1. Spirit Fanfics >
  2. Winter Flower >
  3. Capítulo 37

História Winter Flower - Capítulo 37


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos aos leitores, todos que deixam seu favorito e comentam! \(^0^)/ ヾ(^▽^*)

Mais informações, nas “Notas Finais”.

Boa leitura!

AVISO DE CONTEÚDO: uso implícito de drogas incapacitantes, estupro implícito, descrições gráficas de violência.

Capítulo 37 - Capítulo 37


 

Jungkook sentiu a dor de cabeça parecendo cutucar o seu cérebro no momento em que abriu os olhos. Ele piscou, olhando em direção a janela e percebendo que já era um novo dia. Era vinte e cinco de dezembro, ainda Natal, mas o que realmente significava era que veria Taehyung e Jimin, como combinaram no dia anterior.

Um sorriso tomou conta dos lábios de Jungkook, que se viu energizado para levantar, tomar um banho e talvez até comer algo antes de recebê-los para passearem. Tinha um parque ali por perto e estava doido para andar de mãos dadas ali com Taehyung, era um dos locais mais românticos que poderia pensar no momento, mas no final o que importava era estar com o namorado e o amigo, seria um bom dia.

Com preguiça — e a dor de cabeça parecendo se tornar ainda mais forte —, Jungkook se permitiu mais uns segundos na cama. Ele voltou a fechar os olhos, porém, levantando os braços para se espreguiçar.

Foi nesse momento que Jungkook sentiu um peso por cima do seu corpo. Por um milésimo de segundo ponderou se Taehyung estava ali, porém sua mente lhe mostrou a verdade de imediato, antes mesmo dele abrir os olhos e ver o cabelo de Eunwoo espalhado por seu peito enquanto a cabeça do padrasto estava ali deitada.

Jungkook não quis entrar em pânico, porém tudo ficou em perspectiva. Aquele não era o seu quarto, era o da sua mãe e ele estava ali sem saber como chegara no local e nem quando foi levado para aquele quarto. A última coisa que se recordava era de ir à cozinha pegar pedaços de peru e suco.

O que aconteceu após comer? Chegou a comer? Céus, por sua mente era um branco sem fim?

O pavor foi tomando conta de Jungkook e então ele ouviu o som do lado de fora da casa. A janela do quarto dava para a lateral do quintal que era próxima à garagem. Sua mãe chegara com a sua tia. E se ficasse ali deitado, ela o veria com o seu marido e tudo o que lutou para não fazer sua mãe sofrer, iria por água abaixo.

Ele nem pensou em mais nada, somente empurrou Eunwoo para o outro lado da cama. O homem gemeu e se virou, ficando em direção a parede.

Foi o momento de Jungkook se levantar. Apavorado de estar nu, Jungkook respirou fundo quando percebeu que ainda estava com o seu pijama, porém a calça de malha estava baixa demais na sua cintura, com o início das suas nádegas aparentes. Ele sentiu a garganta se fechar quando puxou a peça para ficar no lugar. Já sua camisa de botões que fazia conjunto com o pijama estava toda aberta, porém sem tempo para fechá-la propriamente, deixou-a daquela maneira antes de correr para fora daquele quarto.

Ele ouviu as vozes da mãe e da tia quando fechou a porta atrás de si, mas antes de chegar ao seu quarto, Hyunae apareceu no corredor, sorrindo de imediato ao ver o filho, porém ao perceber o olhar assustado dele, logo ficou preocupada.

— Aconteceu alguma coisa, Kookie?

— N-não… Banho. — Jungkook falou a primeira coisa que veio em sua mente, sabendo que sua face não era das melhores e provavelmente sua mãe desconfiaria de tudo. — Eu estava no banho.

Hyunae franziu a testa, mas concordou com a cabeça.

— Então, coloca uma roupa para cumprimentar sua tia, ela trouxe presentes para você.

Jungkook deu um sorriso que mais pareceu uma careta e entrou rapidamente no seu quarto, fechando a porta atrás de si. Com rapidez, ele averiguou se estava mesmo trancado ali dentro, para então deixar suas costas ficarem prensadas contra a madeira.

— Kookie?

A voz da mãe do outro lado da porta fez com que ele pulasse no lugar. Ele controlou sua voz, mas antes que pudesse responder algo, sua mãe continuou a falar:

— O que aconteceu, meu filhinho? Você não parece bem há tanto tempo, eu fico esperando você falar comigo, mas você nunca fala…

— N-nada, mãe… Não é nada. Só ‘tô nervoso com o trabalho, e-eu nunca consigo aquela promoção…

Jungkook pode ouvir a mãe dando batidas com a unha na porta e em seguida um suspiro.

— Tudo bem, Kookie. Hm… sua tia está esperando…

— Eu já vou.

O barulho dos passos indicou que Hyunae se afastou no corredor, levando alívio a Jungkook, mas assim que ele se jogou na cama, a lembrança de como acordara naquela manhã, voltou a sua mente.

O que tinha realmente acontecido? E, por que não conseguia se lembrar de nada?

Jungkook novamente sentiu aquele pânico de minutos antes e sem saber ao certo o que fazer, buscou o celular. Ele conferiu se haviam novas mensagens, mas ele somente percebeu que a última pessoa com quem falara havia sido Jimin e uma mensagem de “Feliz Natal” que mandou para Yugyeom. Depois disso, era tudo branco, no celular e na sua mente.

Eu não faria isso com a minha mãe, ele logo pensou, sabendo ser a verdade. Eu não faria isso consciente.

Essa era a verdade. Ele não faria nada daquilo consciente, porém, não havia tocado em nada alcoólico, nem o vinho que gostava de saborear naquela época do ano. Nada. O que significava, que Eunwoo havia colocado algo na sua bebida ou comida.

O medo daquela percepção pegou Jungkook desprevenido de uma só vez e ele logo começou a chorar.

Chorar era quase um eufemismo naquele momento, pois o jornalista mal conseguia respirar com tantas lágrimas e medo que estava externando naquele momento. O que Eunwoo fizera com ele? Teria o tocado? Feito algo a mais? Jungkook estava apavorado por não se lembrar de nada, principalmente com um homem que vinha insistindo há muito tempo, tempo demais.

Havia sido tão idiota em acreditar que aquele Natal tudo daria certo, que teria uma boa ceia com a mãe e que depois poderia voltar para o antigo apartamento dos seus hyungs e para a carreira. Sonhou alto demais e agora mal conseguia se mexer.

O celular que ainda tinha na mão tocou alto e Jungkook sentiu o coração ir à boca, mas ao ler “Jimin” seguido de um emoji de “raiva” que pusera há muito tempo, ele não pensou em mais nada e somente atendeu a ligação.

— Kookie, bom dia! Nós e—

— J-Jimin… — A voz de Jungkook interrompeu a fala do outro, que logo percebeu ter algo de errado. — J-Jimin, m-me a-ajuda…

— Já estamos chegando. — Foi o que o rapaz respondeu. O som de pneu raspando no asfalto indicava que ele estava acelerando o carro. — Você está seguro? Ele está por perto?

— Não… ‘Tô t-trancado n-no q-quarto.

— Fique onde está. Ficará tudo bem.

Jungkook sentiu o choro vindo com força outra vez. Sua mente nem sabia mais o que estava acontecendo, estava em alerta enquanto queria o colo da sua mãe, porém não podia, estragaria tudo se contasse a verdade.

— N-não c-conta para T-Tae… — Jungkook murmurou, sem saber se Jimin ainda estava na linha. — E-ele vai me o-odiar.

Baby, eu estou aqui… Está no viva-voz.

Engasgando com a própria saliva, Jungkook deixou palavras como “Tae” e “me desculpa” escaparem dos seus lábios.

Shh… Não precisa se desculpar, baby. Estamos chegando, okay?

— F-fica c-comigo?

— Na linha, baby?

— I-Isso… P-por f-favor… M-me s-sinto t-tão s-só…

— Você nunca estará só, baby. Já estamos quase chegando, okay?

— Sai da frente, desgraçado!

O grito de Jimin surgiu na ligação, junto do barulho estridente da buzina.

— C-cuidado… — Jungkook fungou algumas vezes, tentando respirar fundo, mas sem muito sucesso no processo. — P-por f-favor.

— Sou cuidadoso! — Jimin disparou. — O problema são os outros… SEU MERDA, SAI DA FRENTE!

Jungkook riu, o som saindo abafado pelo alto-falante. Ele não sabia o que faria se não fossem Taehyung e Jimin, já estaria há muito perdido sem os dois.

— Ei, baby. Paramos na frente da sua casa. Sua mala ainda está feita?

— S-sim…

— Você pode pegá-la? Não se preocupe muito se deixar algo para trás, depois podemos pegar ou comprar outro para você.

— Tudo bem…

— Vou desligar agora, mas já estarei aí com você em um minuto.

Jungkook não pensou muito, ele só precisava fazer o que tinham pedido e logo estaria seguro com Jimin e Taehyung e nada mais importava.

O rapaz logo retirou a roupa de dormir e vestiu o jeans e o moletom que estava arrumado por cima da cadeira. Ele calçava os sapatos quando ouviu a campainha.

— Oh, Alteza! Jimin! Vocês chegaram cedo… Feliz Natal!

— Onde Jungkook está?

A voz de Jimin era dura e um pouco urgente.

O jornalista resolveu abrir a porta, já levando a mala para o corredor. Não queria ficar mais naquela casa, por mais que amasse sua mãe e sua tia, não conseguia mais, precisava respirar o ar fresco e sentir que sua vida não estava toda perdida.

— Para que dessa mala?

A voz de Eunwoo fez Jungkook se sentir enjoado. Ele se virou para o homem e nem respondeu, arrastando a mala em direção a sala de estar para não ficar no corredor apertado com o padrasto.

— Jungkook, eu falei com você — insistiu Eunwoo. — Depois de tudo o que aconteceu, você vai embora?

Continuou ignorando o homem e seguir seu caminho, mas foi impedido por ele.

— Me larga! Não me toca! Não me toca!

Jungkook gritou, sacudindo-se em desespero. Tudo o que menos queria era o toque de Eunwoo. Odiava o padrasto e tinha medo dele.

Jungkook empurrou o padrasto para longe de si, sem perceber, ainda gritando. Antes que precisasse se defender outra vez, Jimin surgiu tão rápido que Jungkook ficou confuso com o que estava acontecendo, ele só absorveu a cena: Eunwoo no chão, com o segurança em cima dele, socando a face do homem com toda a força.

— NUNCA MAIS COLOQUE ESSAS MÃOS IMUNDAS NELE! EU AVISEI QUE VOCÊ IRIA SE ARREPENDER! EU AVISEI!

Sem saber o que fazer, Jungkook deu um passo atrás, sentindo uma mão na sua cintura. Ele se virou pronto para machucar quem fosse, até ver o rosto preocupado de Taehyung nele.

— Você está bem, baby?

Jungkook não respondeu, apenas escondeu o rosto contra o corpo de Taehyung, tentando ignorar os sons da briga que acontecia ali e tentando apenas focar que estava seguro.

— Jimin! Jimin, você está o assustando! — o príncipe chamou o outro. Ele queria impedi-lo de cometer uma loucura, mas, não conseguia soltar Jungkook, que parecia tão frágil em seus braços.

— Céus, o que está acontecendo?! Eunwoo! Jimin, pare! Por favor, pare! — a senhora Jeon gritou tentando afastar os dois homens. — Ai, ai…

A tia de Jungkook logo correu até a irmã, abraçando-a com força, pois, estava claro que Hyunae sozinha não conseguiria impedir Jimin de largar Eunwoo. Ele estava transtornado e a mulher não conseguia entender o porquê.

— NOJENTO! IMUNDO!

Jimin simplesmente via tudo vermelho na sua frente. Ele queria acabar com Eunwoo, destruir tudo o que aquele homem chamava de “vida perfeita” e fazer com que ele se arrependesse amargamente de um dia ter olhado para Jungkook. Pessoas como Eunwoo não mereciam andar calmamente para todo canto como se fosse alguém bom e digno de tal coisa.

— EU VOU TE MATAR!

Apertando ainda mais o seu punho, Jimin se preparou para desferir outro forte golpe no homem, quando ouviu uma voz alta e clara atrás dele:

— Jimin, pare agora! Eu lhe ordeno!

Imediatamente Jimin soltou o outro, respirando fundo, vendo pela primeira vez a extensão dos ferimentos no rosto de Eunwoo que estava lavado em sangue.

Lentamente ele se colocou de pé, controlando-se para não chutar o corpo desmaiado no chão.

— O que aconteceu? Por que fez isso? — Hyunae chorou se ajoelhando ao lado do marido. — Oh céus! Precisamos de um médico!

Jungkook tentou se mexer para olhar para a mãe, mas Taehyung o impediu. Sabia que se o namorado visse o rosto de Eunwoo ficaria assustado. Então, começou a puxá-lo em direção a saída da casa.

— M-mãe… — Jungkook murmurou, ainda contra o corpo de Taehyung. Ele viu o rosto da mãe assustado de relance. — D-desculpa, f-foi tudo minha c-culpa.

— Não foi sua culpa! — Jimin disparou, virando em direção a Hyunae; seu olhar ainda intenso e raivoso. — Esse merda vem assediando Jungkook há meses.

— Não! — Jungkook se soltou de Taehyung e foi em direção a Jimin, puxando para que ele parasse de falar com sua mãe. — N-não, n-não. V-vamos embora, Jimin. P-por f-favor. Por f-favor, você p-prometeu que poderíamos i-ir e-embora.

Jimin se sentia em conflito, ele queria dizer toda a verdade e talvez socar Eunwoo um pouco mais, porém o rosto choroso de Jungkook o convenceu e logo ele se aproximou do jornalista segurando-o delicadamente pela nuca antes de beijá-lo na testa.

— Vamos embora, Kookie. Você está seguro, okay? Vamos.

Jimin proferiu por fim colocando as mãos nos dois rapazes que ele queria tanto cuidar e proteger, para guiá-los para fora daquele lugar.

Quando chegaram no carro, Jungkook olhou em busca da sua mala, percebendo-a que havia a deixado para trás, porém para a sua surpresa, viu sua tia arrastando-a até eles. Jimin logo ficou na defensiva, porém relaxou um pouco ao encontrar os olhos bondosos de Hyunae no rosto da mulher.

— Cuidem dele, por favor — ela pediu, entregando a mala para Jimin.

— Vamos cuidar.

Ela concordou com a cabeça, olhando pelo vidro da janela e dando um fraco sorriso para Jungkook antes de se virar e voltar para a casa.

Assim que Jimin entrou no carro e começou a acelerá-lo, tudo voltou a Jungkook, que se abraçou fortemente ao namorado, chorando contra o seu moletom. Ele ainda tremia, como permaneceu todos os instantes desde que acordara naquele dia, mas agora acompanhado com todos aqueles sintomas, tinha a náusea que começara a aumentar em seu estômago. Só queria que todo aquele pesadelo acabasse, mas sua mente não parecia pronta para deixá-lo esquecer.

Jungkook não soube quanto tempo passou chorando no colo de Taehyung e muito menos para onde os outros dois o levaram, mas assim que o namorado falou a palavra “banheiro”, ele correu para o local, ficando de joelhos enquanto vomitava tudo do seu estômago no caso sanitário. Estava tão cansado e fraco, porém seu corpo não parecia lhe dar um descanso.

As mãos de Taehyung eram carinhosas em suas costas e as palavras doces de conforto o acalmavam gradualmente.

O príncipe o acompanhou por todos os segundos que Jungkook levou para lavar a boca e o rosto após vomitar e então o guiou para o quarto, deixando-o se sentar na cama com cuidado.

Jungkook olhou em volta, logo notando que não estavam no castelo, mas a arrumação e os móveis eram igualmente bonitos. Porém, sentia exausto para realmente perceber cada detalhe do local.

— É um dos meus apartamentos — explicou Taehyung quando notou o namorado olhando em volta.

— Bonito… — murmurou Jungkook, respirando fundo. — Tae?

Hm?

— Você está chateado comigo?

— Chateado? — Taehyung questionou confuso. Por que ele estaria chateado com Jungkook? — Baby, claro que não. Como eu poderia estar chateado com você?

Não havia uma resposta para aquela pergunta, pois Jungkook teria que contar tudo o que aconteceu e estava apavorado de proferir em voz alta e talvez perder Taehyung — mesmo que uma parte mais sã da sua mente lhe dizendo que nada daquilo era sua culpa.

— Posso dormir um pouco? — Jungkook perguntou, do nada. — Meu corpo… Eu estou muito cansado.

— Você pode tudo, meu amor. Quer que eu fique até você pegar no sono?

— Sim… Me abraça. Por favor.

A voz de Jungkook estava tão abalada e suas falas tão estranhas aos ouvidos de Taehyung, que era um pouco difícil não ficar com o coração apertado. Seu namorado ainda estava com o mesmo medo de minutos antes, quando o abraçou pela primeira vez, ainda na casa do rapaz.

Taehyung se deitou com o namorado, afagando o seu cabelo e o abraçando com cuidado, mas para a sua surpresa, não demorou para Jungkook adormecer, de forma bem pesada.

— O que aquele monstro fez com você, amor? — Taehyung suspirou.

O príncipe se levantou com cuidado, afofando o cobertor em volta de Jungkook e com o máximo de silêncio possível, saiu do quarto.

Na sala, Jimin estava sentado no sofá, com a mão enterrada em seu rosto, ainda parecendo transtornado.

— Jimin?

Em um pulo, Jimin ficou de pé, fitando Taehyung com urgência.

— Como ele está? Jungkook disse algo? Ele… tem que ir ao hospital?

A última pergunta foi proferida com a voz em um fio, pois Jimin estava com medo da resposta.

— Eu não sei, Minnie. Eu realmente não sei, ele não disse nada, só pediu para dormir e que eu o abraçasse. — Taehyung suspirou pesado, fitando as mãos de Jimin. Elas estavam vermelhas e ainda tinham o sangue de Eunwoo nelas, mas o príncipe conseguia ver as partes roxas na pele do amigo. — Vamos focar em você agora.

— Quê? Não!

Porém, Taehyung não deu tempo para discussão, puxando Jimin pelo braço até o banheiro principal do apartamento. Ele deu um toque de leve na torneira e ela logo deixou a água jorrar nos dedos do outro, que gemeu, tentado retirá-la a mão do local, porém não a retirou.

Após as mãos de Jimin estarem limpas, Taehyung usou uma toalha limpa para secá-las e depois deixou Jimin sentado na beirada da banheira, local que ele se sentou em seguida, já com o kit de primeiros socorros aberto.

— Não precisa disso tudo.

— Precisa sim — Taehyung murmurou, concentrado em passar a pomada na mão do outro. — Olha o estado dos seus dedos.

— Foi pouco, eu deveria ter acabado mais com ele.

— Se você fizesse mais, iria matá-lo.

Jimin fitou Taehyung, seus olhos sem vida na direção do outro.

— E daí?

— E daí que não é tão fácil como você pensa. Olhe para mim, eu não consigo nem dormir — Taehyung falou secamente, por mais que não fosse a sua intenção. Ele queria proteger o melhor amigo de matar alguém, mesmo que fosse uma pessoa tão ruim e que havia feito tão mal a Jungkook. — Fica parado.

Bufando, Jimin obedeceu, por mais que fosse irritante ficar daquela maneira, parado enquanto o outro cuidava dele por algo que acreditava ser uma bobagem. Já havia quebrado um dedo em treinamento, aquilo não era nada.

Em silêncio, Taehyung cuidou de Jimin e quando terminaram, ele poderia dizer que o outro fez um ótimo trabalho.

Eles voltaram para a sala de estar ainda sem falar nada, mas assim que se sentaram, Jimin abraçou Taehyung. Era Natal e o dia começara intenso, de uma maneira bem ruim.

— Jungkook parecia tão assustado… ele dormiu ainda igualmente assustado. — Taehyung suspirou pesado. — Eu só queria protegê-lo de tudo, sabe? Ele não merece, é tão bom e gentil.

Jimin concordou com a cabeça, afagando o cabelo de Taehyung.

— Vamos protegê-lo agora. Ele não vai mais sair daqui — garantiu Jimin. — Aquele homem nunca mais chegará perto do nosso Kookie.

Taehyung se deixou acreditar naquelas palavras, pois era necessário. Não aguentaria saber que Jungkook sofreu mais nas mãos daquele homem, então daria um jeito de convencer o namorado a ficar ali. Sabia que Jungkook não gostava de utilizar o dinheiro dele, daquela maneira, porém por enquanto, era a melhor opção.

Os dois ficaram abraçados por um tempo, mas depois de uma hora, decidiram começar a preparar comida; quando Jungkook acordasse, estaria com fome, ainda mais após colocar tudo que tinha no seu estômago para fora.

— Eu acho que a mãe de Kookie vai largar aquele homem — comentou Taehyung, picando as batatas.

— Será? Ela estava pedindo por ajuda.

— Mas aí é uma reação de momento, não significa que vá continuar assim. Ela pode sentar para pensar depois e perceber tudo o que Jungkook sofreu ali.

Jimin deixou a panela no fogo e suspirou pesadamente. Aquela angústia não estava deixando o seu peito de nenhuma maneira.

— O que foi?

— Eu deveria ter ficado com ele — afirmou Jimin. — Se eu tivesse ficado, nada disso teria acontecido.

Taehyung foi até o amigo, abraçando-o.

— Mas, infelizmente, poderia acontecer no futuro. Não estaríamos vinte e quatro horas atrás de Jungkook…

— Eu ainda tentaria estar com ele a todo momento.

Taehyung pensou por um momento, refazendo todos os passos desde que conhecera Jungkook e pensando todas às vezes que tivera aquela mesma conversa internamente. Onde tinha errado? Como poderia ter evitado tudo aquilo? E, ironicamente, era a mesma conversa que teve consigo mesmo quando o seu irmão morreu. Não que fosse um padrão, somente mostrava que não tinha como ele ter evitado tal coisa sozinho e a mesma situação se aplicava a Jungkook. Jimin não conseguia perceber isso, pois era a primeira vez que algo do gênero lhe acontecia.

Com isso em mente, Taehyung segurou na mão de Jimin, fazendo ele parar o que fazia e o fitar. Ele segurou no rosto do amigo, deixando o seu fraco sorriso chegar no outro, que acabou também sorrindo.

— Não tinha como você e nem eu evitar isso, Minnie. Estava além de nós dois e eu digo isso como alguém que tem muita culpa para carregar. Esse fato em si, não estava em nossas mãos. Aquele homem não seria parado se estivéssemos vinte e quatro horas do lado de Jungkook, porque inevitavelmente, em algum momento não estaríamos. — Taehyung suspirou, igualmente frustrado quanto o amigo. — Eu queria realmente que as coisas fossem diferentes, mas elas não são, então temos que ser o apoio de Jungkook agora, okay? Ele precisará da gente como somos e não como poços de culpa.

Jimin, a contragosto, sacudiu a cabeça positivamente. Sua mente ainda era pura confusão, pois parte dela se culpava por tudo o que ocorreu com o rapaz, outra parte queria ter batido ainda mais em Eunwoo.

— Ele precisará da gente e estaremos lá — concluiu Jimin.

Após a conversa, eles se concentraram em terminar de preparar a comida e quando pensavam no que fariam, se deveriam ou não acordar Jungkook, os dois escutaram sons vindo do quarto principal.

— Vou ver como ele está.

— Enquanto isso, preparo uma bandeja para ele comer na cama.

— Kookie está sendo mimado do jeitinho que ele gosta — Taehyung comentou, sorrindo para tentar animar um pouco o melhor amigo. — Pega banana milk, deve ter na geladeira e é o preferido dele.

— Claro que tem na geladeira.

Taehyung mostrou a língua para Jimin antes de seguir para o quarto. Ele bateu de leve, antes de abrir a porta e ver Jungkook parecer brigar com a janela.

Baby?

— Ah, Tae! Essa janela abriu sozinha, eu acho que você tem fantasmas aqui.

O príncipe riu, caminhando até a cabeceira da cama e apertando um botão que ficava próximo a ela. A janela automaticamente se fechou.

— Você deve ter esbarrado, baby.

— Oh! Que coisa de burguês safado.

Taehyung riu, aproximando-se da cama e se sentando na ponta um pouco distante do namorado, dando-o espaço se fosse necessário.

— Dormiu bem, amor?

— Não. — Jungkook deu um suspiro, o cansaço transparecendo a sua voz e seus gestos. — Eu acho que fui dopado e o efeito ainda não saiu.

Ouvir o namorado falando tal coisa e tão facilmente doeu no coração de Taehyung. Naquele momento, ele quis fazer tudo por Jungkook, qualquer coisa que fosse necessária.

Baby

— Está tudo bem agora que estou aqui com vocês — murmurou Jungkook, sorrindo, porém, estava claro para o outro que o gesto não alcançava os olhos. — Onde Jimin está?

— Preparando uma bandeja para você comer.

Ahh… — Jungkook fitou o lençol da cama, não querendo encarar o olhar triste do namorado. Era demais naquele momento perceber estar causando dor para além dele. Taehyung não merecia ficar daquela maneira por sua causa. — Só um sanduíche está bom, depois devo ir embora. Vou mandar uma mensagem para os hyungs, vê se eles deixam eu ficar com o apartamento deles se eu continuar pagando tudo.

— Você não vai embora, baby…  Não vai ficar sozinho.

— Eu estou bem.

— Mas, eu não estou — Taehyung proferiu calmamente. — Eu não quero que você fique sozinho, Kookie. Quero proteger você, cuidar…

— Não precisa.

— Eu sei que você é forte, e que não precisa, mas eu quero, porque você é importante para mim, baby.

Jungkook desviou o olhar, mas Taehyung pode ver a dor na expressão dele. Ele estava sofrendo e ainda assim tentava ser o mais forte da relação, tentava mostrar estar bem, quando era visível que não estava. Aquela visão doía em Taehyung.

— Por que você tenta ser tão forte mesmo quando precisa de ajuda?

Jungkook o fitou, surpreso.

— O que disse?

— Por que você não deixa que os outros cuidem de você de vez em quando?

Sem resposta para a pergunta, Jungkook voltou a desviar o olhar. Estava tão cansado e não queria passar por uma sessão de terapia com o namorado. Sua primeira reação quase foi rude, mas respirou fundo e somente sacudiu a cabeça negativamente.

— Não quer conversar sobre isso. Acho que vou voltar a dormir de novo.

— Jimin já está vindo com a bandeja… fica acordado só para comer um pouco?

Quando ainda pensava em uma resposta, Jimin chutou a porta. Ela estava encostada, então não foi difícil abrir, mas Taehyung xingou o outro pelo ato. O segurança revirou os olhos enquanto levava a bandeja para colocar no colo de Jungkook.

— Tem tudo o que você gosta — afirmou Jimin. — Preparamos com todo carinho.

O olhar de Jungkook logo foi até as faixas nas mãos de Jimin. Aquilo era sua culpa. Jimin deixou o seu padrasto inconsciente no chão da casa da sua mãe porque tinha um sido um completo idiota de ter ido comer e ficar tão exposto a Eunwoo. Tal percepção o deixara enjoado.

— Por que vocês estão me tratando bem? — Jungkook disparou, olhando em direção a janela, sem coragem de encará-los. — Eu te traí, Taehyung. Por minha culpa você se machucou Jimin. É tudo culpa minha, vocês deveriam me chutar logo para rua que é o que eu mereço.

Baby, você não me traiu! Aquele sujeitinho asqueroso dopou você! — o príncipe afirmou querendo tocar o namorado, mas com medo de cruzar alguma linha. — Não foi sua culpa, meu amor. Você não fez nada de errado.

— Você não sabe… — Jungkook sentiu as primeiras lágrimas alcançando os seus olhos e se sentiu tão fraco naquele momento. — Eu dei essa abertura para ele, lá trás… Eu até comentei como Eunwoo é bonito com Yugyeom. Isso tudo é culpa minha. — Jungkook engoliu a seco. — Gosto muito de você, Tae, muito mesmo, mas eu só te trarei problemas, então é melhor terminarmos.

Jimin suspirou pesado colocando a bandeja por cima da mesa de cabeceira e então caminhou para perto do jornalista, sentando-se na frente dele, segurando-o delicadamente pelo rosto.

— Achar alguém bonito, dar em cima de alguém, não dá o direito a essa pessoa de tocar em você sem o seu consentimento. Se você quiser em algum momento e depois não quiser mais é um direito seu e ele errou em não respeitá-lo — Jimin proferiu calmamente sustentando seu olhar com o de Jungkook. — O que Eunwoo fez é um crime, uma violência e de forma alguma você é o culpado. Entendeu?

Jungkook desviou o olhar, puxando o seu rosto para Jimin não mais tocá-lo. Ele não se sentia bem, com nada daquilo e, no fundo, acreditava merecer todos os xingamentos do mundo, mas Taehyung e Jimin não fariam isso com o ele, o que era irritante.

— Você conhece Lee Taemin? — Jimin perguntou, de supetão. Taehyung fitou Jimin, querendo saber o que ele estava fazendo, mas nada comentou.

Hm… o visconde? — Jungkook perguntou, fungando. Ele viu o outro concordar com a cabeça. — Conheço a reputação dele. O visconde é o fuckboy dos fuckboys, eu não sei porque não caem no pé dele como caem no pé do príncipe Namjoon quando visivelmente o príncipe somente anda com o duque Jin para cima e para baixo…

Falar de fofocas fez Jungkook esquecer por alguns segundos tudo o que aconteceu e ele nem percebeu aquilo, mas assim que sua mente fez a conexão, ele agradeceu por aquele descanso, mesmo que mínimo.

— Ele me assedia todas as vezes que me vê.

— É o quê?! — a pergunta surgiu de Taehyung, que arregalou os olhos. — Quando isso? Por que você não me contou?!

— Por que não era importante. Porque eu pensei que eu devia merecer de algum jeito — Jimin respondeu dando de ombros. — Não importava o quanto eu dissesse que não o queria, que não tinha interesse ele nunca desistiu, então…  em algum momento passei a acreditar ser minha culpa. — Ele suspirou. — Talvez eu tivesse sorrido para ele, ou cumprimentado de maneira diferente, mas o problema não sou, nunca foi. Isso é falta de caráter, é alguém saber que tem algum tipo de poder e usá-lo somente por saber que não haverá consequências. Eu não dei abertura para o visconde, assim como você não deu abertura para o seu padrasto, Kookie. Nossa auto-sabotagem faz pensarmos que houve em algum momento… algum minuto… algum sorriso. Mas, não houve. Nem você e nem eu dissemos “Sim”, então não houve nada e não é nossa culpa.

Jungkook fingiu para tentar se livrar das lágrimas teimosas. Estava triste por pessoas terem machucado a ele e a Jimin. O amigo tinha razão, eles não tinham culpa das ações malvadas de outras pessoas.

— E-Eu sinto muito que ele tenha feito v-você se sentir assim, Minnie.

— Obrigado, baby. Eu também sinto muito que Eunwoo tenha feito você se sentir assim. Mas, garanto que ele nunca mais terá outra oportunidade, okay? Nem Tae e nem eu deixaremos tal coisa acontecer.

Jungkook concordou com a cabeça, fungando antes de olhar novamente para os outros dois.

— Vocês podem me abraçar?

Taehyung foi o primeiro a abraçar o namorado, deixando o seu colo o mais receptível o possível, dando espaço para Jungkook usá-lo para sentir todo o carinho que precisasse naquele momento. Já Jimin chegou mais contido, afagando o cabelo do jornalista, mas para a sua surpresa, ele se jogou contra os seus braços, apertando-o com bastante força.

— Obrigado por me ajudarem, me defenderem… Eu não sei o que faria sem vocês — murmurou Jungkook. — Eu amo vocês dois.

Jimin riu baixo.

— Você ama mais o seu namorado, confessa.

— Não — Jungkook falou sério, levantando o rosto para fitá-lo. — Eu os amo da mesma maneira, na mesma intensidade. Eu amo vocês.

Jimin não sabia o que dizer após aquelas palavras. Afinal Jungkook namorava com Taehyung, logo o sentimento deveria ser diferente. Ou não?

Taehyung pigarreou, levantando-se da cama um pouco rápido demais. Jungkook o seguiu com o olhar, percebendo pela primeira vez o que tinha acabado de falar, mas se o príncipe ficou chateado, não transpareceu, pois, ele foi até a bandeja e a colocou no colo do namorado.

— Você deveria comer um pouco agora. Hm… vou lavar a louça.

— Eu vou — disparou Jimin, dando um sorriso e também ficando de pé. Eles se encararam por alguns segundos, mas nada proferiram. — Cuide do baby enquanto não volto.

— Okay.

A resposta foi seca demais e Jimin pode ver o rosto de Taehyung muito sério para a situação; estava claro que ele não gostara do comentário de Jungkook, ou pior — na concepção do amigo —, estaria com raiva dele por gerar tal coisa. A verdade, é que qualquer coisa que envolvia paixão e amor deixava Jimin em um estado que não sabia explicar, mas era tudo, menos algo que gostava, então após outro sorriso sem graça, ele saiu com rapidez do quarto.

 — Tae?

Taehyung se virou, treinando um seu sorriso simpático e foi esse que ele deu para o namorado quando o fitou.

— Sim, baby?

— Tem muita comida aqui… Vamos dividir?

— Dividir só a comida? — o príncipe questionou e mesmo sem realmente querer, sabia que seu tom de voz o entregava. — Vamos comer, baby. E conversar depois. Tudo bem?

— Okay… Tae?

— Sim?

— E-eu posso ganhar um beijinho?

A expressão de Taehyung mudou, ficando no mesmo instante mais suave. Ele foi até a cama, sentando-se ao lado de Jungkook.

— Claro que pode.

Jungkook fez um biquinho com os lábios. Taehyung riu antes de se inclinar e beijá-lo. De início, foi só um selinho, mas os dois deram um jeito de alongar o momento, deixando mais divertido e amoroso para ambos.

— Vamos comer? — Jungkook perguntou.

— Claro, Jimin até colocou um par extra de jeotgarak. Ele fez de propósito esse pratão de pedreiro.

— Sempre exagerado — Jungkook sorriu, pegando um pedaço e levando até os lábios do namorado, sorrindo quando o mesmo os entreabriu para comer o que lhe era oferecido. — Obrigado por cuidar de mim.

— Ei… não precisa agradecer, baby.

— Eu preciso sim, sei que dou trabalho. É Natal, você poderia estar com a sua família e ‘tá aqui, cuidado de um dop…

Jungkook achou melhor não completar a fala. Parecia errado agora, depois de tudo o que Jimin tinha lhe dito e mostrado. Não era culpa dele, teria que trabalhar melhor com a sua mente para mandar embora aquele sentimento de culpa.

— Eu não tenho problema algum em cuidar de você, faço sempre com prazer.

A conversa fluiu com facilidade entre eles, parecia muito calmo comentarem de tudo um pouco, sobre a festa de Natal e sobre programas de final de ano que gostavam de fazer, mas quando a comida acabou e Taehyung colocou a bandeja de lado, Jungkook soube ser o momento de conversarem.

— Então… eu vou perguntar de uma vez — disse Taehyung, pegando a mão do outro. — Você está apaixonado por Jimin?

Jungkook mordeu o lábio inferior, antes de responder:

— Talvez.

Surpresa tomou logo a feição do príncipe.

— Oh, okay… Você foi sincero.

— Por que eu não seria?

— Não sei. Não tenho certeza, pensei que você iria enrolar ou algo assim.

— Nós prometemos que seríamos sinceros um com o outro… V-você está chateado? Está com ciúmes de Jimin?

Taehyung respirou fundo, ponderando sobre tal coisa. Ele estava chateado? Com ciúmes? A última questão ele sabia que poderia riscar, pois, não estava ciúmes, não havia aquela tristeza ou aquela inveja que causava raiva, somente havia um pouco de insegurança dentro de si, mas não era ciúmes.

— Acho que não. Ciúmes eu não estou, então também não acho que esteja chateado.

— Então, o que isso significa?

— Que Jimin deveria deixar de ser hétero logo.

Jungkook riu baixinho, deixando sua cabeça tombar no ombro de Taehyung. Era bom ficar assim, calmo e com os pensamentos no lugar, depois de tudo o que ocorrera.

— Tae… quando vamos dar o próximo passo? — questionou Jungkook, dando um suspiro em seguida. — Tudo bem se você não quiser, de verdade. É só que você disse ser um momento de conversa e eu achei melhor perguntar logo.

— Oh! Eu não falei nada porque pensei que você quisesse ir mais devagar.

— Eu quero, mas ao mesmo tempo… — Jungkook suspirou pesado. — Eu quero viver, Tae e sinto que posso fazer isso com você.

Taehyung sorriu, enlaçando os dedos da sua mão nos de Jungkook. Eles deixaram o silêncio ser o suficiente por alguns segundos, ambos em suas próprias mentes, ponderando tudo o que poderiam dizer naquela situação. Mas, por fim, Taehyung foi o primeiro a proferir algo:

— Do que você gosta? Na hora do sexo?

Hm… Eu gosto de coisas normais, não tem nada muito picante ou fora da casinha — explicou Jungkook. — A última vez que fiz sexo foi um boquete no banheiro de um restaurante.

— Restaurante?!

— Era um encontro arranjado, o meu melhor amigo que conseguiu. Não tínhamos nada em comum a não ser tesão.

Taehyung riu baixinho. Jungkook sempre o surpreendia de alguma maneira.

— E você?

— Foi na Inglaterra — explicou Taehyung. — Foi no dia anterior de voltar, eu quis pegar um gringo para me despedir.

Agora foi a vez de Jungkook rir.

— Aproveitou?

— Mais ou menos, sem muita habilidade. — Taehyung mordeu o lábio inferior. — É bom porque o hype de fazer com você ‘tá lá em cima.

Ih, e se eu decepcionar?

— Vai nada. Só de estar com você, será especial, Kookie. — Taehyung levou a mão ao cabelo de Jungkook, afagando com cuidado. — Kookie, você quer mesmo isso, certo? Não é alguma coisa que sua mente está usando para compensar ou algo assim, né?

Jungkook negou.

— Eu quero sim, de verdade. Não hoje, mas eu quero. — Jungkook fitou o autor, um pouco ansioso. — Na verdade, eu tinha um pedido para fazer.

— Qual?

— Yugyeom, o meu amigo, ele queria me ver. Não nos vemos há um tempo e… Bem, assim que eu acordei agora há pouco, mandei uma mensagem estranha para ele, aí eu vi que ele respondeu preocupado. — Jungkook suspirou pesadamente. — Estou com saudades dele.

Taehyung sorriu.

— Claro que ele pode vir visitar. Agora, esse será o seu apartamento, Kookie, você pode receber quem quiser.

— Eu ainda não me sinto confortável com isso, com o apartamento sendo meu.

— Podemos conversar mais tarde. Por que agora você não convida o seu amigo? Também quero conhecê-lo.

Então, assim ficou combinado. Taehyung deu espaço para o namorado contactar o amigo e depois de tomar um banho, não deixando de pensar em como Jungkook parecia bem melhor do que como o encontrara horas antes na casa da mãe.

Esperava nunca mais o encontrar daquela maneira, pois doía em si, ver o namorado sofrendo. Jungkook merecia ter só sorrisos em seu rosto e daquele momento em diante, iria garantir que essa fosse a realidade. 

                                              

════ •⊰♛⊱• ════

 

 


Notas Finais


GiKa tem um site. Lá vocês acessam links diretos para as fics, cronograma de postagens, conteúdo extra e muito mais!
Acessem: https://sites.google.com/view/ficsgika

Também temos um servidor no Discord: https://discord.gg/CuXT6Ab6Da


Gostaram do capítulo? Divulguem a fic!
E, por favor, deixem comentários com as suas opiniões; amamos lê-los.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...