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História Wild Love - Imagine Jackson - Tudo diferente...


Escrita por: Izzy_C

Notas do Autor


Mais olha quem apareceu de novo?

Que coisa, não?

Enfim... Vamos para mais um capítulo desse nenê em forma de história.

O link das roupas e do quarto estam nas notas finais!

Beijos negros da Princesa das Trevas e do Mordomo Jeffrey

Capítulo 8 - Tudo diferente...


Fanfic / Fanfiction Wild Love - Imagine Jackson - Tudo diferente...

IZZY ON

– Você vai mesmo se fazer de surda e me ignorar? – Luke gritou enquanto se levantava e batia a mão na mesa, me olhando irritado – Você vai falar, agora! – Ditou “achando” que eu obedeceria. O olhei com desinteresse enquanto comia mingau; na mesa estava eu, Ana, Luke, Siara e Hana e todo o refeitório, assustado com a ação inesperada do homossexual, estava nos encarando

 – Você vai mesmo dar esse escândalo desnecessário? - Provoquei antes de colocar a colher na boca. Quero dizer, antes de tentar colocar a colher, já que Ana pego-a de mim. – Eiiii. – Olhei perplexa para a menor, que me retribuiu um olhar raivoso.

– Pode parar de ser chata! Vai nos contar o que aconteceu ontem, e vai contar agora! – Bateu a colher na mesa, parecendo uma criança mimada. Apenas revirei os olhos e peguei uma maçã, contudo não a mordi, pois Siara a tira de mim.

– Até você, Si? – A morena está a minha direita, Ana à esquerda, Luke e Hana a minha frente.

– Só devolvo se você contar! Queremos saber se está tudo bem com você! – Há preocupação em sua voz, mas não existe motivo para isso. Suspiro com irritação e jogo a cabeça para trás. Essa insistência já deve ter mais de uma hora...

 

LEMBRANÇAS ON/ IZZY ON

 

- Garota... garota... – Ouvia uma voz longe, mas que parecia estar se aproximando lentamente, me sentia como se estivesse acordando de um desmaio. Estava bêbada de sono, afinal, minhas energias estavam tão baixas e não deveria ter descansado quase nada. – Garota, acorda logo... – Abri meus olhos lentamente, vendo uma figura negra e grande, muito próxima de mim.

- Merda... – Afirmei baixo e me sentei rapidamente, encostando as costas na parede. – Ai...- Uma dor forte na minha região intima apareceu, deixando-me com uma expressão de dor. Parece que esse “incomodo” só piorou com o tempo.

– Calma ai garota! Sou eu! – Depois que me acostumei com a pouca claridade, pude reconhecer os traços de Sun-Hee. – Trouxe um remédio contra dor para você. – Estendeu a mão e nela havia um comprimido.

Pisquei algumas vezes para ter certeza de que aquilo era real. Ela? Sun-hee? A mulher que me odeia? Trazendo remédio para dor?

– Que horas são? – Cocei os olhos enquanto ela bufava. Olhei ao redor vendo que as outras ainda dormiam.

Perguntei da hora pois somos chamadas as 07h00min... Como sei disso? Samuel sempre usa um relógio de pulso no braço direito e toda vez que ele vem nos acordar, eu tento, discretamente, ver a hora e já consegui algumas vezes.

– O que isso importa? –Ela essa já usava seu uniforme que é o mesmo da Kelly, no entanto, essa oriental não quer aparentar ter um corpo que não possui, por isso suas vestimentas são mais largas. Esticou mais o braço e eu desviei o rosto Vendo que eu não tomaria, Sun-hee revirou os olhos.

 – Não que seja da sua conta... Entretanto são 05h30min. – Disse olhando o relógio de pulso – Toma logo essa porcaria. – Esticou novamente o remédio para mim.

– Que graça... Você me trazendo remédio contra dor... Sempre soube que me amava como uma filha! – Sorri falsa e ela fez uma careta que envelheceu seu rosto.

– Deixa de ser idiota! Por mim, você podia ficar ai, sofrendo... Todavia o “chefinho” não quer que você se sinta dolorida, por isso, ele me mandou trazer remédio para você e a muçulmana. Já dei para ela, só falta você! – Olhei para Hana e dei um suspiro triste -Abre a boca e engole essa porcaria. – Peguei e engoli, a coreana fez um sinal de agradecimento para o céu - Volta a dormir que depois outra pessoa vem acordar vocês. Já te vi hoje, não preciso que meu estomago revire de novo. – A fuzilei enquanto Sun-hee se levantava.

Essa saiu sem fazer barulho, enquanto eu deitava e me cobria. Fechei os olhos e dormi novamente.

 

QUEBRA DE TEMPO 

 

- ACORDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA – A peste de cabelo azul gritou no meu ouvido, me assustando. Levantei com ela no meu colo, sentindo a respiração descompassada e o coração acelerado. – Bom dia! – Sorriu fofa, fazendo uma carinha de gatinho.

Só por conta disso não a soquei por ter me acordado.

– Eu mandei você ficar na sua cama! – Marcos disse se aproximando, olhando bravo para minha amiga. Ao perceber sua aproximação, retirei a menor do meu colo, pondo-a sentada atrás de mim na cama. Encarei meu ex com frieza e ele parou. – Bom dia... – Fitou o chão e andou para outro lado, verificando se as outras já tinham acordado. Como elas não acordariam com a Ana gritando desse jeito?

– Você é louca! – Me virei para a brasileira, essa me olhava espantada, tocando no meu pescoço. Com certeza ela estava assustada com as marcas. – Por favor... Para de olhar! – Tirei seu dedo de mim e me cobri até o queixo.

– Por acaso levou tiros de borracha? Não é possível que isso sejam chupões e mordidas. – Essas últimas palavras fizeram um rosnado chegar aos nossos ouvidos, olhamos para a porta e Marcos estava com ela aberta.

– Se troquem rápido. Vocês têm que ir no banheiro e depois tomar café da manhã! – Saiu batendo a saída.

– Agora que o empata foda saiu... Eu quero saber tudo! – Pegou meus ombros e começou a me balançar. Tirei suas mãos de mim e me levantei.

– Quer saber de tudo o que? – Me virei para a criança com um pijama de frio cor de rosa, perguntando como se não tivesse entendido.

– Sabe muito bem do que eu quero saber. – Ela argumentou se levantando brava – Quero saber do tal “Senhor King”... – Fez aspas com os dedos e eu me abaixei, pegando um baú. –Você ouviu? Vai me contar sobre ele, agora. – Bateu o pé e eu a olhei impaciente.

– Não faço ideia do que está falando... – Abri o compartimento e peguei uma blusa cinza de gola alta e mangas compridas, uma legging preta, um coturno preto.

As outras começaram a levantar, pegar seus baús e procurar roupas, enquanto conversavam. Podia sentir o olhar de algumas sobre mim e minha amiga, resolvi ignorar isso.

Os olhares piedosos não me ajudariam em nada, se tem uma coisa que eu não gosto é que sintam pena de mim. Nunca gostei e nunca vou gostar... Lutei a vida toda para me tornar uma mulher forte, segura, independente... Era só o que me faltava!

– Para de enrolar e fala de uma vez o que aconteceu! – Amo essa criaturinha azulada, contudo ela estava me irritando; pensei um pouco e encontrei um jeito de fazê-la calar a boca sem que eu conte nada. – Eu não vou desistir até... –Abaixei a calça, deixando visíveis as marcas em minhas coxas. Ao olhar para os roxos, Ana pareceu travar, ficou estática e gaguejando. –Até... até... – As 8 meninas que dormem conosco, ao perceberem a súbita mudança de comportamento de minha amiga, se viraram para nós e olharam assustadas para minhas pernas.

Sem expressão em minha fase, peguei a legging, coloquei-a; fiquei de costas para as garotas e tirei a blusa, pude ouvir as exclamações de surpresa delas ao verem as poucas marcas que estam em minhas costas. Imaginem se elas vissem a frente do meu corpo?

Coloquei a blusa, me virei, encarando todas com uma cara de confusão. Sentei-me em minha cama, dobrei e guardei meu pijama, coloquei o coturno, peguei outro baú de onde tirei minha escova de dentes, guardei os dois baús e fui em direção à porta. Dei dois toques e Marcos abriu.

– Quero escovar os dentes. – O mais alto abriu passagem e eu sai, deixando as 9 com cara de paisagem; ao entrar no quarto de banho, vi Sun-hee encostada ao lado da porta.

– Não vai me deixar ver as marcas que aquele homem deixou em você? – Seu sorriso maldoso me enoja, a vontade de pular em sua cabeça e arranhar seu rosto só aumenta.

A ignorei e fui em direção da pia. Escovei os dentes, fiz uma trança e caminhei até a porta; quando ia abri-la, a mulher coreana colocou a mão na minha gola e ia puxa-la, se eu não fosse mais rápida. Peguei em seu pulso direito com a minha mão esquerda, o tirando de minha blusa e o virando do lado oposto ao polo de rotação.

 –Me solta, sua vadia! – Ela gritava enquanto se debatia, a segurei por uns poucos segundos, até solta-la e vê-la despencar no chão.

– Nunca toque em mim! – Exige enquanto ajeitava a gola da blusa. Meu ex abriu a porta, vendo-a no chão e eu em pé a encarando.

–O que aconteceu? – Disse entrando e ficando de frente para mim, olhando em meus olhos.

– Essa louca me atacou! – A oriental gritou enquanto se levantava. A olhei com desdém e voltei os olhos para o maior.

– Ela quis ver as marcas na minha pele, eu me neguei. Antes de sair do banheiro, Sun-hee me segurou e tentou abaixar minha gola a força... Apenas me defendi dela. Peguei seu pulso, virei um pouco para trás e depois dela se debater muito, eu a soltei e essa mulher caiu no chão. –

–Isso é mentira! – Se essa coreana tivesse pedras nas mãos, já teria me apedrejado.

Marcos engoliu em seco enquanto a louca albina se aproximava violentamente. Ele sabia que as palavras que saíram da minha boca eram verdadeiras, não existe razão para eu mentir.

– Vamos conversar sobre isso depois Sun-hee. – Aquele tom autoritário apareceu novamente em sua voz. Odeio admitir, mas eu gostei disso. O maior só virou um pouco sua face para trás, fazendo a mulher mais velha se encolher. – Entrem! Escovem os dentes e, depois, vou leva-las para o refeitório. – As meninas passaram; eu ia sair para guardar a minha escova, se meu braço não fosse segurado com força e se a voz de “chefe da porra toda” do meu ex não soasse tão séria e rouca no meu ouvido. – E você fica! Não vai sair de perto de mim, até que eu me afaste de você! – Mexi meu braço até esse ser solto.

Fiquei ao lado do maior e da “idosa”, esperando as outras se arrumarem. Quando elas acabaram, voltamos todas para o quarto, deixamos nossas coisas e voltamos para o corredor, sendo guiadas até o refeitório.

Ao entrar, todos me olharam e eu ignorei como sempre; indo até onde se pega comida, consegui uma tigela de mingau e uma maçã. Fui até a mesa mais afastada e ao me sentar, uma sombra se projetou na minha frente. Levantei os olhos e vi que era meu amigo com os olhos brilhando e uma cara séria.

– Pode começar a me contar tudo! – Luke usava um moletom felpudo de tricot na cor branca, uma calça jeans preta e um tênis all star cano alto na cor verde. – O que aquele homem fez com minha amiguinha brasileira? – Se sentou na minha frente, colocando os cotovelos na mesa e o rosto nas mãos,  me encarando com atenção enquanto eu comia

– Ou... EU estou aqui! Vai me ignorar? – Perguntou ainda naquela posição, me fazendo levantar os olhos e fazer uma expressão confusa.

– Claro que não, só não estou entendendo o que você quer saber! – Disse por fim e ele fez uma cara de “Como é que é?”. Ana, Siera e Hana vieram se sentar conosco.

Ana usava uma calça jeans vermelha, uma blusa de manga comprida preta com um coração branco no meio e uma bota de cano curto preta; seus cabelos estavam soltos;

Siera usava uma parca verde musgo, uma blusa de manga comprida branca, uma saia longa que ia até os calcanhares azul-marinho e uma sapatilha branca; seus cabelos estavam em um rabo de cavalo;

Hana usava um vestido preto de mangas compridas que ia até seus pés, sendo esse bem largo, e uma Shayla (Pano largo e retangular, colocado ao redor da cabeça) marrom.

Elas pegaram a mesma comida que eu e se sentaram, todas me olharam meio apreensivas.

– Izzy... Por favor, nos conte. Somos seus amigos... Queremos te ajudar! – É estranho Siara estar tão próxima. Nunca a considerei uma amiga, pois a africana nunca se mostrou aberta a uma relação, parecia que ela tinha medo de mim... Pelo jeito, estava enganada.

– Não seja boazinha com ela. – A azulada repreendeu - Izzy está fazendo graça. Ela VAI nos contar por bem... Ou por mal! – Tentou fazer uma cara ameaçadora que não deu certo. A olhei convencida, enquanto as outras duas me olhavam impacientes; Luke estava meio vermelho, sinal de que ele estava acumulando raiva para uma hora explodir.

– Talvez ela não queira falar para não sentir mais dor... Não física, todavia emocional... Eu mesmo não me sinto pronta para contar o que aconteceu comigo. – A paquistanesa abaixou a cabeça e uma lágrima foi derramada. Estiquei meu braço por cima da mesa e peguei em sua mão. A vi levantar seus olhos para mim e sorri em resposta.

– Pode ficar tranquila. Quando estiver pronta, estaremos aqui para ouvir. Se se sentir mais à vontade para conversar somente com a Siara, ou a Jéssica, ou a Melaine... Não há problema. Só peço que não guarde isso dentro de você. Não precisa sofrer sozinha, Hana. – Soltei sua mão e voltei a comer. – Bom... Eu ainda não entendi o que estam querendo que eu diga... Não houve nada! –

– Izzy... – Fingi que não o ouvi, continuei comendo. – Izzy, Izzy, Izzy! – Acho que fui além do limite, pois Luke explodiu comigo. -– Você vai mesmo se fazer de surda e me ignorar? –

 

LEMBRANÇAS OFF/ IZZY ON

 

– Sabe que nós não vamos parar... – Hana argumentou - Pelo menos, se não estiver pronta para falar, diga “Eu não estou pronta.”. Seu silêncio está nos incomodando e muito. – Voltei meu rosto para frente e pude ver que todos ao meu redor estavam inquietos com minha atuação.

Talvez, só talvez, eles se importem comigo.

– Tudo bem... Eu vou contar! – Os 4 se aproximaram de mim, fazendo-me revirar os olhos.

Suspirei fundo e comece a contar a noite passada. Contei tudo, desde que Jackson abriu a porta, até eu sair desesperada de sua casa; contei como o empresário era, sua roupas, suas atitudes, suas falas, como eu reagi, como eu agi... Absolutamente tudo.

– Ai... Marcos chegou e me trouxe de volta. – Finalizei respirando fundo. Meus colegas de inferno me olhavam espantados.

– Isso... isso é... – A angolana balbuciava

– Repugnante? Abusivo? Cruel? – Questionei um pouco alterada

– Estranho! –A encarei com desconfiança. Estranho? Como assim estranho?

Siara fechou os olhos com força, logo os abrindo, mostrando lágrimas

–Izzy... Eu queria ter te contado antes, mas eu não podia... Não sei como, entretanto, toda vez que alguém conta para um “encomendado” como é seu cliente, esse alguém vai para o quarto do Dak-ho... Não podia me arriscar... – Ela começou a choras desesperada. A abracei, passando minha destra sobre seus cabelos.

– Do que você está falando? – Ana, eu e Hana estávamos confusas.

Si era antiga. Quando eu cheguei, junto de outras que dormem conosco, a angolana foi transferida para meu quarto.

– Ela está falando de uma das milhares de normas da Mercedes. – O loiro explicou baixo, olhando para todos os lados. – É proibido que um “produto” fale para outro de seu futuro cliente. Só pode ser comentado entre os prisioneiros após o novo “utilizado” ter passado a noite com o utilizador. Agora, por exemplo, você e a Siara podem conversar sobre o Jackson, já que a Izzy acabou de voltar da casa dele. – Travei com as palavras de meu amigo... Quer dizer... que a Siara...

– Eu já fui chamada pelo Senhor King. – Sussurrou rente ao meu pescoço, no entanto eu consegui ouvir. A olhei surpresa enquanto ela se sentava mais ereta, secando suas gotas d’água oculares. – Ele, geralmente, chama mulheres de cor, por isso estranhei quando você foi “comprada” por ele. – Algo martelava em minha cabeça... Se minha compra foi algo incomum... O que mais foi inédito?

– Como foi quando você foi “alugada” pelo Jackson? – Meus amigos se sentaram mais próximos, fechando uma rodinha ao redor de mim e da Siara

– Quando cheguei, ele mal olhou na minha cara. – Começou a contar olhando nos meus olhos - Não falou comigo em nenhum momento. Me puxou para um quarto com uma cama de solteiro, tirou minha roupa e fizemos, só que, não foi tão violento quanto foi com você, amiga. – Amiga? Sério? Já chegamos nesse nível? – Ah... E ele não fez nenhuma lista...-

– Espera! Lista? Tipo...Lista de exigências? – Minha nova amiga assentiu com a cabeça, me deixando mais confusa. – Isso é permitido? –

– Bom... Na verdade sim. As listas são feitas pelos clientes para Mercedes. Geralmente, é para pedir coisas que eles querem nos ver usando, ou atitudes que eles desejam que nós tenhamos. – Meu amigo explicou

– Uma lista é sinal de que ele vai te chamar mais vezes. – A africana finalizou. Hana e Ana estavam chocadas, todavia não tanto quanto eu. – Nunca ninguém que foi “alugada” pelo Senhor King voltou com uma lista... – Todos me olharam preocupados.

– Isso significa... – Hana começou receosamente - Que ele quer a Izzy mais vezes. – Engoli em seco. Não quero esse homem me tocando novamente. – E tem mais uma coisa que não entendi. Você disse que ele te beijou? – Assenti enquanto encarava o chão, tentando entender tudo o que me foi dito – Achei que não podia beijar prostitutas... –

– E não pode! – Luke interviu - Tanto os clientes quanto nós somos avisados de que isso é proibido... Ou seja... Ele quebrou uma regra... Fez tudo diferente com a Izzy. – Nada fazia sentido na minha cabeça; tudo que ele fez e tudo que ele fazia... Por que ser diferente comigo?

– Qual o problema do Jackson? – Disse por fim, antes que Samuel chegasse a nossa mesa e acabasse com a rodinha.

 

QUEBRA DE TEMPO

 

Hoje é sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018. Agora são 18h00min e nesse exato momento eu estou acertando minha sobrancelha com a Nádia.

Ela é uma russa de 25 anos viciada em café e uma design de sobrancelhas impressionante. Como seu trabalho não é necessário todo dia, a sua presença só é requisitada segundas, quartas e sextas.

A mais velha tem a pele branca, cabelo liso médio na cor preta, corpo esquio parecida com a Ariana Grande, e um rosto lindo com olhos negros, lábios meio grossos e rosados e um nariz fino.

– Eu acho que você fez pouco. – Ela exclamou após eu terminar de contar minha primeira noite - Se fosse eu, teria enfiado as unhas nesse empresário e o mandado para o hospital com uma hemorragia. – Disse enquanto tira os pelos em excesso.

 Eu, Yasmin e Sara rimos desse temperamento explosivo da design. Como Nádia não vem todo dia, ela atende no “salão” da maquiadora e cabelereira. Pelo que ela me falou, Mercedes sequestrou seus pais e os mantem morando em Seul sobre extrema vigilância; se a russa fizer algo errado, eles acabam mortos.

– Se eu fizesse isso, era capaz dele gostar e me dar tapas mais fortes na bunda... – Quando acabar aqui, vou ser levada novamente para o apartamento do Wang.

Sim, Mercedes ligou para ele e perguntou se queria alguma companhia para essa noite e adivinha quem o babaca escolheu?

– Pelo menos... Ele foi o único até agora. – A olhei confusa e recebei seu olhar assustado em troca. – Não foi o único? – Neguei com a cabeça, me virando para a inglesa e a alemã.

– Não contaram a ela? – Perguntei, vendo ambas negarem com a cabeça

– Quem passou por isso foi você! Só você pode contar! – Yasmin afirmou e Sara concordou com a cabeça. Me virei novamente para frente.

– Bom Nádia... Depois do “Senhor King”... Eu fui chamada mais duas vezes essa semana: na terça pelo “Senhor Gold” e na quinta pelo “Senhor Yixing”. – Ela prestava atenção em minhas palavras. Continuei olhando para meu reflexo, enquanto lembrava-me dessas duas noites.

 

LEMBRANÇAS ON/ IZZY ON

 

Terça-feira, dia 20 de fevereiro de 2018. Eu tinha acabado de voltar do café e estava conversando com a Siara na minha cama, quando Mercedes entrou no meu quarto e disse:

– O puta, digo Izzy. – A mulher usava um conjunto verde escuro, uma blusa branca e um salto preto.

A olhei com mais ódio do que o normal, afinal não tinha dormido direito, estava morta de sono e ainda teria que ouvir discursos dela? Ninguém merece.

 – Entrei no fórum de ontem e tinha uma mensagem do Mr. Gold... Ele me pediu para aluga-la, então hoje à noite, você vai dormir com ele! –

Como é que é? Tinha acabado de voltar da minha primeira vez, estava toda “dolorida” e roxa, a primeira coisa que eu não queria é dormir com outro homem. Me levantei pronta para brigar com ela, no entanto a cafetina já devia esperar por isso, pois foi mais rápida.

 – Acho melhor se acostumar... É assim que vai ser “norinha”. Uma noite com cada um e não se esqueça que eu vou saber se você foi relutante ou não. Se por um caso, você resistir só um pouco, não importante com quem seja, seu próximo cliente será o Dak-ho e nem pense que meu filho vai te salvar. Ninguém, nem mesmo uma força divina, vai te livrar do halterofilista! Entendeu? – Seu tom calmo não amenizou sua ameaça... Assenti com a cabeça e ela sorriu vitoriosa, se virou para a entrada e foi caminhando até lá. Ao abrir a saída, virou um pouco o rosto e disse. – Você pode se soltar mais, sabe... Não o deixe fazer tudo. Trabalhe um pouco também háháháhaháháháháhá. – Saiu fazendo essa risada maligna. Me sentei na cama, com os punhos cerrados e tive vontade de chorar de pura raiva, mas os braços de minha amiga ao redor me fizeram somente cerrar os olhos.

Na hora de tomar banho, Sun-hee me chamou. Depois de me lavar, escovei os dentes, voltei, passei um creme no corpo e fui escolher uma roupa. Escolhi uma espécie de espartilho tomara que caia amarelo com detalhes em preto, uma saia preta bem diferente, uma sandália preta linda e uma gargantilha preta. Fui até a Yasmin e Sara.

A alemã me deu uma base à prova d’agua e suor que dura 6 horas... Perfeita para esconder marcas. Praticamente, gastei um tubo inteiro, sorte que ela tem mais e tem da minha cor.

A cabelereira apenas definiu mais meu cabelo, deixando os cachos soltos. A maquiadora deixou um olho menos marcado, com o delineador sendo o destaque; deixou as bochechas suaves com um blush rosa e meus lábios com um batom vermelho; às 19 horas, já estava pronta.

Marcos me levou novamente; fomos para uma parte mais tranquila da cidade, onde ficam as casas mais luxuosas. Ele parou com o carro na frente de uma casa linda; não era uma mansão, mas era enorme, parecia à casa dos Cullens em Crepúsculo. Desci e fui em direção à porta. Não tinha luzes acessas, o que deixava a residência com um ar de abandono, todavia o R8 GT Spyder parado na frente do lugar indicava haver gente na casa.

Dei 3 batidas na porta e logo um homem pra lá de alto atendeu, ele tinha os cabelos meio alaranjados, rosto meio angular, lábios grossos, olhos pequenos mas penetrantes. Ao me ver, sorriu de lábios fechados, mostrando suas covinhas.

– Senhor Gold? – Perguntei meio seca, mantendo minha expressão séria. Ele usava um terno preto com uma gravata preta e uma blusa social branca.

– Por favor... Não precisa me chamar por esse nome. Meu nome é Namjoon, Kim Namjoon ao seu dispor. – Estendeu a mão que foi ignorada. Me analisou dos pés a cabeça; tinha desejo em seu olhar, porém não havia só isso, parecia que ele estava me estudando, “lendo” cada gesto meu. – Gostaria de entrar? – Abriu espaço e eu coloquei os pés em sua casa. Como estava escuro, não pude ver como ela era, só sei que era imensa. Senti suas mãos em minha cintura e me virei, observando seu olhar focado em meu rosto. – A senhorita é muito linda, se me permite dizer. – Sorriu novamente e eu dei de ombros.

– Vai fazer tudo o que quiser, independente de eu querer ou não. É para isso que me chamou, satisfazer você, não se importando com minhas vontades. – Minhas palavras ditas com frieza e indiferença o assustaram, Kim se encostou na porta enorme de madeira negra e me encarou.

- Nossa... A senhora Soares me disse que você era diferente, mas não sabia que era tanto... – Cruzou os braços e colocou um pé na porta.

– Isso nunca foi um problema para mim. – Coloquei as mãos na cintura e o olhei com prepotência.

– Bom... Pode não parecer, no entanto, não quero fazer algo que você não queira... – Desencostou da porta e ficou a centímetros de mim. – Não quero te machucar, por isso perguntei se não havia problema. –Pude sentir doçura em sua voz, enquanto ele colocava suas mãos em meus ombros.

– Vamos deixar uma coisa clara senhor Namjoon... – Comecei tirando as mãos dele de mim - Eu não quero estar aqui, nunca quis e nunca vou querer. Todavia, sou obrigada a fazer isso, caso não faça, meu castigo será bem pior, então... – O olhei sem expressão facial e o mais alto pareceu meio triste. – Só vim para passar uma noite, então podemos ir logo com isso? Cedo ou tarde vamos ir para a cama, e quanto mais cedo formos, mais cedo terminamos. – O maior assentiu e pegou na minha destra, me guiando até uma escada. Subimos e fomos para o fim de um corredor, ele abriu uma porta e me deu passagem.

Ao entrar, vi um quarto com paredes escuras e um teto de madeira não muito claro. Os detalhes de tom marrom contrastavam com os tons negros da parede, bem como com a cor clara do abajur e do lustre. Fiquei tão distraída com o quarto que nem me lembrei do dono dele atrás de mim. Senti as mãos do maior na minha cintura e me virei, vendo-o perto demais. Ele sorriu doce, alisou meu rosto e disse...


Notas Finais




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