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História Winter Flower - Capítulo 13


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos aos leitores, todos que deixam seu favorito e comentam! \(^0^)/ ヾ(^▽^*)

Mais informações, nas “Notas Finais”.

Boa leitura!

AVISO DE CONTEÚDO: Assédio moral; Assédio psicológico; Ameaças

Capítulo 13 - Capítulo 13


Seokjin piscou quando a luz do sol atingiu seus olhos. Ele se virou tentando esconder o rosto, mas logo ouviu as reclamações de Namjoon ao seu lado. Ainda confuso, forçou-se a abrir os olhos de vez, vendo o príncipe já sentado na cama, apontando o dedo médio para alguém, quando seguiu o olhar, viu ali parado Jackson Wang, o assistente pessoal de Namjoon.

— Vossa Alteza, sua agenda está lotada! O senhor precisa levantar agora!

— Oh, caralho! Levanto porra alguma, nem fiz meu sexo matinal com Jin!

O duque suspirou pesado, escondendo o rosto no travesseiro.

— Claro tenho certeza de que o duque realmente o deixou cansado, mas existem outros compromissos. Por favor, meu emprego já está por um fio, homem!

— Não é culpa minha que você marca encontro para às oito da manhã! Me deixa em paz!

Jackson passou a mão pelo seu cabelo tingido de loiro, as expressões fortes com marcas de cansaço, porém Namjoon não se importava com tal coisa. Seokjin sentiu pena do chinês.

— Eu não saio dessa cama antes de meio-dia!

— Mas, eu saio… — Seokjin murmurou, espreguiçando-se para em seguida segurar o rosto de Namjoon entre os dedos e estalar um beijo na bochecha do príncipe. — Não seja malvado com ele, Joonie.

Namjoon cruzou os braços, o que fez Seokjin rir antes de sair da cama. Tal ato fez Jackson arfar, virando-se correndo para uma das paredes.

— O que foi? Nunca viu um cara nu, Jackie? — Seokjin implicou, catando suas roupas no chão.

— Jackson sai daqui antes que eu mesmo o demita! — Namjoon proferiu jogando um travesseiro no assistente.

Onde já se viu? Ele não respeitava mais a privacidade dos outros?! Por que estava olhando para o seu Seokjin?

O príncipe definitivamente não gostou daquilo.

 — Ciumento! — proferiu o assistente, correndo para fora do quarto. — Você tem vinte minutos, Vossa Alteza!

Seokjin sorriu quando o assistente correu do quarto, porém nem teve tempo de pegar o restante das suas roupas, pois Namjoon o segurou pela cintura e o jogou na cama.

— Ei, bom dia.

— Olha o bafo…

Namjoon revirou os olhos, depositando um beijo na bochecha de Seokjin.

— Como você consegue ficar mais lindo toda vez que acordo e te vejo? — Namjoon questionou, já sentando por cima do colo de Seokjin.

— Agora você usa de cantadas para conseguir sexo? É isso, Namjoon?

Nah, é a verdade… — murmurou o príncipe, depositando beijos na bochecha do outro para em seguida tomar seu pescoço. — Você é simplesmente perfeito.

Seokjin sorriu, deslizando a ponta dos dedos pela nuca do príncipe. Sabia estar longe de ser perfeito, muito longe, mas às vezes, quando estava ali, daquele jeito, apenas com Namjoon, ele conseguia se ver daquela maneira através dos olhos do príncipe.

— Você vai se atrasar e eu também — murmurou por fim, trazendo o rosto do outro mais para perto, roçando os lábios pela mandíbula marcada do príncipe. — Acredito que hoje seja aquele seu encontro com a presidenta dos Estados Unidos, certo?

— Não quero… Só quero você, Jinnie.

Hm… Mas querer não é poder, baby. — Seokjin sorriu. — Eu volto mais tarde, o que acha? Você pode me ter a noite toda.

— A noite está muito longe…

— Carente… Lembre-se que mais tarde você ficou de comprar presentes para Hoseok e Yoongi. Você irá vê-los no final de semana e sua agenda está cheia até lá. Se não for hoje, não terá tempo.

Namjoon concordou, com um suspiro pesado saindo de cima de Seokjin, porém não se esforçando para sair do lado do outro, que somente se virou para o encarar.

— Você gosta deles, Jinnie? — o príncipe questionou.

— Eles são dois bolinhos fofos.

— Você é um bolinho fofo.

— Não, eu sou sexy — Seokjin implicou, rindo baixinho.

Um sorriso tomou os lábios do príncipe, que não resistiu ficar outra vez bem próximo de Seokjin, seus corpos quase entrelaçados pela proximidade.

— Eles vivem mesmo em um lugar perigoso?

— Ai, Joon… Lá é bem tenso mesmo — comentou Seokjin. — Tem um projeto de lei para melhorias do bairro, mas está parado na gaveta de algum político, o que é uma merda.

— A corrupção nesse lugar me irrita — murmurou Namjoon, suspirando pesado. — Falarei com o meu pai, ele sabe pressionar as pessoas certas.

Seokjin deu um sorriso, fitando todo o rosto de Namjoon, desde os lábios marcados até o cabelo bagunçado. Seu momento favorito era acordar ao lado dele.

— Namjoon?

Hm?

— Você me faz feliz.

Namjoon apenas sorriu em resposta, beijando a ponta do nariz de Seokjin.

— Você também me faz feliz, Jinnie. Muito feliz. Tem dias que… eu só tenho você — murmurou o príncipe, deixando seus dedos correrem no rosto do outro. — Obrigado por permanecer… quando todos partiram.

— Não se preocupe, eu não vou a lugar algum, Joonie.

Eles se olharam e não conseguiram desviar, seus corpos tão colados e agora seus rostos bem próximos. Namjoon estava se deixando levar, pensando que talvez com Seokjin, não fosse um problema tal coisa ocorrer, que com Seokjin parecia certo, pois definitivamente, não se via beijando mais ninguém além dele.

— DIVINDADE!

O grito de fora do quarto fez os dois se assustarem e olharem para a porta, mas esse foi seguido de outros. Namjoon piscou confuso antes de se colocar de pé o mais rápido que pode.

— É a sua mãe?!

— Sim! — Namjoon jogou as calças de moletom do outro por cima da cama. — Vou ver o que ‘tá acontecendo.

Seokjin se vestiu rapidamente e também correu para o corredor, seguindo os gritos da rainha, o que o levou até o quarto do jovem príncipe Taehyung.

— Mamãe! O que aconteceu? Está machucada?! — Namjoon proferiu com preocupação segurando a mãe pelos ombros, procurando qualquer vestígio de algo errada.

Enquanto Namjoon se preocupava com a mãe, Seokjin colocou o rosto para dentro do quarto, vendo Taehyung olhando em direção a porta de olhos arregalados enquanto ao seu lado havia dois pares de olhos espiando com o resto do corpo escondido pelo cobertor. Seokjin logo entendeu o motivo dos gritos da rainha: ela encontrara o filho mais novo com um homem na cama.

— T-Taehyung trouxe um rapaz para o quarto! — A rainha explicou, apontando para o leito do filho.

— Ele é um amigo! — o caçula gritou para se explicar.

Namjoon franziu a testa e só então viu o par de olhos assustados quanto na cama, tentando se esconder de alguma maneira de toda a confusão. O príncipe herdeiro riu alto.

— Que orgulho! — disparou Namjoon, rindo outra vez com a expressão irritada de Taehyung. — Te ensinei bem, irmãozinho!

— Joon, por favor! V-vocês estão assustando o meu amigo. Por favor, Joon —  Taehyung pediu, olhando o irmão mais velho, mas com a mão buscando a do garoto que o acompanhava que logo a segurou de forma assustada.

—  Okay, okay — disse Namjoon. —  Mamãe, você acordou o castelo toda por isso? Deixe Tae trazer quem ele quiser. Não tem nada de errado em deixar um amigo passar a noite. Não era a senhora que vivia falando que ele precisava conhecer gente nova? Então, ele conheceu.

— Esse rapaz é tanto amigo de Taehyung quanto você é de Seokjin!

Seokjin suspirou pesado.

— Bom dia para a senhora também, rainha. — Seokjin deu um sorriso cínico, antes de se virar para Namjoon. — Baby, vou tomar um banho, okay?

— Espera…

Namjoon capturou a cintura de Seokjin, olhando para a mãe uma última vez.

— Deixe de implicância boba — pediu Namjoon antes de caminhar com Seokjin de volta para o seu quarto.

A rainha viu o filho mais velho sumir em seu quarto, então fitou Taehyung, que ainda estava na cama, sem sair do mesmo lugar enquanto segurava a mão do tal amigo. Ela suspirou pesado.

— Estarei esperando no corredor.

Ela então fechou a porta e foi até um dos sofás que ficavam ali no corredor. A maioria para encher espaço, porém agora sentia que fora uma boa coisa ter arranjado aquelas peças para o local.

Ali, Ahri pensou no olhar assustado do filho e do rapaz ao seu lado, mas tentou se distrair com o celular na mão, olhando as notícias do dia. Foi naquele local, que ela viu Park Jimin subir correndo as escadas, parecendo ter pressa, porém parando de repente quando a viu. Ele estalou a língua alto.

— Cheguei tarde demais — Jimin murmurou.

A rainha estreitou os olhos, fitando-o.

— Então, foi você que contrabandeou aquele garoto aqui para dentro!

Jimin coçou a nuca envergonhado, sentando-se ao lado de Ahri com um sorriso sem graça.

— Contrabandear é uma palavra forte, Vossa Majestade.

Ela revirou os olhos.

— Por que você insiste em me chamar assim? Jimin, para você é Ahri.

Jimin sabia daquilo, mas ainda era tão estranho chamar a rainha pelo seu primeiro nome, mesmo após anos, nunca iria se acostumar com tal coisa.

— Desculpa, Ahri…

— Então… me fala sobre o garoto.

Hm… eles são amigos — explicou Jimin. — Sabe como Tae é, não é difícil ele encontrar alguém que goste e segurar a pessoa até se tornarem amigos.

— Como ele fez com você, hn?

Jimin concordou com a cabeça, lembrando-se muito bem de um Taehyung de também quinze anos que o seguiu por um dia inteiro, até se tornarem amigos no final do mesmo dia.

— Mas… eu não acho que esse rapaz seja só amigo dele — murmurou Ahri. — Eles estavam abraçadinhos na cama.

Ele a fitou, a surpresa escancarada em seu olhar, mas logo disfarçou, com um fraco sorriso.

— Ele e eu também dormimos abraçados, Ahri.

— Mas vocês são diferentes, foram feitos um para outro…

Jimin riu, negando com a cabeça. A rainha sempre dissera aquelas coisas, sobre como acreditava em almas-gêmeas e que Taehyung e ele se misturavam em uma só. Talvez fosse verdade, porém no caso deles seria somente pelo lado da amizade e nada mais.

— Jungkook está com uns problemas na casa dele, Ahri. Ele veio chorando toda a viagem de carro… Nós só estávamos o ajudando e como ficou muito tarde, não tinha como fazer nada, então ele ficou.

— Você confia nele, Jimin?

Jimin pensou por uns segundos antes de concordar com a cabeça.

— Ele parece ser uma boa pessoa e claro, eu já pesquisei os antecedentes criminais dele.

A rainha riu.

— Claro que você fez isso! Ele está limpo?

— Limpinho, nunca roubou um doce na vida.

— Bom… Se ele roubou ou não, realmente não mostra o caráter dele, né?

Jimin a olhou, um sorriso fraco no rosto.

— Realmente…

Um silêncio confortável ficou entre eles, algo que não era novo. Por muitas vezes, viviam de silêncio e estava tudo bem, pois era assim que a dinâmica deles funcionava. Mas, daquela vez, o silêncio não durou muito.

— Eu ouvi aquela moça, a Nabi, conversando com umas moças da cozinha sobre você a ter dispensado…

Jimin a olhou, levantando a sobrancelha.

— Eu não a dispensei, só não estava muito afim quando ela me procurou…

A rainha concordou com a cabeça.

— Sabe… eu nunca te vi como um galinha, um pegador…

— Não?

Ela negou.

— Não, para mim você sempre foi doce e quieto, mas um pouco antes de Taehyung ir estudar fora, você começou com essas coisas… Parecia alguém fugindo de algo interno.

Jimin passou a mão nos joelhos, por cima da calça, olhando para o chão.

— É só impressão, Ahri. Eu cresci, né? As pessoas mudam.

— Claro que mudam, mas acredito que medo também possa ser um motivo de mudança. Você se tornando um pegador, Taehyung se mudando de país…

Ele nada falou, afinal o que poderia dizer? Insistir que a rainha estava errada? Porque não tinha muita certeza se ela não tinha razão em certas partes do que falara. Entretanto, não estava pronto para admitir, então somente deixou a conversa cair no silêncio e assim ficaram até escutarem barulho na porta do quarto e Taehyung de lá sair, com o rosto lavado e a roupa trocada.

— Desculpa — Jimin murmurou. — Acordei tarde. 

Taehyung deu um sorriso fraco para Jimin antes de se virar para a mãe:

— Você não vai brigar com ele, certo?

— Ele, seu namorado? — Ahri questionou, levantando uma sobrancelha.

— Ele, meu amigo — Taehyung logo afirmou, suspirando pesado enquanto passava os dedos no cabelo, os bagunçando sem perceber. — O nome dele é Jungkook.

Ela franziu a testa.

— O mesmo nome do jornalista…

— Mamãe…

— Eu não disse nada. — Ahri ficou de pé. — Cadê o rapaz?

O jovem príncipe ficou desconfiado, mas em seguida abriu a porta, revelando Jungkook. Ele estava de cabeça baixa, usando as roupas do dia anterior.

— Rainha… — Jungkook disse, olhando para o chão. — Por favor, peço desculpas por estar no seu lar dessa maneira.

A loira passou a língua pelos lábios, analisando o rapaz rapidamente. Ele parecia realmente envergonhado e pela maneira que Taehyung se posicionava praticamente na sua frente, como um escudo, era óbvio que era alguém importante para o seu filho. Ahri soltou um longo e pesado suspiro, sacudindo a mão de qualquer maneira.

— Está tudo bem — garantiu a rainha. — O rei já saiu, então é menos confusão. Desculpe os gritos, eu só me assustei mesmo…

Jungkook fez outra reverência, mais uma vez mantendo os olhos fixos no piso. Ahri achou adorável, mas somente balançou a cabeça outra vez.

— Jimin, você vai o levar até os seus amigos, não é? — Taehyung questionou, tentando tirar aquele ar estranho do ambiente.

— Vou sim… — Jimin ficou de pé, oferecendo um sorriso para Jungkook, mas sem muita certeza que o rapaz viu. — Vamos, Jungkook?

Jungkook olhou um tanto perdido para Taehyung, mas este também lhe ofereceu um simples sorriso.

— Eu te mando mensagem, okay?

Jungkook concordou rapidamente, os olhos um tanto arregalados.

— Obrigado — sussurrou Jungkook, com a certeza que ninguém lhe escutara realmente.

Jimin então levou Jungkook, com Taehyung ainda os encarando por longos segundos, antes de voltar para a mãe, que tinha um meio sorriso. Ele franziu a testa e cruzou os braços, um tanto confuso.

— O que foi?

— Acredito que precisamos conversar.

O corpo de príncipe logo deixou transparecer a tensão que sentia, porém, ainda assim concordou com a mãe antes de abrir espaço para ela entrar em seu quarto.

A cama estava arrumada, o que fez Ahri ponderar se fora o filho ou o rapaz, mas pelos olhos assustados do tal Jungkook, provavelmente havia sido ele, pois queria agradar após ser descoberto na cama do príncipe.

Taehyung apontou para o sofá e a mãe logo foi para o seu lado, sentando-se ali com um simples sorriso. Outra vez, Taehyung pareceu confuso.

— Papai ‘tá com muita raiva?

— Ele saiu cedinho para o encontro com a presidenta dos Estados Unidos, coisa que Namjoon deveria ter feito… Então, ele não sabe.

Taehyung apertou uma mão na outra, tentando ser discreto no seu nervosismo, porém a rainha, assim que viu o filho daquela maneira, segurou em sua mão.

— Não precisa ficar preocupado, Tae.

— E-ele é realmente meu amigo, não a-aconteceu nada…

— Se você diz, eu acredito em você, Tae. — Ela sorriu mais abertamente. — Você sabe que seu pai e eu não temos problema algum se… você gostar de rapazes, certo?

O rapaz fitou o próprio colo, com a mão da mãe ainda na sua. Ele queria acreditar naquelas palavras, porém ainda tinha medo de receber qualquer resposta que não apoio.

— Vocês… não gostam da maneira que Joon age.

— Não gostamos porque ele é bem irresponsável, mas não temos problemas com ele ser pansexual, filho. Assim… como não temos com você sendo… LGBT.

Havia uma pergunta não dita no ar e Taehyung a capturou. Ele sentiu a garganta se fechar, e uma secura estranha tomar conta da sua língua, contudo mesmo sabendo que no momento que falasse, provavelmente todo o peso e medo que sentia iria embora, porém não conseguiu proferir uma palavra.

— Sabe, eu namorei uma garota na faculdade.

A fala de Ahri fez Taehyung a olhar alarmado. Ele piscou algumas vezes, observando a expressão divertida com a surpresa dele.

— O quê? Você pensou que eu era hétero, filhote? Sou bissexual.

Taehyung continuou com os olhos arregalados, sem nenhum tipo de reação. Ele escutara corretamente? Céus, aquilo poderia ser real?

— Ah, pelo amor… Também não fique com essa cara, né? Você acha que eu não conquistaria uma garota?

— N-não é isso…

— Então, o que é?

— Por que você nunca disse isso antes?

Ahri sacudiu os ombros.

— Contei para o seu irmão quando ele me falou da pansexualidade dele… Só é algo que não faz muita diferença? Seu pai e eu sempre apoiaríamos e amaríamos vocês de qualquer maneira.

Taehyung absorveu a informação e acabou sorrindo. Era um tanto engraçado pensar em tal coisa no momento.

— Papai sabe?

— Sabe, foi uma das primeiras coisas que contei para ele — explicou Ahri. — Você sabe que eu era prometida para ele, certo? Vivemos bastante antes de cumprir nossos compromissos, a diferença é que bem, mantivemos tudo bem discretamente, diferente de certas pessoas…

O príncipe riu com a menção ao irmão. Namjoon realmente não ligava para discrição.

— Mas, você terminou com a sua namorada por causa do casamento?

— Ah, não… Só foi desgastando com o tempo faculdade. Terminamos e ficamos só amigas. — Ela deu um sorriso. — Então, voltei para a Coreia e oficialmente fiquei noiva do seu pai. Mesmo pensando que o odiaria… Vamos dizer que um ano de noivado, me fez perceber que o amava e poderia sim me casar com ele e ser feliz. E, eu sou feliz, TaeTae. Isso é a única coisa que quero para você, que seja feliz, não importa com quem seja ou que seja sozinho! De verdade, não importa para mim e nem para o seu pai.

Taehyung sorriu, sentindo algumas lágrimas se formando em seus olhos, mas logo as afastando com as mãos. Ele se sentia seguro agora, por mais que soubesse que os pais nunca o fariam mal, ainda tinha um medo quase irracional de que tudo daria errado de alguma maneira. Contudo, estava feliz por não ser essa a realidade.

— Mamãe, eu sou gay.

Ahri sorriu e abraçou o filho com força, deixando seus dedos afagarem o cabelo de Taehyung enquanto o rapaz fungava contra o seu ombro.

— Eu te amo TaeTae. Muito obrigada por confiar em mim, okay?

O rapaz fungou algumas vezes mais antes de concordar com a cabeça, dando uma risada esganiçada quando se separou da mãe.

— Uau, tem menos noventa quilos no meu ombro.

— Ei, eu entendo — afirmou a rainha, fazendo carinho no braço do filho. — Mas, olha, da próxima vez que quiser trazer um garoto, seja um amigo ou algo mais, por favor, me avise? Eu não vou me opor e nem nada, só não quero ficar assustada porque tem um cara estranho na cama do meu filhote, okay?

Ele concordou.

— Tudo bem, mãe. Desculpa pelo susto.

— Só perdoo porque é o meu bebê-caçulinha.

Taehyung revirou os olhos, mas abraçou a mãe outra vez. Ele acordara tão assustado com os gritos dela, mas agora se sentia melhor. Na realidade, sentia-se feliz, pois gradualmente sua volta à Coreia estava se tornando bem melhor do que poderia ter imaginado e agora pela primeira vez tinha certeza que tinha a liberdade de ser quem quisesse, sem nenhum problema.

Então, naquele sofá, abraçado outra vez sua mãe, Taehyung disse a si mesmo que viveria sua vida por completo e ninguém o impediria de tal coisa.

 

════ •⊰♛⊱• ════

 

Jimin deixou Jungkook na cozinha enquanto ia ao seu quarto. O jornalista se sentiu bastante sem graça, mas se sentou em um banquinho, surpreso por não ter funcionários ali naquele momento. Resolveu buscar o celular e constatou haver algumas mensagens da sua mãe.

Suspirando, voltou a olhar em volta, mas ainda estava sozinho.

— Silencioso…

— Os funcionários cozinham em outra cozinha.

A voz o assustou. Ele pulou no banquinho e riu sem graça ao ver o Duque Kim Seokjin ali parado.

— Faz sentido — disse Jungkook, reverenciando-se em seguida. — Duque.

O sorriso de Seokjin tomou seus lábios. O duque pareceu uma visão familiar para Jungkook, como se fossem velhos amigos de alguma maneira. Era algo inexplicável, porém, bom.

— Café? — Seokjin perguntou. — Ou chá?

— Hm… Leite?

Seokjin o fitou e riu, concordando com um aceno. O duque foi até a geladeira e somente naquele instante Jungkook percebeu que ele iria pegar a bebida. Alarmado, proferiu:

— Duque, não precisa me servir!

— Bobagem — disse Seokjin.

O duque não deu tempo de Jungkook reclamar mais e encheu um copo com leite e o colocou na frente do rapaz, aproveitando para mover o pequeno pote de açúcar para a bancada, em frente ao jornalista.

— Muito obrigado, não precisava se incomodar…

Seokjin piscou um dos olhos e focou no café que faria para si.

Os dois ficaram em silêncio, atentos em sua alimentação quando o silêncio do local foi perturbado por outra voz: essa a do príncipe Namjoon.

Hey, luv. — Namjoon segurou Seokjin pela cintura, estalando um beijo em sua bochecha antes de fitar Jungkook. — Você deve ser o peguete do meu irmão.

Jungkook fez uma reverência, sentindo seu rosto todo quente. Além de ver o príncipe e o duque com atitudes românticas, agora teria “a conversa” com o futuro rei da Coreia. Ótimo! Tudo o que precisava pela manhã!

— Não implica com o garoto, Joonie. Ele é fofo.

Namjoon revirou os olhos.

— Não estou implicando, só conhecendo… — Namjoon capturou o olhar do rapaz nele e perguntou: — Qual o seu nome, rapaz?

— Jeon Jungkook.

O príncipe apoiou os cotovelos na bancada, deixando sua cabeça pender de maneira casual.

— Fico feliz que meu irmão está se divertindo outra vez. Cuide bem dele e estará tudo bem para mim — afirmou Namjoon, aceitando a caneca de café que Seokjin lhe entendera e bebericando um gole. — Ah! Lembre-se que eu tenho honras militares e diversas medalhas, hn.

Jungkook abriu e fechou a boca. Ele iria responder que não ocorreu nada, que somente dormira ali por não ter onde ficar, mas, algo na expressão do príncipe mostrava que esse não queria realmente saber daquilo, somente passar uma mensagem: “Se machucar meu irmão, acabo com você”.

— Sim, senhor — Jungkook acabou respondendo.

Namjoon riu.

— Que bobagem é essa de senhor?! — quis saber o príncipe.

— Se você não ficasse o ameaçando, ele falaria com você como falou comigo — implicou Seokjin.

O príncipe mostrou a língua para o duque, que reclamou como ele era infantil. Jungkook observava tudo um pouco surpreso, porém, mais relaxado.

— Jimin! — Namjoon acenou assim que viu o outro saindo do próprio quarto. — Encontramos esse coelho perdido por aqui.

— Dei leite para ele como se dá para um filhotinho — brincou Seokjin.

Jimin se aproximou rindo, tocando o ombro de Jungkook ao notar as bochechas coradas do jornalista.

— Deixem o garoto em paz! — Jimin pediu, mas acompanhou os outros dois com risadas.

— Eu não perturbei a paz de ninguém! — disparou Namjoon.

— Nem eu! — Seokjin se adiantou a dizer.

— Vocês dois não prestam — reclamou Jimin, dando uma batidinha no ombro de Jungkook. — Já terminou seu leite? Podemos ir?

Jungkook concordou, segurando o copo de leite enquanto procurava a pia, mas Seokjin lhe tirou o copo das mãos, estalando a língua.

— Não liga para isso, rapaz. — O duque sorriu.

Sem saber ao certo como responder além de “obrigado”, Jungkook fez uma reverência para ambos os nobres, ainda surpreso por conhecer tantas pessoas da realeza em somente uma manhã.

— Leva o garoto em segurança — disse Namjoon, para Jimin. — Qualquer problema, entre em contato comigo.

Jimin concordou, acenando para o príncipe e para o duque enquanto indicava o caminho para Jungkook.

Quando chegaram no carro, este já do lado de fora, Jungkook olhou para a faixada do castelo e sorriu. Não sabia ao certo onde tudo aquilo iria o levar, mas, gostava da ideia de um dia poder voltar ali e entrar pela porta principal com Taehyung.

Depois do dia anterior, esse desejo não pareceu completamente louco.

 

════ •⊰♛⊱• ════

 

Seokjin abriu a porta da sua casa com um suspiro pesado. Ele ficaria o dia inteiro ali trancado, trabalhando. Não era o seu dia de ficar na prefeitura, então aproveitava a folga para ganhar dinheiro honestamente.

Ele riu com o pensamento, afinal não tinha nada de honesto nele, nem quando estava trabalhando, pois, até o nome que usava era falso. Afinal, como explicaria um duque, alguém que deveria ter bastante dinheiro sem nenhum esforço, e estaria precisando de emprego? Não faria sentido algum sem a verdade, então era melhor mentir sobre tudo e sentir péssimo no final do dia. Ninguém se importaria mesmo com seus sentimentos, certo?

Um tanto desanimado com tudo, ele se sentou na sua mesa e começou a trabalhar em um projeto. Um homem havia o contactado em busca de um arquiteto barato que poderia refazer o interior da sua sala de estar com produtos de segunda-mão. Para ser sincero, Seokjin gostava de fazer aquele tipo de coisa, de desenhar projetos bem mais simples, porém como era um trabalho de freelance, não levava o nome de Kim Seokjin, que àquela altura já havia assinado quase todas as obras de revitalização de Seul. Assim, por pensarem que ele era um qualquer, que acabara de terminar a faculdade, era por muitas vezes xingado e nem pago. Por vezes, doía, mas talvez era o que merecia por ser um impostor. Deveria ser o tal carma que sempre ouvira falar.

Ele então se adiantou a desenhar a nova sala de estar do homem, concentrado em seu trabalho enquanto bebericava sua xícara de café no processo. Quando trabalhava, tornava-se um viciado em cafeína e tinha certeza que sem ela, não sobreviveria a nada daquilo que sofria.

Em algum momento, após longos minutos sentado na mesma posição, Seokjin se levantou para colocar mais café na sua xícara. Estava um pouco mais animado agora que estava montando o projeto e esperava que a pessoa que lhe contratou gostasse do trabalho final para a sua sala de estar. Assim, distraído com tudo, Seokjin se surpreendeu quando ouviu alguém tocando a campainha. Ele piscou confuso, indo até o interfone que tinha uma câmera acoplada, dessa maneira sendo possível ver o seu pai ali parado.

— Inferno — Seokjin murmurou. — O que ele quer aqui?

Já sem muita paciência, Seokjin somente apertou o botão que dava abertura para a porta, aguardando no local que estava parado por saber que o pai iria até ele bem apressadamente, fingindo estar ansioso por vê-lo quando tudo era mentira.

Não demorou para o homem estar na cozinha de Seokjin, somente de meias no chão gelado.

— Você nunca deixa um chinelo para mim, Jin.

— É? Nem reparei — Seokjin respondeu, girando a colher na xícara, encanando o outro sem muita paciência. — O que você faz aqui?

O homem fitou o filho com a sobrancelha levantada. Kim Sung, era o seu nome e Seokjin queria poder esquecer que aquela pessoa na sua frente era um dos seus progenitores. Parecia errado dizer que ele era o seu pai, principalmente depois de tudo que havia passado, mas ainda assim, tinha respeito com o homem. Era sempre desrespeitado por Sung, porém não devolvia na mesma moeda.

— Não posso visitar meu filho, agora?

Seokjin deu um sorriso que não chegou aos olhos.

— Você quer algo? Então fale logo o que é pare de me fazer tempo.

Então, a expressão do homem mais velho mudou por completo. Ele perdeu o sorriso, que para uma desavisado devia parecer muito simpático. Também deixou de lado a postura alegre, ficando com o corpo ereto, fitando o filho nos olhos. O rosto, já marcado pela idade, ainda trazia expressões que deixavam a memória de Seokjin repleta de imagens ruins. Crescer sendo cuidado por uma pessoa daquelas havia sido no mínimo traumático, porém sua mente bloqueara a maioria dos acontecimentos, o que o arquiteto achava algo bom. Havia seguido da sua infância ruim.

— Eu preciso de dinheiro.

Seokjin sabia ser aquilo, claro que era, mas ainda assim se irritava em saber que o homem somente o procurava para tal coisa.

— Eu te dei dinheiro semana passada — Seokjin falou seriamente.

— E daí? Acabou! — Sung respondeu com ares de irritação.

— E isso é um problema seu…

Pegando a sua xícara com café e dando a volta na ilha de mármore que dividia a cozinha da casa, Seokjin fez o caminho para seguir para a sala de estar, aonde voltaria a trabalhar, porém, de imediato foi parado pelo pai, que ficou na sua frente, impedindo-o de continuar a andar.

— Seokjin, você não está entendendo ou finge que não entende… Quero dinheiro para agora. Vamos, que sei que você tem!

Seokjin deu um riso sem humor algum e passou por Sung, mas foi impedido outra vez.

— Pai, entenda que eu não tenho mais dinheiro! O que tenho é um pouco na conta para pagar as despesas. Você se lembra que ainda temos que manter as aparências, certo? — questionou com cinismo.

Ele passou pelo homem, indo até a sua mesa e deixando a xícara no apoio, contudo antes de se sentar, sentiu a mão do pai no seu braço, forçando-o a se virar em sua direção.

— Não encosta em mim — Seokjin proferiu entredentes, puxando seu braço de volta. — Quantas vezes tenho que lhe dizer isso?

Sung riu cinicamente, estalando a língua de maneira alta como fazia desde que Seokjin era pequeno. Aquilo trouxe uma lembrança ao filho, porém ele ignorou, não queria pensar no passado.

— Você acha muito, não é meu filho? Acha muito só porque está nas asinhas do príncipe, certo? Você não passa é de um passatempo para ele, assim que Vossa Alteza ficar cansado, ele vai te  jogar fora.

Seokjin suspirou.

— Acabou de falar? Pode ir embora agora.

— Quero dinheiro e você vai me dar agora se não saio daqui e vou direto no castelo falar tudo! — o homem proferiu com raiva, aproximando-se de Seokjin. — Eu? Não tenho nada a perder. Você? Perderá tudo.

Um sorriso cansado cortou os lábios de Seokjin.

— Você perde tanto quanto eu.

— Não, eu não perderei o pauzinho precioso do príncipe!

— Só vai embora, okay? Eu não tenho dinheiro nenhum para te dar…

Seokjin se virou pronto para voltar a trabalhar, mas antes de se mexer realmente, sentiu os dedos do pai no seu antebraço, pareciam garras pela quantidade de força que o homem usava para o manter no lugar.

— Seu imundo, eu quero o meu dinheiro! Sei que você está escondendo grana nessa casa! Pensa que eu não sei que o príncipe paga para te foder?! Que você é só a putinha dele?!

— Estou mandando você me soltar agora.

— Pois eu não soltarei! Putas sujas deveriam saber o seu lugar!

Assim como todo integrante da família real e da nobreza, Seokjin havia feito um ano de serviço militar voluntário — não tão voluntário quando se falava de uma tradição tão antiga —, então sabia muito bem como derrubar o pai naquele momento, ou então o suficiente para machucá-lo. Após tanto treinar no próprio exército e com Namjoon, sabia lutar muito bem, porém com o conhecimento físico da arte da luta, também sabia quando não deveria usar sua força para machucar pessoas que não mereciam. Mesmo depois de tudo o que sofrera e de tudo o que estava escutando daquele homem, não acreditava realmente que aquela deveria ser a sua vingança.

— Você não sabe nada sobre mim ou sobre Namjoon. Ele nunca pensaria nada assim sobre mim — disse Seokjin com calma, irritado por ainda sentir os dedos do pai no seu braço.

O homem riu, afastando de Seokjin, mas com os olhos ainda fixos nele.

— Puta, ele gosta é de você com pernas abertas e nada mais. No momento que eu sair daqui e contar tudo, desde a nossa família até o fato de você estar com ele por dinheiro, sua vida estará acabada, filhinho. Então, acho bom você me dar o dinheiro que tem, pois, no final do dia, quem ficará sem tudo, é você.

Seokjin não soube o que dizer aquilo, pois era a verdade. Se o pai saísse dali e contasse tudo, seria aquele que mais perderia coisas, afinal Sung não tinha ninguém que amava naquilo tudo, provavelmente o homem já tinha até um plano de fuga caso suas origens fossem reveladas, porém, ele ficaria, não tentaria fugir e veria nos olhos de Namjoon a mais pura decepção e tristeza. Teria o coração partido e sabia que partiria o do príncipe com todas as mentiras que contara durante todo aquele tempo.

— Você é nojento — Seokjin murmurou, levando a mão ao punho e abrindo com agilidade o fecho do relógio que usava; era em um tom salmão, quase rosado e céus, como ele amava aquela peça que somente retirava do corpo para dormir. Com o peito pesado, entregou o relógio para o pai. — Vale trinta e sete milhões de wons. É tudo o que tenho e não adianta me ameaçar, pois, é a única joia que me restou.

Sung olhou a peça, dando um sorriso cheio de dentes para o filho.

— Eu sabia que você não me decepcionaria. — O homem levantou a mão em direção ao rosto de Seokjin, porém ele se afastou. — Vou te dar um tempo, mas junte dinheiro que o príncipe lhe der para quando eu voltar a te procurar.

Seokjin nada falou, ele estava muito cansado somente em ter aquela discussão com o homem.

— Vai embora, por favor.

O homem então foi embora, deixando Seokjin completamente sem forças, somente escorando no sofá de qualquer maneira enquanto passava a mão no seu punho, sentindo falta do relógio que fazia par com o de Namjoon.

O peso de tudo o que vinha acontecendo finalmente o atingiu e Seokjin não conseguiu fazer nada a mais a não ser se deitar no sofá e chorar.

 

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Notas Finais


Jackson Wang, GOT7/Solista

Capítulo 13 de Jimin e de PT. Se você tem ou fará 16 anos até o dia das eleições, tire seu título de eleitor. Vamos mudar o nosso país para melhor.
Mais informações: https://www.justicaeleitoral.jus.br/titulo-eleitoral/
Ps.: Se por acaso você é eleitor de Bolsonaro, pode deixar de ler a fic, pois ninguém te quer aqui. Obrigada! <3
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