História Who Is In Control? - LOUNTOCHI - Capítulo Seis: "Dia de folga."

2020. Quarta-feira. 10:47 AM

Porra...

Foi a primeira coisa que Pedro pensou quando acordou, não acreditava no que via. Também podera, acordar na casa do seu chefe não lá uma das melhores coisas.

Quando Pedro percebeu onde estava, se levantou abruptamente, assustando a pessoa que estava ao seu lado.

Jean olhou irritado para Pedro. – Que porra, Pedro, qual teu problema?

– N-nada, desculpa, foi sem querer. – Pedro se desculpa, ainda alterado ele se levanta em busca de seu telefone. – Você viu meu celular?

Jean franze o cenho, enquanto coçava um dos olhos ele da um olhada pela sala. – Sei lá.

Pedro revira os olhos. – Inútil.

Jean ri. – Idiota. – Revida vendo Pedro sair da sala em direção a cozinha.

– Corno! – Orochi responde da cozinha.

Jean faz um som ofendido. – Só se tu me traiu! – Ele diz pondo uma mão no peito. Observando Pedro vir rindo da cozinha, sem o celular.

– Nem tem espaço pra outro chifre nessa sua cabeça. – Pedro ri.

Jean o olha irritado. – Idiota, te odeio.

Pedro se aproxima de Jean e bica seus lábios. – Também te amo.

Jean entrelaça os braços em volta do pescoço do moreno aprofundando o beijo. Os dois ficam aos beijos, até que Pedro apóia um dos braços no sofá esbarrando em uma almofada, encontrando acidentalmente seu celular sob ela.

Ele afasta os lábios do de Jean. – Encontrei.

Jean revira os olhos e bufa frustrado. Pedro se levanta afastando-se do namorado e caminha em direção a porta da casa de seu chefe. Se vira brevemente para se despedir de Jean.

– Tchau, seu arrombadinho. –

Pedro revira os olhos. Ele se vira saindo da casa. Ele sabia que estava aberta, porque sabia que Lucas saia todas as quartas, na verdade, Lucas sai quase todos os dias para fazer crossfit, mas as quartas eram os únicos dias que tinha certeza.

Por isso, não se preocupou do outro ouvi-los antes, não que se ele ouvisse teria algum problema, mas é que não seria muito ético, né? Mas não havia nada de errado, certo que a casa era dele, mas...

Espera aí.

"Por que caralhos eu to me explicando?" Pedro pensa confuso, ele ainda não entendia o porquê dele agir sempre dessa forma, tentando justificar seus atos, quando o assunto era Lucas. Ele não tinha que explicar de sua vida pessoal para Lucas, ele é apenas seu chefe, nada mais.

– Nada mais...

———

2020. Quarta-feira. 7:30 AM

O alarme do celular ecoava por todo quarto, mas apenas por alguns segundos, já que o dono dele o desligara.

Lucas nem precisava do celular para ter acordado. Acordara sozinho minutos atrás, não teve uma noite muito boa. Seu sono foi turbulento, o pouco que conseguiu dormi acabou por sonhar com Wellington, seu falecido namorado.

Seu assassinado namorado.

Mas Lucas não se deixou abalar com isso, afinal, era quarta! E ele teria o dia inteiro para cuidar de sí mesmo, e esvaziar a cabeça.

Se é que vocês me entendem...

O ruivo olhou algumas coisas no celular antes de finalmente se levantar. Espreguiçou-se gostosamente, ouvindo alguns estalos de sua coluna. Caminhou em passos lentos para o banheiro de seu quarto, tirando a samba-canção de gatinhos astronautas no caminho. Já nu entrou no box, ligando o chuveiro e deixando a água morna correr por sua cabeça, escorrendo por seus músculos dos ombros, até seus braços, então por seu abdômen malhado, até que passe por todo seu corpo.

Cof...cof...de deus grego.

Após o banho, Lucas faz sua higiene matinal. Voltando para seu quarto já pronto, veste sua roupas, uma blusa branca longa sem mangas, uma bermuda preta simples que usa nos treinos e por ultimo seu tênis. Luba se vira no espelho para conferir a roupa, por fim pegando um elástico em sua bancada para prender seu cabelos ruivos em um coque desleixado.

O ruivo sai do quarto indo em direção a cozinha. Fez apenas um café preto e torradas, comeria algo melhor depois de buscar suas gatas. Ao lembrar delas, Lucas olhou para as vasilhas de comida vazias no canto da cozinha, sentiu saudades. Havias as deixado com seus pais no domingo, pois ambas iriam ao petshop na segunda, e como seus pais eram bem apegados as duas, Luba não pode negar quando pediram que as deixassem lá, então as deixou com eles esses dias para as buscar hoje.

Terminando seu café, Lucas saiu da cozinha indo para saída da casa, mas não sem antes passar pela sala, encontrando Pedro e Jean dormindo no sofá.

Agarrados...

Um no outro...

Lucas se poupou de ter que aturar o estresse que sempre sentia ao ver os dois juntos, então apenas se virou e saiu da casa. Foi em passos largos até seu carro, entrando e logo dando a partida.

[…]

O caminho percorrido até a case de seus pais era de meia hora, quando Lucas parou seu carro em frente a casa, seu relógio marcava pouco mais de oito horas.

O ruivo não tardou para entrar na casa, usando sua copia da chave para abrir a porta. Já dentro da casa, vasculhou o corredor com o olhar.

– Mãe? Pai? Cheguei. – Anunciou adentrando a casa. Caminhou em passos largos pelo corredor em direção a sala.

Antes que ele entrasse na sala, uma voz o chama. – LUCAS? – grita a voz que Lucas percebeu ser de sua mãe.

Lucas rumou para onde o grito veio, chegando na cozinha. – Hey, mãe. – o ruivo cumprimenta ao ver a mulher encostada na pia. Com suas gatas roçando em seus pés.

– Oi, filho, bom dia. – a mulher cumprimenta.

Lucas se aproxima das gatas, que correm até ele. – Bom dia, mãe. O pai ta em casa?

– Não, foi ver sua vó, ela passou mal ontem.

– Oh, mas ela está bem? – Lucas pergunta com falsa preocupação.

– Sim, foi só um susto, mas sabe como seu pai é preocupado. – A mulher diz, se virando para encarar o filho que tinha as gatas no colo as acariciando.

Lucas apenas murmurou em resposta. – Unh, certo, eu preciso ir pro treino, depois eu passo aqui para levar as duas. – diz pondo as gatas no chão.

– Claro, filho, eu fiz seu café, coma antes de ir. – A mulher diz com um tom autoritário.

Luba revira os olhos. – Ta bom, Dona Carminha.

[…]

Lucas havia acabado de sair do treino de crossfit, até retirou a camisa por estar suado, não que o treino tivesse sido pesado, mas o sol hoje estava de matar. E convenhamos, Lucas não precisava de muito para mostrar ao mundo seu físico delicioso.

Cof...cof...físico bom, foi o que eu quis dizer...

O ruivo caminhava de volta para casa de seus pais, já que deixou seu carro la e preferiu vir andando para o treino. Lucas andava distraido, ouvindo musica, quando sentiu alguem lhe tocar o ombro antes que ele virasse uma esquina. Lucas se virou já levando uma mão a orelha para retirar o fone. Quando se virou deu de cara com seu "amigo", Thiago. – Calango? – fingiu surpresa.

– Hey, cara! Quanto tempo não te vejo! – Calango exclama alegre. – Tava malhando?

– Para, nem faz tanto tempo assim e, é, tava no crossfit. – Lucas diz animado.

– Vem cara, o Guaxi ta...– o loiro olha para trás, vendo o homem dito vindo em sua direção. – Olha ele vindo aí!

– Hey, gente! – Rafael, mais conhecido com Guaxinim ou guaxi por seus amigos, anuncia assim que chega perto de ambos.

Lucas sorri alegremente. – Ei, Guaxi! Faz tempo que a gente não se encontra.

– Eu disse! – Calango fala, fazendo Lucas e Rafael revirarem os olhos.

Eles ficam jogando conversa fora, até que Lucas olha em seu relógio e viu que já eram quase dez horas.

– Gente, foi bom ver vocês, mas eu tenho que ir. – Lucas diz.

– Ok. – Guaxi e Calango dizem ao mesmo tempo.

– Foi bom ver você, cara. – Thiago diz dando um tapinha no ombro de Lucas.

Rafael assente em concordância. – É, sabe, a gente precisa marcar uma festa, junta a rapaziada.

– É claro, a gente vê isso outra hora, agora eu realmente tenho que ir. – Lucas diz, fingindo pressa.

– Tchau. – Ambos se despendem. Lucas sorri e acena, já se virando e andando em passos rápidos.

Caminhou em passos rápidos para casa de seus pais, em alguns minutos se encontrou lá. Antes de entrar, se adiantou em pegar as caixas de transporte para as gatas no porta-malas de seu carro.

Adentrou a casa. – MÃE? VOLTEI! – anunciou sua chegada.

– NA SALA, LUCAS! – A mulher grita de volta.

Lucas então vai em direção ao cômodo rapidamente. – Ei, mãe, vim buscar a Misty e a Gala.

A mulher assente. – Ta, filha, mas você não quer ficar para o almoço?

Lucas sorri. – Não, mãe, mas obrigado, fica pra próxima.

– Então ta, Lucas.

Lucas ri da mulher. Mais um pouco de conversa fiada. Lucas finalmente pega suas gatas e ruma para sua casa. Eram exatamente dez e meia, quando Lucas entrou em seu carro e seguiu caminho para casa.

[…]

Um tempo depois, ele finalmente chegou, já iam dar onze horas quando saiu do seu carro. Andou em passos longos para sua casa. Abriu a porta e adentrou a residência, o local estava silencioso, o que surpreendeu Lucas, por achar que encontraria Jean reclamando de alguma coisa, ou só sendo escandaloso por natureza. Soltou sua gatas, deixando elas andarem soltas pela casa, foi até cozinha rapidamente deixando os potinhos com ração cheios.

Lucas suspirou cansado, começou a retirar sua bermuda, pronto para ir direto pro banho, mas assim que chegou na porta de seu quarto, ouviu batidas na porta. Ele até deixaria para Jean atender, mas quando passou pelo banheiro ouviu o barulho do chuveiro.

Suspirando irritado, ele dá meia volta indo em direção a porta de entrada. – Já vai! – ele gritou quando outras batidas foram ouvidas.

Ao chegar na porta, a abriu sem se importar de estar apenas de cueca. – Pedro?

———

– Nada mais... – Pedro diz meio distante.

Ele balança a cabeça para afastar os pensamentos sem sentido que teimavam em aparecer. Já havia andando por um tempo, e resolver chamar um carro para voltar para casa, mas assim pegou o celular do bolso percebeu que era o celular errado.

Havia pegado o celular de Jean em vez do seu. Se chamando de idiota mentalmente, ele dá meia volta para retornar a casa do seu chefe. Não estava tão longe, então não demorou para voltar. Mas quando chegou em frente a casa, viu que o carro de Lucas estava alí, o que significa que ele chegara. Por pouco eles se encontram, mas parece que esta contra Orochi, ou pelo menos ele acha que está.

Assim que Pedro bateu na porta, rezou mentalmente para que fosse Jean a atender. Não queria ver Lucas, por algum motivo, que ele mesmo desconhecia. Pena que o mundo não ouviu seu pedido, e assim que a porta se abriu, revelou Lucas...

Sem camisa...

Sem calça...

– Pedro? – Orochi ouviu Lucas chamar, mas ele estava muito ocupado vendo aquele corpo...

Ficou quente de repente...

Pedro olhou o corpo do ruivo dos pés a cabeça, até o membro do ruivo que não era muito bem escondido na cueca. Orochi sentiu seu rosto esquentar.

– Er..eu..anh.. – o moreno tentou dizer, mais não foi capaz de formular uma frase decente.

Lucas riu do nervosismo do outro. – Tira uma foto que dura mais. – provoca sorrindo sacana.

– O que!?

Lucas ri vendo o outro corar violentamente – To só brincando com você, mas eai, o que você quer?

– N-nada... Q-quer dizer, é que eu troquei o celular na hora de pegar, eu tava distraído e peguei o do Jean em vez do meu. – diz rapidamente.

Lucas assente. Ele estende a mão para pegar o celular de Jean. – Vou pegar o seu.

– Ok.

Lucas entra para procurar o celular de Orochi, o achando na mesinha de centro da sala, então ele volta para entregar ao dono. – Toma aqui.

– Obrigado. – Orochi agradece ainda envergonhado.

– Não por isso. – Lucas responde.

Ambos ficam se encarando por um tempo, quer dizer, Lucas encarando Pedro, e Pedro tentando não encarar o pau do ruivo, até que Lucas fala. – Você... quer mais alguma coisa?

– N-não, eu j-ja vou, obrigado d-de novo. – o moreno diz nervoso já se virando para sair.

– Tchau, Pedro. – Lucas diz vendo o outro se afastar.

– Tchau! – responde já longe.

Lucas volta para dentro da casa, sorrindo bobo. Ele estava voltando para o quarto, Jean aparece com uma toalha em mãos secando o cabelo.

– Tinha alguém aí? Quem era?

– Seu namorado.

Jean o olha confuso. – O Pedro? Que que ele queria?

– Trocar seu celulares, ele pegou o seu por engano. – Lucas entrega o celular para Jean, que o pega.

– Ah, é verdade.

– Ok, agora que você ta com seu celular, pede comida pra gente, e já paga a conta também. – O ruivo diz enquanto entrava para o quarto fechando a porta.

– Muito folgado você, hein! – Jean grita pro amigo, mas pega o celular entrando no app pra pedir comida.

– ANDA LOGO, JEAN! – Lucas grita do quarto.

– TA!

Jean sai rindo para sala.

[…]

Acabara de anoitecer, o céu de outrora azul claro, agora, se encontrava escuro, iluminado apenas pela Lua e diversas estrelas. A luz do luar atravessava as janelas da casa de Lucas, iluminando os cômodos apagados, ou se fundindo com a luz dos cantos acesos.

– To pensando em dar uma festa. – Lucas diz para Jean, que estava sentado no outro lado da sala.

Jean levanta o olhar do celular encarando Lucas. – Sério? Você nunca gostou de festas.

O ruivo revira os olhos. – Eu sei, mas acho que to precisando. Encontrei o calango e o guaxi mais cedo, sinto falta da galera, acho que seria legal reunir a galera.

– É concordo, seria legal, mas você já decidiu se vai dar mesmo?

Lucas assente. – Sim, nesse fim de semana, porém não sei se seria melhor a gente sair, ou dar uma fasta aqui e chamar um pessoal.

– Ah, bem, você que sabe, é até bom ser esse fim de semana, já que eu to indo na terça. – Jean diz, alegre que terá uma despedida com seus amigos.

Lucas finge surpresa. – Ah, é verdade? Eu tinha esquecido. – mente como se não tivesse contados os dias para que o outro fosse embora.

Jean sorri convencido. – É, eu sei que minha companhia é muito boa, mas eu não posso ficar aqui pra sempre.

– Claro. – debocha e revira os olhos pela milésima vez.

Jean volta a sua atenção para o próprio celular. Lucas sorri internamente, pois o que Jean nem sonhava em saber, era que o ruivo tinha um plano. O que de verdade Lucas queria com essa "festa" era dar um jeito de separar o Orochi do Jean.

Essa ideia de festa caiu como uma luva. Seu plano era chamar algumas pessoas que nenhum dos outro conheça, e fazer com que Jean fique com essa pessoa. Talvez não seja tão difícil, Jean é extremamente fraco para bebidas, só precisaria arrumar um jeito de deixa-los juntos e mostrar a Pedro.

Lucas sorri sombrio. "Aproveite enquanto pode Jean..."