História WILD - Taeyoonseok - Conheça Azzalia

— O-o que? — questionou, buscando por vestígios de brincadeira no rosto do homem, este que apenas manteve a expressão imparcial.

— Segundo seus registros, o senhor não sofre de nenhum problema auditivo, então suponho que tenha ouvido bem.

— Eu só...

— Mais explicações serão feitas pelos meus senhores, aguarde e terá suas respostas.

Recolheu as coisas que trouxera, e virou-se em direção a porta que se manteve encostada desde que adentrou o quarto.

— Pode me dizer apenas seu nome? E o que foi isso que eu bebi? — pergunta, colocando as pernas para fora da cama e notando que seus pés não alcançaram o chão.

— O meu nome não interessa senhor Kim, e isso foi um fortalecedor para seu organismo, assim como um aliviador para as dores. — disse sem se virar, e após citar a última palavra, se retira sem dar a oportunidade de Taehyung dizer mais nada.

E agora, tendo dúvidas rodeando sua mente confusa, Taehyung se levanta devagar, temendo até mesmo em colocar os pés descalços no chão, a madeira polida estava quente, que supôs ser consequência de um dia ensolarado, endireitou suas roupas, que preferiu não se perguntar como foram para em seu corpo, que até onde se lembrava, antes era coberto por apenas um calção.

Caminhou pela extensão do quarto, que era maior do que muitos cômodos que já esteve em toda sua existência e analisou cuidadosamente o lugar. Tocou suavemente os livros grossos de capas aveludadas, vendo-os incrivelmente limpos, apesar de aparentemente serem antigos. Pensou que poderia ser uma possível brincadeira de seus companheiros de ringue, talvez seu treinador, por ter faltado aquela luta que seria muito importante. O pequeno homem talvez fosse um ator contratado, e aquele lugar alugado.

Mas eles não tinham dinheiro para aquilo.

Parou então seus olhos nas cortinas de tom avermelhado escuro, que iam do teto ao chão. Engoliu em seco, e caminhou em passos rápidos até a mesma, pegou uma das pontas e respirou fundo antes de puxa-la para o lado esquerdo.

Ofegou com a imagem que teve.

Diante a sacada, todo um mundo que nem em seus sonhos mais profundos, poderia imaginar ver.

O local em que estava ficava no topo de uma imensa colina, e a baixo, três lagos separavam castas de bairros diferenciados, onde o último, era quase impossibilitado de ver, havia muitas árvores e plantações, as cores verdes e tons de marrom tomavam conta do ambiente, as casas eram bem alinhadas e de cores neutras, os lagos cristalinos. Pouco se via vestígios de fumaça. Ao longe, uma grande torre com um relógio antigo, marcava exatas onze da manhã. O céu limpo era desenhado de pássaros exóticos, com o belo e charmoso sol em seu centro.

Era deslumbrante.

E Taehyung estava imensamente encantado.

Com as pernas um tanto trêmulas, deu três passos para frente, onde um tanto incerto, balançou os braços, conferindo que aquilo não passava de um belo desenho realista.

Mais a proximidade, apenas serviu para que visse a altura que se encontrava, onde a baixo, um magnífico jardim fazia a entrada, com a grama verdinha bem aparada, rosas brancas e vermelhas, arbustos redondos e estátuas de cimento, e é claro, a fonte de água, onde uma belíssima estátua de lobo se localizava no centro.

Taehyung sentia como se tivesse acabado de entrar em um sonho, onde sua mente projetava o cenário que imaginava em sua infância. Mas era real, real com toda sua beleza, assim como real em todos os problemas que eram escondidos por baixo de toda formosura.

— Não é recomendado que fique tão próximo a sacada após muito tempo inconsciente. — a voz melodiosa chama sua atenção.

Vira-se lentamente, podendo ver quem entrou no quarto. O homem, bem diferente do anterior, ainda não tinha um porte muito alto, seus cabelos em um tom de rosa vivo estavam bem penteados para trás, deixando sua testa a mostra, os olhos pequenos e simétricos eram rosados - o que fez Taehyung questionar se não usava lentes -, as roupas eram muito bem alinhadas, se assemelhando a um terno, mesmo que sem a gravata, branco, com detalhes em vermelho e dourado, e o que mais chamou a atenção do lutador, a coroa em sua cabeça. Podia cogitar ser falsa, mas o brilho que refletia em cada pedra preciosa deixava claro que era sim real, e deveria custar bons milhões de dólares.

— Perdão?

— Sente-se por favor, presumo que tenhamos muito o que conversar senhor Kim.

Taehyung o olha estranho, mas ainda sim volta a se sentar na cama, bem diferente de como o homem de cabelos rosados se senta em uma cadeira a sua frente. Enquanto o Kim mantém suas pernas entreabertas, as costas curvadas e os braços jogados ao lado do corpo, o outro cruza suas pernas delicadamente, e mantém a palma das mãos unidas sobre a coxa, a coluna é tão endireitada que se assemelha a uma porta de madeira.

— Olha, aquele outro homem pequenininho já não quis me explicar bem o que está acontecendo, então é bom que você o faça.

— Antes tenho que confirmar algumas coisas com você senhor Kim.

— Confirmar algumas coisas? Eu quem preciso confirmar coisas aqui, principalmente onde caralhos eu estou! — Taehyung diz soando de maneira brusca, vendo a sua frente o homem arregalar os olhos.

— Tenha modos por favor. Se não me confirmar o que preciso, não saberá de absolutamente nada do que quer saber, então sugiro que me responda.

— Pode ao menos me dizer seu nome? Ou não me interessa também como o do outro?

— Grove e seu jeito rude. — rola os olhos. — Me chamo Jung-Park Jimin, e sou o príncipe de Azzalia, segundo na linha de sucessão ao trono.

Taehyung olhou-o por breves segundos, antes de gargalhar.

— Escuta, esse teatro que vocês estão preparando precisa de mais atores? Pois posso me candidatar, sabe eu sou um ótimo ator nas horas vagas.

— Não entendo o que o senhor está insinuando com isso, mas aconselho que tenha mais respeito. — Jimin diz seriamente.

— Oh, mas é claro, vossa majestade. — Taehyung diz ironicamente, o que é notado pelo mais baixo, que rosna baixinho.

— Apenas confirme ou discorde do que irei dizer, pois bem. — de dentro do blazer, Jimin tira um pequeno papel, o desdobra e se põe a lê-lo. — Seu nome é Kim Taehyung e recém completou vinte e um anos?

— Sim.

— Nunca chegou a conhecer seus pais, ou qualquer outro parente próximo a não ser por uma senhora chamada Donhee que o criou até seus quatorze antes de vir há falecer?

— É exatamente isso mas, como você sabe dessas coisas?!

— Seus únicos conhecidos são seu "empresário", e dois outros lutadores que compartilhavam o galpão ilegal em que lutavam?

— Mais uma vez, sim.

— Então, pode me confirmar que não há nenhuma outra pessoa que sentiria a falta do senhor caso desaparecesse? — Jimin pergunta calmamente, não parecendo se importar com a mudança da expressão do mais novo.

— Está bem, isso 'tá começando a me assustar.

— Agora que tenho o que preciso, o senhor pode se banhar e vestir roupas mais adequadas, em seguida faremos um passeio e o explicarei tudo o que precisa saber.

Acomodando-se melhor a cadeira, Jimin encarou Taehyung fixamente, esperando que fizesse o que foi ordenado, o mais jovem por si, recapitula por alguns segundos antes de seguir marchando ao que seria o banheiro, diante o olhar duro e sério do rosado, sabia que não adiantaria contestar e exigir suas tão esperadas respostas. Preferia pensar que estava indo apenas por sentir coceira em algumas partes de seu corpo, não por que lhe foi mandado. Ainda mais por um homem tão, pequeno, que poderia facilmente deixar desacordado.

Mas uma vez se surpreende com o tamanho e luxo do banheiro, mas diante a curiosidade que sentia, se apressou em tirar as vestes surradas, as largando em um cesto ao lado da pia de mármore, e adentrou o box que parecia caber cerca de outras cinco pessoas facilmente.

Apesar da ducha rápida, a água morna pareceu tirar rios de sujeira de seu corpo, e o sabão com cheiro cítrico fez com a coceira desaparecesse. Quando finalizou, secou-se com uma toalha e depois a enrolou na cintura, não vendo o que parecia ser comum em banheiros de pessoas ricas, como cremes e loções. E foi observando a pia de mármore em si, quase vazia, que parou finalmente para observar sua imagem perante o espelho.

Algo parecia diferente em seu rosto e estrutura corporal, a quantidade de espinhas e oleosidade em seu rosto havia reduzido em uma porcentagem absurda, os hematomas e cicatrizes também diminuíram, seu cabelo com mexas loiras parecia mais brilhante e uns bons três centímetros maiores, e por fim, até mesmo seu corpo tinha músculos mais evidentes, coisa que já era bem notável antes pelos treinos pesados.

Foi como se a cada dia que passou, inconsciente, suas características físicas mudassem lentamente.

Balançou a cabeça negativamente, e suspirando estava pronto para voltar ao quarto e dizer ao rapaz de cabelos rosa que precisava de uma roupa, quando o viu no mesmo lugar, exatamente na mesma posição, com uma muda de roupa estendida sobre a cama.

— Vista-se depressa. — é a única coisa que diz, apontando para o biombo de madeira desenhada em um canto do quarto, sem ao menos olha-lo.

Taehyung apenas as pegou e foi até o local indicado, vestindo as preças enquanto cada vez mais e mais perguntas rodeavam sua mente. As roupas, que eram do tamanho ideal para seu corpo, eram macias e confortáveis, apesar dos muitos botões e detalhes.

— Pode me explicar agora toda essa palhaçada? — questiona, podendo afirmar já estar no ápice de sua paciência.

— Me acompanhe.

Jimin os guia por um corredor longo, rodeado de esculturas que variavam entre anjos e animais, principalmente lobos de diferentes tamanhos. Apesar das cores escuras, era bem iluminado por lustres no teto, e velas nas paredes.

— Como Grove deve ter o informado, você está em Azzalia Taehyung. Um reino escondido de toda a raça humana, preservada para o povo híbrido habitar em segurança. — Jimin se põe a dizer, caminhando sempre dois passos a frente. — Híbridos são uma mistura de genes humanos, com o de alguns poucos animais específicos. Pequenas células semelhantes foram o suficiente para que esses dois mundos fossem unidos, e agora exista a nossa espécie.

— Está bem, supondo que eu acredite nessa história toda, por que esse "povo híbrido" é tão escondido de nós humanos?

— Não é óbvio? Humanos são egoístas Taehyung, são pessoas ruins que não suportariam a ideia de existir uma raça mais forte, mais inteligente e evoluída que a deles, os próprios cientistas que fizeram parte da crianção híbrida se viram cegos pela luxúria e poder que tinham em mãos, e é por isso que hoje muitos deles estão mortos, por uma índole podre e mesquinha.

Os olhos rosados brilham de uma forma diferente ao citar tais cientistas, coisa que não é muito notado por Taehyung, pois em seguida, Jimin abre um par de portas altas e grossas, revelando talvez a maior biblioteca que o mais novo pôs os pés.

— Nossa...

— Veja só. — com um pequeno sorriso no canto dos lábios -o primeiro que Taehyung vê em Jimin-, caminha até uma das estantes tirando de lá um livro grande, de capa marrom e com uma coruja dourada na capa. — Aqui está toda a história do povo híbrido, desde a nossa criação, até o tratado de divisão.

— Que tratado de divisão? — questiona, aceitando o livro que lhe é oferecido.

— A duzentos e vinte anos atrás, os governos coreano e americano entraram em um acordo com o líder do nosso povo, na época meu tataravô. Uma ilha havia sido recém descoberta no planeta terra, na costa leste da Coréia do Sul, como nenhum ser humano ainda sabia de sua existência, ela foi entregue ao povo híbrido e escondida de qualquer alcance de humanos. Desde então, nós vivemos aqui, em Azzalia.

Jimin explica brevemente, passeando entre as estantes, deslizando seus dedos pelos livros de diferentes tamanhos, espessuras e cores.

— Isso é a maior loucura que eu já ouvi em toda a minha vida. — Taehyung murmura, apoiando o livro em seu antebraço esquerdo, abrindo na primeira página com a mão direita.

"Kilyu - História Híbrida"

— Entendo que deve ser difícil de digerir, são muitas informações e bem... — olhou-o de cima a baixo. — Até alguns dias atrás você acreditava fazer parte da raça imunda, e hoje descobre ser um de nós.

— Um de vocês? — pergunta desviando o olhar das folhas amareladas, para Jimin que agora estava parado em sua frente com mais dois livros, dessa vez menores.

— Você é um híbrido como nós Taehyung, não ache que as dores e sensações que sentiu naquele dia foram em vão. Pegue, estes explicam mais sobre cada raça híbrida.

— Não entendo o porquê estar "aceitando" tudo isso, quer dizer, é impossível ser verdade certo?! Essa coisa de híbridos e Azzalia. Talvez eu ainda esteja dormindo. — Taehyung ri fraco, olhando nos olhos rosados que parecem tão reais.

— É melhor deixar para ler isso mais tarde, e aos poucos, quando estiver com a mente descansada. — Jimin o guia desta vez para fora da biblioteca. — O conselho que posso lhe dar neste momento, é o de aceitar que essa é sua nova realidade Taehyung, e quanto antes aceita-la, melhor.

~•~

—Meu pai? — o filho mais velho diz antes de adentrar por completo o escritório do rei.

Vê a imagem costumeira, do homem já de cabelos totalmente grisalhos, pele levemente enrugada e muito pálida, ressaltando as veias esverdeadas e olheiras profundas, coberto pelas vestes negras e sobre a cadeira de rodas, com um cobertor vermelho em suas pernas, ao lado, o criado mantinha-se sentado em uma cadeira de madeira, com a postura ereta e cabeça abaixada, apenas no aguardo de alguma ordem do rei, que resumia-se a levá-lo em algum lugar, ou pegar algo fora de seu alcance.

— Diga meu filho. — murmurou cansado, sem levantar os olhos dos papéis em sua mesa de mogno escuro.

— Jimin gostaria de saber como andam os preparativos para o baile de outono.

— Se Jimin quem quer saber, por quê ele mesmo não vem até mim?

— O senhor pediu que ele se encarregasse do novo híbrido, por isso não teve tempo de vir até aqui. — Hoseok diz desviando o olhar para os sapatos lustrosos, sabia bem que era uma grande mentira, assim como seu pai sabia que era um péssimo mentiroso.

— Diga a ele que não irei me envolver em nada sobre este baile tosco e sem nexo, se Jimin o criou, Jimin que o organize e lide com tudo sozinho. — rei Seung resmunga, o tom sempre baixo e rouco.

Em seguida, tossiu três vezes.

— Tudo isso por ele convidar os híbridos de castas baixas?

— Tudo isso por ele ir contra minhas ordens. - rosna, e massageando as têmporas, indica a porta a seu primogênito. — Me dê licença, tenho muito o que fazer.

Hoseok suspirou, e antes de se retirar do cômodo de iluminação baixa, se limitou a dizer:

— O senhor deveria descansar mais, sei que odeia quando dizemos isso mas, não é mais um lobo jovem de guerra papai, precisa de repouso.

— Irei morrer em breve de qualquer maneira, que seja fazendo algo útil.

Diante a fala que já havia se tornado comum em ser proferida pelo rei, este que trancafiado a uma cadeira de rodas, rodeado de cuidados, a anos havia contentado-se que logo sua fiel companheira, seria a morte.

Hoseok retira-se do cômodo e pelo corredor extenso, preparava-se para dizer a Jimin o que infelizmente, ambos já esperavam.

Entre seu pai e irmão, já tinha se tornado comum a extensa rixa de discordâncias, Seung seguia as leis, que a muito tempo foram impostas por seus ancestrais, já Jimin lutava pela diferença.

E entre os dois, estava o futuro rei de Azzalia, Jung Hoseok, que seguia uma própria linha de pensamento, está que era guardada a sete chaves, no fundo de sua mente.

Hoseok rumou pelo corredor que escurecia diante a rajada de vento que atravessava as janelas apagando algumas das velas, logo mais alguns empregados viriam fechar as vidraças e restaurar a iluminação. Desceu calmamente as escadarias cobertas pela tapeçaria vermelha, e adentrou uma das salas do terceiro corredor, era a sala de estudos de seu irmão mais novo, e esperava encontrá-lo, para perguntar sobre outro alguém, mas acabou encontrando-o antes.

Viu o corpo de estrutura pequena e magra, abaixado em um dos inúmeros tapetes recolhendo alguns papéis rabiscados e canetas coloridas pertencentes Hansol.

Pensou em dizer algo, mas calou-se e deu dois passos para trás, escondendo-se na sombra para ver quando outro homem se aproximou, este mais alto, com a pele bronzeada e alguns hematomas roxos e avermelhados no rosto e mãos, com o desenho de algumas rosas no pescoço, e o cabelo escuro com mechas loiras desbotadas, era muito bonito apesar de não tão cuidado, Hoseok tinha que assumir.

— Ãh, olá? — diz a voz grave, assustando o híbrido de gato que arregala os pequenos olhos azulados.

Hoseok em um movimento inesperado de si mesmo, preparou-se para avançar.

— Desculpe, eu não queria te assustar. — balançando as mãos rapidamente, o desconhecido tenta se aproxima, mas para imediatamente ao ver o menor encolher-se.

O silêncio se estendeu por alguns segundos, onde o híbrido mantinha-se sentado sobre os joelhos, olhando fixamente para as canetas em sua mão, as bochechas pálidas coradas, destacando-se pelo cabelo igualmente claros, já o outro homem, parecia hipnotizado, olhando-o e admirando cada mínimo detalhe do homem que se assemelha a um boneco de porcelana.

Hoseok não nega ter sentindo certo incômodo em seu peito.

— Eu sou novo por aqui, não só nesse castelo, mas nesse mundo estranho sabe...

— O senhor deve ser o novo híbrido que estavam comentando.

— É, devo ser. Eu sou Taehyung aliás, Kim Taehyung. — com um sorriso quadricular, o jovem estendeu a mão em uma forma de comprimento.

O híbrido de gato mordeu o canto dos lábios rosados, parecendo ter a dúvida se deveria cumprimenta-lo ou não, tratando-se de quem era.

— Yoongi, vejo que já terminou seu trabalho por aqui. — Hoseok diz fazendo-se presente no cômodo, mantendo a expressão imparcial, de quem não estava a ouvir toda a conversa.

— Sim senhor Jung. — murmurou baixinho, olhando o maior pelo canto das íris brilhantes.

Sentindo o olhar de Taehyung sobre si, Hoseok o mediu dos pés a cabeça, notando só então as roupas maltrapilhas que seu irmão havia arranjado, mas ainda sim melhor que os trapos que vestia quando chegou alí, lamentáveis.

Sem o dirigir a palavra, ignorou sua presença e estendeu uma das mãos, rodeada de anéis de prata e ouro, um em específico com uma bela pedra de rubi, a Yoongi, que engolindo em seco, a aceitou para que se colocasse de pé com os matérias recolhidos organizados e empilhados em um de seus braços.

— Está quase no horário da aula de hipismo de Hansol, vá apronta-lo para que não se atrase.

— Sim senhor.

E olhando uma última vez brevemente para Hoseok e Taehyung, Yoongi retirou-se as pressas.

— E você seria? — o lutador questiona erguendo apenas uma das sobrancelhas.

— Você? — riu fracamente, estalando a língua no céu da boca. — Deveria ter mais respeito, sou o príncipe de Azzalia, futuro rei.

— Quantos príncipes tem mesmo nesse lugar?

— Humano sem educação, é o mínimo a se esperar vindo de onde veio. — Hoseok resmunga.

— Pelo que eu fiquei sabendo não sou tão humano assim, príncipe.

— Que seja, só gostaria de deixar um breve aviso a você novato. — em um movimento rápido, o Jung se pôs em frente a Taehyung, com os rostos próximos. — Mantenha-se longe de Yoongi.

E mais uma vez, desapareceu entre as sombras da sala, deixando para trás um Taehyung curioso e com muitas perguntas em sua mente, mais principalmente, um sorriso atrevido no canto dos lábios.

Podia não conhecer absolutamente nada daquele mundo ou daquelas pessoas, mas eles também não o conheciam tão bem assim...

Continua...