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História Witch's Mark - Lua de Mel


Escrita por: Witchsmark

Notas do Autor


Boa noite, meus amados bruxos e bruxas!

Enfim, saberemos mais sobre a lua de mel do nosso casal..

Capítulo 21 - Lua de Mel


Fanfic / Fanfiction Witch's Mark - Lua de Mel

Roma, 1967

 

Faustus Blackwood

 

Afrouxei o nó da gravata soltando todo o ar dos pulmões. Acabáramos de voltar do funeral do Antipapa Enoque de Antioquia. Se eu me ressentia do que tinha feito? Não. Evidente que sua morte teve um motivo além de simplesmente deixar vaga a oportunidade de assumir seu lugar como Antipapa. Na realidade, isso foi um bônus.

 

Minha intenção inicial não era a de matá-lo. Queria realmente que ele celebrasse meu casamento com Zelda, afinal ele testemunhara meu teste como Sumo Sacerdote tantos anos antes e sabia o quão importante ela era para mim. Além disso, desejava que ele lesse as ideias que eu propus para a Igreja da Noite.

 

Entretanto, tudo mudou quando ele chegou na Academia.

 

Os garotos da Sociedade de Judas ladeavam o percurso que o Antipapa percorreria até o prédio. Eu e Zelda aguardávamos sua chegada na entrada. Assim que ele se aproximou, nós abrimos espaço para ele de forma sincronizada e o reverenciamos. Enoque esticou as mãos para que as beijássemos e assim, o fizemos.

 

– Vossa Eminência Profana, é uma honra – murmurei.

 

– Sim, eu sei – rebateu sem dar importância a mim.

 

Seus olhos correram de imediato para Zelda. Mesmo que eu tivesse perdido a capacidade de ler mentes após o nascimento de Prudence, eu ainda conseguia prever o que ele estava pensando... e eu não gostei nem um pouco das minhas suposições. O fascínio com o qual ele a fitava, fez o ciúme me corroer por dentro.

 

– Faustus, esta deve ser a sua noiva, Zelda.

 

Ele soltou minha mão para agarrar a de Zelda entre as suas, a acariciando. Ela ergueu os olhos para o antipapa.

 

– Bem-vindo, padre dos padres.

 

– Nossa, ela é suntuosa – comentou e eu quase o abati ali mesmo. – Nossa... Levante-se, irmã.

 

Zelda se ergueu ainda olhando para o mais velho. Estava me segurando para não tirar as mãos dele, dela. Agarrei a bengala, que trazia em mãos, com toda a força para descontar a raiva.

 

– Você agrada tanto Satã quanto a mim – prosseguiu. – Leve-me para dentro.

 

Ele passou o braço de Zelda ao redor do seu e a puxou para dentro da Academia.

 

– Por aqui, Padre – murmurei entre dentes.

 

Apressei-me para acompanhá-los, mantendo-me grudado a Zelda. Logo consegui distrai-lo e tirei minha noiva dos seus braços.

 

Por mais que eu soubesse que meu teste para sacerdote não passara de uma ilusão, me incomodava ver Enoque próximo à Zelda, sabendo o que ele seria capaz de fazer a ela.

 

Após esse infortúnio, Sabrina ainda conseguiu, de alguma forma milagrosa, reaver o manifesto de Edward e o entregou ao Antipapa. Era evidente, entre o meu e o do Spellman, baseado em escolhas anteriores, qual seria a decisão do velho.

 

 Mas eu precisava que ele escolhesse o meu manifesto. Precisava regredir a Igreja da Noite... Precisava mostrar a todos o que Satã desejava e pretendia fazer conosco... Precisava derrubá-lo.

 

Tomara essa decisão quando o Senhor das Trevas ameaçou a vida de todos os Spellman que rondavam Sabrina, incluindo Zelda. Entretanto, precisava continuar agindo como se estivesse ao seu dispor.

 

Por falar em Satã...

 

Houve outro detalhe não mencionado sobre a noite da morte do Sacerdote. Enquanto escolhíamos os lugares em que nossos convidados sentariam após a cerimônia de casamento, lembrei de uma tradição antiga que envolveria Zelda e nosso Senhor das Trevas.

 

– E... a irmã Shirley Jackson? Ela parece ter caído.

 

Olhava a mesa com atenção, procurando a pedra com seu nome dentre as demais. Zelda bateu as cinzas do seu cigarro no cinzeiro atraindo minha atenção para a pedra com o nome de Shirley que jazia ali.

 

– Sim. Parece que sim, não? – ela murmurou com um sorriso travesso.

 

Trocamos um olhar e eu não pude discordar dela.

 

– Tem razão. Shirley é uma chata.

 

Zelda soltou um riso leve e eu me vi sorrindo.

 

– Faustus, eu tenho um pedido – ela murmurou olhando-me fixamente. – Minha irmã estava, como sabe, excomungada.

 

Por mais que simpatizasse com Hilda Spellman, não podia ignorar o que ela fizera.

 

– Ela testemunhou um batismo católico.

 

– Mas Hilda se redimiu nesses últimos meses e acredito que ela esteja pronta para voltar para os braços da Igreja da Noite – argumentou.

 

Eu cometi o erro de olhá-la nos olhos. Suas íris verdes suplicantes eram uma perdição. Jamais conseguiria negar nada a Zelda. Abri um pequeno sorriso.

 

– Por você, Zelda, reverterei a excomunhão de sua irmã – prometi e ela abriu um sorriso satisfeito. – Suponho que ela lhe fará companhia na noite antes do casamento, como é habitual. Caso receba visitas.

 

Nossos olhares se cruzaram e eu vi um certo receio nos olhos dela. Entendia o motivo de Zelda desejar tanto a companhia da irmã. No dia anterior ao casamento, Satã poderia reivindicá-la para si. Mas, nem por cima do meu cadáver, ele encostaria em Zelda.

 

Foi, então, que decidi colocar meu plano em prática. Juntaria o útil ao agradável. Mataria o Antipapa na noite anterior ao casamento, usando alguns garotos da sociedade de Judas como fantoches. Eles já estariam de guarda para impedir que o velho se esgueirasse pelos corredores atrás de Zelda, de qualquer forma. Só teria que usar um feitiço para manipulá-los.

 

O alvoroço da morte de Enoque impediria que o Senhor das Trevas se aproximasse de Zelda... como eu sabia que ele o faria se tivesse a oportunidade.

 

Além disso, não precisaria mais da aprovação do Antipapa para colocar em prática minhas premissas e isso facilitaria a regressão na Igreja da Noite.

 

O problema era manter as aparências para tentar conquistar seu lugar como Antipapa. Ainda estava colhendo os frutos de ter agido como um imbecil com Zelda ao mandá-la andar atrás de mim. Ela se trancara no banheiro do nosso quarto logo depois de colocar Judas para dormir e não dissera uma única palavra desde que saímos de Greendale.

 

Soltei um suspiro resignado e pendurei meu casaco junto com a gravata no mancebo do quarto. Estávamos hospedados em um hotel luxuoso em Roma, afinal era nossa lua de mel.

 

Passei a mão pelo rosto e caminhei até o espelho que ocupava um terço da parede do quarto, sobre um grande aparador. Meu rosto demonstrava sinais de cansaço. Mas após os últimos acontecimentos, não era de se espantar.

 

Senti a presença antes de vê-lo, mas logo seu reflexo surgiu no espelho. Olhei para ele e fiz uma reverência.

 

– Como posso servi-lo, meu senhor?

 

– Blackwood, você conseguiu o que queria. Mas não posso permitir que Zelda Spellman atrapalhe meus planos – soltou com a voz arrastada fazendo com que eu engolisse em seco. Logo uma caixa de madeira surgiu em suas mãos. – Use o feitiço de Caligari para controlá-la.

 

Aquilo só poderia ser brincadeira... Em tempos remotos, feiticeiros usavam esse feitiço nas esposas sempre que ficavam arrogantes, para que agissem como fantoches.

 

– Não farei isso.

 

Satã soltou uma lufada de ar no meu rosto.

 

– Você não tem opção – rugiu. – Ou você lança o feitiço ou eu a mato aqui e agora.

 

Meu estômago afundou e eu senti meus batimentos acelerados. Ele não estava blefando. Já havia ameaçado a vida de Zelda antes e eu sempre acatei às suas ordens para mantê-la viva. Mas tirar sua personalidade seria como arrancar sua alma. Àquele maldito não estava me deixando escolhas.

 

Estendi a mão na direção de Satã e ele me entregou a caixa de madeira.

 

– Sabia que faria a escolha certa.

 

Sem mais, ele se desintegrou no ar.

 

Olhei atentamente para a caixa de música. Queria lançá-la contra a parede, tamanha era a raiva que sentia.

 

Tinha imaginado que meu casamento com Zelda e a prisão de Ambrose me dariam tempo para pensar em uma forma de livrar os Spellman do foco, mas o Senhor das Trevas parecia realmente determinado a não permitir que Sabrina tivesse o apoio da família.

 

Não conseguia compreender o interesse que ele tinha por aquela menina...

 

O som do trinco do banheiro sendo aberto chamou minha atenção e eu escondi a caixa de música dentro do aparador rapidamente. Não estava pronto para colocar aquele feitiço em Zelda, ainda mais com ela brava comigo.

 

Ela logo deixou o banheiro e eu acompanhei seus movimentos pelo espelho. Zelda trajava uma camisola de seda azul marinha que se estendia até o meio das suas coxas, deixando-a levemente coberta pelo robe igualmente azul. Era de tirar o fôlego. Ela passou próxima a mim, sem me olhar. A irritação era visível em seus traços.

 

Coloquei-me no seu caminho para impedi-la de andar e segurei seus braços com delicadeza. Seu olhar se ergueu até o meu e eu o vi faiscar de raiva.

 

– Zelda, fale comigo.

 

Ela soltou um curto riso incrédulo e então assumiu novamente a seriedade.

 

– Você quer que eu fale, Faustus? Então, eu irei falar – esbravejou. – Há anos atrás, você me disse para nunca permitir que alguém me tratasse como o Sumo Sacerdote havia me tratado naquele jantar. E hoje, você agiu exatamente como ele! Acha que nosso casamento te deu permissão para me subjugar e humilhar na frente dos outros?

 

A ira dela era palpável e compreensível.

 

– Zelda, como Sumo Sacerdote existem certos protocolos que eu devo cumprir, mesmo que não queira. E você estando atrás de mim, permite que eu consiga protegê-la de algum ataque surpresa – expliquei, mas ao vê-la abrir a boca para contestar, prossegui. – Eu deveria ter falado com você antes. Peço que me desculpe.

 

Ela desviou o olhar do meu, cruzando os braços sobre o peito. Eu sabia que existia magoa por detrás da raiva. Ajoelhei-me a sua frente e arrastei as mãos pelos seus braços, passando pelo seu quadril e acariciando levemente suas coxas, sentindo o tecido de seda sob meus dedos.

 

– Diga-me, Zelda, como posso me redimir?

 

Seus olhos verdes estavam fixos em mim e eu a vi erguer uma sobrancelha. Sabia o quanto Zelda apreciava quando eu ficava de joelhos. Eu a puxei na minha direção, depositando um beijo sobre seu ventre. Ela descruzou os braços e passou a mão pelos meus cabelos, dando uma leve puxada nos fios. Ergui meus olhos para ela tentando conter um sorriso.

 

– Consigo pensar em uma solução... – sussurrou luxuriosa.

 

Senti os cabelos da minha nuca erriçarem e eu lancei a ela um sorriso, enquanto minhas mãos deslizavam para adentrar suas roupas e acariciar a pele nua de suas coxas.

 

– Você não vai se arrepender, Lady Blackwood.

 

Sua pele se arrepiou e eu senti o suspiro deliciado que escapou de seus lábios. Ergui a barra da sua camisola, deixando sua pele alva exposta aos meus olhos. Mordisquei seu monte de vênus e Zelda se recostou contra o aparador para se equilibrar. Segurei a lateral da sua lingerie e a abaixei vagarosamente ao longo de suas pernas, retirando-a do meu caminho. Puxei uma de suas pernas cuidadosamente, colocando-a sobre o meu ombro. Deixei uma trilha de beijos ao longo da sua coxa exposta, enquanto olhava fixamente dentro dos olhos de Zelda. Sua respiração já se alterava, tamanha sua expectativa.

 

Apesar de amar provocá-la, decidi acabar com sua tortura. Beijei sua virilha e a ouvi suspirar. Ajeitei sua perna sobre o meu ombro, abrindo mais espaço para alcançar sua intimidade. Logo, eu percorri toda a sua extensão com a língua. Zelda estremeceu nos meus braços e se segurou com mais força no aparador.

 

Acariciei seu clitóris com a língua em movimentos circulares e Zelda jogou a cabeça para trás, soltando um gemido sôfrego. Era como música aos meus ouvidos. Sua mão, ainda embrenhada nos meus cabelos, aumentou seu aperto, pedindo por mais. Eu aumentei a velocidade dos movimentos e ela tornou a estremecer.

 

Deixei uma das minhas mãos deslizarem para o meio das suas pernas e a penetrei com dois dedos. Ela se sobressaltou e eu sorri enquanto ainda estimulava seu clitóris. O sabor de Zelda já tomava minha boca e eu apreciava a doçura em meus lábios.

 

Seus gemidos preenchiam o quarto e eu aumentei a velocidade dos movimentos quando percebi que ela se contraia contra os meus dedos. Ela remexeu seu quadril contra a minha boca, pedindo por mais, e eu agarrei suas coxas, puxando-a para mais perto, se é que era possível. Suas mãos apertaram os meus cabelos e eu senti seu ventre se contorcer.

 

Um gemido alto escapou da sua garganta, enquanto espasmos percorriam o seu corpo inteiro. Ela jogou a cabeça para trás, extasiada. Segurei sua cintura com firmeza e tirei sua perna do meu ombro para dar suporte a ela. Zelda permanecia de olhos fechados e mantinha a boca entreaberta para respirar. Suas bochechas estavam coradas e alguns cabelos ruivos colavam em sua testa.

 

Ergui-me à sua frente e ela me abraçou pelo pescoço em busca de equilíbrio. Abri um sorriso e a peguei no colo. Zelda se surpreendeu com o meu gesto, abrindo os olhos para me encarar. Há tempos não a carregava nos braços. Nossos encontros escondidos não nos permitiam aquele tipo de demonstração de afeto, sequer tínhamos tempo para tentar algo do gênero. Priorizávamos nossas satisfações pessoais. Mas agora, Zelda era minha mulher e eu podia me dar ao luxo.

 

Deitei-a sobre a cama com cuidado, colocando o meu corpo sobre o dela, e tomei seus lábios com os meus. Suas mãos seguraram meu rosto com firmeza, mantendo-me grudado a ela... como se eu fosse me afastar. Minhas mãos percorreram sua cintura e eu me ocupei de abrir e retirar seu robe. Com impaciência, Zelda puxou as laterais da minha camisa, fazendo com que os botões voassem para todos os lados. Logo, a peça jazia no chão. Suas mãos pequenas e quentes percorreram toda a extensão do meu tórax, fazendo com que meus músculos se contraíssem com seu toque.

 

Afastei meu rosto do seu quando o ar se fez necessário e perdi alguns segundos para observá-la. Seus lábios se mantinham entreabertos e suas bochechas estavam avermelhadas. Tirei alguns fios de cabelo do seu rosto e os coloquei atrás da sua orelha. Zelda era linda.

 

Ela me puxou para um beijo mais urgente e demorado, e eu acompanhei o seu ritmo. Minhas mãos correram para suas coxas, puxando-as para envolver meu quadril. Eu senti meu membro enrijecido sob as calças se chocar contra a sua intimidade nua e pulsante causando uma tortura maravilhosa com a fricção. Suas mãos voaram ao cós da minha calça para arrancá-la dali.

 

Sem perder tempo, levantei da cama, e tirei o restante de minhas roupas de uma vez. Zelda correspondeu ao meu ato retirando sedutora e lentamente sua camisola. Eu arfei ao vê-la completamente nua. Ela era maravilhosa.

 

Zelda sorriu com a minha análise e ergueu uma sobrancelha convencida. Então, voltei a deitar sobre o seu corpo e reivindiquei seus lábios.

 

Ajeitei-me entre as suas pernas, sentindo meu membro roçar na sua virilha. Nós gememos com o contato e seu corpo estremeceu sob o meu. Afastei o rosto do seu vagarosamente e o acariciei com carinho. Zelda pareceu confusa e eu sorri para ela.

 

Ergui uma das mãos e usei um feitiço convocatório, trazendo a minha gravata ao meu alcance. Zelda entendeu meu intuito e estendeu os pulsos na minha direção. Amarrei-os juntos e prendi suas mãos na cabeceira da cama. Ela mordeu o lábio inferior, lançando-me um olhar cheio de luxúria.

 

Com outro feitiço, trouxe para as minhas mãos a faixa de seu robe. Mostrei-o para ela e cobri seus olhos.

 

– Faustus... – ela sussurrou e sua hesitação me deixou alerta.

 

Aproximei a boca do seu ouvido, mordiscando o lóbulo da sua orelha. Os pelos do seu corpo se arrepiaram com a minha proximidade.

 

– Se não se sentir confortável, basta me avisar.

 

Ela assentiu com um meneio de cabeça e eu depositei um beijo casto em seus lábios. Zelda tentou erguer a cabeça em busca de mais contato, mas eu desci meus lábios pelo seu pescoço, arrastando-os pelo seu colo e abocanhando seus seios. Um gemido sôfrego escapou dos seus lábios, enquanto eu circulava seu mamilo com a língua.

 

Deslizei uma das mãos para o meio das suas pernas e a penetrei com dois dedos. Zelda se sobressaltou com o toque e forçou os braços contra as amarras. Divertindo-me com a tortura dela, eu aumentei a velocidade dos meus movimentos, vendo-a rebolar contra os meus dedos. Ela já estava mais do que pronta para mim e Satã sabia o quanto eu queria e precisava me afundar nela.

 

Senti seus músculos se retesarem e ela se estreitar ao redor dos meus dedos. Então, eu parei de tocá-la.

 

Zelda soltou um gemido frustrado que soou como um lamento.

 

– Faustus... – ela choramingou.

 

Deixei meu corpo pressionar o seu e esfreguei levemente nossas pélvis, causando uma fricção maravilhosa entre nossas intimidades.

 

– Diga-me o que você quer, Zelda – sussurrei em seu ouvido.

 

Ela mordeu o lábio inferior para evitar proferir as palavras, não queria dar o braço a torcer. Sorri com seu ato. Para provocá-la mais, voltei a pressionar nossos quadris. Contive meu gemido de prazer e ela soltou uma lufada de ar. A tortura dela era a minha também, afinal.

 

– Você só precisa pedir – voltei a murmurar.

 

Pressionei meu membro na sua entrada e a penetrei apenas com a glande, parando o movimento ali. Zelda contornou meu quadril com as pernas, puxando-me contra si. Mas sua força não era suficiente para me pressionar a penetrá-la. Deixei minha mão correr até o seu clitóris para tocá-lo levemente. Ela gemeu baixo em desespero.

 

– O que disse, querida? – provoquei.

 

Zelda pestanejou.

 

– Eu quero você, Faustus. Por favor. Eu preciso!

 

Quase a agradeci por ter cedido, não sabia mais quanto tempo conseguiria aguentar. Sem mais, eu a penetrei completamente. Precisei de um segundo para apreciar a sensação maravilhosa de estar dentro de Zelda. Ela por sua vez, jogou a cabeça para trás e rebolou contra mim. Aquilo foi o suficiente para que eu começasse a me movimentar.

 

Apoiei ainda mais o peso do meu corpo em um dos braços ao lado do seu corpo e segurei com mais determinação seu quadril, para que as estocadas ficassem mais firmes e mais rápidas. Zelda forçava os pulsos e agarrava a gravata com força para extravasar a vontade de me tocar.

 

O quarto se encheu com os nossos gemidos. Meu corpo se contraia com todos os estímulos; os beijos de Zelda, seus seios roçando em meu peito, as estocadas precisas... Tudo fazia meu corpo incendiar e desejar mais dela.

 

Mas assim que senti os anúncios do meu orgasmo, eu implorei para o meu corpo aguentar mais um pouco. Eu não queria que acabasse. Não queria me separar dela.

 

Eu a penetrava com movimentos rápidos e fortes, e ela parecia a ponto de gozar também. Ela gemeu quando eu senti seu ventre se contrair e os espasmos dos nossos corpos foram acompanhados de um gemido alto que escapou da minha garganta.

 

– Zelda! – gemi seu nome no ápice do meu prazer.

 

– Faustus! – ela correspondeu e eu me derramei dentro dela.

 

Meu corpo desabou sobre o seu. Estávamos exaustos e satisfeitos. Tornei a me apoiar nos próprios braços e a olhei com carinho. Sua respiração ofegante atraiu minha atenção para o seu peito. E foi então que eu vi. Sobre o coração de Zelda, estava sua marca da bruxa.

 

Encontrar sua marca fez com que lembranças viessem à minha mente e a culpa me envolveu. Não queria lançar o feitiço de Caligari em Zelda. Não queria que ela perdesse sua essência. Não queria perdê-la. E eu sabia que seria isso que ocorreria, quando ela se livrasse do feitiço – porque ela iria em algum momento –, e ela me odiaria para sempre.

 

Seu quadril se remexeu e eu percebi que ainda estava dentro dela. Eu só não queria deixá-la ainda.

 

– Faustus? – Zelda indagou suavemente. – Está tudo bem?

 

Eu ficara em silêncio repentinamente, era obvio que ela ficaria preocupada.

 

Tirei a faixa dos seus olhos, deparando-me com a imensidão esverdeada que eu admirava. Queria que ela visse o que eu faria.

 

Baixei a cabeça até a altura do seu peito e depositei um beijo em sua marca. Seu coração pulsou no instante que eu toquei sua pele. Zelda se surpreendeu com o meu gesto. Sabia como ela se sentia. Era um ato muito íntimo. E o que ele representava... Nem Satã poderia descrever.

 

Ela soltou os próprios pulsos com um feitiço e abraçou minha cabeça contra o próprio peito, acariciando meus cabelos no processo.

 

Se nossos sentimentos não estivessem trancafiados... Eu arriscaria dizer que estava amando Zelda Spellman novamente.

 

Ergui meu tronco, alguns segundos depois, e tomei seus lábios com os meus. Zelda correspondeu à intensidade que eu impunha no beijo e eu quase a agradeci por isso.

 

Eu não colocaria Zelda em risco. Não podia. Mesmo que isso minasse todo e qualquer futuro que poderíamos ter.

 

Afastei meu rosto do seu e acariciei suas bochechas rosadas. Ela deixou seu rosto pender contra a minha mão e seus olhos focaram os meus... Os olhos verdes que eu via toda vez que fechava os meus olhos. Segurei uma de suas mãos, colocando-a sobre o meu peito.

 

– Zelda, eu sei que alguns dos meus atos podem ser controversos – murmurei olhando-a fixamente com intensidade. – Mas eu juro a você, pela minha vida, que tudo o que eu sempre fiz e faço, é para te proteger.

 

Seu cenho se franziu.

 

– Por que está me dizendo isso agora, Faustus?

 

Encostei a testa na sua e fechei os olhos, absorvendo o perfume adocicado da sua pele.

 

– Só queria que você soubesse.

 

Tornei a abrir os olhos e vi a confusão estampada no seu rosto. Queria pedir que ela confiasse em mim. Mas como ela poderia?

 

Sai de dentro dela, sentindo a sensação de vazio me tomar. Zelda soltou um gemido sôfrego, ainda me analisando.

 

Joguei o corpo no espaço vazio ao seu lado no colchão e a puxei para deitar sobre o meu corpo. Há tempos que isso não acontecia também. Zelda abraçou meu tórax e eu massageei seu pulso avermelhado devido ao aperto da gravata. Desliguei as luzes do quarto com um aceno de mão e aumentei o aperto ao redor do corpo esguio de Zelda.

 

Aconcheguei-me com ela nos meus braços. Aproveitaria àquela noite ao seu lado. Na manhã seguinte, decidiria se entregaria a caixa de música para ela ou não.

 

***

 

O choro de Judas ecoou pelo quarto e eu abri os olhos atordoado. Zelda se erguera da cama com uma destreza impressionante, como se estivesse acostumada a acordar no meio da noite para acalmar um bebê. Ela acendeu o abajur ao lado da cama, vestiu seu robe, e caminhou até o berço de Judas para pegá-lo no colo. Ele pareceu se acalmar em seus braços.

 

– Pegarei leite para ele – sussurrou.

 

Concordei com um meneio de cabeça ainda tentando entender toda a situação. Não era normal que Judas chorasse no meio da noite.

 

Quando Zelda se retirou do quarto para a antessala, eu senti o ímpeto de segui-la. Com o Senhor das Trevas a rondando, era melhor ficar atento. Ergui-me da cama e procurei meu próprio robe para vestir.

 

Ouvi o choro de Judas ecoar novamente da sala e gelei por dentro.

 

– Zelda! – gritei seu nome em pânico.

 

Apressei o passo para alcançar a porta, mas tropecei em algo antes de alcançá-la. A dor lancinante me fez olhar para o chão e senti o meu sangue gelar. Peguei a caixa de música em mãos e minha respiração se alterou. Como ela fora parar ali?

 

– O que houve, Faustus? – Zelda indagou retornando para o cômodo.

 

Ergui meu olhar para ela, sentindo o alívio me tomar.

 

– Ouvi o choro de Judas...

 

Zelda franziu o cenho, colocando o garoto no berço, com a mamadeira em sua boca.

 

– Deve ter sido impressão, Faustus. Ele não deu um pio depois que se acalmou – comentou se aproximando de mim. – Ah, o que é isso?

 

Zelda apontava para a caixa em minhas mãos. Engoli em seco.

 

– É uma caixa de música – murmurei.

 

Meu corpo congelou ao ver o Senhor das Trevas surgir das sombras, atrás de Zelda. Sua mão se estendia para pegá-la pelo pescoço. Travei meu maxilar, sentindo o ar me faltar. Era uma armadilha.

 

Merda! Ele não me daria alternativa.

 

– É o meu presente de casamento para você, Zelda.

 

Ela, alheia a tudo o que acontecia, tomou a caixa em mãos com um sorriso. No instante que Zelda abriu a caixa e a música reverberou pelo quarto, seus olhos nublaram e ela tombou na minha direção. Peguei-a nos braços antes que ela alcançasse o chão. Olhei para o seu rosto e ela parecia apenas desmaiada.

 

– Se me desobedecer novamente, Blackwood, eu não hesitarei em matá-la – Satã anunciou.

 

Sem mais, ele desapareceu.

 

A raiva ardia dentro de mim. Coloquei a caixa de música no chão e peguei Zelda no colo para colocá-la na cama. Acariciei seu rosto adormecido sentindo a dor me corroer.

 

Eu acabaria com o senhor das trevas, nem que fosse a última coisa que eu fizesse.


Notas Finais


E Satã não deixou escolhas para Faustus... Os desdobramentos do feitiço Caligari, já estamos cientes.

No próximo capítulo teremos um salto temporal para o ponto em que a segunda parte de CAOS termina. Eu terminei de escrever a fic em outubro do ano passado, bem antes da terceira parte. Então, os conteúdos são bem distintos. Eu inseri algumas informações dessa nova parte, mas resolvi manter o meu original. Afinal, o Roberto acabou de vez com o nosso ship, não é mesmo? hahaha

Enfim, até a próxima, meus amores!

-WM


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