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História Wicked Game - Livre-arbítrio


Escrita por: cecistydiax

Notas do Autor


boa leitura! :)

Capítulo 4 - Livre-arbítrio


Fanfic / Fanfiction Wicked Game - Livre-arbítrio

-- O que ele está fazendo aqui?

É Harry que pergunta.

-- Você pode perguntar diretamente pra mim.

Mitch surpreende Harry em responde-lo.

 – Eu estou aqui porque eu concordei em fazer o teste de paternidade, então... se eu estiver mentindo, vocês saberão.

Mitch olha para Alicia, que fulmina com o olhar desafiador dele.

-- E se eu estiver falando a verdade, bom, só quero comprovar mesmo.

-- Começa assim e depois começa a pedir dinheiro.

 Harry provoca, mas, Mitch ignora somente respirando fundo.

– Pai, isso é loucura.

-- Eu não vou discutir isso com hoje, Harry.

 William franze o cenho, incomodado com a marcação cerrada de seu filho.

– Eu sei qual é a sua preocupação e é a mais tola possível.

-- Harry, tenha calma – Lydia, ainda sentada, pede.

Mitch a olha e educadamente, dá um sorriso de canto, sendo recebido da mesma forma.

-- Mitch vai ficar para o almoço.

William informa, causando um desconforto maior no filho e na esposa.

 – Acredito que todos aqui sejam maduros pra isso.

-- Claro.

Alicia quebra seu silêncio, encarando Mitch.

Todos sentam-se a mesa, desfrutando de um silêncio constrangedor.

Os minutos se arrastam e diferente de todos, Alicia e Harry nem sequer tocam na comida servida para todos.

-- Você pode passar o molho, Harry? – Mitch dá um sorriso, provocando-o – Você está mais perto.

Ao lado do namorado, Lydia engole a vontade de sorrir.

-- Você é atrevido, Rapp.

Harry cerra os olhos.

-- Eu só pedi pelo molho, cometi algum pecado?

William se depara com uma das poucas pessoas que peitam Harry e não evita de achar graça da situação.

Usualmente, seu filho é respeitado, ninguém discorda dele e ver Mitch enfrenta-lo é a prova perfeita que eles são parecidos.

-- Só passe o molho, Harry.

 Lydia mexe a cabeça em negação.

Mesmo contrariado, o filho mais novo de William entrega a Mitch, que se serve.

-- Então – Alicia se ajeita na cadeira – Como está sua mãe?

Ouvir Alicia sequer mencionar Claire causa desconforto em Mitch, que diminui o seu mastigado.

-- Minha mãe... bom, ela tem leucemia.

A resposta direta dele surpreende a todos, principalmente a William.

-- O que? – Ele questiona, confuso.

-- Ela está em tratamento.

William desvia o olhar e qualquer pessoa na mesa percebe o quão abalado ele ficou com a notícia de Mitch.

-- Acredito que vocês precisam de dinheiro para o tratamento – Alicia alfineta maldosamente.

-- Na verdade, não.

Alicia entrega a Mitch o que ele desejava, somente uma brecha.

-- Aliás, eu vim devolver isso, sra. Stein.

Do seu bolso, Mitch retira o cheque e estende para Alicia, que sente seu corpo congelar com a atitude do rapaz.

Ciente do que a mãe fez, Harry é o único que não se surpreende.

-- Como assim? – William pergunta, encarando Mitch – O que é isso?

-- Um cheque que sua esposa me ofereceu ontem à noite para que eu não aparecesse mais.

Mitch responde olhando diretamente para Alicia.

 – Você... bom, vai receber ou não? Meu braço está cansando.

Brutalmente, Alicia pega o cheque em suas mãos. Seus olhos estão nervosos e sua respiração, ela tenta controla-la.

-- Você perdeu a cabeça, Alicia?!

William encara a mulher, que não se cansa de lançar um olhar de ódio para Mitch.

-- Você conta ou eu conto?

A pergunta de Mitch atrai o olhar de todos para ele.

-- Podemos tirar par ou ímpar.

-- Vá para o inferno – Alicia murmura – Vá para o inferno você e a Claire.

-- Alicia!

William a repreende verdadeiramente.

Mitch tira o celular de seu bolso e em cima da mesa, coloca a gravação feita por sua mãe.

“Eu era secretamente apaixonada pelo William e bom, tenho certeza que você é filho dele, porque eu vi o teste de gravidez dela no lixo e eu fui um ótimo diabinho no ombro dele, o fazendo enxergar de como eles não tinham futuro juntos enquanto Claire e Nicola se abraçavam calorosamente.”

As palavras ditas na gravação são as de Alicia admitindo o que fez com Claire e William e sob o olhar vitorioso de Mitch, a mulher treme ao ser exposta principalmente para Will.      

William reflete as palavras de Alicia ao mesmo tempo que escuta seu coração se partir em pedaços.

Ele sabe sua parte da culpa, sabe como foi fraco, mas agora ele vê o quão influenciado ele foi por Alicia para deixa-la.

Até então, Alicia nunca teve sentimentos por ele enquanto estava com Claire.

E agora, saber que a esposa estava ciente da gravidez de Claire revolta-o, pois a mesma tirou dele a vida toda de Mitch, do fruto de seu amor com Claire e toda uma vida que sonhou ao lado da mãe de seu filho.

Do outro lado, Harry sente-se indiferente com o que escuta e mostrando-se ser igual a Alicia, ele tem orgulho do ato de sua mãe.

Lydia está chocada com a tamanha maldade de sua sogra e lamenta pelo tremendo sofrimento que ela causou aos três.

Ao terminar, Mitch guarda seu celular.

-- Talvez agora você seja um pouco mais forte e menos influenciável, William.  

O que Mitch diz é como um soco no estômago do pai.

-- Eu estava mentindo, não quero um exame de paternidade. Confie em mim, depois de saber o que sua esposa fez, só me deu mais vontade de ficar longe de todos vocês.

William o olha e é como se tivesse uma corda no pescoço, ele simplesmente não consegue falar nada.

-- Com licença.

Mitch levanta-se da mesa principalmente sob o olhar de Lydia e por onde entrou, ele sai, deixando todos em um terrível silêncio e diante de uma bomba prestes a explodir.

-- Will...

Alicia toca a mão dele em cima da mesa, mas William retira como se acabasse de receber um choque elétrico.

-- Will, por favor – Ela sussurra e diante de seu esposo, os olhos dela estão marejados – Me deixe explicar!

-- Eu perdi a vida toda do meu filho, Alicia! Um filho que sempre sonhei em ter com a Claire!

William exclama, mas não há raiva em seu olhar e sim, decepção

-- Eu não armei aquilo, Will!

-- Pare de mentir!

William bate na mesa e urgentemente, ele se levanta e inquieto, começa a caminhar de um lado para o outro visivelmente perturbado com o que seu filho contou.

-- Ela esperou por mim, Alicia!

-- Não coloque a culpa em mim, William! – Alicia se defende – Você sabe de como você era inseguro!

-- Você não me disse da gravidez porque sabia que depois disso, nada no mundo me separaria da Claire, porque a gravidez só iria trazer segurança para mim e para ela, nós seríamos felizes!

William está um caco.

-- Ela pediu para eu ir até ela e quando eu estava prestes a fazer isso, para nos reconciliarmos como sempre fizemos, você me incentivou a ir até ela para vê-la com o Nicola, você montou todo aquele cenário!

-- Eu não me arrependo do que fiz.

Alicia transforma sua expressão, revelando sua segurança.

 – Eu estava apaixonada por você.

-- Apaixonada?!

William ri, incrédulo;

 – Se você realmente estivesse, você nunca teria feito uma maldade dessa comigo, com a Claire, com o Mitch!

-- Diga o que quiser, William.

Alicia se levanta.

 – Nós dois sabemos que você nunca seria suficiente para ela. 

Will trava, sentindo o baque das palavras tão duras e sinceras de Alicia.

-- Meu filho cresceu sem um pai.

Ele sussurra e nem sequer das lágrimas que seu marido derrama, ela se comove.

– Você me tirou dele.

-- Tirei?

Alicia cerra os olhos, provocando-o.

– Ou você que decidiu sair por si só? Quem garante que mesmo na gravidez dela você iria se assegurar, ainda diante da figura perfeita do Nicola?

William não consegue tirar a culpa de si mesmo e ele sente-se tolo por cobrar algo de Alicia. Ele sabe que a mesma contribuiu, mas é Will que se sente sujo pelo o que fez.

-- Sim, ele é seu filho biológico.

Alicia prossegue.

 – Eu vi o teste de gravidez dela no lixo.

-- Depois do que eu ouvi hoje, Alicia... eu finalmente tenho a liberdade de dizer o que venho me questionando todos os dias, que casar com você foi um erro.

O corpo de sua esposa vacila, sentindo William tocar em sua maior ferida e medo.

-- Eu desejaria falar que amo você, mas...  

William dá de ombros.

 – Eu não consigo, eu não posso amá-la quando o meu coração ainda pertence a Claire.

-- Ainda?

A voz de Alicia sai embargada e entristecida.

– Depois de todos esses anos?

-- Eu nunca a esqueci, Alicia, nem por um segundo.

Will comprime os lábios, sob o olhar de todos, admitindo sua maior verdade

– E eu não apago o que eu e você vivemos, você me ajudou muito e talvez foi por esse motivo que nos casamos... gratidão.

-- Você está cometendo um erro!

-- Não, não estou.

A saia justa, o clima pesado na mesa de jantar é tão profundo que o silêncio tem seu próprio peso sob eles.

-- Eu quero divórcio, Alicia.

William afirma com todas as palavras.

-- Você enlouqueceu, pai?!

Harry indaga.

-- Eu não vou ficar com alguém que mentiu pra mim, que usou de minhas falhas, que chantageou o meu filho para ir embora da minha vida quando tudo o que eu mais quero é conhece-lo.

William diz, ainda olhando para uma Alicia incrédula.

– Há muito tempo que não sou feliz com você e pra ser sincero, eu acho que nunca fui.

Calada, Lydia admira a bravura e coragem de William.

Ela sempre foi a única que observou a distância e diferente entre William e Claire e não se surpreende com a escolha dele, mas sim com a coragem, pois depois disso, tudo mudará e nem todos sabem lidar com mudanças drásticas.

-- Você pode ficar na casa de Santa Monica até o divórcio, mas eu não a quero mais aqui.

-- Pare!

-- Não torne isso difícil, Alicia.

Will pede delicadamente.

 – Você sabe que nunca existiu amor entre nós.

-- Da minha parte existe.

Ela murmura, aproximando-se do esposo

– Sempre existiu e você sabe disso!

-- Nós fomos um erro! Você não enxerga isso?!

-- Você que está cometendo um erro, William!

Em silêncio, a mãe de Harry se afasta e sobe a escada, deixando-os sozinhos.

-- Você acabou de fazer a pior escolha de sua vida, pai.

Harry murmura seriamente e ríspido, também sai da sala e vai atrás de Alicia.

A sós com William, Lydia reluta, mas, delicadamente levanta-se e caminha até seu sogro.

Gentilmente, ela toca o ombro de Will, que sente o toque da ruiva e o acolhe, sabendo o quão verdadeira Lydia é.

-- Você fez a escolha certa, William.

Ela sussurra e sob o olhar entristecido dela, Lydia não se esconde

– E eu acho que você deveria ir atrás do Mitch e lutar por ele.

As palavras de Lydia o encorajam, acendem nele mais uma vez a maior vontade que ele possui.

-- E se o senhor quiser que eu vá com você, seria um prazer em estar do seu lado nesse momento tão importante.

Will toca a mão de Lydia que está em seu ombro, admirando a bondade da ruiva.

-- O prazer será meu, Lydia.

-- Eu... eu posso abraça-lo?

Will sorri de canto.

-- Claro.

E de todos naquela casa, é sempre nos braços de sua nora que encontra verdade e carinho.

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San Diego, CA -- 1990

-- Mãe, eu vou no banheiro aos fundos, ok?

Claire, sentada ao lado de sua mãe, Olivia, no banco da igreja, avisa.

A adolescente levanta-se educadamente, distribuindo sorriso educados para os que observam a movimentação dela no meio do hino.

A igreja é tão pequena, no meio de um longo terreno de grama viva e árvores, mas dentro, até mesmo sem conforto nenhum, todos os fiéis se entregam nas palavras.

Claire abre a porta de madeira, seguindo para os fundos da igreja, mas para ao perceber um rapaz familiar fumar, a assustando em vários sentidos.

-- Aonde está seu respeito?! – Claire, indignada, ataca.

É William encostado na parede da igreja e com o cigarro na boca, ele dá um sorriso até mesmo malicioso e sarcástico.

-- Livre-arbítrio, não é o que Ele diz?

 Will dá uma tragada, expulsando a fumaça lentamente.

-- Sim, mas...

Claire se vê imediatamente nervosa pela petulância de William.

 – Não nos fundos de igreja!

-- Você é tão certinha, Claire Rapp.

William finalmente a olha, fitando a garota de franja.

 – Você não cansa?

Claire está sem palavras, sem entender tamanha propriedade na fala de rapaz com quem troca olhares.

-- O que... você, você não sabe nada de mim!

Claire não o olha.

 – Você não me conhece, William!

-- Eu com certeza consigo sentir o cheiro de longe de uma jovem de dezenove anos que nunca saiu da linha.

 Will termina seu cigarro, pisando nele.

Calmamente, ele se aproxima com um sorriso malicioso.

O rapaz é de fato charmoso. Os fios de seu cabelo são pretos, acima de seu ombro e seus olhos escuros são intrigantes.

-- Você não cansa?

Ele pergunta, fitando-a.

 – Eu tenho certeza que você poderia se divertir um pouco.

As palavras dele são convidativas e causa em Claire um certo desconforto, sensação essa que mascara a leve tentação que ela sente.

-- Você deveria ler a Bíblia.

Ela desconversa, arrancando dele uma risada baixa.

– E procurar uma cura para o seu vício.

-- Vício?

 Will franze o cenho.

 – Não se preocupe, só fumo porque sei que fico extremamente irresistível.

Ele brinca e assim, deixa Claire para trás.

É como se William fosse embora e levasse com ela seus pensamentos e seu oxigênio, na qual ela ainda reflete o tamanho mistério que William exala.

E fitando o cigarro amassado no chão, a imagem de Will fumando retorna e ao lembrar, Claire percebe que ele tem razão, William fica extremamente irresistível fumando.

Mergulhada em seus pensamentos, Claire observa pela janela de sua cozinha, Mitch chegar depois da pequena visita a Los Angeles.

Do lado de fora, com sua mochila, Mitch percebe a mãe e sorri.

É um sorriso de alívio por estar em casa, por ter diante seus olhos, a única pessoa que ele ama e precisa.

Claire caminha até a porta enquanto ele entra e assim que o encontra, é nos braços de seu filho que Claire encontra sua paz e segurança.

Depois da revelação de Alicia, a tristeza e a confusão foi sua maior companhia e com seu filho, Claire quer se confortar.

Os olhos de Mitch se fecham, saboreando o abraço de sua mãe.

-- Como foi o caminho de volta?

Claire pergunta, afastando-se do abraço.         

-- Tudo tranquilo.

 Mitch abraça sua mãe de lado e caminhando com ela, coloca sua mochila no chão.

Dentro da cozinha, o silêncio é somente um pretexto para a conversa que eles precisarão ter.

-- Você se sentiu bem hoje? A Meredith veio?

Mitch pergunta, encostado na pia da cozinha, enquanto Claire está sentada.

-- Eu estou bem, Mitch.

Claire responde levemente chateada.

 – Você sabe que aquilo foi só na primeira sessão de quimioterapia.

-- Você não precisa ficar chateada quando eu perguntar.

Mitch dá de ombros.

 – Você sabe que eu me preocupo.

-- Eu já passei por coisa demais nessa vida para me entregar a uma doença.

As palavras de Claire saem mais significativas do que ela esperava e ao ouvir, Mitch sabe que é o momento.

-- Eu... eu devolvi o cheque.

Mitch massageia a testa.

 – Eu contei tudo para ele, eu mostrei a gravação.

-- E como ele reagiu?

-- Ele parecia chocado.

O seu filho responde.

 – Eu não sei o que ele fez depois que fui embora.

   Claire desvia o olhar.

-- Você já sabia que eles eram casados, não é?

Mitch puxa uma cadeira para sentar-se, fazendo-o

– Você nunca desconfiou?

-- Eu não sei como foi o início do relacionamento deles, eu os vi pela primeira vez em uma coluna do jornal quando eles anunciaram a gravidez do Harry.

 -- Garoto insuportável, aliás.

 Mitch ergue as sobrancelhas.

 – Não sei como ele tem uma namorada tão incrível quando ele é como uma grande bola de radiação.

 Claire não evita de sorrir.

 -- Ele pegou no seu pé?

 -- E eu não sei como não soquei ele – Mitch respira fundo – Insuportável.

Mãe e filho compartilham de um breve silêncio e sob o olhar de Mitch, Claire reluta para dar voz a seus questionamentos.

-- Como... como você acha que vai ser a partir de agora?

A pergunta de Claire o deixa levemente nervoso.

-- Eu não sei.

 Mitch encara a madeira escura da mesa.

 – Eu não sei se posso lidar com tudo isso, mãe, você sabe que tudo mudaria.

-- William foi fraco, Mitch.

Claire é sincera, atraindo o olhar de seu filho.

– E talvez esse seja um dos maiores pesos que ele carrega.

Delicadamente, Claire toca a mão de Mitch.

-- Todo mundo merece uma segunda chance.

Mitch assente com a cabeça, guardando o conselho de sua mãe enquanto observa suas mãos unidas.

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2 dias depois

Lydia teve que mentir para Harry que teria uma aula extra no campus da universidade da Califórnia, que fica justamente em San Diego, para ir com seu sogro visitar Mitch.

Depois do acontecimento na cobertura dos Stein, a cada vez que o nome de Mitch é mencionado, o surto de Harry é capaz de destruir o prédio inteiro, alegando que ele destruiu sua família.

Alicia foi embora para Santa Monica e desde então, tudo o que soube de Harry foi que a mulher está devastada.

Mas, ao lado de William a caminho de San Diego, Lydia não consegue pensar em nada disso. Ela está nervosa, ansiosa por um motivo que ela nem sequer sabe o porquê.

A ruiva acha incrível participar dessa mudança na vida de William e já que Harry não quer ajudar seu pai por causa de seu egoísmo, Lydia tomou as rédeas de estar ao lado de Will.

-- Eu nascei em San Diego, sabia?

William puxa assunto com a nora.

-- Sério?

Lydia franze o cenho, surpresa.

 – Jurava que você tinha nascido em Los Angeles mesmo.

-- Eu odeio esse lugar, pra ser sincero – Will a surpreende mais ainda – Por mim, eu tinha ficado em San Diego, mas Alicia insistiu em morar lá.

-- Vocês se casaram depois que ela engravidou, não foi?

-- Depois de Claire, ela sempre foi uma amiga.

Ele relembra, atento no trânsito.

 – Eu estava mal, mas Alicia me ajudou e pra ser sincero, eu pensava que ela tinha feito isso de coração.

-- Eu acho que ela fez.

Lydia dá sua opinião.

– Quero dizer, ela definitivamente foi por um caminho extremamente errado, mas é visível o amor dela pelo senhor.

William compreende as palavras de Lydia, a olhando sutilmente.

-- Na primeira vez que nos beijamos, acabamos passando a noite juntos e duas semanas depois ela me disse que estava grávida do Harry.

Will conta.

– Eu pensei, bom... essa é a minha chance de seguir em frente.

Lydia percebe eles passarem pela placa de entrada de San Diego.

-- Você está nervoso? – Lydia pergunta.

Com as mãos no volante, William respira fundo.

-- Fazem quase trinta anos que não a vejo.

Will murmura e dar vida a uma verdade tão dolorida faz sua garganta fechar

– Todos esses anos e nunca parei de pensar nela e agora vê-la, bom... eu sinto como se fosse jovem novamente.

Lydia sorri de canto, admirada. Mesmo depois de tanto tempo, tantos anos é perceptível um brilho no olhar de William e diante disso, a ruiva se indaga.

Será que eu vou amar alguém assim? Com esse mesmo brilho no olhar?

Mas esse pensamento a assusta. Afinal de contas, ela tem Harry.

William acelera o carro, seguindo para o endereço em que conseguiu com a ajuda com o pessoal do T.I de sua empresa.

Após dez minutos, William estaciona o carro lentamente na frente da casa de Claire, deparando-se ao lado da nora com uma casa extremamente adorável.

A cor é um marrom claro, com as portas e janelas escuras e no jardim de frente que se destaca uma belíssima árvore. Em frente a porta da garagem, um carro.

Ainda com as mãos no volante, William as sente soar descontroladamente e seu coração acelera quanto um carro em uma pista de corrida.

Ao seu lado, Lydia o olha, percebendo a expressão ansiosa do sogro.

Delicadamente, ela toca o ombro de Will.

-- Vamos?

A convite dela é até mesmo encorajador e quando a olha, William assente com a cabeça ainda nervoso.

Cada detalhe passa-se em câmera lenta, de desligar o carro, tirar a chave da ignição, descer do carro, travá-lo, até subir na calçada de Claire. Mas é para William que essa sensação é presente.

Na entrada, Lydia passa seus olhos pela casa.           

-- É linda, William – Ela sussurra.

O silêncio dele atrai a atenção dela e ao olhá-lo, William está parado.

-- Eu... eu não sei se consigo fazer isso, Lydia.

O seu sogro murmura, envergonhado de seu nervosismo

– Eu, eu errei com ela, eu errei com o meu filho.

Lydia sorri fechado, lamentando a situação de William e ao voltar-se para ele, Lydia segura as mãos suadas de seu sogro e fitando os olhos escuros dele, a ruiva o encoraja.

-- Essa é a sua chance de fazer dar certo, William – Ela sussurra – É sua chance de ser feliz.

Os olhos de William estão marejados, emocionados tanto por estar ali, tanto pelo ombro amigo de Lydia.

A ruiva poderia ignorá-lo, não querer se meter nessa história, mas Lydia é tão pura, tão bondosa e gentil que ela não pensou duas vezes antes de ajuda-lo e ser uma companheira nessa situação.

Ele assente com a cabeça e quando ela dá o espaço, William descongela seus pés e caminha, passando pelo pequeno jardim e subindo os pequenos degraus que levam até a porta.

Atrás dele, ainda sem subir a escada, Lydia observa.

Ao lado, a campainha e assim que a aperta, William é dominado por uma ansiedade que o estremece.

Os segundos até a porta ser aberta permite a William tantos pensamentos que ele não sabe lidar com nenhum deles. Ele simplesmente não consegue.

E quando os segundos se quebram e a porta é aberta, mesmo sabendo que é reencontrá-la que o deixa nervoso, com o coração acelerado, é nos olhos de Claire que ele encontra a calma e a enorme sensação que não existe nada além dele e ela nesse grandioso mundo.


Notas Finais


SURTANDOOOO! will e claire tudo pra mim demais!!!!
até o próximo! sz


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