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História Who do you lie to? (Imagine Baekhyun) - Lembre-se pt.7


Escrita por: WOTTP

Notas do Autor


Tentei escrever esse cap umas 4 vezes, queria que ele fosse bom e que vocês pudessem realmente se sentir como a s/n. Espero que gostem!!
ps: gente passei na UFU!! Estou muito feliz!!
E eu gosto de usar partes de música para construir meus capítulos, nesse eu me inspirei bastante em Black Swan do nosso amado BTS e The 7th Sense do NCT U!!
Atenção !!
Os personagens que irão aparecer ao longo da Fic são maiores de idade e fictícios, não tendo relação nenhuma (somente aparência) com os idols na vida real, eles surgiram com base nas vozes da minha cabeça!! Se você tem alguma restrição a violência, conteúdos +18, por favor, não leia a fic.

Capítulo 15 - Lembre-se pt.7


Fanfic / Fanfiction Who do you lie to? (Imagine Baekhyun) - Lembre-se pt.7

6 meses atrás. 

Jungkook POV: 

Adentro o grande portão da escola, ainda é cedo e o céu apresenta os seus primeiros resquícios que irá receber o sol da manhã. Linhas sutis de azul se tingem, ainda em torno da clara lua, que insiste em permanecer com seus dias frios. 

Eu sinto muito (S/N), não queria fazer isso com você, mas você não me deu mais opções. Eu sinto muito mesmo. 

O motivador das minhas ações não é nada além do meu coração, essa justificativa não é plausível, mas eu estou sofrendo, não sei qual será as consequências dos meus atos mas não irei mais exitar.

(S/N) POV: 

Acordo assustada, a sensação de estar engasgando se prende na minha garganta, forçando uma tosse excessiva. Me sento aterrorizada, levo a mão ao meu peito, acompanhando os meus batimentos descompassados. 
 

Um pesadelo? 

Meu rosto está molhado, sinto lágrimas grossas insistirem em escorrer pela minha bochecha. 

Por que estou chorando tanto? 

A sensação de perigo me alarma, me persegue e se instala, tento inutilmente normalizar minha respiração, que custa em me faltar. Meus pulmões ardem, estou com medo. O gosto amargo embebeda minha boca fazendo meu cérebro procurar por uma sinal de que está tudo bem.

A imagem de Yugyeom se forma em meio aos meus pensamentos, a carícia que ele aplicava com a ponta dos dedos em torno do meu corpo se torna real, como se eu realmente estivesse sentindo-o agora. Volto a respirar normalmente. Sua cabeça deitada sobre a minha barriga, enquanto os meus dedos se envolviam em seu cabelo, num carinho viciante, os lençóis brancos cobrindo nossa nudez, tudo ontem foi perfeito. 

Sinto meus lábios formarem um sorriso espontâneo, está tudo bem. Eu estou bem, nós estamos bem.  Me recupero do estado deplorável que acordei. 

- Está tudo bem. - Tento repetir para mim mesma, mas sinto minha garganta arder em uma intensidade absurda. Estou doente? - Isso que dá ficar pelada no frio. - Rio ironicamente, ainda revivendo as memórias não tão distantes.

- E por que a senhorita ficou pelada no frio? - Perguntou Omma entrando no meu quarto parando na minha frente com a mão na cintura, me despertando dos meus pensamentos. Estou ferrada. - Não vai me responder?  

Tenho certeza que meus olhos estão arregalados de uma forma assustadora, enquanto observo a mulher a minha frente, que aperta os seus olhos fixos em mim, esperando por uma resposta.

- Aiggo Omma, primeiro, e o nosso combinado de bater na porta antes de entrar? Cadê minha privacidade? - Tento mudar o foco da conversa para ela relaxar. - E eu não quis dizer pelada tipo nua, e sim com pouca roupa de frio, doida. - Ri nervosamente jogando o meu ursinho nela.

Sua postura não muda, mas seu rosto aparenta relaxar, um pouco, sendo acompanhado por um suspiro grande de uma parte.

- Tem certeza? Sabe que pode confiar em mim para qualquer coisa não é? - Perguntou ao se sentar ao meu lado na cama, acariciando o meu rosto, sorri em resposta. - Agora vai se trocar mocinha, já está quase na hora, não vai querer irritar o seu pai hoje. 

- Appa? Ele volta hoje? - Perguntei com receio, na esperança de obter uma resposta que eu sei que não virá. 

- Sim amor, ele na verdade já voltou e você conhece ele, sabe que hoje é o seu pior dia por conta do estresse. - Disse beijando minha testa e saindo do quarto. 

- Aish.. - Balbuciei me jogando na cama de novo, Appa ficava extremamente insuportável quando volta das viagens do Japão. 

Forcei meu corpo a me levantar novamente, coçando minha testa, em claro sinal de estresse, como sempre faço involuntariamente, não posso me atrasar, ou vou ter que escutar reclamação o dia todo. 

- OMMA! CADÊ O MEU UNIFORME? - Gritei no alto das escadas, escorando no batente, procurando por ela, depois de alguns minutos.

- VÁ CUIDAR SUAS PRÓPRIAS ROUPAS, FOLGADA! - Seu grito ressoou por toda a casa, incomodando meus ouvidos sensíveis, por ter acabado de acordar.

- Aish, o que custava avisar antes. - Reclamei e fui procurar pelas peças.

Desci as escadas depois de pronta, correndo e tropeçando nos meus próprios pés, me deparando com Appa furioso na porta, com a sua pasta na mão e postura ameaçadora, o investimento não deve ter dado certo, para ele estar tão assustador.

- Me desculpe a demora. - Parei em sua frente fazendo uma reverência. 

Ele que insiste em me levar quando está em casa e ainda fica bravo comigo. 

- Mas que marca é essa no seu uniforme? - Seu olhar desceu por meu uniforme queimado pelo ferro a poucos minutos. - Sabe o preço dessa roupa que você estragou? - Seus gritos penetraram por meus ouvidos, queria tanto poder deixá-lo falando sozinho, mas mantenho a cabeça baixa. 

----- 

As ruas são as mesmas, as pessoas e o tempo. Congestionamento típico de Seul, semáforos, carros e motos. Tudo a mesma coisa, como sempre. Mas me sinto angustiada, o sentimento anterior não me abandona, as vezes me sinto sufocar, pode ser um delírio do meu subconsciente, mas não me sinto bem.

Observo o grande portão enferrujado, mas algo me incomoda. As árvores da entrada parecem normais, mas o farfalhar das folhas me incomodam, como se eu estivesse em um filme de terror, o vento que devia abraçar as plantas, reverbera por minha espinha, semelhante a um aviso, a uma péssima sensação. 

- (S/N)! - Gritou Lucas alegremente, saindo do carro. Observei ele dar um beijo em sua Omma antes de correr até a minha direção, ela me acenava feliz atrás dele. Abri um breve sorriso em resposta, inclinando a cabeça. 

- Bom dia..? - Ele falou me olhando de cima a baixo, tentando segurar o riso. - O que..? - Apontou para o meu uniforme com uma cara suspeita, enquanto sua risada escapava. 

- Minha Omma fez eu passar a roupa, acredita numa loucura dessas? - Ri ao adentrar com ele no colégio, mas esse simples ato prosaico me deu um arrepio descomunal, alguma coisa não está certa sobre hoje..

- Ela comeu algo estragado? Só um maluco para te deixar fazer qualquer coisa relacionada a casa. - Falou Lucas, me tirando dos meus pensamentos, havia me distraído novamente. -  Você será uma péssima esposa, tenho pena da sua mãe por ter que te apresentar. - Gargalhou, me obrigando a transferir um soco no seu braço. - Aish! Além de tudo vai sujeitar o esposo a violência doméstica. 

- Acho melhor você parar. - Estreitei os olhos para ele, ameaçando-o com o meu punho, que riu mais. - Mas falando sério, estou me sentindo estranha hoje, algo realmente está me incomodando. 

- Como o quê? 

- Eu não sei, só sinto essa sensação, estou até suando frio. - Passei minha mão no seu rosto, que deviou com nojo. 

- Aish! Para de ser porca! 

- Tão vadia.. - Sussurrou a menina ao passar pelo meu lado. 

Virei brevemente o meu rosto para ela, que ria, ainda tentando continuar minha conversa. 

- Eu acordei resfriada, já caí e queimei minha roup.. 

- Ainda quis seduzir nosso Yugyeom, como se ele fosse se importar com ela.. - Elas riram entre si e continuaram a andar. 

- O que foi isso? Elas estavam falando com a gente? - Perguntou Lucas sem dar importância, enquanto continuava a andar.

Elas falaram Yugyeom.. Eu não entendi errado. Entendi?
 

- (S/N)? - Lucas voltou e me segurou pelos ombros.

Não é possível, como elas sabem? E por que estão me xingando? 

 - Você está bem? 

Ele não contaria a ninguém o que aconteceu.. Ele não é assim.

- Está pálida, vamos a enfermaria. - Lucas tentava me puxar, mas o meu corpo estava pesado, como se a gravidade brincasse de me empurrar, cada vez mais, a cada segundo, me tornando pesada como uma âncora, me afundando na terra fisicamente, mas me afogando em meus pensamentos. - Vem.

Sinto minhas mãos tremerem e suarem mais. O que está acontecendo? É aquela sensação.. pressentimento, me acertando como um soco, turvando minha visão. 

- E-eu estou bem, vamos para o nosso armário. - Falei confusa, tentando me libertar desse sentimento, só pode ser paranoia.

- Tem certeza? - Perguntou acariciando o meu rosto com o polegar. Forcei um sorriso e fomos em direção ao grande pátio. 

Cochichos. Olhares. Risadas. Xingamentos. Tudo era dirigido para mim enquanto eu passava, meu uniforme está tão vergonhoso assim? Passei a mão pelo queimado tentando disfarçar.

- O que está acontecendo aqui? - Perguntou Lucas ao grupo de pessoas em frente aos armários, que riam e tiravam foto dele. Mas é impossível de se ver o que eles tanto olham, meu tamanho não ajuda e está muito tumultuado. 

Mas aqui não é onde fica o meu armário?.. 

Observei Lucas conversando com um de seus amigos, e o sorriso do seu rosto se desfez. O que está acontecendo? 

Meu amigo começou a se enfiar entre a multidão, abrindo espaço entre eles, me deixando para trás.

- Lucas? - Chamei, tentando alcançar ele. 

Todos os olhares se voltaram para mim, me sinto pequena, por que estão todos me olhando? Por que estão rindo? Por que eu virei o centro da multidão? 

À custo seguro a água que tenta transbordar pelos os meus olhos, balanço a cabeça tentando me despertar e caminho com dificuldade em direção ao meu amigo.

Um barulho insuportável atinge meu ouvido, me privando de escutar as conversas, os cochichos. Eu quero chorar, minha visão se embasa e sinto uma onda de tontura me atingir. Essa maldita sensação toma o meu corpo para si novamente, ela é atormentadora.

- Não, vamos embora. - Lucas se virou e cobriu a minha visão com o seu grande corpo, não me deixando olhar para o armário. Ele vira o meu corpo, me obrigando a andar para longe.

- Lucas? O que foi? - Tento respirar pela boca, o ar me falta. - O que está acontecendo? Me deixe ver! - Gritei empurrando o Lucas, mas ele me segurava pelos braços com mais força. - ANDA ME SOLTA! 

Empurrei o seu corpo com mais força que pretendia, passando por ele. Eu estou cega, não consigo entender o que está acontecendo. 

Puta. 

Vadia. 

Prostituta. 

As lágrimas transbordam incessantemente pelos os meus olhos, e eu nem sei o motivo de estar chorando, eu não sei o motivo dessas coisas estarem escritas aqui, só podem ter confundido o meu armário..

Essas palavras estavam riscadas no meu armário, ao lado da minha... 

Da minha calcinha. 

A calcinha que eu dei para ele ontem.

Para Yugyeom.

Yugyeom? 

Me deparo onde estou novamente, estou no meio da multidão que me cerca, me julga e martiriza. Por que todos estão me olhando? O meu coração dói, todos estão a minha volta, gigantes, distorcendo minha visão, me sinto pequena, sinto que estou sufocando, quero me esconder. 

 Ele está a poucos metros de mim, sorri animadoramente com os seus amigos, sem se preocupar em olhar a sua volta. 

Por favor Yugy, me salve desse inferno

Seu olhos, procuro pelos seus olhos, demonstram preocupação? Eu não consigo entender, dói e eu não consigo respirar. 

Seu olhar caiu em mim, mas logo me abandonaram olhando para as minhas costas e vendo a minha ''surpresa'' para ele exibida no armário. 

Seus olhos estão surpresos? Por que estão surpresos? 

- Yugy.. - Balbuciei, o chamando, eu estou perdida, esperando que ele segure a minha mão.  - Yugyeom! - As lágrimas despencam do meu rosto ao vê-lo ser puxado por Mino, sem reclamar, sem vir ao meu socorro, apenas indo embora, me deixando, sozinha. 

Sozinha, eu estou sozinha. Eu sequer consigo respirar, meu pulmões estão sufocados, estou sem forças. 

- Srta? Poderia nos acompanhar? - Uma grande sombra parou a minha frente, me forçando erguer o olhar para ele. O diretor e a vice diretora começaram a falar comigo, mas eu não consigo escutar o que estão dizendo, é como se eu estivesse surda, só escuto zumbidos. - O que vocês estão fazendo aqui.. Voltem todos para a sala! - Gritava o diretor, com os olhos banhados pelo desespero ao olhar as minhas costas, fazendo todos saírem cochichando. 

Eu estou caindo.

- Para a minha sala! -  Gritou para mim, mas eu não consigo mexer o meu corpo, ou respondê-lo. - AGORA! - Insistia.

O toque quente nos meus dedos me despertou, uma mão abraçava a minha, em uma carinho suave.

- Yugy?.. - Ergui a cabeça esperançosa. - Lucas.. 

- É melhor ver o que ele quer agora, eu estarei aqui te esperando, ok? - Ele sorria com os olhos. - Vai ficar tudo bem. 

Lucas se virou e começou a limpar o meu armário, guardando a minha peça intima na minha mochila, que ficou com ele. 

Movi o meu corpo em direção do diretor, mas não controlava os meus movimentos, é como se fosse um robô.

O corredor parecia eterno, eu caio mais fundo quanto mais tento escapar, estou surda, perplexa? 

Não consigo raciocinar o que estou fazendo, não escuto nossos próprios passos, estou sufocando. O meu coração está partido. O sentimento me crucifica, me tortura, a sensação de ser traída é imensa.

A minha sombra me persegue e zomba de mim.
 

Como teve coragem de acreditar nele, de esperar que ele mudasse e ficasse com você? Que te escolhesse ao invés dos amigos? Mesmo que ele não tenha realmente feito isso, ele foi complacente de novo, e ele sempre será assim. 

Desde o primeiro dia em que eu o vi, eu sabia exatamente quem ele era, sabia o tipo de pessoa com quem eu estava me envolvendo. Me prendi sozinha nesse castelo de areia, me fadei a isso. A ilusão de que só por que era eu, ia ser diferente, me dominou. 

Romantizei o fato dele me seguir  por todos os lugares, achei que ele queria estar comigo, mas era apenas uma obsessão doentia, um prêmio.. 

Agora posso ver isso interminavelmente, impregnado, forte. Eu sabia que era ele que me faria cair. 

- Por favor entre na sala. - Disse o diretor. 

A sala grande e fria abriu as suas portas, me convidando para entrar. Sinto meu corpo pesado e o meu coração cansado a medida que respiro. 

- Omma? Appa? - Olhei para o casal sentado em frente a grande mesa do diretor. Por que eles estão aqui? Minha Omma mantinha a cabeça baixa, ela havia chorado, Appa por outro lado, mantinha sua postura séria, me olhando com desdém. 

- Sente-se senhorita. - Me empurrou a vice diretora para a cadeira ao lados dos meus pais. 

- Então, nós chamamos vocês aqui por que recebemos uma denúncia de um colega de (S/N) preocupado com ela, ele não fez por mal, visava o seu bem, mas nós precisamos agir. - Começou o diretor. - Ele nos disse que a aluna está grávida por ter mantido relações sexuais com um aluno, e que ela foi na casa dele ontem. Como somos um colégio conservador, devemos  tomar as devidas medidas, pois não podemos deixar uma aluna tão jovem sem o devido acompanhamento na gestação. 

A respiração intensa do meu Appa era perceptível, eu não tenho palavras, não sei por onde começar a negar, não sei como provar ou como conquistar a confiança deles, eu só estou cansada, estou exausta, eu perdi o controle da minha vida. 

- Me desculpe diretor, mas como mãe, tenho que questionar isso, (S/N) nunca me escondeu nada e não seria agora que ela faria isso e.. 

- Calada! - Gritou Appa, assustando até o diretor, que se arrumou em sua cadeira, pigarreando.  - Isso é verdade? - Ele se virou para mim. 

Não consigo responder, por favor Appa, só me leve embora. Não tenho forças para isso, eu só quero me deitar.

- RESPONDA! - Gritou. 

- Por favor, não a pressione.. - Fala já em prantos Omma.

- N-não! - As palavras tentavam sair da minha garganta, estavam pressas, me engasgando no meu próprio erro. - Eu posso fazer o exame que vocês quiserem! Eu não estou grávida. 

O rosto de Omma se ergueu novamente, ela me olhava serena e sorria para mim. 

- Viu, eu falei que ela não mentiria. 

- Você foi na casa dele ontem? - Interrompeu o diretor, me olhando por cima do óculos. 

O que eu respondo? Não consigo mentir ou dar uma resposta digna. Por que ele não está sendo questionado também? Por que os pais dele não estão aqui?  

- Tentou ter relações com ele? - Insistiu o diretor. 

Estou afundando lentamente nesse estofado, como em um transe, tento lutar, mas é como se eu estivesse no fundo do oceano.

- Bom, acho que já sabemos o que está acontecendo. Sinto muito ter tomado o tempo de vocês, mas eduquem a sua filha corretamente, iremos relevar dessa vez por conta dela não estar grávida, mas queremos os exames comprovando e etiqueta de sua parte, podem sair agora. 

Omma e Appa fazem uma reverência demorada, enquanto Omma sussurra diversos pedidos de desculpas, se retirando da sala. Apenas os sigo, sem me pronunciar, sem tentar explicar ou me defender, como sempre faria, sinto que uma parte de mim acabou de morrer.

Mais fundo.

Appa anda furiosamente na frente, os nós entre os seus dedos parecem que vão se desfazer em torno de sua pasta, de tanto que ele pressiona-os. Para sair da escola, é preciso passar pelo pátio, onde ficam os armários..

Acho que estou indo mais fundo, nesse oceano que me esmaga.

Omma corre em sua direção a passos pequenos, tentando falar com Appa. Talvez ela saiba. 

Eu continuo perdendo o foco.

Seu grande e ameaçador corpo parou subitamente, seus olhos cintilam chamas puras de ódio, repúdio, enquanto lê as pichações que Lucas não conseguiu tirar.

Escuto os meus batimentos cardíacos pulsando em meus ouvidos. Eu não tenho escolha, por mais que esteja com medo, preciso continuar a andar. 

Meu rosto arde. Não sinto mais as minhas pernas, estou ajoelhada no chão, enquanto Omma grita e chora, tentando segurar Appa. Ele acabou de me bater? Sou atingida por mais um tapa, e todos me olham. 

Minha pele arde, deve estar vermelha, será que estou muito feia? O meu coração dói. 

- Levante a cabeça! - Gritou Appa. 

- Por favor querido, não rele mais nela! Bata em mim! Em mim! - Omma se jogou no chão se ajoelhando na minha frente, enquanto sua mão apertava o meu braço. 

Eu me odeio agora, eu odeio a forma como me sinto.

Ela está se humilhando, está sofrendo e chorando, por minha causa, a culpa é minha, eu sou a culpada de toda essa desgraça. 

Só me deixe cair, me deixe cair sozinha Omma, eu te imploro. Sinto-me fraca, como se estivesse perdendo a consciência.

Ele está aqui, Yugyeom. Sinto-o me olhar, mas ele não se aproxima, não me defende ou tenta explicar para o meu Appa, ele não faz nada. 

Sinto as mãos grandes de Appa arrastarem o meu braço, me fazendo andar até o carro, junto com sua esposa. 

- Eu não criei uma filha para ser uma prostituta! - Gritava enquanto dirigia. - Eu tenho desgosto, não.. desgosto não, eu tenho nojo de você! 

Minha respiração entrecortada me afunda.

Eu estou caindo mais profundamente.

- Por favor querido, não dirija, você está muito estressado, por favor pare o carro... 

- Você fique calada, a culpa dela ser assim hoje, é sua! Você não educou ela direito, você estragou a nossa filh.. 

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Seus olhos estão arregalados, minha pele está gélida, por que está tão frio? Ela grita coisas para mim que eu não consigo entender, seu corpo está virado para mim, e ela tenta segurar minha mão, mas eu não a escuto, estou com tanto sono.. Por que há tanto sangue nela? Por que Appa está com os olhos tão arregalados e não diz nada? Por que estamos de ponta cabeça? 
O que é este barulho? Por que ele me ensurdece? Estou com tanto sono, Omma não para de gritar, ela não me deixa dormir.. eu só quero dormir um pouco, estou cansada..

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- OMMA! - Me levanto da cama, gritando por ela. A última imagem que eu vi me aterroriza, arrepiando todos os pelos do meu corpo, tornando o frio na espinha mais intenso. 

Foi um pesadelo, não pode ser, foi um pesadelo.. 

- (S/N)! - Lucas corre na minha direção. Ele está horrível, com olheiras profundas e mal vestido, ele chora e me abraça, sem motivo algum. 

Por que estou com essa roupa? Onde estou?

- Você não sabe o susto que me deu, e-eu achei que ia te perder para sempre, eu não vivo sem você. - Seus braços me envolvem mais forte e ele chora. Suas pupilas dilatadas não se privam em transparecer o desespero que abriga em suas palavras.

- Lucas.. 

Seus olhos profundos encararam o meu, consigo enxergar sua dor genuína, mas não tenho tempo que cuidar de suas ferias que sangram.

- Lucas, cadê minha Omma? - Pergunto sentindo minha cabeça pesar, estou com sono de novo. 

- Ela.. ela não resistiu. - Ele abaixa os olhos e aperta mais minhas mãos. - Eu vou cuidar de você.. (S/N)?

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Neste mundo frio, eu estou fechando os meus olhos. Por que não consigo enxergar mais nada? 

Estou preenchida apenas pelo meu ego culposo e atrasado. Por que está tudo escuro novamente? 

O mesmo sonho, ele se repete, a culpa está em mim, eu estou andando em cima de uma escuridão profunda, que me domina e me molda. Não consigo respirar, dói, dói viver.. Eu perdi tudo, não posso voltar atrás. Eu estou com medo, eu sou patética. 
 


Notas Finais


Amanhã postarei um cap curto, com apenas alguns flash do pov do yugyeom, os remembers estão acabando, só mais 2 ou 3!
Perdão por qualquer erro!!


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