Toronto (Canadá), 10 de Janeiro, Quinta-feira. – 2019.
POV SELENA MARIE GOMEZ
Eu realmente amo meu trabalho, mas tem dias que ele me estressa e não é pouco. Hoje eu fui liberada mais cedo, o que não impediu de coisas ruins acontecerem. Eu tenho 23 anos e sou formada à um ano como empresária. Sabe, é um trabalho legal e que sempre gostei, mas quando você é obrigada a ser agente de alguém estúpido por te dar ótimos retornos financeiros, não é nada legal. E essa pessoa constantemente faz parecer que você não é boa no que faz.
Pessoas passam e me olham, como se a minha raiva pudesse chegar nelas através dos meus olhos. Ou talvez seja a maneira como meus saltos estão fazendo um barulho alto pela forma que estou pisando forte no chão. Abro a bolsa e coloco meus óculos escuros, caso seja a primeira opção. Hoje, até o modelo que sempre me encara colado nas vidraças de lojas, postes e outdoors, me estressa. Afinal, por que ele tem que estar em tudo que é lugar? Realmente não é um dos meus melhores dias.
Enquanto caminhava em direção ao meu carro, sinto um corpo se chocar fortemente contra o meu, o que se não fosse minha ótima habilidade de andar de salto, eu teria caído. Não é um bom dia para esbarrarem em mim.
- Me desculpa. – diz o homem desesperado. – O que posso fazer por você? Uma foto? Seja rápida por favor.
- Quem é você? Por que eu iria querer uma foto com um estranho? – pergunto ríspida.
Então uma multidão de meninas jovens e histéricas aparecem ao longe, correndo em nossa direção. Algumas tropeçam, são deixadas para trás mas se levantam e continuam a corrida. Outras continuam correndo na frente das demais com um brilho nos olhos.
- Me ajuda, por favor. – disse enquanto segurava meu braço. – Preciso me esconder.
- O que? - disse ainda impressionada com a multidão atrás de nós.
- Esse aqui é o seu carro? - perguntou ele, olhando para o carro preto em nossa frente.
- Não sei. - ai meu Deus que resposta idiota, agora ele sabe que é o meu carro.
Ele me olha com uma cara de "sério?????"
- Eu te explico depois, por favor.
Resisto um pouco, mas vendo seu desespero resolvo aceitar, tomara que ele não seja um psicopata pronto para me matar.
- Ta bom. - digo e distranco o carro, ele da a volta rapidamente em direção ao banco de carona. Vejo a multidão se aproximando cada vez mais de nós.
- Vai! Vai! Vai! - diz ele que também via as garotas cada vez mais perto.
- Nós não estamos em um filme de ação. - digo enquanto giro a chave para dar partida.
Ele revira os olhos e me observa.
Giro a chave e o carro só faz barulho.
Ah não.
- Não é possível! - diz ele.
- Calma, agora vai. - digo tentando manter a calma diante da multidão.
Giro de novo, o carro faz o barulho e quando já vou desistir ele funciona.
- Graças a Deus! - exclama o cara ao meu lado, parece aliviado.
Saio então daquele local com algumas garotas já na frente do carro, dou a volta e dirijo sem saber para onde ir ainda.
- Obrigado? - digo para ele que ainda não tinha dito nada. Ele sorri.
- Valeu mesmo, você me salvou. - diz enquanto tira o óculos escuros que estava em seu rosto. Ele parecia aliviado.
- Você me parece familiar. - digo, eu já vi esse cara em algum lugar, só não sei onde. - Você é algum tipo de cantor?
Ele ri.
- Qual é a graça? - pergunto. - Ei, você está no meu carro. - digo ironicamente.
- Nada. - ele passa a mão em seus cabelos claros. - Para onde estamos indo?
- Minha casa. - afirmo.
- Mas assim? Sem nem me pagar um jantar antes? - diz e me observa.
- Era para onde eu estava indo. - digo rindo. - Algum problema?
- Não, eu peço para o meu amigo me pegar lá.
- Qual o seu nome? - pergunto. - Isso você pode me dizer?
Ele faz uma cara de pensativo.
- Justin. E o seu?
- Selena....Até o seu nome parece familiar.... - digo só para mim ouvir. - De qualquer jeito, estamos aqui. - digo e estaciono em frente ao prédio onde moro. Olho para o lado e o vejo olhando pelos vidros para todos os cantos da rua e começo a rir.
- Podemos descer senhor famoso? – pergunto.
- Vamos. – diz.
Abro a porta do carro e Justin faz o mesmo, então o vejo passar correndo por mim e adentrar o prédio.
- Calma, ninguém vai te reconhecer. – digo rindo. – Oi Mike. – cumprimento o porteiro.
- Senhorita Selena. – diz sorrindo.
- Você é bem conhecida aqui no prédio? – pergunta Justin.
- Na verdade não, mas Mike é legal, trabalha aqui a anos e sabe o nome de todo mundo. Quando eu e minha melhor amiga nos mudamos para cá, ele ficou 2 semanas perguntando nosso nome para poder gravar. Não o culpo, é muita gente, acho até legal esse interesse dele pelos moradores do prédio.
- Sua melhor amiga mora com você? – pergunta.
- Sim. – digo.
- Qual o nome dela? – lança outra pergunta enquanto entramos no elevador.
- Demetria. – respondo. – Nós chamamos ela de Demi.
- Nós quem?
- Estou quase me arrependendo de ter te salvado daquela multidão. – digo. – Entenda, não vou contar toda minha vida a um estranho.
- Mas trazê-lo na sua casa, tudo bem. – diz irônico enquanto saímos do elevador e eu reviro os olhos. – Esperta.
- Entra e fecha a boca – ordeno depois de abrir a porta. – Não tive um dia bom.
- Nossa, desculpa. – diz se atirando no sofá. – Pode me ver uma água?
- Claro. – digo revirando os olhos. Quem ele pensa que é?
Vou até a cozinha e encho um copo com água. Enquanto olhava a água caindo dentro do copo, passa pela minha mente imagens da cidade. Claro, como eu não percebi antes? Ele é o modelo super famoso que me acompanha todos os dias quando vou e volto do trabalho. Então uma ideia passa pela minha cabeça.
- Acho que você me deve um favor. – digo entregando o copo em sua mão. – Ficaremos quites se fizer isso por mim.
POV JUSTIN DREW BIEBER
- Bela foto. – digo com um quadrinho na mão. – Quem é?
- Nick. – responde. – Você prestou atenção no que eu disse?
- Ahh sim, sobre o favor. Então você descobriu quem sou eu. – digo colocando o quadro na mesinha á minha frente. Você quer dinheiro? – pergunto com a maior normalidade possível. É o que sempre querem de mim.
- Oi? – ela realmente parece estar ofendida. – Eu sou uma empresária, eu ganho um ótimo salário. Não preciso do seu dinheiro.
- Então você quer ser modelo? – pergunto.
- Admito que seria legal ganhar dinheiro só por ser bonita, mas não, não é o que eu quero. – diz.
- Está dizendo que me acha bonito? – pergunto irônico.
- Se não fosse não estamparia a porcaria da cidade inteira. – fala. – Agora deixa eu falar e para de tentar adivinhar.
Olho em volta e vou em direção ao seu quarto que estava com a porta aberta e me sento em sua cama, largo o copo em cima de um bidê e me deito enquanto Selena me segue. Seu quarto era da cor azul e tinha fotos por todos os cantos.
- Você não é nem um pouco folgado, né? - pergunta ela, me olhando incrédula.
- Só um pouco. - digo e a observo. - Continua o que você estava falando antes.
- Eu preciso do seu número de telefone. - diz ela.
- Só isso? Se você quer ir a um encontro comigo pode pedir aqui mesmo. - eu sei que ela não quis dizer isso.
- Não é nada disso! - e revira os olhos. - Eu sou nova na carreira, talvez eu precise de um favor seu no futuro.
- Então você quer me usar? - pergunto, fingindo estar aborrecido.
- Você consegue distorcer todas as palavras que eu digo, íncrivel! - ela ri e volta para sua sala.
Me levanto e pego o celular que estava no bolso de trás de sua calça.
- O que é isso? - pergunta ela, se virando imediatamente.
- Calma, não é o que parece. - rio com sua expressão. - Você não usa senha no celular? - digo enquanto vou aos contatos e digito meu número. - Não espalha meu número hein.
- Não é como se eu fosse uma dessas suas fãs malucas. Não ganharia nada com isso. - diz ela, convencida.
Devolvo seu celular e ela olha para ver se estava tudo certo.
- "Ídolo", sério? - pergunta me olhando com um certo deboche.
- Não precisa mentir para mim. - digo com um sorriso também debochado.
- Acredite no que quiser. - ela então se senta no sofá e eu faço o mesmo.
Enquanto ela retirava seus saltos e fazia uns barulhos de dor eu a observava. Ela não é nem um pouco feia, já trabalhei com modelos que não têm metade do que essa garota tem.
- Então você é empresária? - pergunto enquanto ela se espreguiça.
- Sim.
- Algum cliente grande?
- Estou trabalhando nisso, consegui algumas capas boas para um dos meus clientes mas não passa disso.
- Hm, o inicio é complicado. - digo, parece que foi ontem que eu estava tirando fotos para campanhas de supermercados. Meu celular começa a vibrar feito louco.
Claro que seriam mensagens de Scott, meu empresário que deve estar surtando.
- Não é importante? - pergunta ela que me observava.
- É o meu empresário, parece que já saiu em tudo que é lugar que eu estava na rua sem seguranças. Ele está surtando.
- Eu entendo como ele se sente. - diz Selena, que sorri.
Então alguém bate na porta e ela se levanta para atender.
- Ah, eu vim procurar o Justin. - diz uma voz conhecida minha.
Me levanto e vou até a porta. Vejo Selena parada em frente à ela, sem falar nada.
- Eu tô aqui cara. - digo e ela parece acordar.
- Você é louco cara! - Ele então entra no apartamento e me cumprimenta.
- Eu só queria sair sozinho alguma vez na vida. - digo e ele balança a cabeça.
- E ela? - pergunta Shawn, Selena nota e se senta próximo a nós.
- Ela me tirou da multidão. - digo a observando.
- Não é todo dia que um modelo super famoso me pede ajuda. - diz ela e sorri.
- Obrigado por ajudar esse maluco, ele não tem noção das coisas.
- Ei! Eu to aqui ainda. - digo e eles riem. - Bom, vamos embora? Scott está louco comigo.
- Vamos.
Nos dirigimos a saída e Selena nos acompanha.
- Pode ir na frente Shawn.
Ele assente e eu me viro para a garota atrás de mim.
- Meu deus! Ele trabalha com que? - pergunta ela, na hora que ia agradece-la.
- O que?
- Se ele não é modelo, não sei o que está esperando.
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