Breathe through our hearts
Until our bones melt
You melt into me
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A garota o encarava, o rosto rapidamente se tornando da mesma cor da presilha de morango que segurava sua franja platinada. Pela maneira em que estava vestida – uma simples blusa folgada, com um furo na costura do lado esquerdo, e um shorts de pijamas – parecia que Riven não esperava que ele aparecesse por lá. Isso, ou ela já se sentia bem a vontade para não se importar em atender a porta de pijamas.
Mas pelos olhos castanhos arregalados em sua direção, Darius acreditava que era a primeira opção.
– Você esqueceu que eu viria? - disse, cruzando os braços. A pergunta fez com que Riven acordasse, encolhendo-se um pouco atrás da porta entreaberta.
– Nunca! Quero dizer, não, não. Imagina. Estava te esperando...- puxava desajeitadamente a blusa, para tentar tapar as coxas expostas. A mentira estava estampada no seu rosto. Era óbvio que ela não acreditara quando ele aceitou o convite para um jantar. - Ah, entre por favor.
Riven deu um passo para atrás da porta, a puxando e abrindo caminho para ele entrar.
O apartamento não era nada do que ele já não imaginasse, uma sala pequena, uma porta que estava encoberta com uma delicada cortina, que ele imaginou que levasse a cozinha. Apenas mais outras 2 portas se encontravam no fundo da sala – possivelmente do quarto e do banheiro.
Apesar de simples – e pobre – era bem organizado, e nesse aspecto o general também não estava impressionado.
Riven tentava passar discretamente por ele, até a porta do quarto. Mas antes que ela chegasse lá, ele virou-se para ela, a avaliando dos pés a cabeça, por mais tempo do que ela gostaria:
– Não se preocupe, você está em casa. Vista-se como quiser. - Darius se sentou no sofá velho, e a olhou fixamente nos olhos. Ela mantinha o contato, mas conseguia ver a urgência que sentia em desviar o olhar.
– Ah, eu não acho que seja apropriado...
– Está ótimo. - Ele não sorria, mas Riven conseguiu ver uma diversão em seus olhos, e por um momento o amaldiçoou. Não era uma ordem, mas o tom da voz já bastava. Respirou fundo, buscando forças, e foi até a cozinha.
– Eu... ainda tenho que preparar o jantar. Se importa em esperar um pouquinho?
– Se importa se eu tirar um cochilo enquanto isso?
A soldada voltou até a porta, o olhando espantada. Ele já estava recostado, não totalmente deitado, mas ainda assim bem relaxado no sofá.
Sorrindo, ela respondeu ao voltar para a cozinha:
– Claro, fique a vontade.
Ouvindo pratos e outros utensílios sendo remexidos na cozinha, Darius observava o teto, tingido de laranja pela luz do pôr-do-sol que entrava pela janela aberta. Um ar mais fresco entrava em contraste com o ar abafado que fez durante o dia, e ele fechou os olhos .Como queria que o verão acabasse, detestava esse calor.
Quando se deu por conta, sentia o corpo pesado e ainda mais relaxado, por um fio de cair no sono. Não imaginou que realmente conseguiria dormir, mas se deixou levar e adormeceu.
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Acordou num susto, ouvindo um barulho alto. Se levantou, por um instante esquecendo onde estava. A sala estava na total escuridão ,já não restava nenhuma luz do sol para entrar pela janela, e a única fonte de luminosidade era por de trás da cortina da porta a sua frente. Quando parou no meio da sala, se lembrou da Riven na cozinha e foi até lá apressado.
A encontrou parada na frente de uma pequena mesa, o cômodo no completo caos. Estava amarrando um pedaço de pano em volta da mão, e dando um nó segurando uma ponta dele com a boca.
– O que ..? - Porém já imaginava que a origem do barulho tivesse algo a ver com todos aqueles cacos de vidro no chão.
– Eu não consigo cortar isso aqui!- Riven apontou para o vegetal,e o homem a encarou um pouco assustado.- Não dá!
– Um milho...?- a descrença era palpável na sua voz- O que exatamente você está fazendo..- antes de completar a frase, Riven soltou mais um xingamento, ao pisar em um caco de vidro.
–Eu apoiei ele assim – ela demonstrava enquanto falava – mas ele escorrega, acabou batendo nessa tigela, e quebrou tudo, OUCH. - pisara em mais um caco.
– Espera, não se mexe mais. - ao ver que Riven fez uma menção de andar mais um passo, ele repetiu com mais firmeza. - Não. Se mexe.
Andou até ela, sem sentir nada dos cacos através do solado da bota. Sem muito esforço , a levantou no colo.
– N-não precisava. - ela resmungou, segurando com mais força que o necessário na gola da camiseta preta que usava.
– Preciso que os pés da minha melhor soldada estejam intactos. Agora – a largou no sofá, e olhou em volta – precisamos limpar aquela bagunça antes de continuar.
– Hã... -ela olhou pra baixo, analisando os cortes nos pés. Eram pequenos, nada de grave. - Acho que não vai dar para continuar. A não ser que você tenha um milho por aí. Eu acabei, hm... espalhando todos eles pela cozinha.
Darius evitou rir, mas seu rosto lhe denunciava. Riven não estava achando tudo aquilo tão engraçado.
– Por que justo...? Tem tantas outras coisas mais fáceis para fazer.
Ela o encarou. Droga, ele realmente entendia disso. Emburrada e um pouco envergonhada, disse:
– É que aquele dia na sua casa, você fez um jantar tão bom e parecia tão difícil, e eu queria fazer algo parecido como agradecimento – Na verdade tudo era só uma forma de ter uma desculpa para te chamar aqui e tentar te impressionar. Era o que queria ter dito, mas não o fez. - Eu pedi ajuda para uma amiga e ela me passou umas receitas... mas eu realmente não entendo nada disso, por que cortar essa droga é tão difícil? Eu consigo cortar uma perna com mais facilidade.
Sentando-se ao lado dela, Darius riu, e se divertiu ainda mais com a cara que ela lhe deu em resposta.
– Se você tentar cortar como se fosse uma perna, realmente vai ter alguns problemas.
– Eu notei.
A garota suspirou, passando a mão pelo cabelo, desarmando o coque e o refazendo. Quando descobriu esse lado inesperado de Darius, ficou meio incrédula. Ele definitivamente não parecia o tipo de cara que cozinhava. Mas pelo visto ele realmente gostava disso, e parecia ser uma espécie de terapia. Aquele dia , o viu cozinhando tão bem quanto manejava um machado. Teve essa ideia patética de preparar algo, mas ela não sabia cozinhar basicamente nada.
– Desculpe, isso foi um fiasco. - disse ,sorrindo nervosa, sentindo os cortes na mão ardendo um pouco em contato com o elástico do cabelo. Desistiu de prendê-lo novamente, soltando as mechas brancas que caíram pelos ombros, brilhando com a luz fraca vindo da rua.
– Tudo bem. Quando eu aceitei o seu convite, não vim esperando um banquete.
Darius a olhava de uma maneira diferente, quase que admirado. Riven sentia seu rosto tão quente, mas ainda assim não iria desviar o olhar. Não queria demonstrar que era fraca, ou insegura. Não se deixaria intimidar apenas com isso.
– Tem alguma coisa na minha cara...? - Ela passou a mão no rosto e no cabelo, mas recebeu um não em resposta.
– Só que eu nunca tinha te visto com o cabelo solto antes.
Riven sempre tentava manter o cabelo em mais perfeita ordem possível, para não ter nenhuma reclamação. Se orgulhava da sua organização, e achava que seria algo que ela poderia ser notada ou elogiada.
– Fica mais bonita assim. - Darius completou, com um tom indiferente.
Sentindo o coração despencar, ela continuou o encarando, enquanto ele olhava distraído para a janela. Passaram-se alguns segundos que Riven com certeza não saberia dizer quantos exatamente, até que ele se levantou, e exclamou:
– Se era isso, estou de saída. Draven anda meio estranho, e tenho medo de deixar ele sozinho muito tempo.
– Ah, não, espera! - puxou a mão dele, ainda sentada no sofá. - Eu ainda tenho... a sobremesa que eu iria fazer.
– Não gosto de doces. - foi tão direto que a garota praticamente sentiu fisicamente o corte. Porém, ele continuou parado, e não tirou a sua mão da dela.
Riven bufou.
– Do que você gosta? Se você me disser, posso fazer o que você quiser.
Darius sorriu sombrio ao responder.
– O que eu quero, talvez não seja correto.
Riven foi poupada do trabalho de pensar em uma resposta, já que no instante seguinte sentiu os lábios de Darius no seu, seu corpo musculoso a pressionando contra o encosto gasto do sofá. Sedenta por a mais, o entrelaçou forte, sua língua procurando a dele, e logo a encontrou. O general a envolveu forte, sem deixar nenhuma escapatória para a garota.
Mas também não é como se Riven estivesse buscando alguma maneira de fugir, pelo contrário.
Não queria que aquele beijo acabasse nunca, não queria sentir nenhum outro cheiro além do daquela colônia que a entorpecia e não queria que nenhum outro homem a tocasse assim. Depois de alguns segundos em que ela se sentiu como se estivesse em outro plano,olhou frustrada para o general quando ele os separou do beijo, mas ainda os manteve juntos.
Porém , sorriu ao abrir os olhos e ver que Darius lhe olhava com um sorriso discreto, ao tirar alguns fios de cabelo prata que estavam por cima do rosto da garota. O puxou para mais perto, se é que isso era possível, e enterrou o rosto no seu pescoço, fechando os olhos e aproveitando cada segundo.
– Isso não me parece tão errado assim. - sentiu a vibração da risada no peito de Darius, apesar de não ouvi-la.
–E essas são as coisas mais perigosas.
Riven o puxou para outro beijo, mais longo. Deslizava as mãos por debaixo da camiseta dele, sentindo os músculos e uma ou outra cicatriz mais em relevo pelo seu tórax. Sem muita cerimônia, ele se ergueu, ainda ficando por cima de Riven que estava deitada. Puxou com certa violência a blusa folgada da garota, que levantou os braços para facilitar a ação. Em seguida deixou os braços caírem por cima da cabeça, o observando maliciosamente.
Sentia-se um pouco envergonhada pela exposição, e principalmente pela maneira como ele a olhava, sem parecer estar com muito pressa de desviar os olhos de seus seios. Ele a admirava por inteiro, antes de ir para os shorts e os remover, enquanto a outra mão massageava um dos peitos expostos. A garota arqueou o corpo, mordendo os lábios e reprimindo um gemido, quando ele passou a morder a carne.
Com um gesto rápido, o empurrou para longe, e recebeu um olhar indignado em troca. Mas ela o encarava com um sorriso, e foi sem sua direção puxando sua camiseta e a tirou e arremessou longe, prontamente procurando pelo zíper da sua calça na meia-luz.
– Não é justo só você se divertir,eu também quero.- Riven sussurrou, enquanto passava as mãos pelo seu abdômen bem-definido e lambia o peitoral de Darius. Nem sequer sabia como tinha coragem de agir assim, mas o desejo e vontade a deixavam meio fora de si. Tudo isso era o que sempre quis, desde a primeira vez que o viu no quartel.
No começo tentara afastar a ideia, tentando se convencer de que seria uma péssima ideia. Não era correto, e caso descobrissem, ela poderia perder tudo o que conquistara até agora. Isso sem falar no problema que poderia trazer para ele. Um general se envolver com uma subordinada não seria nada bem-visto, mas ali, agora, ela não poderia se importar menos.
Com os dois já totalmente nús, estremeceu e gemeu alto quando sentiu o toque de Darius na sua intimidade. Se encontrava totalmente entregue a ele, mas ainda assim querendo ter algum controle da situação. Ela segurava forte o cabelo negro do general, pressionando e pedindo por mais beijos. Quando achava que não conseguiria lutar mais contra e iria gozar, Darius retirou os dedos bem molhados de dentro dela. Ela suspirou frustrada, e fechou os olhos, se perguntando por que justo agora.
Sentiu o membro ereto roçar contra seu clitóris, cravou as unhas nas suas costas, para impedi-lo que se afastasse, erguendo seu quadril contra seu corpo, praticamente implorando. Chegando próximo ao ouvido dela, ele sussurrou rouco, e ela conseguia notar que também estava sendo difícil para ele se segurar.
– Você tem certeza?
Riven sabia que ele não estava falando apenas do sexo. Era muito além disso. Chegava a ser uma loucura o que os dois estavam fazendo, mas ela era uma adulta e precisava se responsabilizar pelos seus atos. Mesmo esses totalmente irresponsáveis.
Mas também, não era como se ela não tivesse pensado e repensado sobre isso nos últimos meses. Sabia que era impossível evitar o que aconteceria, mas iria assumir e se responsabilizar. Estava aceitando, de corpo e alma os riscos.
– Sim... por favor, sim. - gostaria de ter soado um pouco menos desesperada, mas fora sincera.
Sem conseguir se conter, arfou e gemeu gritando,ao sentir ser preenchida de uma única vez, o calor a consumindo, os grunhidos abafados de Darius a deixando louca, e o prazer a deixando fora de si.
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Em algum momento da noite, eles foram para o chão. Darius não se lembrava bem do por quê, mas se lembrava bem do momento. Acordou com a garota ,de cabelos da mesma cor da lua que os iluminava, alinhada em seu peito o abraçando forte como se tivesse medo de que ele fosse fugir. Tentou alcançar a calça ,em busca de cigarros, mas acabou acordando ela com o movimento.
– Você vai morrer com isso um dia. - ela resmungou, ainda de olhos fechados, mas Darius sentia o sorriso na sua fala.
– Falou a mulher que não tem mais o fígado à anos. - sentou-se no chão após vestir a parte de baixo, e se apoiou em uma das almofadas do sofá que caíra por ali, acendendo o cigarro. - Quer?
Ele ofereceu o tabaco a Riven, que o olhou desconfiada, enquanto se enrolava numa manta. Receiosa, aceitou a oferta e tragou fundo, se engasgando e tossindo,sentindo as lágrimas nos olhos.
– Isso é horrível! - achava que não conseguiria respirar nunca mais. Olhou espantada ao ouvir a gargalhada de Darius, que disse ,após a vez dele de tragar:
– Tem razão. É uma merda.
Riven sentou-se ao seu lado, apoiada na sofá. Se recostou nele, em frente a janela aberta, observando a fumaça subir, contra o céu negro e sem estrelas de Noxus.
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