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História Will you like hunt with me? - Season 1 - Fé


Escrita por: _missedalways

Notas do Autor


Hey galerinha linda!
Tem novidade no fim do cap! Leiam!
Boa leitura <3

Capítulo 12 - Season 1 - Fé


Fanfic / Fanfiction Will you like hunt with me? - Season 1 - Fé

Harriet POV

Dean abriu o porta-malas apressadamente e eu olhei para a casa abandonada enegrecida pelas sombras da noite.

- Para que o amperímetro? - Sam perguntou e eu olhei-o.

- 10.000 volts - respondi e ele tirou as coisas do porta-malas, fechando-o.

- Caramba - ele respondeu e eu olhei mais uma vez para a casa, nervosa.

- Só podemos atirar uma vez - Dean explicou - não desperdicem.

Nós assentimos e descemos até o porão. Segurei minha lanterna mais alto e percebi um armário se mexendo.

- São apenas crianças - eu disse a mim mesma e vi uma menina e um menino assustados, escondidos no armário assim que eu o abri.

- Ele ainda está aqui? - Dean perguntou e as crianças assentiram.

- Pegue a mão de sua irmã e vamos sair - Sam disse e começou a subir as escadas, seguido pelas crianças. Subi alguns degraus e peguei a menina no colo, tentando ser mais rápida. Sam pegou o garotinho e eu vi Dean cair, sendo puxado.

- Vá! - Dean gritou assim que viu que eu hesitei em continuar subindo - leve-os daqui!

A menina que eu levava começou a chorar desesperadamente e eu odiei-a por gritar tão alto. 

- Sam - eu disse assim que cheguei no topo das escadas - eu preciso voltar. Pegue-a.

Sam assentiu e eu entreguei a menina à ele. Voltei a descer as escadas e vi Dean caído em uma poça d'água, pronto para eletrocutar a criatura em sua frente.

- Dean, não! - eu gritei e ele atirou, sendo eletrocutado também, gemendo de dor - merda! 

Senti minhas mãos começando a tremer e eu olhei-o perder a consciência. Tudo ficou em silêncio e eu percebi que a corrente elétrica havia acabado. Pulei da metade das escadas e andei até Dean.

- Dean? - eu disse e me abaixei em sua frente - Dean, acorde! Dean, vamos lá - eu peguei seu pulso e percebi que não havia um batimento cardíaco preciso - Dean! - eu gritei e bati em seu rosto - seu imbecil.

Nós estávamos em um hospital. 

Sam explicava o que aconteceu para um dos policiais e eu olhava pela janela grande que ladeava o corredor, olhando fixamente para os carros no estacionamento. A temperatura não estava muito alta, mas mesmo assim, eu sentia o suor escorrendo por debaixo de minha camisa. Eu batia freneticamente meu dedo no vidro, tentando dissipar minha ansiedade.

Olhei para a direção do quarto em que Dean estava e vi o médico saindo de lá. 

- Com licença - eu disse ele parou, sorrindo gentilmente em cumprimento - o senhor pode me dizer como ele está? - perguntei e Sam se aproximou de mim.

- Ele está descansando no momento - o médico respondeu - a carga elétrica que ele recebeu provocou um dano no coração bem grande. Eu realmente não sei como ele sobreviveu.

- Bem grande quanto? - Sam perguntou e o médico suspirou pesadamente.

- Nós fizemos tudo o que era possível. Podemos deixá-lo confortável agora, mas não creio que ele tenha mais que um mês de vida.

- O quê? - eu disse e senti minha voz falhando - tem… Tem que haver algo que possa ser feito. Algum tratamento ou algo assim.

- Não podemos fazer milagres - o médico respondeu - sinto muito - e ele saiu.

Eu olhei para Sam e ele estava com uma expressão indecifrável. Ele pegou minha mão e a segurou forte. Nós nos encostamos na parede e ficamos em silêncio por um longo tempo, tentando digerir tudo o que realmente estava acontecendo, algo que parecia ser impossível.

Eu não sei dizer exatamente o que eu estava sentindo. Era um misto de ansiedade e medo. Meu estômago ardia incessávelmente e toda vez que eu pensava que Dean iria morrer, algo atingia meu peito, parecendo apertar cada fibra que compunha os músculos de meu tórax, deixando uma sensação de “formigação”. Ele e Sam eram as pessoas mais próximas que eu tinha desde que eu perdi tudo. Se fosse Sam no lugar de Dean, eu iria me sentir do mesmo jeito.

Ao menos eu achava que sim.

Não era?

Sam me olhou com um sorriso cansado e entrou no quarto de Dean. Eu suspirei e fechei meus olhos, seguindo-o. 

Dean estava deitado na cama, pulando os canais da TV como uma criança. Ele estava pálido e havia algumas manchas mais escuras debaixo de seus olhos.

- E aí - ele disse - sabia que os canais de dia são uma porcaria?

Sam olhava-o com uma expressão triste e eu respirei fundo, tentando me manter controlada.

- Bem, acho que vocês vão ter que deixar a cidade sem mim - Dean sussurrou com um sorriso fraco, olhando de Sam para mim.

- Nós não vamos deixar você aqui - eu disse e ele balançou a cabeça.

- Espero que você não arrume outro bonitão de olhos verdes ou eu vou puxar seu pé de noite - Dean brincou, sorrindo.

- Qual é, cara - eu disse sentindo meus olhos ficando marejados - isso não é uma piada. Não tem nada de divertido em morrer.

- É um pouco engraçado sim - ele disse e Sam desviou de seu olhar - olha, é simples. É um barco pequeno e eu afundei. Fim da história. Eu vou morrer e vocês não podem mudar isso.

- Nós não vamos deixar você morrer - Sam murmurou e saiu do quarto.

- Vocês não podem fazer nada - Dean continuou e eu repreendi a mim mesma por deixar uma lágrima escapar. Vi os olhos de Dean me analisando e eu enxuguei a lágrima com a manga da minha jaqueta, enraivecida. Ele deu um meio sorriso e suspirou, desviando seus olhos de mim - você gosta de mim.

- Você não sabe do que tá falando - eu respondi.

- Poxa, estranha. Todo esse tempo e você vai baixar a guarda só quando eu tô pra morrer?

- Talvez o choque tenha fritado seus miolos - falei e ele sorriu, como se tivesse desvendado o mistério do ano.

Dean abriu a boca para dizer alguma coisa e eu neguei, saindo também. Fechei a porta e parei fora do quarto, encostando-me na parede. Coloquei as mãos em meu rosto e respirei fundo, tentando colocar em ordem a batalha de sentimentos que estava fluindo por minhas veias. 

Vi Sam parado, olhando pela janela. Andei até ele e enganchei em seu braço, puxando-o comigo para fora dali.

Eu e Sam estávamos em um quarto de um hotel barato que havia perto do hospital. Eu estava sentada no braço do pequeno sofá que tinha ao lado da porta enquanto Sam tentava falar com seu pai. 

- Nada? - perguntei assim que ele jogou o telefone em cima da cama, frustrado.

Ouvimos batidas na porta e eu me levantei. Sam ficou em pé preparado para pegar a arma de sua cintura caso fosse preciso. Andei até a porta e, quando Sam fez sinal, eu a abri.

- Dean? - eu disse, surpresa, ao vê-lo parado do outro lado da porta.

- Oi, estranha - ele disse e deu um sorriso cansado.

- Que merda você tá fazendo aqui? - perguntei e ele entrou.

- Eu dei alta à mim mesmo - ele respondeu e eu fechei a porta.

- Você tá maluco? - Sam disse e Dean deu de ombros.

- Eu não vou morrer em um hospital onde as enfermeiras nem são gostosas - Dean respondeu e eu suspirei.

- Essa pose de “eu não tô nem aí pra morte” é besteira - Sam falou, irritado - dá pra ver.

- Que seja - Dean murmurou e eu fiz uma careta - vocês deviam dormir. Estão piores que eu.

- Nós conseguimos alguma coisa - eu disse e Dean se sentou na cama. Eu me sentei no sofá e ele me olhou - ou melhor, Sam encontrou.

- Consegui falar com um amigo do papai - Sam explicou - ele disse que tem um especialista em Nebraska.

- Vocês não vão me deixar morrer em paz, não? - Dean disse de forma debochada e eu quis espancá-lo ali mesmo.

- De jeito nenhum - eu respondi e Dean deu um meio sorriso.

- Vamos para Nebraska - Sam disse, por fim.

Sam estacionou em frente à uma tenda branca enorme. O tempo era chuvoso e isso deixou o chão com uma lama densa. Fechei o zíper de minha jaqueta, tentando barrar o vento frio que cortava o ar. O estacionamento estava bastante cheio e pessoas doentes perambulavam na direção da tenda. Dean desceu do carro e sua expressão parecia cansada, muito cansada. Ele dava a impressão de estar frágil a ponto de não conseguir andar sem cair no chão. Andei até ele e estendi minha mão.

- Eu te ajudo - falei para Dean e ele me olhou estranho.

- Sabe, eu não tô incapacitado - ele respondeu e eu suspirei pesadamente, desviando de seu olhar repreendedor - ainda não acredito que vocês me trouxeram aqui.

- O reverendo Peter é um bom homem - uma mulher disse ao passar por nós seguida por uma jovem que sorriu gentilmente.

- Claro que é - Dean respondeu, desviando dela.

- Ok, vamos entrar - eu disse e nós seguimos para a tenda. Parei e fiquei olhando para Dean que se apoiou no carro antes de dar o primeiro passo.

Fui até ele e peguei seu braço, levando-o comigo enquanto Dean segurava firme minha mão.

Haviam bancos enfileirados pela tenda toda, que por sinal parecia maior do que vista de fora. Dean tentou sentar-se no último banco, mas eu o empurrei para frente. Sam entrou na primeira fileira e eu me sentei ao lado dele.

- Não querem sentar em cima do altar de uma vez? - Dean resmungou e eu bati no banco, esperando que ele se sentasse ao meu lado.  

Ele hesitou por um instante e finalmente sentou-se, irritado. Eu olhei-o e ele chegou mais perto do que era necessário.

Ele continuou me olhando por alguns segundos e eu coloquei minha mão levemente sobre sua perna, sentindo Dean passando seu braço por baixo do meu, deixando sua mão sobre a minha, causando um arrepio em meu corpo.

- Minha esposa, Donna, lê as notícias do jornal todo dia - o reverendo começou a dizer, arrumando os óculos, e então eu percebi que ele era cego - nunca é bom, não é?

 - Não - as pessoas responderam, em uníssono.

- Sempre é algo imoral, inaceitável - o reverendo continuou - mas saibam que Deus está vendo. Ele recompensa os bons e pune os corruptos. É um Senhor que faz a cura aqui, meus amigos. O Senhor me guia na escolha de quem curar e no coração de quem entrar.

- Amém - as pessoas entoaram.

- No coração e na carteira - Dean disse.

- É isso que pensa, meu jovem? - o reverendo disse e eu olhei para Dean, envergonhada e com raiva de estar sendo exposta assim.

- Desculpe - Dean disse.

- Não, não se desculpe. Eu posso ser cego, mas ouço muito bem - Peter respondeu e as pessoas soltaram um riso abafado - qual seu nome, filho?

- Dean.

- Dean - o reverendo repetiu - quero que suba aqui comigo.

As pessoas começaram a aplaudir e eu percebi o olhar de raiva da senhora que falou conosco no estacionamento sobre Dean.

- Não, tô bem aqui - Dean respondeu e eu olhei incrédula pra ele.

- O quê? - eu disse - você vai sim!

- O que você tá fazendo? - Sam perguntou, inclinando-se para o irmão.

- Veio aqui para ser curado, não veio? - Peter perguntou.

- É - Dean respondeu - mas talvez devesse escolher outra pessoa.

- Eu não escolhi você - Peter continuou - o Senhor escolheu.

- Anda - eu disse e ele me olhou - vai logo - ele fez uma careta e se levantou, subindo até Peter enquanto as pessoas aplaudiam.

- Não me leve a mal - Dean disse ao curandeiro - mas não acho que isso vá funcionar.

- Você vai ver, filho - Peter respondeu - rezem comigo, meus amigos.

As pessoas começaram a rezar e Peter levou uma mão até a cabeça de Dean. Eu me inclinei ligeiramente para frente e esperei, ansiosa.

- Tudo bem - Peter disse - tudo bem, agora.

Vi Dean fechar lentamente os olhos e cair de joelhos. Sam se levantou e eu fiquei em pé, segurando seu braço para que ele não fosse até lá. Dean desmaiou e eu vi seu corpo cair em um baque surdo no chão. Eu soltei o braço de Sam e nós dois corremos até ele.

- Dean - Sam chamou o irmão e chacoalhou seus braços.

- Ei - eu disse e segurei seu rosto entre minhas mãos - Dean?

Ele abriu os olhos brevemente e eu respirei aliviada, olhando para Sam, que parecia surpreso tanto quando eu.

Na manhã seguinte, nós estávamos novamente no hospital.

- Tem certeza que está bem? - Sam perguntou ao irmão e eu espiei pela janela do quarto, olhando os prédios ao lado.

- Sim, cara. Eu já disse - Dean respondeu e um médico entrou no quarto.

- Bom - o médico disse - pelos resultados dos seus testes, seu coração está em perfeita forma. Nenhum sinal de que houve algum dano. Não que seja incomum pessoas da sua idade terem problemas cardíacos, mas… Enfim. Você está perfeitamente saudável.

- Incomum? - eu disse - ele tem o quê? 25 anos? É uma idade bem incomum para se ter problemas cardíacos.

- Ontem um jovem atleta morreu de ataque cardíaco - o médico respondeu - como eu disse, não é incomum.

- Obrigado - Dean respondeu e o médico saiu - isso é estranho.

- Não é - Sam disse - corações dão problema e podem parar de funcionar.

- Não, não podem.

- Você vai querer investigar isso? - perguntei - não é mais fácil a gente agradecer por você ter sido salvo e seguir em frente?

- Não - Dean respondeu - quando… Quando eu fui curado, eu me senti errado. Eu senti uma sensação estranha. Um frio na barriga. Aí eu vi um homem velho e pálido atrás de Peter. Eu tô falando de um espírito.

- Se houvesse algo lá, eu e Sam teríamos visto também.

- Confiem em mim, tudo bem? - Dean insistiu e eu olhei para Sam - tem alguma coisa errada com esse cara.

- Tá - Sam assentiu.

- Beleza - Dean respondeu - você e Harriet vão ver o cara que morreu e eu vou ter uma conversinha boa com Peter.

- Não faça nada estúpido - eu disse enquanto eu e Sam saíamos do quarto.

- Tipo ter um ataque cardíaco? - ele zombou e eu parei.

- Não faça essas piadinha ridículas - falei - eu achei que você ia morrer.

- Eu sei - ele disse e se levantou - você até chorou em meu leito e tudo.

Eu soltei o ar de meus pulmões em forma de um riso reprimido cheio de raiva.

- Vá se ferrar - falei e ele sorriu ainda mais.

- O quê? - ele disse e se levantou, andando até mim. Eu olhei para trás e percebi que Sam havia desaparecido no corredor - não vai me abraçar e dizer que você morreu de medo de me perder e finalizar tudo beijando-me intensamente? Eu bem lembro que você disse que queria quando a gente estava prestes a ser assassinados pelo espantalho.

Eu sorri, sarcasticamente, e balancei a cabeça, saindo de perto dele e indo atrás de Sam.

Nós tínhamos um cara morto pra ver.

- Ele era uma pessoa perfeitamente saudável - o médico explicava enquanto eu olhava o corpo do homem sobre a mesa - fazia exercícios regularmente. Eu diria que sua morte foi bem, bom, sendo um ataque cardíaco, foi bem bizarro.

- Você disse que ele estava correndo quando aconteceu - Sam disse e eu olhei para o relógio na parede, o qual estava parado.

- Sim. Eu diria que ele estava enlouquecendo. Disse que alguém estava atrás dele.

- Ok, obrigado - Sam respondeu e eu apontei para o relógio.

- Parece que seu relógio quebrou - falei e o médico me olhou.

- É, não conseguimos fazer funcionar - ele respondeu - parou às 17h26.

- A hora que Garry morreu? - indaguei, referindo-me ao homem que sofreu o ataque cardíaco.

- Sim - o médico respondeu - como sabe?

Eu olhei para Sam e ele me olhou de volta.

Tinha alguma coisa acontecendo.

Eu e Sam havíamos voltado para o hotel e esperávamos por Dean.

Eu me sentei em uma das camas e estiquei minhas pernas sobre ela, encostando-me confortavelmente na cabeceira. Peguei um travesseiro e coloquei em meu colo, apoiando meu notebook em cima.

- E aí - Dean disse assim que apareceu no quarto. Sam desviou os olhos de seu notebook para olhar o irmão - o que descobriram?

- O cara morreu 17h26 - Sam respondeu.

- A mesma hora que eu fui curado - ele disse.

- Nós fizemos uma lista das pessoas que foram curadas - eu disse e Dean me olhou - foram seis pessoas no ano passado. E sempre que uma pessoa é curada, outra morre. É como se as vítimas morressem com a doença de quem foi curado, entende?

- Então, se alguém é curado de, sei lá, câncer, outra pessoa morre de câncer? - Dean disse e eu assenti. 

- De algum modo - Sam explicou - Peter troca uma vida por outra.

- Então aquele cara morreu para me salvar?

- Acredito que ele iria morrer de qualquer forma - falei - Peter iria curar outra pessoa e ele morreria.

- Vocês não deviam ter tido essa ideia estúpida de me trazer aqui - Dean disse, visivelmente emburrado.

- Ei - eu protestei - nós estávamos tentando te salvar.

- É, e agora um cara morreu no meu lugar. Sinto-me ótimo com isso.

Eu olhei para Sam e ele balançou a cabeça.

- Eu só não entendo como ele faz a troca - Sam comentou enquanto nós olhávamos na direção do altar. 

Nós voltamos lá para a tenda onde Peter curava as pessoas e, nesse momento, ele estava curando um senhor em uma cadeira de rodas. 

Eu, Sam e Dean estávamos em pé no fundo da tenda, analisando Peter.

- Não é ele quem faz a troca - Dean sussurrou e eu olhei-o.

- Como assim? - perguntei.

- O cara pálido que eu vi quando ele me curou deve fazer a troca.

Eu olhei para o chão e tentei encaixar as coisas.

- Mas só tem uma coisa que pode trocar uma vida por outra - falei.

- Isso aí, estranha - Dean disse e me olhou - estamos falando de um Anjo da Morte.

- Anjos da morte aparecem em várias culturas com nomes diferentes - Sam disse. Nós estávamos de volta no hotel - pode haver mais de um.

- O relógio parou, não parou? - Dean perguntou e eu assenti. Ele virou o notebook para mim e Sam - Anjos da Morte param o tempo. Você só consegue vê-lo se ele vem atrás de você. Por isso eu vi e vocês dois não.

- Faz sentido - falei.

- Só precisamos saber como Peter controla essa coisa.

- Eu vi uma cruz diferente no altar - Sam comentou - e eu acho que já vi antes.

Sam se levantou e saiu do quarto, voltando com cartas na mão. Ele procurou no meio delas e nos mostrou uma.

- Tarô? - perguntei e Sam assentiu.

- Tarô começou a ser usado na era cristã quando os padres ainda usavam magia negra. Uma das finalidades era como enganar a morte.

- Então Peter usa magia negra para enganar o anjo - Dean concluiu.

- Como nós paramos isso? - perguntei - destruímos a cruz?

- Tem um jeito mais fácil - Dean falou e eu olhei-o.

- Não podemos matá-lo - eu disse.

- Por que não? O cara decide quem vive e quem morre. É um monstro.

- E ainda sim é um ser humano.

- Se fizermos algo assim, seremos igual ele - Sam concluiu.

- Tá, seus politicamente corretos. Têm alguma ideia melhor? 

- Se ele usa um feitiço, precisa ter um livro - sugeri e Dean me olhou.

- Sam procura o livro e eu vou com Harriet até Peter. A sessão começa em 20 minutos. Vou ver se consigo detê-lo - Dean completou.

- Na verdade, prefiro procurar com Sam - eu disse e Dean me olhou por um tempo sem nenhuma expressão.

- Tá, como quiser - ele finalizou e nós saímos.

Eu e Sam nos escondemos na sombra de uma árvore, favorecidos pela escuridão da noite. Vimos Peter sair da casa e seguimos até a janela dos fundos. Sam a abriu e entrou. Olhei para os lados e entrei também. Seguimos até onde era uma espécie de escritório e vimos vários livros antigos dispostos em uma estante.

- Sam - eu disse baixinho e mostrei a ele o livro que tinha como título “Enciclopédia da História Cristã e o Novo Testamento”.

Ele se aproximou e eu comecei a folhear o livro. Sam olhou para a estante e pegou um pequeno livro onde estava entalhada a cruz que havia no altar. Nele, haviam reportagens estranhas, do tipo que deixava claro que Peter trocava a vida dos doentes por pessoas que ele achava imorais.

- O cara que estava protestando no estacionamento - Sam disse apontando uma reportagem - lembra dele?

- Nem percebi que havia alguém protestando - respondi.

- Avise Dean - ele disse e eu peguei meu celular, ligando para Dean.

E aí, estranha. Como vai seu passeio com Sam? - ouvi a voz de Dean do outro lado da linha.

- Peter está punindo pessoas que ele considera imorais. Sam disse que havia um cara protestando no estacionamento, lembra dele? 

Sim, eu vi ele agora mesmo.

- Eu e Sam vamos achá-lo - falei - não deixe Peter curar ninguém - desliguei o telefone.

- Socorro!  - ouvimos um grito abafado do estacionamento. Eu e Sam nos entreolhamos e nos dividimos, correndo por entre os carros, procurando a origem do grito - socorro! Me ajudem, por favor!

Eu cheguei até um homem correndo perdido entre os carro.

- Onde ele está? - perguntei.

- Bem aqui - ele disse apontando para trás de mim, mas não havia nada lá.

- Tudo bem, vamos sair daqui - eu puxei o homem e nós começamos a correr - Sam! - eu chamei-o e ele logo apareceu.

Antes que Sam falasse alguma coisa, meu celular tocou.

Impedi o Peter - Dean disse.

- Perfeito - respondi e o cara que estava conosco se ajoelhou no chão - Dean, não funcionou! Ele ainda está tentando matar o cara. Não deve ser Peter quem controla!

Então quem está? - ele perguntou e eu olhei nervosa para Sam, que parecia espantado - é a mulher dele - a ligação encerrou.

Sam me olhou e eu olhei para o cara morrendo no chão, sem saber o que fazer. De repente, o protestante deu uma respiração profunda e levou a mão até o peito.

- Ele foi embora - o cara sussurrou.

No dia seguinte, quando outra sessão estava pra começar, nós voltamos até a tenda. Tínhamos decidido destruir tanto a cruz que Dean disse ter visto a esposa de Peter usando quanto o altar macabro que a esposa devia ter para fazer essas trocas de vida. Eu e Sam seguimos até o porão da casa de Peter enquanto Dean distraía os policiais que monitoravam o local. Assim que chegamos ao porão, logo vimos um altar claramente de magia negra montado no canto.

- Eu dei vida longa ao amigo de vocês e posso tirá-la - uma voz atrás de nós disse e eu me virei, vendo e esposa de Peter.

Sam começou a derrubar as coisas do altar e eu vi a mulher correr na direção das escadas que davam para fora. Ela fechou a porta antes que eu conseguisse chegar, trancando-nos no porão.

- Será que vocês não têm a capacidade de entender? - ela gritou do lado de fora - eu estou punindo os que merecem.

Eu forcei a porta, mas de nada adiantava.

- Maldita - eu disse e Sam pegou um pedaço de ferro, começando a quebrar uma parede de madeira ao lado da porta de acesso externa.

- Seu amigo merece ser punido - ela disse e eu forcei ainda mais a porta - vocês não deviam ter vindo aqui. Perderam a segunda chance de viver que eu dei à ele.

- Eu vou matar você assim que eu sair daqui, sua desgraçada! - eu gritei e dei um soco na porta, sentindo meu coração começando a acelerar. 

- Harriet! - Sam chamou - você passa aqui! 

Eu passei pela fresta que Sam havia aberto na parede e corri para dentro da casa, encontrando a mulher rezando em um canto. Andei até ela, sentindo a raiva correndo por minhas veias. Puxei-a pelo ombro e arranquei a cruz de suas mãos.

- Acha que vai levá-lo de mim tão fácil? - eu disse e bati no rosto dela, derrubando-a no chão. Eu quebrei a cruz e ela me olhou, horrorizada.

- Meu Deus - ela disse, chorando - o que você fez?

- Ele não é seu Deus - eu disse e joguei os pedaços da cruz no chão.

Eu dei alguns passos para trás e encontrei Sam. 

Nós dois voltamos correndo para a tenda, encontrando Dean no estacionamento.

- Você tá bem? - Sam perguntou e Dean assentiu.

- Vamos - eu disse e olhei em volta - é melhor darmos o fora daqui.

Saímos da cidade e decidimos passar a noite em um hotel qualquer, como é esperado, certo?

Vi que Sam e Dean dormiam tranquilamente e eu saí do quarto, andando até um bar que tinha na esquina do quarteirão. Sentei-me em uma mesa ao canto, numa daquelas onde tem um sofá como banco. 

- O que vai querer? - uma garçonete disse.

- A bebida que mais tiver cafeína - respondi e ela saiu, trazendo-me um copo de café minutos depois - como eu pensei - eu disse e bebi um bom gole, sentindo a bebida quente descendo pela minha garganta.

- Posso te pagar uma bebida? - ouvi uma voz dizer e eu ergui meus olhos, deparando-me com um cara alto de cabelo escuro, sorrindo gentilmente para mim.

- Desculpe, cara. Ela já tem companhia - Dean apareceu atrás dele e eu ergui uma sobrancelha, vendo o cara indo embora.

- Você pode me deixar flertar de vez em quando - eu disse e ele se sentou ao meu lado.

- Você já tem com quem flertar - ele respondeu - porém, você fugiu o dia todo - ele pegou meu copo e deu um longo gole, fazendo uma careta - ah, Deus. Isso é…

- Café - eu respondi e peguei o copo de sua mão, bebendo o resto.

- Quem vem para um bar pra beber café? - ele indagou e eu não respondi - é por causa dos seus sonhos? - continuei em silêncio e ele passou o braço por trás de mim - faz quanto tempo que você não dorme de verdade?

- Alguns dias? - respondi e ele franziu a testa.

- Isso não foi bem uma resposta.

- Se você vai ficar aqui pra me avisar que eu preciso dormir, pode ir saindo por aquela porta ali. Talvez eu consiga alguma coisa com o galã que queria me pagar uma bebida ainda.

- Sem chance - ele disse e pediu para que a garçonete trouxesse duas doses de tequila - agora você vai beber de verdade.

- Eu quero ficar acordada, sabe? 

- Beba - ele disse e ergueu o copo, bebendo-o de uma vez. Eu peguei o copo e fiz o mesmo, sentindo a bebida arder na descida até meu estômago.

Depois de várias doses, eu me sentia ligeiramente tonta e sonolenta. Eu havia escorregado mais no sofá, encostando-me em Dean, que afagava levemente meu braço com as pontas dos dedos, abraçando-me.

- Eu achei que você ia morrer - falei quase num sussurro, erguendo meus olhos para Dean - e o estranho é que eu fiquei em pânico.

- Não é estranho - ele disse e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha - você está caidinha por mim. É super normal.

Eu revirei os olhos e Dean sorriu, suspirando.

- Nós devíamos ir embora - eu disse assim que vi as pessoas começando a deixar o bar.

- Tudo bem - ele disse e pagou pelas bebidas. Eu saí para fora do bar e esperei. Ele abriu a porta e saiu, pegando minha mão enquanto caminhávamos de volta para o quarto em que estávamos hospedados. Assim que chegamos, ele segurou meu braço ao mesmo instante em que eu levei minha mão para abrir a porta - você achou mesmo que iria terminar a noite sem me beijar? - ele disse e me encostou na parede. Eu sorri e ele levou a mão até minha cintura, puxando-me mais para si. 

Deslizei minhas mãos pelo seu cabelo e ele me beijou, provocando um turbilhão de borboletas em meu estômago.


Notas Finais


ATENÇÃO!
Então leitores queridos do meu core. Uma das leitoras mais fantásticas que acompanha a fic deu a ideia de criar um grupo no whats sobre a história e eu amei a ideia. Lá podemos conversar sobre a fic, vocês podem tirar algumas dúvidas ou receber uns spoilers, se quiserem, obviamente. Podem dar sugestões, críticas, ou ideias do que pode acontecer, ou até algo que vocês querem que aconteça. Vou considerar tudo, vale a criatividade. Até podemos achar umas amizades legais, não é?
Como eu vi que tem leitores surtados que eu adoro aqui, acho que essa é uma boa ideia.
Ficaria feliz se vocês quisessem participar para surtar comigo.
Segue o link abaixo e, caso o link fique meio que "indisponível", vocês tem total liberdade para me mandar mensagem no privado e eu irei adicioná-las!
https://chat.whatsapp.com/AE42n8wHRtk9ttMxJxx6DE
ESPERO VOCÊS HEIN


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