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História With feelings, It's better - Trouxa


Escrita por: taengsenpai

Notas do Autor


SNSD TÁ CHEGANDO AAAA
Calmou
Boa leitura, gente

Capítulo 26 - Trouxa


O dia amanheceu tranquilo na casa dos Jung. Os empregados limpavam tudo o que restou da festa de aniversário, organizando os cômodos usados. Jessica tomava seu café com preguiça, encostada no balcão da cozinha. Observava o jardim pelas janelas de vidro e pensava em todos os seus sentimentos da noite anterior. Sentimentos que agora ela deixava tomar conta de si. O conforto com a esposa, a mistura de desejo e alívio depois de lembrar o que aconteceu bêbadas, o ciúmes ao ver Moonbyul tocando Tae daquela forma... 

Ela precisa falar com alguém sobre eles, porém tem que ser alguém que não esteja diretamente envolvido na sua vida, alguém que não saiba tanto sobre o que está acontecendo... Uma pessoa neutra. Lembrou-se de alguém e pegou seu celular. O contato ainda estava lá, talvez tivesse sido mudado, ou talvez não a reconhecesse, mas alguns anos atrás ela sempre procurava essa mesma pessoa para ajudar com suas confusões mais profundas. Mandou a mensagem e ficaria esperando a resposta. Havia outra coisa que precisava ser resolvida. 

Lembrou-se que tem uma namorada. Yuri precisava saber o que estava acontecendo e depois de ter certeza sobre o que realmente se passou entre ela e Taeyeon, ela sabia a necessidade de contar a verdade para a Kwon. Terminou seu café, respirou fundo e foi se aprontar. No caminho para a casa da namorada, ela pensou em como seria a melhor forma de abordar as informações que queria. Não podia, simplesmente, jogar tudo e esperar que a menina fosse ficar receptiva com suas palavras. Diria como o álcool influenciou, em como alguns sentimentos começavam a se manifestar, diria também sobre o... Não, talvez aquilo não devesse ser mencionado. 

Ela só sabia que não podia continuar com alguém assim, sentindo tanto por outra pessoa... Estacionava na garagem dos sogros e havia mais um carro. Os pais da menina estavam em casa. Ela tinha que se comportar. Desligou o veículo, pegou sua bolsa, arrumou o cabelo e respirou fundo, juntando coragem. Usava uma calça jeans colada escura, com uma camisa de mangas longas, de seda marrom. O cabelo loiro solto ia até sua cintura. Estava linda, como sempre. Retocou o batom com cuidado olhando pelo vidro da janela do carro e caminhou para a porta de entrada. 

Tocou a campainha, esperou. Ninguém atendeu. Não era tão cedo assim, já passavam das onze da manhã... Se tivesse alguém em casa, abririam a porta. Olhou o automóvel estacionado novamente. Percebeu um adesivo e estranhou. Dizia: "GG4EVA!". Aquilo não era dos pais de Yuri. Abriu sua bolsa e procurou um item específico. Não achou. Suspirou e voltou no seu carro. Tinha que estar lá. Abriu o porta-luvas e encontrou o objeto. Pegou, caminhou novamente até a entrada da casa, acertou a chave na fechadura e abriu a porta com cuidado. Estava tudo em silêncio, apesar de claro. A luz do sol entrava pelas vidraças. A cozinha podia ser vista e alguns pratos sujos pelo balcão confirmavam a presença de pessoas na residência. 

Bem no fundo do seu coração ela já sabia o que era aquilo. O que ia acontecer, o que ia ver. Subiu os degraus com cuidado, evitando barulhos. Chegou em frente a porta do quarto da sua namorada e respirou fundo repetidamente. Girou a maçaneta e deixou o cômodo encher sua visão. Yuri dormia tranquilamente, com uma outra garota nos seus braços. As duas não tinham vestes e o lençol cobria muito pouco do seus corpos, expondo a proximidade das duas. Ela ainda tentou controlar seus nervos, mas era impossível. 

Veio o caminho todo pensando em como ser delicada com a namorada, em como não receber informações assim, jogadas na cara e lá estava ela, com a imagem gritada de mais uma traição. Sentia seus olhos ardendo e só queria sumir dali, porém sua mente tinha outro objetivo. Entrou no quarto com cuidado, desviando de qualquer coisa que pudesse abalar o silêncio que estava. Chegou até a parede oposta à porta e abriu o armário.


O barulho era ensurdecedor. O alarme de incêndio enchia os ouvidos de Yuri que levantou-se desesperada. Vivian, a moça ao seu lado, também colocou-se de pé com urgência. Elas estavam aterrorizadas. O que estava acontecendo?! A Kwon desceu as escadas apressada, procurando a razão do alarme ter disparado. Usava apenas o lençol para cobrir o corpo nu, a amante ia em seu encalço, com sua blusa. Ao chegar na cozinha, descobriu o motivo. Jessica tinha os braços cruzados encostada ao balcão, olhando a fogueira que fez.

Yuri correu para apagar o fogo, foi aí que se deu conta do que estava sendo destruído. Os discos de sua banda favorita, uma bola de beisebol que comprou em um contrabando, blusas autografadas de jogadores de basquete que já se foram e o pacote com o dinheiro que guardava para uma moto nova. A morena ficou horrorizada, não sabia o que fazer, levava as mãos à cabeça e sentia as lágrimas escorrerem pelo rosto. Corria de um lado para outro, até que foi para a torneira da pia e jogava água com as mãos, enquanto Vivian ajudava com vasilhas. 

Jessica ainda observava tudo de braços cruzados. A Kwon então correu o mais rápido que pôde para sua garagem e voltou de lá com um extintor de incêndio. Acionou o objeto e apagou as chamas no seu balcão. Soltou o instrumento com força no chão e andou com passos pesados em direção à Jessica, que ainda observava tudo sem expressões no rosto.

-VOCÊ FICOU LOUCA?! -A morena gritou na cara da namorada.

-Acho que nunca estive tão sã... -Sica respondeu, friamente.

Yuri juntou as mãos no pescoço da loira, agressivamente. Sirenes foram ouvidas se aproximando.

-Os bombeiros estão aqui! -Vivian foi quem se manifestou. Assustada com a cena entre as outras duas mulheres. A Kwon tirou as mãos da namorada com um gemido frustrado, jogou os braços no ar e olhou a outra menina.

-Diz que foi acidente, diz, sei lá, que tá tudo bem! Porra!

Jessica alisava o pescoço e tossia um pouco, olhando para a amante da namorada que não se movia. Abanou com a mão incentivando a garota a sair. Sozinhas, o casal recomeçou o confronto.

-POR QUE FEZ ISSO?! QUE MERDA! VOCÊ TEM NOÇÃO O TANTO QUE EU DEMOREI PRA JUNTAR TUDO?! CARALHO, JESSICA!

-Tô achando é pouco, deveria ter colocado mais coisas... -A loira não media as palavras, causando ainda mais ira na namorada.

A cozinha fedia à fumaça, a morena encarava a outra, seu rosto vermelho de raiva.

-Você queimou o meu dinheiro! -Yul chutou os bancos próximos ao balcão.

-Queimei o meu dinheiro com você várias vezes... Suas melhores roupas, sua moto, quem te deu? -Jessica soltou, sem emoção.

-Foda-se! Isso tudo por quê?! Vai dizer que tá puta com o que eu fiz?! A CULPA É SUA! -A Kwon tinha o dedo apontado para o rosto da mais baixa.

-Ah é? -A loira cruzava os braços com deboche e olhava a namorada intensamente.

-Eu sou uma pessoa! Eu tenho necessidades! Num relacionamento a gente tem que suprir as necessidades do outro! Tu não cumpre sua parte, eu tenho que me virar! -Yuri gritava, as veias do seu pescoço estavam altas e sua testa franzida, enquanto seus braços faziam gestos exagerados acompanhando sua explicação. Jessica riu.

-Então era pra eu ter dito isso pra você quando fingi que gozei.

-O QUÊ?! Mentirosa!

-Só falo verdades... Inclusive, acabou. Primeiro, porque você não vale nada. Segundo porque eu tô cansada de fingir... -A loira falava, olhando nos olhos da outra. Dessa vez, Yuri quem riu.

-Você é ridícula, sua paixão por mim não vai acabar assim, tão fácil... -A Kwon tinha um sorriso de lado e as mãos no quadris.

-Seria uma pena se já tivesse acabado, não é mesmo? -Sica abriu um sorriso atrevido, que varreu a expressão arrogante da namorada.

-Ah, vai me dizer que tá apaixonada por aquela "branquela asquerosa"?! Me poupe, Jessica. -Yuri forçou uma gargalhada mas suas sobrancelhas indicavam o desgosto.

A loira deu de ombros, caminhando para a porta de saída da casa. Virou-se mais uma vez para encarar a outra mulher e disse:

-"Branquela asquerosa" que te tomba em tudo. -Piscou e saiu para seu carro. Ainda ouviu a morena dizer "Você vai pagar por isso!"...


O carro estava silencioso. As ruas mudavam tranquilamente. Os sinais fechavam e abriam. Jessica apertava o volante, sem saber para onde ir. Não queria ir para casa. Era hora do almoço, mas não estava com fome. Parou em um parque conhecido. Precisava respirar melhor. Sentou-se no banco e ficou olhando as árvores sendo balançadas pelo vento. Sentiu um pingo na sua calça jeans. Olhou e percebeu que veio do seu rosto. Não notou que tinha começado a chorar. 

E ao deixar-se sentir, descobriu que não chorava pela dor de ter terminado um namoro que ela sabia, agora, que não valia a pena. Chorava por ser tão burra e ter desperdiçado tanto tempo. Chorava por mais uma reviravolta na sua vida. Chorava por seus sentimentos que estavam a guiando para a pessoa que ela odiou tanto antes. Chorava porque tinha medo, muito medo. Fechou os olhos sentindo o vento e deixando as lágrimas escorrerem livremente. Ficou assim por uns minutos até que seu celular vibrou no bolso apertado. Pegou o aparelho e leu a mensagem. Suspirou, limpou o rosto e voltou para o carro. Agora sabia para onde ir.


O lugar era afastado da cidade, uns 30 minutos de distância. Era um rancho grande, cheio de árvores e animais aleatórios passeando nos gramados. A loira abriu os vidros do carro e deixou o vento entrar balançando seus cabelos. Chegou próxima à bela mansão no meio de toda aquela natureza. Desceu do veículo, caminhou até a entrada e deu algumas batidas suaves para chamar a proprietária. Não demorou para que a porta fosse aberta e uma baixinha sorrisse para ela.

-Jessica Jung...

-Sunny Bunny...

Elas tinham sorrisos grandes e se abraçaram fortemente. Sunny convidou a antiga conhecida para entrar e Sica agradeceu. Elas atravessaram a sala de estar e foram para uma varanda que ficava por trás da casa. Tinha um sofá acolchoado e uma mesinha de centro. A loira sentou-se e a outra perguntou se ela queria beber alguma coisa. Jessica disse que sim e quando foi perguntada o que, ela respondeu que qualquer coisa serviria. Sunny voltou da cozinha com duas canecas de leite com achocolatado. Sica sorriu, a menina não mudava. Observou a mais baixa sentar-se ao seu lado e ouviu:

-O que foi dessa vez?

Ela suspirou. Resolveu começar do começo. Contou sobre o problema financeiro da família, sobre como a solução caiu na sua cabeça. Contou sobre como estava o namoro que tinha com Yuri e sobre o casamento com uma mulher que não conhecia. Nesse momento, Sunny comentou de ter visto no jornal e reclamou de não ter sido convidada, mas depois de saber que era tudo mentira, ficou aliviada. Jessica continuou. Explicou como, aos poucos, foi conhecendo a esposa e sentindo seu coração reagir. Contou também como tratou Taeyeon no começo... E como deixou a ilusão de confiança em Yuri a deixar tão cega... Ao chegar no último acontecimento com a esposa e seus detalhes, Sunny já tinha terminado sua caneca de leite.

-Deixa eu ver se eu entendi... -A baixinha começou. -Você odiava sua esposa porque ela chegou com uma mentira atrapalhando sua relação com Yuri que você amava, mas agora você odeia Yuri que virou ex e quer continuar a mentira com sua esposa que você não odeia mais?

Jessica suspirou.

Ouvindo assim, sua vida parecia ridícula...

-É... -Ela respondeu. Tinha a caneca apoiada no joelho.

-E aí? Qual a dificuldade? -A outra continuou. Encostando-se, confortavelmente no apoio do sofá em que estavam.

-Como assim?! Eu acabei de explicar a confusão que tá! -Sica olhou a mais baixa com as sobrancelhas franzidas e bebeu um pouco mais do seu leite. Estava doce demais.

-Acaba isso, então. Larga essa mentira. -Sunny soltou, friamente.

-Não! -Jessica quase engasgou, soltou a caneca na mesa de centro e virou-se para encarar a garota ao seu lado.

-Por quê?

-Olha, eu não sei. Eu não vim aqui com respostas, eu vim com perguntas! -A loira cruzava os braços com força e desviou o olhar para a natureza ao seu redor.

-Jessica, você tem todas as respostas. -A Bunny falou, calmamente, pendendo para a frente, aproximando-se da outra menina. -Me responda: por que não acaba com essa mentira?

-Sunny... -Sica devolveu o olhar.

-Só diz... Admita... -A outra insistiu.

-Eu não consigo... -A loira passou as mãos pelo rosto e, em seguida, pelo cabelo. Respirava fundo.

-Deixa de frescura! Diga! -Sunny soltou, agressiva.

-Não é frescura! -Jessica respondeu no mesmo tom.

-Pois diga! -A dona da casa insistia sem pudor.

-Dizer o quê?! Que eu não quero que seja mentira?! -Nesse momento, Sica levantou-se do sofá, jogando os braços no ar. -Que eu não quero largar porque não é uma mentira! -Andava de um lado para o outro, gesticulando muito. -Porque... porque... Eu tô apaixonada por ela! -Falou quando parou com as mãos na cabeça.

-Por quem?

-Pela Taeyeon! -Virou-se, encarando a outra, que sorria. -Eu tô apaixonada pela Taeyeon... -Ela engolia em seco.

-Sim, você tá...

-Eu... -A loira deixou os braços caírem ao lado do corpo. Seu coração batia tão forte, parecia que ia sair rasgando tudo. Sua nuca arrepiou e ela estremeceu um pouco.

-É a primeira vez que fala isso alto? -Sunny questionou, agora cuidadosa.

-É... -Sica soltou baixinho... Caminhou de volta para o sofá e sentou-se com um baque.

-Como se sente?

Jessica sorriu, corada. Colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e olhou suas mãos juntas no colo.

-O que você tem que fazer agora? -A mais baixa voltou a se encostar no sofá, abraçando seus joelhos agora dobrados ao corpo.

-Não acho que vá adiantar... -A loira deixou seu sorriso morrer. Ficou séria, pensativa.

-Por que não? -Foi questionada.

-Porque eu já fui tão... Egoísta... -Falava envergonhada. Frustrada. Arrependida. -Eu já tratei ela tão mal, já fui tão grossa e mal-agradecida com ela... -Apertava os olhos, fechando os mesmos. Seu coração doía. Era uma dor que ela não imaginava que seria tão concentrada. Sempre se defendendo com seu orgulho e agora, depois de aceitar seus erros, falar tão alto assim deles, parecia que tudo o que foi acumulado durante esse tempo, voltou como um tiro no seu peito.

-Todo mundo erra, Sica... -Sunny percebeu o sofrimento da menina ao seu lado. Suspirou.

-Não, eu fui muito burra. Muito. -Sica abriu os olhos só para deixar as lágrimas que se juntaram, descerem pelas suas bochechas. -Minha consciência não me deixa acreditar que algum dia eu... Consiga consertar isso... -Ela tinha a voz carregada. A sinceridade transbordava nas palavras da Jung.

-Você nunca vai saber se você não tentar... -Foi encorajada.

-Talvez ela nem sinta mais o mesmo de antes... -Encontrou os olhos da outra. -Talvez ela não esteja mais apaixonada por mim... -O medo estampou seu olhar.

-E vai ficar assim? Segurando na dúvida? -A Bunny questionou.

-Tá bem mais seguro... -Riu fraco, dando de ombros. Pegou de volta sua caneca e deu um gole, depois de limpar a garganta.

-Qual a pior coisa que pode acontecer? -A dona da casa perguntou, curiosa. Tinha os olhos no cabelo loiro bagunçado da outra.

-Ela se distanciar de mim. -Sica fazia um coque alto com os fios claros, ao terminar desceu a mão massageando sua nuca.

-Acha mesmo que ela faria isso? Pelo o que me contou, ela parece uma pessoa muito compreensível e amável... -Sunny comentou, tranquilamente.

-Já aconteceu antes... -A loira encarou a outra e desviou o olhar para o chão.

-Bem, parece que você que vai ser a trouxa agora. -Ouviu-se uma risadinha.

-Nossa, tudo o que eu precisava, vim o caminho todo esperando essa afirmação! -Jessica soltou, irônica, revirando os olhos, mas um leve sorriso apareceu na sua boca.

-Sica, meu amor, você já foi muito burra, como disse, mas vai ser mais burra ainda se nem tentar consertar tudo isso, pela mulher por quem tá apaixonada. Vai desistir dela assim? -Sunny buscou a mão da amiga, apertou levemente.

-Talvez seja o melhor pra ela... -Sica suspirou, derrotada.

-E o melhor pra você?

-Eu não quero mais ser egoísta... -A loira fez que não com a cabeça em resposta.

-Nisso, você deveria ser. Espero que perceba logo...

-Eu já te disse, é tarde demais. -Falou, se levantando do sofá, acompanhada da outra.

-Vem cá... Nunca te ouvi tão insegura... -Elas se abraçaram. Jessica limpava as lágrimas sem jeito. -Pensa com carinho, okay? E escuta seu coração também, não seja teimosa com ele, mulher... -Sunny aconselhava mais uma vez.

Apertaram no abraço demorado. Ao separarem, sorriam.

-Obrigada. De verdade. -A Jung disse, com toda sua sinceridade.

-De nada. Me chama pro casamento, o de verdade mesmo... -Sunny brincou.

-Sim, senhora.

Despediram-se mais uma vez e a loira foi para seu carro. O sol já estava perto de se esconder, chegaria em casa à noite.


Ao entrar no carro, Jessica percebeu que tinha deixado seu celular no banco. Olhou e viu o número assustador de chamadas perdidas. Haviam 23 chamadas. Metade delas eram de sua irmã e a outra metade de Tiffany, uma de Taeyeon. Iniciou o veículo e deu a partida. Conectou o Bluetooth do celular no carro e ligou para Krystal. 

Quando sua irmã atendeu, a menina estava nervosa. Disse que Yuri apareceu perguntando por ela, agressiva e escandalosa, falando algo sobre pagar o que ela tinha feito. Sica tranquilizou a caçula, dizendo que estava tudo bem e que ia para casa. Tinha ido encontrar-se com uma antiga amiga e que quando chegasse, contaria com mais detalhes sobre tudo o que aconteceu. Krys aceitou e desligou. Em seguida, a loira ligou para sua BFF. Tiffany comentou as mesmas coisas que Krystal e Jessica explicou da mesma forma. Questionou como a outra sabia e Fany disse que sua irmã a ligou perguntando sobre seu paradeiro. Ela bufou, Krys não sabe ser discreta... 

Reafirmou que estava tudo bem e que seguia o caminho de casa. Terminou a chamada olhando o próximo número. Não sabia se era uma boa hora para contactar a esposa... Mesmo assim, apertou no botão de chamar. Taeyeon atendeu depois de alguns segundos. Ao ouvir a voz da morena, o coração de Sica pulou algumas batidas. Ela revirou os olhos, sorrindo envergonhada. Tae comentou que Krys a ligou nervosa, perguntando se sabia onde ela se encontrava. 

A loira respondeu carinhosamente, explicando que seguia tudo bem e que chegaria em casa, em poucos minutos. Ela usou a oportunidade para perguntar como a esposa estava, como ia o trabalho. A Kim respondia tranquilamente, o barulho dos dedos no controle do videogame podia ser ouvido. Dizendo sobre algum acordo, documentos, coisas que Jessica não entendeu muito bem mas prestava bastante atenção. 

A morena riu sem graça, desculpando-se por estar enchendo a mais nova sobre coisas aleatórias, mas Sica não se incomodava e fez questão de deixar isso bem claro. Soltou um "Eu gosto de te ouvir falar..." E quis bater a cabeça no volante quando um breve silêncio seguiu sua sentença. Taeyeon voltou a falar e um sorriso podia ser ouvido na sua voz, aliviando um pouco o nervosismo que começou na loira. Continuaram a conversa, sobre coisas mais simples, como o que a mais velha almoçou e sobre como o Instagram de Jessica já está com tantos seguidores. Elas riam fácil e implicavam uma com a outra. De repente, Tae soltou um "Ai".

-O que foi? -Sica perguntou, confusa.

-Eu tenho que ir ao banheiro... -A morena respondeu baixinho, fazendo a outra rir.

-Ué, vai.

-Não desliga, espera. -A Kim falava apressada, a risada era ouvida na sua voz também.

-Corre, corre! -O som seguinte, fez Jessica gargalhar alto. Tae começou a cantar a música do filme "Missão Impossível". O toque instrumental do tema principal. -Ah, que bicha besta!

-Você que tá rindo e eu que sou besta?!

-Vai logo, Tae! -Elas riam.

-Eu já tô.

-Como assim? Tá falando comigo e fazendo xixi? -A loira não parava de rir.

-Não, tô não... -A Kim respondeu, vagamente.

-Ué, não disse que precisava ir ao banheiro?

-E vim, mas não tô fazendo xixi. Ai... Não deveria ter comido comida mexicana no almoço... -A morena soltou baixinho.

-Kim Taeyeon!

-Pelo menos não passa odor pela ligação. -O tom de zoação era claro. -Sabe o que é "beijo de Poseidon"?

-Ai meu Deus -Sica gargalhava alto, enquanto dirigia.

Elas conversaram por mais alguns minutos. A mais velha voltou para seu jogo e explicava o que tinha que fazer para a esposa. Era bem tranquilo, sem dramas, confortável e divertido. O humor de Jessica, que tinha tudo para estar horrível, estava tão bom, que a menina não parava de sorrir. Elas desligaram porque a Kim precisou atender uma ligação de trabalho e depois disso, elas não retornaram. Despediram-se apressadamente.


Quando Sica chegou em casa, sua família se reunia para jantar. Subiu para um banho rápido e voltou para comer. Falava tranquilamente com sua mãe sobre algumas bobagens, enquanto Krys analisava a irmã. Depois de ver Yuri tão indignada na porta de casa, tinha certeza que alguma coisa não estava certa entre o casal. A caçula ficou formulando teorias com Yoona até sua irmã chegar e agora ela comia um pouco apressada. Seu pai questionou a pressa e Krys brincou, dizendo que tinha assuntos pendentes com sua unnie, fazendo Jessica a olhar desafiadora. Ela deu de ombros e sorriu com a boca cheia. Precisava de informações. Terminada a refeição, a loira foi rápida para subir as escadas em direção ao seu quarto. Krystal logo acompanhou a irmã e ao chegar próxima à menina já começou o interrogatório.

-O que aconteceu? O que você tem que pagar? Quem você foi ver? Yulsic acabou?

Foi acertada por uma almofada bem no seu rosto.

Sua irmã sorria, deitada na cama.

-Vamos por partes...

Jessica explicou o que ocorreu na casa da ex e ver a caçula pulando e rindo foi sem preço, impossível não rir junto. Explicou também quem foi visitar e como era distante. Não comentou sobre o que falaram mas deixou claro que se sentiu ótima depois da conversa com Sunny. Realmente foi uma coisa que ela precisava e aconteceu no tempo certo. Estava aliviada, quase resolvida e, apesar da dor pelo rumo que achava que deveria seguir, estava satisfeita com tudo o que compartilhou e admitiu. O que sobrou do seu relacionamento com a Kwon nem fazia mais tanto efeito nela. O que era incrível, mas agradecia.

-Então quer dizer que vocês terminaram mesmo?

-Sim...

-Sem ser aquilo de tempo e tals?

-Sim, Krys....

-Sem dúvidas ou arrependimentos?

-Garota...

-Só checando, preciso ter certeza.

-Ah, você que precisa?

-Lógico, envolvendo meu ship, só trabalho com verdades.

Sica riu. Era bom ter alguém que lhe desse algum crédito, mesmo depois de tantas coisas que ela fez. Puxou a irmã num abraço carinhoso e suspirou. Se sua vida fosse um livro, agora começava a "Parte 2".





Notas Finais


Ops


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