História Winter (Imagine Jung Jaehyun) - Bônus - Sortudo(a)

E a temporada de inverno novamente está presente, o termostato no máximo para compensar os graus negativos que fazem lá fora, e por isso eu ando com um conjunto de moletom que roubei de Jaehyun, meias e pantufas de patinho que ganhei de natal, um espirro alto chamou minha atenção e eu senti uma pequena onda de nostalgia. Soltei um riso e fui até o quarto, entrei vendo meu namorado novamente deitado entre cobertores e mantas, tentando se manter mais quentinho o possível, sentei na cama deixando as pantufas caírem no chão, me enfiei no meio dos panos e o abracei, passei meu nariz por seu pescoço quentinho escutando um grunhidinho seguido de um risinho de sua parte, sorri passando minha mão por sua cintura.

— Você tem uma sorte das boas, hein. — ri alto o vendo revirar os olhos assentindo pegando um lenço do saquinho, assoando e em seguida jogando no lixinho pequeno em cima da cômoda.  

— Eu sei que tenho, já viu minha namorada?

O ano anterior passou rápido, nisso aproveitamos o verão, fizemos algumas viagens a praia, curtindo o máximo já sabendo que o frio voltaria e como sempre mais intenso que nos outros anos; e mais uma vez, meu namorado iniciou o inverno gripado, novamente na semana de seu aniversário e pior, um dia antes de sua data pareceu piorar. Escutei meu celular tocar na sala, olhei para Jaehyun que já cochila em meu colo, sorri tirando sua cabeça com cuidado de meu colo e o deitando, ele tossiu chamando minha atenção, mas apenas grunhiu e agarrou os lençóis grossos. Fui rapidamente para a sala e peguei meu celular, vendo o nome de Taeyong no ecrã.

— Boa tarde, garoto arco-íris, qual é o motivo de sua ligação? — fiz uma piadinha a sua nova arte em seus fios, escutei umas risadas ao fundo, ele está com os meninos.  

— Ha-ha-ha, muito engraçadinha- 

— Obrigada. — cortei sua fala escutando seu grunhido.

— Eu e os meninos queremos saber se o querido casal vai querer vir aqui em casa mais tarde, estamos planejando comer pizza e tomar umas cervejas enquanto esperando dar o dia do otário que você ama. — soltei um risinho e olhei para fora.

— Não sei se vamos, Jaehyun está doente, não tenho muita certeza se ele vai querer sair de casa do jeito que ele ‘tá. — escuto murmúrios ao fundo.      

— Eu hein, alguém tá precisando tomar vitamina C, ele tá doente de novo? — assenti o escutando bufar, rindo logo em seguida. — Tudo bem, do mesmo jeito pergunte para o nosso querido e me avise.   

Assenti e desliguei a chamada, coloquei o celular no bolso do moletom e fui até o quarto  novamente, entrei vendo Jae já acordou e está mexendo em seu celular, um risinho escapa de seus lábios e posso escutar um barulinho sonoro de animações antiga. Sentei ao seu lado na cama e toquei em seus fios, ele solta o celular e fecha os olhos aproveitando o carinho.

— Os meninos nos convidaram para ir na casa do Taeyong pra gente comer, quer ir? Se você não quiser, eles disseram que entendem. 

— Não, eu quero ir. — diz já se sentando, oh porra, eu estava afim de ficar em casa. 

— Tem certeza? — o olhei com certa dúvida e ele assente novamente.     

— Vamos, não aguento mais ficar deitado nessa cama, quero sair um pouco. — levantou calçando as pantufas também de patinho e foi até nosso guarda roupas, pegando uma jaqueta grossa e deixando em cima da cama, pega tudo mais reforçado para o frio e se troca rapidinho em minha frente, já que já tomamos nosso banho e nos enchemos de creme corporal.  

*

Taeyong mora no centro, então de um jeito ou outro teríamos que passar por lá, todas as lojas decoradas com vários corações e letras garrafais grandes indicando promoções de dia dos namorados, flores e caixas de chocolates ou bombons; não consegui conter meu sorriso vendo vários casais passeando com sacolas de presente ou buquês de flores de todos os tamanhos.

Jaehyun decidiu que não queria dirigir hoje, quando paramos em um semáforo, olhei para meu namorado e sorri, eu e ele não ligamos tanto para o dia dos namorados, justamente também ser aniversário. Meu cupido não teve dedinho mais arteiro que esse para escolher um homem que nasceu justamente no dia dos namorados, logo após um chute, mas são águas passadas. No início de nosso namoro essa era nossa data preferida, parecia que fevereiro só rodava em volta dessa data, mas com o tempo passando, anos e anos, paciência e dinheiro, deixamos de lado, ainda mais quando decidimos morar juntos. Até que o dia catorze de fevereiro se tornou especialmente para ficar em casa, ver um filme ou foder loucamente o dia inteiro aproveitando o dia dos apaixonados e o aniversário de Jaehyun.

Quando paramos em frente a casa de Taeyong ele já nos espera na porta, saímos do carro correndo e agradecemos pelo ambiente estar climatizado, tiramos os sobretudos e deixamos no cabideiro atrás da porta, calcei os chinelos que ele sempre tem extra e fomos até a sala, os meninos estão sorrindo e falando besteira, escutei as palmas altas altas e o parabéns sendo cantado extremamente alto mesmo ainda não sendo seu aniversário. Fui para sala e logo quando entrei já vi Jaehyun sentando em uma poltrona com uma cerveja na mão, abrindo o lacre, corri rápido e tirei a latinha de sua mão.

— Nada de bebida pra você, engraçadinho, você está tomando antibióticos, teimoso! — dei um gole na bebida fazendo uma careta logo em seguida escutando a risada dos meninos. — Alguém não sendo o Jaehyun bebe essa coisa ruim aqui. — Donghyuk levantou tirando a latinha de minha mão e bebendo.   

— Parece que nosso querido Hyunnie vai ficar só na vontade hoje. — Johnny debocha da cara dele tirando risada de todos, menos do mencionado, que tem uma grande feição emburrada. 

Sorri e deixei um selinho em seus lábios e sua destra passou por minha cintura me trazendo para seu colo, me deixando mais confortável na poltrona, olhei para meu relógio de pulso e já são oito da noite. Taeyong levantou batendo palmas e chamando a atenção de todos. 

— Tá bom, fedidos, vão querer pizza de quê? — perguntou, eu dei de ombros, seguida por quase todos. — Pepperoni, queijo, corn and bacon e atum? 

— Pode ser. — Jaehyun disse e todos assentiram. 

— Beleza, beleza, agora todo mundo me dando dinheiro. — estendeu a mão e todos foram tirando notas dos bolsos e Taeyong agarrando, quando fucei no bolso de minha calça Jaehyun negou e entregou uma nota para o amigo gesticulando que era minha parte e dele, sorri agradecendo para meu namorado.      

A pizza chegou em tempo recorde, e Taeyong entrou com cinco caixas de pizza, sendo quatro grandes e uma média de sabor doce; deixou em cima da mesinha da sala, todos sentamos no chão e começamos a comer, um copo de refrigerante foi entregue a Jaehyun que fez uma careta de desgosto e eu ri. O ambiente ficou silencioso, somente barulhos de mastigadas e piadinhas entre todos. O silêncio quando os nove patetas estão juntos é algo bizarro.

*

Talvez, só talvez, eu estivesse bêbada.

Não.

Bêbada não.

Levemente alterada.

Isso, levemente alterada.

Nunca fui fã de cerveja, agora vinho, ah, eu sou uma grande fã de vinho, e Johnny, Taeil e Doyoung, nos sentamos mais afastados e conversamos aproveitando taças daquela bebida maravilhosa; e para acabar comigo de vez era vinho doce, ah, por Deus, mas eu me acabei de beber. Posso sentir minha língua dormente e querendo enrolar levemente na ponta, meu rosto quente e olhos levemente pesados. Todos já compartilham de uma leve embriaguez, mas meu namorado não, é claro, isso me fez ter um pouco de dó, levantei deixando meus companheiros de taça de lado, minhas pernas bambearam levemente e Jaehyun percebeu, levantando rápido e me amparando em seus braços fortes.

— O quê acha de já irmos, danadinha? Você já não está nas melhores para continuar a beber essas garrafas de vinho caro junto com eles. — assenti sorrindo, toquei sua bochecha corada e apertei com cuidado, sua destra passou por minha cintura. Nos despedimos de todos.  

Em nosso pequeno trajeto até casa apreciei a neve caindo pela janela, em certo momento a bebida pareceu me deixar mais sensível que tudo, virei olhando para meu namorado que tem a destra repousada em minha coxa. A feição concentrada, as covinhas pelos lábios comprimidos, ele é perfeito, desde a personalidade fofa e marcante até as covinhas. Literalmente meu porto seguro, senti uma lágrima molhar meu rosto, arregalei os olhos levemente e sequei rápido. Jesus! Eu fiquei emocionada! E Jaehyun percebeu.

— 'Que foi? — desviou os olhos da estrada por meros segundos. 

— Nada. — sorri sem graça. — Estou com sono, só. — ele assentiu.  

Entramos no apartamento e tiramos as roupas com neve, e como nosso mantra, calçamos as pantufas e fomos para o quarto, mas antes de nos trocarmos por completo, Jaehyun me fez sentar na borda da cama, com ele em pé na minha frente. Sua mão quente em minha bochecha, fechei os olhos e pressionei um pouco meu rosto contra sua palma, beijando logo em seguida.

— Acha que eu não vi umas lágrimas caindo enquanto vínhamos para casa, é? — a pergunta me fez suspirar baixo, dei de ombros e sorri. — O quê foi, amor? Você não gosta de chorar por nada, a não ser que o momento seja especial pra você.    

— Estava pensando em você. —  ele franziu o cenho e ajoelhou, segurou as minhas mãos.

— Em mim? Porque?      

— Porquê você é perfeito, Jaehyun, droga você é completamente perfeito e eu sou apaixonada em cada detalhe seu. — comprimi os lábios e senti as lágrimas de novo. — Não tenho ideia de como alguém como eu teve a sorte de ter você ao meu lado. — abaixei a cabeça e soltei um risinho sem graça. — Talvez a bebida tenha me deixado um pouco emocional demais, mas eu te amo, te amo tanto que não cabe em meu peito. — ele riu.

— Ah, eu também te amo, muito, meu amor. — beijou minhas mãos e fez carinho, toquei seu rosto e fiz com que ele levantasse um pouco e cheguei mais perto de seu rosto.   

— Estou doente, amor. Não. — riu alto quando viu minha feição indignada.

— 'Tô nem ai, Jung Jaehyun. Me. Beija. — juntei meu rosto perto do seu e selei nossos lábios, sua língua passou por meu lábio inferior, e eu abri meus lábios. Suas mãos quentinhas passam por minha cintura, debaixo da blusa e ele me levanta, me empurrando com cuidado para o meio da cama, ficando por cima de mim, minhas mãos vão até seus fios e eu faço um carinho ali. Sinto meu celular vibrar no bolso da calça avisando que é meia noite, finalizei com um selinho e abri os olhos vendo seu sorriso pequeno. — Feliz aniversário, Jaehyun, eu te amo.