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História Wicked Game - Sacrifice.


Escrita por: Minke-

Notas do Autor


Olha só quem ressurgiu das cinzas kkk eu mesma.
Sentiram a minha falta? Espero que sim porque eu morri de sdds de vocês.

Eu demorei todos esses séculos porque infelizmente não consigo escrever capitulos inteiros pelo celular (Se no pc já erro tudo, no celular é pior ainda) e então para ferrar com o meu psicologico, antes das festas de natal e ano novo o meu pc deu pau e eu precisei levar ele pro concerto. O concerto me devolveu um tempo depois mas o pc continuou ruim e eu passei todo esse tempo esperando o problema dele ser resolvido para eu finalmente voltar a escrever e postar aqui.

Por falar em festas de fim de ano, Feliz Natal e Ano novo atrasado pra vocês, espero que tenha sido maravilhoso e que voces tenham se divertido muito.

Agora fiquem com mais esse capitulo e até logo.

Playlist Oficial da Fanfic: https://open.spotify.com/playlist/1fbNE67XQWBVZzV0u1UwsX

Capítulo 26 - Sacrifice.


Fanfic / Fanfiction Wicked Game - Sacrifice.

Jessica-

 

O caminhão escuro e abafado sacolejava sem parar me deixando enjoada enquanto os guardas dirigiam até a penitenciária. A nossa viagem não demorou muito mas foi o bastante para me deixar mais estressada do que eu estava antes. Logo eu já estava sendo posta dentro de uma das caixas grandes do caminhão para ser transportada para dentro do local combinado sem que se dessem conta da minha presença. Com minhas pernas encolhidas na altura dos seios e o queixo apoiado sobre os joelhos, meu coração pulsava forte, inquieto dentro de mim. Eu me sentia cada vez mais claustrofóbica e sem saída ao passo que meu corpo era empurrado em um carrinho de transporte. 

No caminho eu pude ouvir várias vozes diferentes, risadas altas e até xingamentos provavelmente das outras presas, aquilo significava que eu estava cada vez mais perto dela. Chequei meu celular uma última vez para ter certeza de que ele não tocaria enquanto eu estivesse escondida e achei uma mensagem recente de Taeyeon. “Vai dar tudo certo, não se preocupe.” Respirei fundo tentando acreditar nas palavras da minha prima e me manter calma.

Quando a caixa parou de se mover comigo dentro dela, senti um arrepio súbito subir a minha espinha e o suor descer por minhas costas. Atrás de mim eu só pude ouvir o barulho abafado de uma porta pesada se fechando e nada mais que isso. Nenhuma voz, ninguém que pudesse me dizer se eu deveria continuar quieta e escondida ou se eu já poderia sair daqui. Já estava começando a entrar em pânico com todo aquele silêncio até que ouvi alguns passos vindo na minha direção. Não pude deixar de tremer, sentia como se tudo tivesse dado errado e agora eu seria descoberta por alguém que não deveria me ver.

 

Os passos estavam mais próximos e a caixa estava sendo aberta. Fechei os olhos por instinto e medo e me encolhi o máximo que pude como se isso pudesse me proteger de algo.

—Parece que o meu pacote chegou. - Foi só o que eu ouvi antes de ser puxada para fora da caixa. Ao ficar de pé e abrir os olhos encontrei os dela e nunca senti tanto alívio na vida. —Nossa, você está pálida.

—Olha pelo o que você me faz passar não é, Kwon Yuri?! - Respondi irritada apontando para a caixa. Ainda podia sentir minhas mãos úmidas e tremendo. Ela sorriu um pouco triste e segurou minhas mãos tentando fazer com que eu parasse de tremer tanto e me acalmasse.

—Me desculpe por isso, foi o único jeito que nós achamos. - Falou.

—Eu sei, eu sei… agora estou aqui, como você queria e é isso o que importa. - Ela acenou com a cabeça e me conduziu até uma mesa ali perto, nos sentamos frente a frente antes que ela começasse a dizer o real motivo de eu estar aqui.

—Eu precisava te ver… esses dias foram difíceis e a minha cabeça está uma bagunça, Jessica. - Suspirei imaginando o quanto ela estava aflita com tudo isso e o quanto deve ter sido realmente difícil estar aqui todo esse tempo sozinha.

—Seus advogados acham que você vai se declarar culpada amanhã. É por isso que me chamou aqui, Yuri? Para me dizer que vai desistir de si mesma? - Perguntei enfática. 

Eu estava realmente irritada com o fato dela sequer pensar nisso. Ela pareceu surpresa por eu já saber do que essa visita toda se tratava e então logo depois sua expressão mudou e ela se mostrou irritada comigo. Eu já sabia que uma discussão viria, afinal ela era Kwon Yuri e eu Jessica Jung. 

—Eles não sabem de nada! E porque está tão chateada com essa possibilidade? Eu apenas estou tentando te proteger e te deixar longe desse inferno. - Falou fechando os punhos, sua respiração pesada podia ser ouvida perfeitamente.

—Eu não te pedi para me proteger Yuri! Pelo amor de Deus, eu quero você fora daqui. - Bati a mão sobre a mesa fazendo um barulho um tanto alto que ecoou pelo refeitório vazio. Sem se preocupar se alguém poderia ter ouvido, Yuri se mostrou confusa com o que eu disse.

—Por que me quer fora daqui? Eu sou louca, lembra? Te perseguia e planejava a morte da sua prima.. Eu não sou boa, Jessica. E se eu sair, você pode ser posta no meu lugar. - Disse ela me fazendo pensar sobre isso.

—Eu não me importo se isso acontecer, vou estar pagando pelos os meus erros. É justo.

—Mas eu me importo, Jessica. Não vou conseguir te ver num lugar como esse, você não tem ideia de como é horrível estar aqui. Você não merece isso. 

Senti meus olhos marejarem com suas palavras. É claro que eu merecia, eu tentei matar uma pessoa. Mesmo que no fundo eu soubesse que não teria coragem o suficiente para apertar aquele gatilho, no fim eu apertei e acabei quase destruindo uma vida.

—Sabe que eu mereço… - Sussurrei sem coragem de olhar em seus olhos. 

Yuri se debruçou sobre a mesa de alumínio à nossa frente e levou seus dedos até meu queixo o puxando delicadamente me fazendo arrepiar com seu toque e encarar seus olhos negros. Naquela pequena troca de olhares seu rosto já estava a poucos centímetros do meu e sua respiração quente arrepiava a minha pele em resposta. 

—Você merece tudo, Jessica. Tudo menos isso. - Sussurrou enquanto seus olhos me fitavam com tanta ternura que eu poderia ficar ali apenas a encarando de volta por horas.  

—Não tente me convencer desse jeito. Eu sei o que eu fiz e sei o meu lugar. - Me afastei dela antes que pudesse me perder em seu olhar. Me beijar ou mostrar carinho comigo não me faria pensar de outra forma. Yuri ficou decepcionada com a ação e voltou a sentar. 

—Ok, eu não vou ficar aqui discutindo com você sobre o que você merece ou não. Não foi pra isso que pedi que vinhesse. - Falou.

—Que bom que pensa assim porque seria uma perda de tempo, sabe que eu sempre ganho uma discussão. - Falei fazendo ela rir e senti meu coração um pouco mais calmo que antes.

Yuri moveu sua mão em direção a minha acariciando a mesma devagar enquanto seus olhos negros fitavam os meus. Não pude deixar de me arrepiar ao ser tão observada daquele jeito e me senti envergonhada. Ela sorriu percebendo que minhas bochechas ficaram coradas e beijou minha mão.

—Sabe… eu pensei muito sobre o julgamento, muito sobre o que eu faria. No começo foi fácil, eu contratei advogados e tinha convicção de que sairia daqui logo, mas aí você começou a vir me ver e eu me vi cada vez mais apaixonada por você, se é que isso é possível.. Agora a ideia de sair daqui me assusta, Jessica. A ideia de eu ter que vir até aqui te visitar, a ideia de te ver em um macacão laranja sendo obrigada a fazer coisas que você nunca imaginou fazer… me desculpe, mas eu não posso deixar que isso aconteça. - Seus olhos ainda encaravam os meus e sua mão apertava a minha levemente, ela estava com medo.

—Você não precisa se preocupar comigo, Yuri. Vai dar tudo certo. Eu não cheguei a me confessar para a Choi, não contei os detalhes, Taeyeon não deixou. Só o que ela tem são suposições, nada concreto. Taeyeon contratou uma boa advogada, se Choi e Lee por algum motivo decidirem me acusar, eu vou me defender, vou lutar por mim assim como quero que lute por você. - Ela suspirou um pouco aliviada e soltou minha mão para enxugar a lágrima solitária que caia dos seus olhos. —Por favor não chore.

—Me desculpe, é só que te ouvir dizer algo assim… dizer que quer que eu lute por mim mesma é algo que eu nunca achei que fosse ouvir de você. Achei que você me queria aqui, presa para que eu não pudesse te fazer mal. Nem a você, nem a Taeyeon ou Tiffany. 

Nesse momento eu percebi o quanto o coração de Kwon estava quebrado, o quanto o pensamento dela sobre os meus sentimentos estava errado. Ela não fazia ideia do quanto eu tinha mudado e do quanto eu a via mudando também e com outros olhos agora. Eu sentia que precisava dizer, sentia que ela precisava saber algumas coisas que aconteciam dentro de mim e algumas coisas que ainda precisavam mudar nela.

—Sei que eu te disse muita coisa, muitas coisas difíceis para qualquer pessoa que está apaixonada ouvir. Mas entenda que eu não a conhecia e naquela época nem queria. Não estou querendo tirar a culpa de você, o que você fez: as perseguições, as insistências, a aproximação da Hwang com más intenções e aquele… quarto. Tudo aquilo foi um erro, e dos grandes e é por isso Yuri, que se você sair daqui, e eu realmente espero que saia. Peço de coração que você tenha um acompanhamento psicológico. Você sabe que todas as coisas que fez não são saudáveis pra você nem para ninguém. 

Ela me encarou em silêncio por alguns segundos, até achei que ela poderia estar ofendida com o que eu disse, mas eu não iria me desculpar. Era tudo a mais pura verdade e ela precisava ouvir isso antes de ouvir o que eu realmente quero dizer.

—Eu sei… Eu entendo que tudo o que eu fiz foi errado, não foi o jeito certo de resolver as coisas ou de ter.. você. Mas ainda assim, não sei se me arrependo de certas coisas. - Abaixou a cabeça e com isso a pouca esperança que eu ainda tinha dela mudar e melhorar psicologicamente morreram um pouco mais. Ela continuou. —Não estou dizendo que fiz o certo, mas veja. Se eu não tivesse feito tudo o que eu fiz, será que você estaria aqui hoje? Será que eu teria te beijado algum dia?

—Existem outras formas mais saudáveis de me conquistar e estar presa depois que eu descobri suas intenções com a Hwang e aquele quarto macabro, definitivamente não é a melhor delas. - Ela suspirou. —Eu nunca fui fácil de se conquistar, ainda mais naquela época em que eu ainda estava perdidamente e loucamente apaixonada pela Taeyeon. Mas Yuri, se você vinhesse com calma, se tentasse me conhecer do jeito certo e também me deixasse te conhecer.. Não aquela Yuri riquinha que comprava todos a sua volta e conseguia tudo o que queria, não. Eu estou falando dessa Yuri, a que eu vejo agora. A que consegue demonstrar preocupação por outro ser humano além de si, alguém que aprendeu o que é ser amigo e o que significa amar e fazer tudo por alguém (de um jeito saudável, é claro) mesmo que essa pessoa não lhe corresponda como você desejaria. - Ela ficou pensativa e de repente seus olhos brilharam.

—Está dizendo que eu tenho chances com você? É isso mesmo, Jessica Jung? - Seus olhos me encaravam com esperança e ao mesmo tempo felicidade com a possibilidade de ouvir um sim. Eu suspirei fundo e segurei suas mãos apertando contra as minhas.

—Estou dizendo que você precisa mudar muitas coisas, Yuri. E que eu estarei ao seu lado se decidir se tratar. 

Seu sorriso morreu assim que eu falei sobre tratamento, meu coração doeu ao vê-la abaixar a cabeça e concordar dizendo que se trataria assim que possível e que ficaria feliz se eu a ajudasse, mas ela não parecia feliz no momento. Senti como se eu tivesse acabado de mostrar um doce a uma criança e logo depois jogasse fora.

 

—Eu tenho… sentimentos por você, Yuri. 

Falei de súbito, sem pensar, simplesmente saiu. Ver aquele rosto triste me deixava inquieta e ansiosa para vê-la sorrir de novo, coisas que eu nunca senti antes com outra pessoa além de Taeyeon e isso estava começando a me assustar de verdade. Yuri me olhou assustada com o que eu disse e depois confusa.

—Você tem o que? Acho que entendi errado. - Ah pronto. Agora terei que repetir pra ela o que eu nem deveria ter revelado dessa forma.

—Sentimentos, Yuri. Tenho sentimentos. Não me faça repetir, ok? Isso já é constrangedor demais. - Desviei os olhos dela passando a encarar nossas mãos ainda juntas.

—Então… e-então você me ama? - Perguntou cautelosa, seus olhos queimando sobre mim. Voltei a encara-la me perdendo no negro dos seus olhos que ainda brilhavam à espera de uma resposta que ela sempre quis ouvir.

—Lute pelo o meu amor, Kwon. Dessa vez, do jeito certo.




 

Tiffany- 

 

Me aconchegava ao banco do passageiro sentindo meus olhos pesarem ao olhar um ponto qualquer a minha frente. Estava friozinho naquela manhã e isso só fazia o meu corpo implorar por uma cama para que eu descansasse. Quando eu já estava cochilando pela quarta vez, senti Taeyeon se remexer no banco ao lado. 

 

—Está preocupada, não é? - Falei tentando permanecer acordada. 

Taeyeon suspirou encarando o nada a sua frente. Já fazia mais ou menos uma hora desde que Jessica se despediu de nós e seguiu até o presídio, desde aquele momento não tínhamos tido mais notícias dela. Não sabíamos o que estaria acontecendo lá dentro, se estava tudo correndo como planejado ou se tudo tinha dado errado, e era essa dúvida que martirizava a Taeyeon.

Pensando com mais clareza agora talvez tenha sido uma péssima ideia deixar que Jessica entrasse naquele lugar novamente. O plano era muito arriscado e se descoberto tudo viria a dar errado não só para nós mas para Yuri também, porém eu sei que mesmo que tentassemos impedir a Jung de ir adiante com essa loucura ela não o faria, querendo ou não seus sentimentos por Yuri mudaram e estão mais fortes a cada dia, mesmo que ela não enxergue isso. Ninguém poderia impedi-la de ver Yuri hoje, nem mesmo nós.

—Ela já deveria ter voltado, não acha? - Perguntou, sua voz fina demonstrando medo ao imaginar as mais terríveis coisas. 

—Ela deve estar a caminho, não se preocupe Tae. - Tentei acalma-lá colocando a minha mão sobre a sua que já estava gelada. Ela deu um breve sorriso e se inclinou para o lado deixando sua cabeça descansar sobre o meu ombro. 

—Sabe que é impossível não me preocupar quando o assunto é Jessica. - Falou fechando os olhos suspirando mais uma vez. Levei minha mão até seus cabelos onde fazia um breve cafuné para que ela relaxasse um pouco, o que pareceu dar certo por um tempo. —O que faremos amanhã?

—Acho que seguir com o plano da Bae, não? - Falei enquanto a encarava ainda de olhos fechados.

—Não sei mais se é uma boa ideia. - Disse ela receosa me deixando bem confusa com essa resposta repentina. Achei que o plano não tinha mudado.

—E porque não? - Perguntei.

—Se Kwon for condenada, não sei como as coisas vão ser com a Jessica. Tenho a impressão de que depois disso tudo vai mudar. - Ela realmente estava preocupada. Agora que sabíamos o que Jessica sentia por Yuri, parecia errado condena-la, só não mais errado do que condena-la por algo que ela não fez.

Taeyeon tinha razão, provavelmente tudo mudaria no momento em que Yuri fosse condenada, mas o que poderíamos fazer agora? Não existia jeito de salva-la disso. Apenas ela mesma e seus advogados poderiam.

Antes que eu pudesse confortar a minha namorada de alguma forma, ouvi um barulho alto vindo do lado de fora. Alguém batia na janela do carro com certa força, movimento que fez nós duas nos assustarmos. Taeyeon quase pulou saindo de perto do mim e voltando ao seu lugar no banco do motorista. Nos entre olhamos com medo de Choi estar lá fora a nossa espera finalmente com as provas que ela precisava de que nós estávamos em um complô com Kwon. 

Taeyeon desceu o vidro do meu lado devagar e quando eu vi de quem se tratava meu coração se encheu de alívio e logo depois a mais pura felicidade. 

—Seobaby!!!! - Falei abrindo a porta de súbito e praticamente pulando sobre seu corpo. Ela parecia confusa mas feliz de me ver. —O que faz aqui? Como me achou? 

—Eu é que pergunto. O que vocês duas fazem aqui nesse estacionamento sozinhas? É algum tipo de fetiche? Por favor, não diga que sim. - Juntou as mãos enquanto implorava. Eu só pude rir da sua cara. 

—Não, é claro que não. Nós só estávamos… - Antes que eu pudesse terminar, a voz de Taeyeon me cortou deixando Seohyun emburrada. 

—Nós estávamos apenas conversando. - Disse Taeyeon séria se colocando a minha frente, face a face com Seohyun as duas se olhavam como se pudessem se matar a qualquer instante, o que me deixou um tanto triste. 

—No meio de um estacionamento? Não é o melhor lugar para conversar, não acha? 

—Mas é o lugar que eu quero conversar. Algum problema com isso? 

—Ok ok, já chega com isso né?! - Falei apartando as duas que já estavam quase se engalfinhando. Antes que Seohyun pudesse responder as provocações da Tae a Im Yoona se juntou a nós. 

—Tiffany, Oi! - Falou me abraçando e deixando um beijo em meu rosto. Taeyeon apenas nos observava em silêncio e eu rezava para que ela não surtasse logo agora. —O que faz por aqui? 

Essa pergunta novamente. Tive que me esforçar para dar uma boa desculpa para nós estarmos paradas no meio de um estacionamento quase deserto em uma rua com pouca movimentação. Não deu muito certo já que Seohyun me conhecia bem demais e podia enxergar minhas mentiras a quilômetros de distância, mas ela preferiu não falar mais sobre o assunto e se concentrar apenas no ódio que sentia pela Tae. Im Yoona como uma boa namorada parecia sentir o mesmo que Seohyun e as duas encaravam a Tae em silêncio mas com carrancas que poderiam assustar qualquer um. 

Sem aguentar mais aquele climão que estava pesando sobre nós, puxei Seohyun para um lugar afastado da Tae e tentei conversar com ela sem que nos interrompessem. 

—Mas o que diabos você tem, Seohyun? Porque está desse jeito? - Perguntei um tanto irritada. Seohyun era a pessoa mais calma, meiga e paz e amor que eu conhecia na vida. Ver ela se comportando tão mal com a Taeyeon chegava a ser estranho vindo dela. 

—E você ainda pergunta, Hwang? Você e essa sua namoradinha traidora e incestuosa estão escondendo algo de mim. Ela principalmente. - Eu até riria do “traidora e incestuosa” se realmente não fosse verdade. 

—Não é que eu esteja escondendo algo, eu só não posso contar. - Falei tentando explicar, ela bufou irritada. 

—Você mudou muito, sabia? Depois que a Kim voltou dos mortos você só enxerga ela. Até quando ela te traiu você continuou com ela. Era eu quem estava com você quando você chorava e sofria por essa garota, mas agora você não precisa mais de mim, além é claro de cuidar da sua empresa. Mas como amiga, sinto como se quer nos conhecemos mais. 

Eu estava pronta para contestar essa loucura que eu acabara de ouvir mas parei antes que pudesse formular uma frase. Seohyun tinha razão. Ela estava comigo em todos os momentos difíceis da minha vida, todas as minhas lágrimas Seohyun estava lá para enxugar e me tirar no buraco sombrio em que eu me metia quando Taeyeon me decepcionava, seja por causa da Taeha ou qualquer outra coisa, mas eu não estava lá por ela quando a maknae precisou de mim. Isso era vergonhoso, eu estava tão preocupada em voltar com a Taeyeon, com ajudá-la a se tratar e com cuidar dela que me esqueci da minha melhor amiga. Esqueci que ela também tinha necessidades e precisava de mim por perto, precisava da minha atenção. 

Minha voz falhou ao pedir desculpas, parecia uma palavra muito pequena, muito banal para reparar tudo o que eu não tinha feito por ela, mas era só o que eu podia falar agora. 

—Nunca foi minha intenção te esquecer, me afastar ou qualquer outra coisa desse tipo. Eu só estava muito preocupada com a Tae e naquele momento ela era quem mais precisava de mim, Seo.

—Tiffany, eu precisei de você, diversas vezes e você não estava lá. Suas ligações eram mais sobre negócios do que nós duas. Isso me machucou muito. - Agora seus olhos lacrimejavam, ela estava se esforçando para não chorar mais sua voz fina entregava o choro que estava preso em sua garganta. —Eu só queria a minha amiga de volta.

—Eu estou aqui agora, Seo. Me desculpe por ter te abandonado desse jeito, sei que nada do que eu diga vai mudar o modo como você se sentiu, mas saiba que a partir de hoje vou fazer de tudo para sermos inseparáveis como sempre fomos. - Falei me aproximando do seu corpo e a abraçando forte contra mim, não pude deixar de chorar ao pensar no quanto ela deve ter sofrido achando que eu não me importava mais com ela. —Não vou mais te deixar.. - Sussurrei e a ouvi soluçar.

Im Yoona viu a cena e se aproximou se encaixando ao nosso abraço, sorri com essa ação e agradeci aos céus por Seohyun ter essa garota em sua vida. Ela era boa demais para este mundo, era quase como um anjo. Meus olhos pairaram sobre Taeyeon que nos olhava de longe sem nenhuma feição em seu rosto mas eu podia sentir exatamente o que ela sentia. Taeyeon tinha uma postura rígida com Seohyun apenas porque ela sabia que a Seo era a única pessoa que poderia me afastar dela. A Tae sabe bem o que a Seo pensa sobre ela, desde o incidente em sua casa com a Jessica, toda a relação de amizade que existia entre elas duas se foi e eu não condeno a Seohyun por isso. Ver aquela cena deixaria qualquer amiga revoltada, eu mesma estaria talvez até pior se visse tal coisa sendo feita por Yoona, por exemplo. Sabendo que a Seo agora desaprova totalmente o nosso relacionamento, Taeyeon fica na defensiva, achando que poderia me perder se eu ouvisse os conselhos da Seobaby. Isso é algo que eu preciso mudar, a relação delas duas. Não podem continuar dessa forma ou não terei paz e sempre vai parecer que estou dando mais atenção a uma do que a outra, mesmo que a atenção seja dada na mesma medida.

Enquanto nos abraçavamos, Im Yoona seguiu meus olhos e os deixou cair sobre Taeyeon que ainda nos observava, mas dessa vez um pouco desconfortável. Como se lesse meus pensamentos Yoona soltou uma de suas mãos que agarrava a minha cintura num abraço e fez sinal para que a Tae se aproximasse de nós. A garota ficou confusa mas andou até nós e desajeitada entrou naquele abraço me fazendo sorrir abertamente. Seria difícil, mas com a ajuda da Yoona eu conseguiria fazer essas duas se suportarem, talvez até voltarem a ter uma amizade saudável. 

—Oh my god! A família está reunida novamente. - Ouvimos e ao nos desvencilharmos do abraço constatamos ser a Jung, estranhamente de bom humor. Agradeci mentalmente por ela ter finalmente voltado, mais um minuto naquele abraço e Seohyun pularia na Tae e a confusão estaria formada novamente.

—Jessica? O-oque você esta fazendo aqui? Sério, eu não estou entendendo mais nada. - Falou Seohyun e eu ri, nem eu mesma entendia Seo.

Taeyeon ao ver sua prima correu até a castanha e a abraçou aliviada, Jessica estava bem e pelo seu humor nada tinha dado errado dessa vez. 

—Por um momento achei que você não voltaria, por que demorou tanto? - Questionou Taeyeon.

—Acha que eu perderia o encontro das gêmeas designers? Jamais. - Riu zombando da Seohyun que cruzou os braços irritada quase pulando na castanha. Seohyun tinha ficado muito agressiva recentemente será que isso tudo era o efeito que o ciúmes da Yoona causava?! Ri sozinha ao pensar sobre isso. —Brincadeira, Seohyun rs. Não se preocupe, Taengo. Está tudo bem, só a conversa que foi mais longa do que eu esperava. - Explicou Jessica.

Seohyun abriu a boca como se tivesse acabado de descobrir o X da questão e trocou olhares com sua namorada que parecia ter entendido tudo também, eu não tentei explicar nada, nem inventar novas desculpas para que nós três estivessemos aqui, no mesmo lugar perto da penitenciária da Kwon. Era muito óbvio o que vinhemos fazer, não tinha necessidade de explicações.  

Com isso voltamos para casa, Seohyun e Yoona vinheram conosco em seus carros e passamos um tempo todas juntas na casa da Tae conversando e nos divertindo. Jessica logo fez amizade com a namorada da minha amiga e ficou feliz em contar a ela sobre todos os clientes que agora eram fãs árduos do “Threesome”. A Seohyun, como já era esperado, não gostou nada da nova amizade da sua amada e tentou ao máximo tirar a atenção da Yoona da Jessica enquanto a castanha fazia totalmente o contrário, e assim Seo puxava Yoona de um lado e a Jung a puxava de outro até a garota não saber o que fazer e correr para perto de mim na esperança de que eu a salvasse daquelas duas loucas.

Estávamos todas rindo e brincando, a paz estava finalmente reinando naquele momento a não ser pela Taeyeon, que estava sentada perto das janelas em um canto mais afastada e pensativa. Eu sabia o que a preocupava, ela não conseguia parar de pensar sobre o julgamento, seus olhos estavam em nós mas em sua mente se passavam mil e um pensamentos. Ela ouvia nossas risadas e achava graça em alguns momentos mas eu ainda podia sentir a tensão em seu corpo, o peso sobre seus ombros. Condenar uma pessoa inocente a prisão, a culpa estava começando a pesar sobre ela. 

Deixei Jessica dando beijinhos na bochecha corada da Yoona e fui até a minha namorada. Ela sorriu fraco ao me ver me aproximar e fez sinal para que eu me sentasse em seu colo, o que fiz sem reclamar. Passei meus braços por seu pescoço enquanto tinha sua mão em meu rosto acariciando a minha pele delicadamente. Com isso depositei um breve beijo em seus lábios que foram retribuídos no mesmo instante.

—Não acredito que esta perdendo a Jessica pirraçando a Seobaby. É algo maravilhoso, sério. - Falei tentando anima-la, ela sorriu.

—Parando para pensar, Im Yoona e Seohyun são realmente fofas. - Falou às observando por um instante e eu concordei. —Jessica voltou feliz da penitenciária, acho que a conversa com Kwon foi agradável, ela provavelmente conseguiu o seu objetivo. - Seus olhos fitavam sua prima que gargalhava ao ver as bochechas rosadas da Seohyun irritada por ter a Jung tão perto da Yoona. Jessica estava visivelmente feliz e isso só poderia ser por ter visto a Kwon.

—Sim, eu percebi. Não tem como negar, Jessica está realmente apaixonada por alguém além de você. - Disse. Taeyeon balançou a cabeça em concordância.

—Jessica passou muito tempo me amando, eu não podia retribuir aquele amor que ela sentia, não na mesma intensidade. Por mais que eu quisesse e tentasse, nunca parecia suficiente. Eu sempre sentia como se desse pouco demais e ganhasse muito. Aquilo sempre me deixou triste por anos. Eu sempre te amei, Tiff nada poderia mudar isso. - Falou pensativa, ainda com seus olhos sobre a castanha que sorria abertamente ao brincar com as duas garotas. —Agora que ela ama alguém que pode retribuir o amor dela na mesma intensidade, sinto que vou destruir isso. E eu não posso destruir isso, Tiffany. - Seus olhos negros agora me encaravam, ela tinha dor em sua voz, tristeza. A princípio eu não sabia o que ela queria dizer, mas logo tudo se fez claro.

—Vou retirar tudo o que eu disse no meu depoimento contra ela. A versão será de que eu atirei em mim mesma. Kwon não será presa por minha causa… não mais. - A encarei incrédula e seu olhar envergonhado e triste se desvencilhou do meu.

 

Para manter a felicidade de Jessica
            Taeyeon sacrificaria a dela própria comigo.

Taeyeon, por favor. Não faça isso.

 


Notas Finais


Bjocas na bunda e tchau tchau.


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