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História Wildfire - Just Give Me a Reason


Escrita por: mclaraaaaaaaa

Notas do Autor


Nome do capitulo: Me dê apenas um motivo.
OIOIOI MANAS!!! Penúltimo capitulo de Wildfire e eu to como? Pois é.
Até o próximo.

Espero que gostem.

Capítulo 56 - Just Give Me a Reason


- Amiga Ravena? – Estelar falou quando Ravena atendeu o telefone. – Onde você está?

- Acabei de sair da faculdade... Aconteceu alguma coisa?

- Não, não... Eu só estava pensando em uma coisa e...

- Kori, eu estou um pouco ocupada agora. O que você quer?

- Eu quero ir para Jump City.

- O quê?

- Eu quero ir para Jump City.

- Mas eu pensei que você e o Dick tivessem discutido porque você não levou o Max no fim de semana...

- É verdade, mas eu precisava arrumar as coisas na cobertura. Eles deixaram tudo tão bagunçado e você está de prova que tivemos muito trabalho.

- Sim, nós tivemos...

- Você não acha que é uma boa ideia?

- Eu não tenho uma opinião formada, Kori – Ravena suspirou. – Eles foram embora há quase dois meses...

- Eu sei.

- Tem bastante tempo que o Dick não vê o Max.

- Eu sei.

- Ele está com raiva.

- Eu sei, amiga Ravena. – Estelar lamentou. – Estou arrependida por não ter ido. Eu tive tanto medo. Tive não, ainda estou com medo.

- Medo de quê?

- De que ele tente tomar o meu pequeno bungorf de mim.

- Ele não é louco de fazer isso.

- E se ele for?

- Eu disse que vocês deviam ter conversado assim que se reencontraram.

- Você sabe que não é tão fácil quanto parece...

- Sim, eu sei. Pode não parecer, mas estou com saudade deles. Todos os dias sinto falta das brincadeiras inconvenientes do Shane e da Lexi.

- É aí que eu queria chegar...

- Como assim?

- Amiga Ravena, o que você acha de... De...

- Kori, eu estou com pressa.

- Você quer ir para Jump City comigo? – Estelar falou rapidamente. – Eu pago a sua passagem.

- Ir para Jump City?

- É. Hoje é sexta-feira de qualquer forma...

- Tenho aula amanhã.

- Mas...

- Kori...

- Você não está com saudade do amigo Garfield?

- Eu estou morrendo de saudade, mas é complicado.

- Por quê?

- Porque sim.

Estelar revirou os olhos, ficando impaciente com as desculpas que Ravena arranjava. Sabia que a amiga não estava aguentando de saudade do namorado, mas por algum motivo ela sempre adiava a viagem para Jump City, provavelmente com medo de não resistir e abandonar a ideia de ter uma formação apenas para ficar com ele.

Suspirou e olhou de um jeito desanimado para Max, que brincava com alguns carrinhos no tapete da sala, ocupado demais para reparar o dilema que a mãe estava enfrentando. Ele era pequeno demais para entender e a única coisa que sabia era que estava morrendo de saudade de seu pai, Cyborg e Mutano. Não entendi porquê eles tinham sumido tão repentinamente de sua vida e nenhuma explicação – e desculpa – que Ravena inventasse era o boa o bastante para convencê-lo. Ele estava triste, amuado, brincando quase robóticamente, apenas por brincar. Chorava toda vez que ficava longe de Nelson, Abelardo e da máscara que Asa Noturna havia feito especialmente para ele.

Max estava com saudade, e Estelar também.

- Já que você não vai, acho que vou sozinha com o Max. – a alienígena voltou a falar com Ravena. – Vou arrumá-lo e passar na rodoviária para pegar o ônibus das 13h.

- Espera – Ravena pediu, olhando a hora em um dos grandes relógios espalhadas pela faculdade. 12h15. – Eu vou com você.

- Tem certeza? Pensei que você tivesse aula...

- Eu tenho, mas dou um jeito de voltar amanhã cedo.

- Então posso comprar três passagens?!

- Sim, Kori, você pode. Te encontro na rodoviária em alguns minutos, ok?!

- SIM!

Do outro lado da linha, Ravena encolheu os ombros com o grito da amiga, mas não pode deixar de sorrir com o entusiasmo dela. Apertou a alça de sua bolsa e acenou com a cabeça para duas ou três pessoas que estudavam na mesma sala que ela, tentando ser simpática. Dois meses de faculdade e ela quase não se reconhecia. Tinha feito alguns amigos e até se dava bem nos trabalhos em grupo, mas ainda sentia como se alguma coisa estivesse faltando, e ela sabia muito bem o que era: Mutano.

Estava com saudade e as chamadas de vídeo e ligações tinham se tornado raras, tanto para ele quanto para ela. O tempo deles nunca se encaixava, e quando ela estava disponível, ele estava em uma missão; quando ele estava atoa, ela estava estudando na faculdade ou em casa, preparando-se para as provas do semestre. Eles tinham se desencontrado e aceitaram isso com mais facilidade do que podiam imaginar.

Ela balançou a cabeça para afastar o pensamento triste e continuou andando pelo campus, brincando com o celular em suas mãos. Ligaria para ele ou não? Avisaria que estava indo ou chegaria de surpresa? A conversa que haviam tido no dia anterior tinha sido um pouco seca e até desanimada, tudo que eles não queriam que fossem. Tinham tanta coisa para falar que não pensavam em ouvir o que o outro tinham para dizer. Eram tantas novidades que não sabiam por onde começar. Vilões e provas, missões e aulas, video-games e livros, revistinhas e TJ’s Café, que era o mais novo emprego de Ravena... Nada combinava.

É. Ela não contaria. Chegaria de surpresa e só precisava torcer para que Mutano ficasse feliz.

Enquanto isso, Estelar arrumou sua mala e a de Max em um tempo recorde. O menino estava um pouco confuso e aceitava tudo que a mãe falava, sem realmente entender o que ela queria dizer. Quando percebeu, já estava agasalhado, segurando Nelson em um dos braços, com a pequena mochila do Ben 10 nas costas e um olhar de interrogação no rosto.

- onde a gente vai?

- Jump City! – Estelar exclamou, pegando-o no colo e saindo da cobertura. O táxi já estava esperando por eles e Ravena também estava na rodoviária, mesmo que ainda faltasse quinze ou dez minutos para a saída do ônibus.

- Mas onde fica isso, mamãe?

- É a cidade do seu pai, lembra?

- A gente vai o papai?

- Sim.

- EBA! Eu tô com tanta sodade.

- Ele também está com muita saudade de você.

- Ele vai moiá com a gente de novo?

- Não...

- Po quê?

- Ele tem a vida dele em Jump City e nós temos a nossa aqui.

- Mas eu queo moiá com ele.

- Eu sei, meu amor, mas...

- Po favô.

- Nós vamos resolver isso, ok?! Não se preocupe, hoje você vai ficar com ele e tenho certeza de que vão brincar muito.

- EBA!

Se antes Estelar era a única animada, depois da pequena conversa com Max, ele acabou ficando mais animado do que ela. Ravena franziu o cenho quando viu os dois chegando na rodoviária, um pouco surpresa com a euforia que conseguia sentir neles. Estelar não estava com medo da reação de Asa Noturna?

Ela não teve tempo para pensar nisso. Assim que entraram no ônibus, mãe e filho iniciaram uma conversa que durou por todo o caminho até Jump City. Ravena tentou acompanhar o ritmo deles, mas desistiu depois de quase duas horas, quando se rendeu ao sono que estava sentindo e dormiu até chegar ao seu destino.

Estelar ficou maravilhada quando o ônibus parou em Jump City. Faziam anos desde que ela tinha estado na cidade pela última vez, e tudo parecia exatamente igual. Ravena não estava tão surpresa quanto a amiga, mas tinha lembranças ótimas do fim de semana que passara com Mutano na Torre. Max, por sua vez, não sabia para onde olhar. Era a primeira viagem do menino e Jump City era uma cidade grande, cheia de gente, com muitos prédios, pessoas e sons. Tinha algumas praias e uma Torre em formato de “T” destacando-se no horizonte. Ele ficou hipnotizado com tanta coisa, perdido nas cores, cheiros e formas que o rodeavam.

Todo o sentimento nostálgico e eufórico pareceu ir embora quando o trio chegou à Torre Titã. O sorriso de Estelar desapareceu, Ravena ficou seria outra vez, e Max compartilhou do medo que as duas sentiam, escondendo o rosto no ombro da mãe.

- Será que eles estão em casa? – Ravena perguntou, encarando o botão da campainha.

- Eu não sei... – Estelar suspirou, ficando nervosa. – Você não vai tocar a campainha?

- Não sei se quero fazer isso.

- Quem móia aqui?

- O seu pai, o Gar e o Cyborg.

- O papai tá aqui?

- Não sei...

- PAPAI! – Max gritou, saindo do colo de Estelar e batendo as mãozinhas na porta. – PAPAI! PAPAI!

- Max! – Ravena o pegou no colo, afastando-o da porta. Ele continuou chamando por Asa Noturna, fazendo com que ela e Estelar encolhessem os ombros.

Os gritos do menino ecoavam pela ilha silenciosa, dando a impressão de que ficavam cada vez mais altos. A porta principal da Torre fez um barulho alto e se abriu, revelando Cyborg, completamente confuso.

- Eu pensei ter ouvido a voz do... MAX! – ele gritou, tirando o menino dos braços de Ravena e jogando-o para cima. – Eu sabia! Ainda não estou ficando louco!

- Você escutou os gritos dele? – Ravena arqueou uma sobrancelha, dando um abraço desajeitado no amigo.

- Sim, esse menino tem uma voz bem estridente.

- Amigo Cyborg! – Estelar voou até ele, abraçando-o com força. – Estávamos com tanta saudade!

- Nem me fale, vocês prometeram que apareceriam nos finais de semana e não vieram em nenhum.

- Estamos sem tempo. – Ravena deu de ombros.

- Você sabe que eu não acredito nisso, não é?

Ela esboçou um sorriso e seguiu Cyborg para dentro da Torre, pensando no que faria quando se encontrasse com Mutano. Estelar admirou cada pedacinho da casa, lembrando-se de quando morava ali, e até chorou um pouco, deixando Cyborg emocionado.

- Cadê a Lexi? – Ravena perguntou.

- Está trabalhando. – Cyborg colocou Max no sofá. – Ela não quer se mudar para cá de jeito nenhum.

- Ela está apaixonada pelo apartamento novo.

- Eu sei, mas eu estou com saudade.

- Vocês se veem todos os dias.

- Nunca é o bastante, maninha.

- E o Shane e o Jared?

- Estão muito animados com a joalheria nova... E com a Mia.

- Eles conseguiram os papéis para a adoção dela?

- Ainda não, mas estão bem perto de conseguir.

- Isso é glorioso – Estelar exclamou. – A Mia terá a família que merece e eles serão muito felizes, tenho certeza!

- Eu também tenho – Cyborg sorriu. – Então, vocês vieram só porque sentiram saudade ou...

- Sim!

- Kori...

- É verdade, amigo. A amiga Ravena quase implorou para que eu viesse com ela.

- O quê?! – Ravena arregalou os olhos. – Eu não fiz isso!

Estelar sorriu sem graça e encarou o chão, ciente de que Cyborg sabia quais eram os seus motivos para estar ali. Sentiu suas bochechas esquentando e ficou mais envergonhada ainda por estar com tanta vergonha.

- O Dick está no escritório – Cyborg informou. – E o Gar está no quarto dele. Acho que vocês ainda sabem o caminho.

- Eu não estou aqui para ver o Dick e...

- Kori, está na hora – Ravena a interrompeu. – Vocês precisam dessa conversa.

- Mas...

- Agora.

- E o Max?

- Eu vou tomar conta dele – Cyborg sorriu, ligando o video-game e sentando-se ao lado do menino. – Levem o tempo que for necessário com a conversa e... Seja lá o que a Rae vai fazer com o Gar.

- Eu não vou fazer nada!

- Sei...

- Cyborg!

- Só estou brincando!

Ravena revirou os olhos e subiu a escada, indo para o quarto de Mutano. Estelar voou silenciosamente atrás dela, entrando em um corredor diferente que a levaria até o escritório de Asa Noturna.

Até os carpetes no chão continuavam o mesmo e a alienígena sentia vontade de chorar por estar na Torre outra vez. Aquela sim era sua casa, seu lar. Tinha sido um “peixe fora d’água” por anos antes de se acostumar com os costumes da Terra, e os Titãs tinham sido a base para que ela aprendesse a viver como uma humana. Ela sentia falta de tudo que já tinha tido um dia. Tudo.

- Richard? – bateu na porta que estava encostada, tentando enxergar pela pequena fresta. – Você está aí? – ela deu alguns passos para trás quando escutou Asa Noturna se aproximando, e esfregou as mãos nervosa.

- Kori? O que você... O que você está fazendo aqui? Aconteceu alguma coisa com o Max?

- Não, não!

- Ele está bem?

- Ele está ótimo... Está lá embaixo brincando com o amigo Cyborg.

- Ah – o Titã falou aliviado. – Que susto! Você quer entrar? – deu espaço para que ela entrasse no escritório, sentindo suas mãos gelarem.

- Claro.

Os dois ficaram em silêncio enquanto Estelar olhava para as paredes da sala, vendo algumas reportagens de jornal. Não conseguiu identificar direito no que Asa Noturna estava trabalhando, mas sua mente pouco se importou com isso quando viu uma foto em cima da mesa dele. Engoliu em seco. Era um foto dela. Dela com ele, tirada quando eles começaram a namorar.

- Você ainda tem essa foto...

- É, eu gosto dela.

- Por quê?

- Não sei, acho que me traz boas lembranças.

- Mas eu estou nela.

- E o que te faz pensar que você não é uma boa lembrança? – ele franziu o cenho por baixo da máscara.

- Eu... Nós precisamos conversar.

- Eu sei. Você não trouxe o Max como prometeu...

- Não sobre isso. – Estelar balançou a cabeça. – Quer dizer, sobre isso também, mas não agora.

- Tudo bem. Você quer começar?

- Eu? É... Eu...

- Nós não precisamos fazer isso, Kori.

- Precisamos sim e você sabe disso. Eu só não sei como começar.

- Que tal começar me contando o motivo de você ter ido embora? O motivo de ter escondido o Max de mim?

- Eu fiquei com medo, Dick! Foi tudo tão rápido... Você não tem ideia de como foi difícil, de como eu sofri.

- Acho que tenho ideia sim.

- Não, você não tem! Você era o meu mundo, Dick. Eu fazia de tudo por e para você, eu me dedicava, te amava, aceitava a sua frieza em alguns momentos, te apoiava, confiava em você... – ela listou. – Quando o túnel explodiu e desabou, você foi a última pessoa que vi. Eu escutei você gritando o meu nome e soube que ficaria bem porque você faria de tudo para me salvar, mas quando eu acordei, você não estava olhando na minha cara. Você não quis falar comigo!

- Eu quis te proteger!

- Você me afastou de todos os jeitos possíveis, deixou de ser meu namorado e meu amigo, sem sequer me explicar o porquê. Eu resolvi esperar o seu tempo, lembra? Tentei acreditar que você só estava estressado por causa do Slade, mas você não veio me procurar outra vez.

- Kori...

- Me deixa terminar!

- Desculpe.

- Você não me procurou, e como se isso não bastasse, começou a me excluir das missões. Você chamava a Ravena, o Mutano e o Cyborg para te acompanhar, mas nunca se lembrava de mim. Eu sempre ficava sozinha ou com quem sobrava e não entrava na sua “equipe particular”. Isso me machucou tanto, tanto... Todos os dias eu pensava em tudo que eu já tinha feito, tentando descobrir aonde eu tinha errado, mas esse era o problema. Eu não tinha errado, você errou. Pelo menos dessa vez...

Asa Noturna cruzou os braços e encostou-se na mesa, encarando o chão. Esperou Estelar se acalmar, mas não arriscou falar, sabendo que ela continuaria mais cedo ou mais tarde. Ele conhecia a história e sabia o que tinha feito, mas escutar tudo aquilo saindo da boca dela, era como levar um balde de água fria bem no meio do rosto.

- Quando eu comecei a aceitar que você não gostava mais de mim... Eu descobri que estava grávida – ela falou baixinho. – Descobri não, eu vi em um dos livros do Cyborg. A gravidez em Tamaran é diferente. Os genes dos homens deixam uma marca no corpo das mulheres, como uma cicatriz, feita apenas para avisar que elas estão grávidas. Isso não aconteceu comigo. Ao invés disso, eu comecei a vomitar e todos os meus estômagos recusavam comida. No meu planeta, isso é sinal de traição. Eu sabia que não tinha traído ninguém, então os sintomas não combinavam com o que eu pensava que tinha. – suspirou. – Eu queria te contar, eu juro que queria, mas todas as vezes que tentei, você bateu a porta na minha cara ou gritou para ficar sozinho.

- A Ravena me contou.

- Eu não entendia o que estava acontecendo comigo. Não sabia o que aconteceria, e precisava de alguém para me apoiar, me ajudar e me explicar o que estava acontecendo.

- Você podia ter me procurado.

- Eu procurei, você não me deu chance de falar.

- Mas...

- Eu não tinha intenção nenhuma de contar para outra pessoa que não fosse você, mas a amiga Ravena percebeu. Ela ainda tinha os poderes dela e sentiu que eu estava escondendo alguma coisa. Ela só precisou me perguntar o que estava acontecendo e eu contei tudo. Eu falei por horas e horas, e chorei. Consegui colocar tudo pra fora porque percebi que ainda existia alguém que se importava comigo.

- E o Mutano e o Cyborg?

- Eles não perceberam nada. São tão cegos quanto você em relação à certas coisas... Eu sei que ela tentou te contar sobre a minha gravidez. Eu odiava quando ela fazia isso, mas ainda tinha a esperança de que, talvez, você a ouvisse.

- Eu queria te proteger.

- Me deixando de lado? Fingindo que eu não existia? Tudo que você fez foi me deixar triste.

- Não foi a minha intenção.

- Mas foi o que aconteceu. Eu só consegui ter sossego quando nós chegamos em Midnight City porque sabia que você não estaria por perto. Eu não precisaria lidar com você e com o que você estava fazendo.

- Você me escondeu o Max. Por que não contou depois?

- Você acreditaria que ele era seu filho?

- Ele tem os meus olhos.

- E você só percebeu isso muito tempo depois, segundo o Cyborg.

- Eu não tive culpa!

- Você errou, Dick. – Estelar balançou a cabeça. – Eu errei é muito, mas você também tem a sua parcela de culpa nisso. Como a amiga Ravena diz... Você foi a gasolina e eu fui o fogo. Você agiu para me proteger e eu agi para me reaproximar de você. Nenhum dos dois conseguiu o que queria.

- Eu sinto muito, Kori – Asa Noturna disse. – Eu não sabia o que estava acontecendo com você, não tinha ideia da gravidade da situação. Eu pensei que se me mantivesse afastado, você estaria protegida. Eu tinha medo do que o Slade faria com você para me atingir!

- E por isso criou todas aquelas regras para o resto da equipe? Sem namoro entre os integrantes, sem interação física na Torre... Você fez tudo isso para me afastar.

- Eu precisei. Foi o único jeito. Eu estava desesperado, não podia suportar a ideia de te perder. Não podia viver com a ideia de que você tinha se machucado por minha causa! Estava tão perdido que pedi conselho para a única pessoa que eu mais evito fazer isso.

- Batman.

- Sim.

- Eu não trouxe o Max no dia combinado porque eu estava com medo.

- De quê? De mim?

Quando Estelar assentiu com a cabeça, Asa Noturna sentiu seu coração se partindo em um milhão de pedaços. Abriu a boca para falar, mas desistiu ao perceber que não tinha uma resposta. Ela estava certa, afinal. Ele tinha a afastado uma vez, quem garantia que não o faria de novo? Quem garantia que não o faria com Max?

- Eu não quero que você tire o Max de mim.

- O quê? – ele perguntou, confuso.

- Eu não quero ficar sem o meu filho. Eu...

- Eu não vou tirar o Max de você! Nunca!

- Mas...

- Nós não estamos juntos, mas eu não sou capaz de ser tão cruel. Eu só quero ter um tempo com ele, como todo pai tem com o filho. Eu falhei com ele também, o tratei mal porque pensei que ele fosse filho de outro homem. Errei com ele e com você, agora só quero uma chance para consertar isso.

- O que você quer dizer?

- O Max merece ter uma família, Kori. Ele merece ter tudo. Eu quero que vocês voltem para cá. Para a Torre.

- Não.

- Não?

- Não.

- Por quê?

- Eu não vou voltar para a Torre.

- Mas...

- Isso é demais, Dick. Eu sinto muito.

- Então o que você sugere? Vamos decidir isso juntos...

- Eu não quero e não vou continuar morando em Midnight City, mas também não quero morar aqui. – Estelar explicou. – A Ravena está trabalhando como garçonete, está estudando... Está vivendo a vida dela e está muito bem. Eu também quero isso.

- O que você quer fazer?

- Eu vou conversar com a Lexi, se ela me aceitar... E aceitar o Max... Podemos morar com ela.

- Você está falando sério?

- Estou... Por quê?

Asa Noturna deu de ombros e a abraçou com força, fazendo-a corar. Estelar demorou um pouco mais que o normal para retribuir o abraço, mas quando o fez, permitiu-se aproveitar cada segundo dele. Deitou a cabeça no peito de Asa Noturna e fechou os olhos, sentindo o rosto do peso que ainda tinha nas costas desaparecer.

- Obrigado.

- O Max merece mesmo uma família...

- É... – Asa Noturna olhou nos olhos dela, hipnotizado. – Kori, eu... Me desculpe. Por tudo.

- Está tudo bem agora. Você também precisa me desculpar.

- A vida nunca sai do jeito que nós planejamos, não é?

- Sim... Tudo é mais feio de perto.

- Você não.

- O quê?

- N-Nada. – ele corou.

- Obrigada por me desculpar.

- O que você acha de sairmos?

- Agora? Pra onde?

- Eu não sei, mas... Está na hora de um Max ter um passeio com os pais dele, você não acha? Podemos ir comer uma pizza ou...

- Uma pizza é uma ótima ideia.

- Te encontro lá em baixo?

Estelar deu um beijinho rápido na bochecha esquerda dele, enquanto apertava suas mãos de leve. Ele sorriu e a beijou de volta, rindo da vergonha que ela estava sentindo. Esperou que ela saísse do escritório e suspirou aliviado, com a mesma sensação de dever cumprido que ela.

Sorriu e guardou os documentos que estava estudando, indo atrás de Estelar. Depois de quatro anos, sentia que as coisas estavam começando a voltar ao normal.

~*~*~

Ravena ficou um bom tempo parada em frente à porta do quarto de Mutano, pensando se batia ou não. Estava tudo tão silencioso que ela conferiu se estava no corredor certo, mas não tinha jeito, ela nunca erraria o caminho para o quarto dele. Nem se quisesse.

Respirou fundo e bateu na porta, dando alguns passos para trás, e esperando que ele a atendesse. Demorou menos do que ela esperava e quando percebeu, estava olhando para os maravilhosos olhos verdes de Mutano, que mantinha um sorriso surpreso no rosto ao olhar para ela.

- Você é real ou eu ainda estou dormindo?

- Quer que eu te belisque?

- Você é real! – ele exclamou, puxando-a para um abraço. Gemeu baixinho quando os braços dela apertaram o machucado em suas costas, adquirido graças à uma luta com Cinderblock no dia anterior. – Ai.

- Você não cuidou do machucado até hoje?

- Do jeito que você fala parece que tem muito tempo.

- Foi ontem, Gar.

- Então. Eu estava dormindo primeiro.

Ela revirou os olhos e o empurrou para dentro do quarto, fazendo-o se deitar na cama. Pegou o kit de primeiros-socorros que ele deixava na cômoda do quarto e levantou a camisa dele, limpando a ferida.

- Por que você não avisou que estava vindo?

- Quis fazer uma supresa.

- A melhor surpresa do mundo.

- Falso.

- Ei! Não te vejo há dois meses!

- E já está morrendo de saudade – ela sorriu, incapaz de esconder sua felicidade por estar ali. – Você não vive sem mim.

- Não vivo mesmo – Mutano acariciou o rosto dela. – Por que você não veio antes como o prometido?

- Estou toda enrolada com as coisas da faculdade. Te contei por telefone.

- Sim, ontem. Depois de ficar três dias sem me atender.

- Eu perdi o meu carregador.

- Por que isso está soando como uma desculpa?

- Mas não é.

- Sério, Rae?

- Sim! Você sabe que eu sou desleixada com essas coisas.

- Tudo bem. – ele suspirou, tirando a mão do rosto dela.

- Você vai mesmo ficar assim?

- Assim como?

- Me cobrando, reclamando e de pirraça.

- Não estou de pirraça.

- Você sabe que está.

Mutano soltou um muxoxo alto e olhou para a parede ao lado da cama, ignorando o rosto de Ravena. Fez careta quando o machucado que ela limpava ardeu, mas não falou nada. Ela guardou as coisas que havia usado e ficou parada no meio do quarto, olhando-o de um jeito estranho.

- Que foi?

- Nada, só estou pensando se eu fiz a coisa certa.

- Como assim?

- Eu não devia ter vindo.

- Qual é, Ravena!

- O que foi, Garfield? – ela perguntou. – Não preciso ter poderes para saber que você não está feliz.

- É claro que não estou – ele respondeu. – Não vejo a minha namorada há dois meses, ela não atende as minhas ligações e quase não responde às minhas mensagens. O que você queria?

- Nada. Eu não queria nada.

Mutano bufou quando Ravena começou a sair do quarto e praguejou baixinho, vendo-a se afastar. Levantou da cama e foi atrás dela, sentindo sua raiva desaparecer só de olhá-la.

- Na verdade – ela parou de andar. – Eu queria que você entendesse que estou ocupada, fazendo faculdade e...

Um beijo inesperado e intenso fez com que ela se calasse em questão de segundos. Mutano a puxou para mais perto e andou até que ela estivesse com as costas coladas na porta do quarto. Passou os lábios pelo pescoço de Ravena, fazendo-a suspirar e ficar arrepiada.

- Eu entendo.

- Mentiroso.

- Não quero que você vá embora.

- Mas eu preciso ir.

- Agora?

Ela o beijou outra vez e brincou com o cabelo dele, puxando de leve. Sorriu no meio do beijo e aproveitou para tirar a própria blusa que passava um calor insuportável em contato com o abdômen nu de Mutano. Passou as pernas pela cintura dele e não precisou pedir para que ele a levasse para a cama.

Eles se olharam nos olhos por alguns segundos, e o metamorfo sorriu amplamente ao ver uma faísca nos olhos roxos de Ravena. Quando queria, ela tinha o próprio diabo nos olhos, do mesmo jeito que ele tinha sua Fera, pronta para atacar, apenas esperando por um sinal. O que eles tinham um para o outro era mortal e viciante. Cada um estava com sua parte mais primitiva, deixando seus corpos serem guiados pela luxúria que os consumiria em questão de minutos.

Ravena descolou a boca da de Mutano por um segundo, sorrindo maliciosamente. Puxou o lábio inferior dele com os dentes e ronronou baixinho, fazendo-o rosnar.

- Acho que posso ficar até amanhã.

Foi o sinal que ele precisava para libertar o desejo que estava guardando nos últimos dois meses. Jogou-a na cama de qualquer jeito e, sem nenhum aviso prévio, a puxou pelas pernas, colando seus corpos outra vez.

Ah, eles fariam amor como loucos.


Notas Finais


Chora nããããããão coleguinha!!!
Comentem :)


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