Camarote n 5


Escrita por: ShiVoodoo

Notas do Autor


Olá! Essa fic foi originalmente postada no nyah, porem agora estou pensando em postar simultaneamente por aqui tbm :3
Aos poucos estou colocando os capítulos, e espero conseguir escrever capítulos novos mais seguido.

Espero que gostem! <3

Capítulo 1 - Camarote n 5


Fanfic / Fanfiction Whirling Crescendo - Camarote n 5

A casa de ópera estava lotada, todos os ingressos esgotados em poucas horas. A garota podia ouvir o murmurinho lá de fora, e sentiu aquelas borboletas no estomago, aquele arrepio bom e empolgante.

 Após soltar seus longos cabelos azuis, Sona sentou-se no camarim, em frente ao grande espelho. Essa seria sua única apresentação da temporada em Noxus, então era realmente esperado casa cheia. Até mesmo o Grand General Jericho Swain, estaria presente. Alias, sua apresentação for, estranhamente, a requisitada pelo próprio.

Sona refletia e se preparava para o concerto enquanto penteava os cabelos, encarando-se no espelho. Ao ouvir uma batida na porta, se virou prontamente. Uma mulher alta, vestida com um traje de gala,e usando um penteado impecável para segurar seus fios loiros,entrou apressadamente. Trazia uma prancheta, e um óculos na ponta do nariz.

—10 minutos,Sona. Ainda não terminou com o cabelo?

Sorrindo, a garota balançou a cabeça em negativa. Apesar de ser um pouco rígida, Tirzah era uma excelente produtora/assistente/organizadora/porta-voz/secretária/empresária entre tantas outras coisas. Ela que resumidamente cuidava de todas as burocracias e detalhes de técnicos. Sona admitia que não entendia absolutamente nada sobre isso, então era grata em ter alguém de confiança para cuidar das partes chatas.

—Eu te ajudo, me dá essa escova.- Sem muita cerimônia, Tirzah pegou a escova da mão de Sona.- Por que você resolveu dispensar Nora mesmo? Agora está atrasada. Não acho uma boa atrasar um espetáculo em que o próprio Swain estará presente, ah não mesmo...Lembre-se que agora você é uma cidadã Demaciana, e bem ,você sabe como são todos esses Noxianos....- Ela abaixou o tom de voz – Ainda estou espantada que você foi convidada a tocar aqui.... imagina só, esses...esses... bárbaros ainda apreciam alguma arte além do massacre?

Isso também espantava um pouco Sona. Nunca imaginou um convite para se apresentar justo aqui,sabendo da imagem não muito positiva que Noxus tem. O império é uma máquina de guerra, e eles tem orgulho disso.

Ela tinha saudades de casa,cansada de tanto viajar. Depois de passar um bom tempo viajando por toda Valoran, Sona estava pronta para retornar para o lar, mas recebeu uma mensagem que o próprio Grand General de Noxus requisitava uma apresentação. O termo usado era mais como “convidava” mas todos sabiam que na real não haveria muita escolha. Guerras já aconteceram por muito menos, e talvez uma recusa de Sona ja bastasse para o general resolver acabar com a frágil tregua entre as nações. 

Aparentemente Swain era um amante das artes, e se interessou pelo talento da jovem artista. Sona ficou feliz em saber que apesar da cidade ser tão fortemente militar e rígida, ainda havia algum apreço pela musica.

Terminado o penteado, Sona se levantou e, depois de se olhar pela ultima vez no grande espelho, saiu em passos firmes até a porta. Passou de leve os dedos pelas cordas de Etwahl e sentiu uma leve vibração, uma resposta do instrumento ao seu toque. Com um gesto de sua mão, Etwahl flutuou e se manteve a frente da mestra. Era hora do espetáculo.

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No camarote central, a única iluminação que vinha era a que penetrava pela pequena abertura deixada na cortina de veludo. Jericho Swain se encontrava sentado na poltrona mais próxima da bancada, observando a movimentação na plateia e em outros camarotes vizinhos. Vez ou outra alguém o cumprimentava com acenos respeitosos, que ele retribuía brevemente. Continuou imóvel quando ouviu a porta se abrir e dois homens passarem por ela, sentando-se nas poltronas atrás.

-Senhor, está tudo de acordo. - Disse o homem que se sentou mais a direita do Grande General, aparentemente desconfortável com o traje de gala que estava vestindo e com a situação em geral.

 Ao perceber o aparente desconforto da Mão de Noxus, disse, com tom de divertimento da voz:

- É apenas um espetáculo músical, não um campo de batalha. Aproveite o show. Você também, Draven.

O que recebeu em troca foi um cuchicho de desdém da cadeira de trás. O carrasco se encontrava sentado confortavelmente, muito diferente do irmão mais velho. De traje formal, mas muito mais casual, com os botões do colarinho desabotoados e sem gravata, o terno aberto. Se sentava desleixadamente atrás dos outros dois, sem qualquer interesse na apresentação.

- Como é que eu vou aproveitar... isso.- Acenou com menosprezo para o palco, que se encontrava ainda com as cortinas fechadas.- E aliás, por que eu estou aqui mesmo?

-Porque é necessário. Acredite que eu não te requisitaria aqui se não fosse estritamente... necessário.- A última palavra saiu com um certo ódio,e  Darius se limitou a observar a platéia lá embaixo.

Aparentemente o concerto começaria em instantes. Swain abriu um pouco mais as cortinas, e o ambiente ficou mais iluminado. O murmurinho na plateia foi diminuindo a medida que as luzes diminuíam, e todas as luzes se focavam no palco.

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Sona estava no centro do palco, atrás das cortinas fechadas. Com seu longo vestido azul arrastando no chão,seu corset bem apertado com detalhes em dourado, e com os cabelos caindo em uma cascata azul e dourada nos ombros, ela parecia uma divindade. Banhada pela luz dos refletores, ela respirava fundo e se concentrava, sentindo uma corrente elétrica correndo pelos seus dedos, e percorrendo todo o corpo enquanto toca de leve nas cordas de Etwahl.

Olhou em frente quando as pesadas cortinas de veludo se abriram. O publico olhava atento e ansioso, em silêncio. Ela olhou por toda a extensão da opera. Sorriu. Casa realmente cheia, ela sentia gosto em tocar para tanta gente. Tentou identificar as pessoas no camarote, mas não conseguiu.

Com uma reverência leve, se endireitou e começou com os primeiros acordes. Uma musica suave e feliz que encantava sempre, até mesmo a pessoa mais amarga. Sentia a resposta do instrumento cada vez em mais forte, até sentir um arrepio que percorreu toda a espinha, elevando Sona alguns centímetros do chão. Suas longas madeixas seguiam o ritmo da musica, flutuando como se estivesses embaladas por uma correnteza gentil. A Mestra das Cordas ouviu suspiros de espanto e de surpresa da plateia, o que a fez sorrir mais ainda.

Seguiu todo o repertório, nunca se decepcionando com a resposta do público. Ouvia soluços e choros reprimidos nas musicas que tocavam nas piores feridas, mas também risos e bençãos nas melodias curativas.

Draven se endireitou na cadeira assim que viu a musa no palco. Haviam dito para ele que era alguma artista nova em ascensão, mas imaginava que “nova” se referia apenas a sua carreira. A garota era radiante, com uma aura espectral. Ela trajava um vestido longo que se embalava a cada nota, com um decote um pouco além do convencional. O corset apertado só enfatizava isso mais ainda.

As musicas de Sona causavam mais do que o habitual nas pessoas. Muito se especulava sobre, alguns diziam que era o misterioso instrumento que ela carregava desde pequena que lhe dava esse poder. Enquanto outros diziam que ela era uma bruxa que enfeitiçava e controlava os mortais. Mas uma coisa é certa, todos os que ouvem a jovem tocar uma nota sequer, se sentem mudados. Para bem ou para mau.

Naquele momento, Draven não sabia muito bem explicar o que estava sentido. Uma onda de calor e felicidade o invadiu, algo que nunca sentira antes, mas logo em seguida foi como se uma onda do mar o tivesse atingido, gelando-o até os ossos. Com um nó na garganta, não ousava olhar para os outros presentes na pequena sala; sabia que também estavam passando por essas sensações.

A garota era um só com Etwahl agora. Todas os acordes saiam como se fossem parte da alma dela, ela tocava com todo o seu ser. Sabendo que estava próximo da hora do gran finale, Sona se preparava para o ponto alto da noite. Até que um grito, estridente e cheio de pavor a tirou do transe. Ela desceu ao chão interrompendo o concerto, e olhou com os olhos estreitos para a plateia, procurando a origem do som.

Foi como se a plateia tivesse saído de um sono pesado. Alguns não sabiam exatamente o que estava acontecendo, enquanto a maioria estava ciente do grito, e também procurava de onde veio. De uma das entradas laterais, uma mulher havia entrado e agora corria em direção ao palco. Sona conseguiu ver que ela mancava, e segurava algo junto a barriga, com uma expressão de profunda dor. Ao chegar mais perto viu que o que ela segurava era o próprio abdômen, que estava ensanguentado, manchando todo o caro tapete.

Alguns metros a cima dela, Draven estava em estado de alerta passando os olhos pelas poltronas abaixo. Ao se virar para gritar com Darius, só viu o irmão saindo correndo pela porta, gritando ordens para os homens do Alto Comando que estavam no corredor. Então esse desgraçado sabia que algo ia acontecer? Swain permanecia intacto, mas agora também de pé observando as pessoas saírem correndo pelas portas laterais.

Apenas um aceno de cabeça para Draven foi o suficiente. Ele sabia que Darius já havia cuidado de tudo isso, mas parecia claro que ele não queria a compania de Draven ali. Deu uma ultima olhada para Sona que ainda estava parada no palco, confusa e sem entender o que estava acontecendo. Se virou e saiu apressado do camarote.



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