História With Pleasure - Dice

Midoriya estava nervoso.

Não era para menos, já que, pela primeira vez, estaria fazendo um tipo de jogo diferente. Ao vivo. No entanto, o que o deixava mais calmo naquele momento era o calor da mão de Todoroki sobre a sua, um sentimento de confiança. Segurança. Cumplicidade. Amor.

Sim, amor.

Após aquela bendita live, ambos pareceram não se esquecer por um minuto sequer.

Izuku lembrava que se sentia sufocado pela vontade de correr atrás dele, pegar seu número de telefone, interagir. Àquela altura, qualquer contato seria o suficiente para amenizar as batidas rápidas que seu coração dava toda vez que lembrava dos seus beijos. Dos toques leves em sua pele e como às vezes estes se contrastavam quando Todoroki o agarrava com uma força que o fazia ir ao céu e voltar.

A partir desse desejo insano de querer conhecê-lo melhor, trazê-lo para sua vida, conseguiu marcar diversos encontros — mesmo que escondidos — com ele, conversando e descobrindo seus segredos, sonhos, ambições.

Não demorou muito para Midoriya se entregar de vez à paixão que sentia, confessando-a numa noite fria de outono, seu nariz vermelho devido a brisa que os atingira, bem quando Shouto estava prestes a deixá-lo na porta de sua casa.

Agarrou seus dedos e os trouxe para perto do peito, os olhos inquietos encarando todos os cantos da rua, menos o rosto belo e pálido do outro à sua frente.

E não pôde deixar de sentir alívio e alegria quando Todoroki respondeu que também gostava dele. Que não queria que ambos fossem só amigos com benefícios. Que queria muito, muito mais que isso.

E Izuku sentiu seus olhos lacrimejarem, a emoção sendo muito maior que esperava, pegando a si mesmo e a Shouto de surpresa. Porém, logo suas lágrimas foram substituídas por risos, uma vez que o bicolor beijou o canto de sua boca, sussurrando apenas para ele que aquilo era real e que deviam aproveitar aquele momento.

Desde então, ambos começaram a namorar secretamente, já que a HotGuys não permitia relacionamentos entre seus modelos. Era uma das cláusulas do contrato e os dois sabiam que se fossem pegos, tudo estaria perdido.

Por essa razão, evitavam ao máximo serem vistos juntos, sempre saindo muito tempo depois um do outro de casa, cada um seguindo sua rotina fora da empresa pornográfica.

Por isso, Midoriya estava ansioso, porque fazia meses desde que contracenou com Todoroki pela primeira vez e aquela seria supostamente a segunda.

O problema era que, o casal se conhecia tão bem e estavam tão intimamente ligados, que temiam que ficaria muito evidente para as câmeras. Os telespectadores não eram burros e certamente pediriam por mais após ver a química óbvia entre eles. O esverdeado torcia para que isso não acontecesse.

O cameraman se aproximou novamente, dando as últimas instruções gerais e que eles tinham que fazer qualquer coisa que desse nos dados.

Sim. Os dados.

A brincadeira pervertida de hoje seria com dados eróticos. Aqueles que têm posições sexuais e lugares, onde o sorteio era aleatório. No entanto, antes de chegarem nessa parte, eles iriam começar com os dados de preliminares, onde tinha partes do corpo e ações. Variavam de lamber até massagear, orelha à coxas, e Izuku estava com o estômago revirando de expectativa.

Com um aceno do produtor de que estavam entrando ao vivo em cinco segundos, o esverdeado respirou fundo, se ambientando no clima da live e dando um último aperto nos dedos do namorado.

**

“Ok, vamos começar!” Midoriya bateu palmas animadamente, logo após ter explicado aos espectadores como tudo ia funcionar. Como os dois tiraram par ou ímpar e o esverdeado tinha ganhado, ele começava com os dados.

Seu coração batia irregularmente em seu peito, seu ventre queimando de ansiedade. Quando os viu parar em chupar e ombros, seu rosto adquiriu um tom extremamente avermelhado. Mas, não deixou sua timidez falar mais alto, ajoelhando-se atrás do namorado e levando os lábios para aquela área, encaixando os dentes e a língua em sua pele branca, fazendo o máximo de força para marcá-lo. O sorriso satisfeito que surgiu em sua face entregava o quanto já estava animado com aquela situação toda.

Na vez de Todoroki caiu em acariciar e lábios, e todo mundo sabia o quanto Izuku possuía um certo fetiche por dedos afundando em sua boca.

Não demorou muito para o bicolor fazer o que tinha sido pedido, encarando o rosto do esverdeado enquanto levava o dedão para a área carnuda, deslizando vagarosamente, aproveitando o momento em que o namorado fechou os olhos para admirá-lo, as pintinhas em seu rosto mais evidentes agora que o observava. Em segundos a língua do outro fez sua aparição, convidando Shouto a afundar a ponta em seu lábio inferior, puxando-o para baixo sem nenhuma hesitação.

Definitivamente a visão fez o bicolor ficar mais excitado.

Mais uma jogada de dados e morder e coxas foram sorteados, os olhos esverdeados ganhando um brilho perverso com a ideia. Quando Todoroki deitou-se parcialmente no colchão e abriu as pernas, Midoriya nunca tinha agido tão rápido na vida, as mãos agarrando seus joelhos e os separando ainda mais. Levando o olhar para o rosto do namorado, viu a respiração do outro falhar, aquela visão certamente fazendo coisas com sua imaginação.

Abrindo a boca e fincando os dentes na parte interna de sua coxa com força, bem próximo da virilha, escutou o bicolor grunhir, os dedos agarrando o lençol abaixo de si. As feições sorridentes do esverdeado o fizeram querer removê-las a tapas.

Ajeitando-se na cama novamente, uma das jogadas caiu em beijar e pescoço, Shouto mais do que feliz em realizar aquela ação, sabendo o quanto o parceiro tinha um ponto fraco bem na junção do pescoço com o maxilar. Viu a expressão surpresa dele quando o observou seguir direto para aquela parte, os pelos do braço arrepiando quando o selinho foi depositado.

Aquela brincadeira estava sendo levada muito a sério e agora era tarde demais para impedir a quantidade de comentários explodindo o servidor da live. Era de longe a maior audiência que estavam tendo e quando foram informados sobre o fato, ambos sorriram para as câmeras, agradecendo pela visualização.

Percebendo que estavam no caminho certo, decidiram fazer mais duas jogadas, uma delas caindo em lamber e orelha, que Izuku alegremente obedeceu. Apoiando-se nos ombros do bicolor, aproximou-se lentamente, esticando a língua e completando a ação, não deixando de raspar seus dentes no lóbulo do outro, a respiração quente o atingindo em cheio, claramente trapaceando na brincadeira. No entanto, deixou passar, uma vez que jamais conseguiria dizer não para o esverdeado à sua frente.

Com mais uma virada nos dados, a última ação que faltava era massagear, a parte do corpo sendo as nádegas. Midoriya tremeu da cabeça aos pés ao imaginar os dedos longos de Todoroki trabalhando naqueles músculos e ficou aliviado quando tirou a cueca, — a única peça que vestia — seu pênis agradecendo à soltura, deitando-se de bruços e sentindo-se relaxado nas carícias do bicolor, constatando o roçar de forma provocativa em sua entrada.

Demorou breves segundos até um tapinha em seu bumbum fazer a bolha de relaxamento em que estava estourar. Ainda desnudo e sentando-se no colchão, seu membro claramente ereto, escutou Shouto explicar que agora iriam para os outros dados e pediu com seu sorriso mais carismático para o público torcer para a posição e lugar que queriam.

A tensão era visível, quase podendo ser palpada no ar, mas ambos soltaram a respiração quando viram de quatro e chão serem sorteados. No entanto, Midoriya mal pôde evitar que as palavras saíssem de sua boca:

“A gente pode começar de um jeito e terminar de outro.” com uma piscadela, jogou os dados de novo, o coração indo na boca quando avistou o de costas e parede. O ar de seus pulmões foi totalmente esvaziado, como se tivessem pressionando sua caixa torácica.

Um aceno de aprovação e um “joinha” do produtor foram suficientes para que o esverdeado voltasse para Terra.

“Genial.” ouviu o bicolor falar ao seu lado, quase não registrando o namorado levantar para pegar o lubrificante e a camisinha.

Rapidamente deitou-se no chão felpudo, trazendo consigo um travesseiro, as câmeras se ajustando ao novo ângulo. Com o bumbum empinado, não viu Todoroki ajoelhando-se atrás de si, mas sentiu os beijos na área e o afastamento das nádegas com as mãos, dando uma lambida experimental em sua entrada. O gemido que fugiu de sua garganta fez Shouto sorrir. Sabia que o namorado amava quando usava sua língua para prepará-lo.

Derramou o líquido escorregadio em seus dedos e inseriu o primeiro enquanto o sugava, os olhos do esverdeado fechando fortemente, um franzido crescendo entre suas sobrancelhas. Nada, nunca, ia superar aquela sensação maravilhosa de ser chupado, os dígitos de Todoroki o penetrando profundamente, para logo em seguida saírem de dentro de si.

O bicolor gastou uns bons minutos naquilo, chegando no total de três dedos, um deles acertando a próstata de Izuku. Vez ou outra o masturbava, deixando-o bem próximo de gozar, para depois afastar sua mão, a tortura fazendo Midoriya choramingar de deleite.

“Baby, eu estou pronto.” O ouviu murmurar, o apelido escapando de seus lábios naturalmente, uma vez que sempre o chamava assim nos momentos mais íntimos. Shouto não sabia se ficava feliz por tal fato ter ocorrido ou se ficava incomodado com a audiência ter escutado.

Agora, tomado por uma leve sensação de possessividade, enrolou a camisinha em seu membro e lubrificou o mesmo, penetrando o esverdeado lentamente, mostrando que o privilégio era para poucos.

Enquanto esperava Izuku se ajustar, o bicolor abaixou-se para beijar suas costas, o toque cálido dos seus lábios com o objetivo de relaxá-lo. Notou nitidamente quando ele distraiu-se, sua respiração ficando mais contida.

“Porra!” era tudo o que ele grunhiu, seguido por diversos ah’s. “Merda, Todoroki.” A pressão em sua entrada era grande e Midoriya não tardou em apertar e morder o travesseiro abaixo de si, aquele sendo seu único conforto no momento.

Alguns segundos depois, adaptado a Shouto, levou a mão trêmula para a cintura do outro, puxando-o para mais perto e empurrando-o mais fundo, indicando que ele poderia se mover.

Com um último selinho em sua nuca, se mexeu, os dedos longos agarrando a carne de seu bumbum, pegando um ritmo firme com as estocadas, os quadris circulando em vai-e-vem.

O jeito que Izuku gemia estava o enlouquecendo, fazendo-o morder com tanta força o lábio inferior que jurou que sentiu gosto de sangue.

“Droga, Midoriya!” exclamou, o calor das paredes do esverdeado o envolvendo com uma rigidez fora do comum.

À essa altura ambos estavam perdidos em suas próprias nuvens de regozijo, o nome de cada escorrendo de suas bocas de maneira necessitada. Ambos pedindo, ansiando, querendo por mais, mais, mais.

Naquele ângulo o esverdeado sentia todas as partes de seu corpo, a dor gostosa em seus joelhos, as pernas bambas, as costas arqueadas, os acertos intensos da glande de seu parceiro na sua próstata. O suor escorria por sua pele, assinalando o calor que os envolvia.

Quando estavam próximos de liberar todo o seu deleite, Todoroki parou subitamente com os movimentos, um sorriso perverso agraciando sua face quando Midoriya resmungou, insatisfeito.

“Mas que p-” suas palavras morreram em sua garganta, Shouto usando o resto de energia que tinha para grudar o rosto de Izuku contra a parede mais próxima.

Mal perceberam a movimentação dos cameramen, desligados totalmente do mundo exterior, a única coisa importante era seus corpos grudados.

Midoriya podia jurar que se Todoroki não o estivesse segurando, seus joelhos já teriam cedido há muito tempo. Tentando agarrar a parede a sua frente, voltou a sentir o bicolor o penetrar, o ângulo agora atingindo sua próstata de forma mais rasa, mas mesmo assim mandando fios de eletricidade até a ponta de seus pés.

Com certa brutalidade, Shouto o empurrou ainda mais contra o concreto, fodendo-o tão profundamente que fez Izuku ver estrelas atrás de seus cílios. Juntou suas mãos com as do namorado na parede, entrelaçando seus dedos no processo.

Lembrando momentaneamente do fetiche de seu parceiro, levou as palmas para seu pescoço moreno e as fechou ao redor da região. O arquejo surpreso que lhe escapou foi música para seus ouvidos, porém, em seguida, as apertou, estrangulando-o em sincronia com suas estocadas.

Isto bastou para que Midoriya revirasse os olhos, manchando a tintura à sua frente com seu líquido branco. Retirando a mão e a colocando no quadril do esverdeado, Todoroki atingiu seu ápice logo depois com mais algumas movimentações, o estado pós-orgasmo do namorado sendo o suficiente para instigá-lo. Estimulou Izuku através de seu deleite, seu pênis roçando na parede e a sensibilidade o fazendo estremecer visivelmente.

Nunca tinha gozado tão intensamente quanto hoje.

O bicolor percebeu que não tinha beijado o namorado em nenhum momento, por isso, enquanto se retirava de sua entrada, virou o rosto de Midoriya em sua direção com os dedos em seu queixo. O ósculo que compartilharam foi sereno e apaixonado, totalmente diferente do sexo bruto e cálido de antes.

Com um suspiro satisfeito, carregou o esverdeado até a cama, depositando-o com cautela, buscando por lenços umedecidos e o limpando. Sabia que os espectadores gostavam de acompanhar o depois, comentando todos os minutos da live com empolgação, pedindo por um bis.

Izuku ainda estava de olhos fechados, tentando se recuperar da intensidade do sexo e pensando que talvez essa tenha sido a melhor transa entre os dois.

O silêncio entre eles não era desconfortável e quando sentiu o bicolor deitar ao seu lado e o abraçar ternamente, Midoriya deixou-se relaxar, murmurando um até mais para a audiência, um riso escapando da criatura em sua companhia, observando como o esverdeado ficava exausto pós-sexo. Também se despediu, acenando para a câmera.

Assim que se desconectaram, os dois ficaram mais uns cinco minutos deitados, escutando a equipe da HotGuys desmontar os equipamentos e parabenizando-os pelo trabalho bem feito.

Quando finalmente foram obrigados a levantar, tomar um banho e se arrumar para irem embora, os dois se despediram rapidamente, uma promessa no olhar de que se encontrariam mais tarde.

**

“E se a gente desistisse?” Todoroki sugeriu naquela noite, seus dedos acariciando suas bochechas recheadas de pintinhas, os dois cansados pelo dia longo que tiveram.

“O que você quer dizer?” Midoriya indagou, o tom extremamente baixo, como se estivesse querendo guardar aquele instante apenas para si.

“Se a gente saísse da HotGuys.” esclareceu, a mão seguindo um caminho até seus cachos esverdeados, afagando-os com toda a ternura do mundo. “Você não precisa mais do salário deles, agora que você conseguiu um emprego fixo.” continuou, um suspiro escapando de seus lábios. “E hoje, eu também… eu senti ciúmes.” confessou, rindo fraquinho de sua insegurança estúpida.

“Ciúmes?” com a palavra, Izuku levantou o olhar para encará-lo, uma confusão visível em sua face.

“É idiota.” quis deixar o assunto para lá, mas Midoriya arqueou as sobrancelhas, exigindo que prosseguisse. O bicolor revirou os olhos, mas voltou a falar: “Eu senti ciúmes do público. Podendo assistir você no seu estado mais frágil. Pelado, recebendo todos os tipos de prazer...” encolheu os ombros, um bico se formando em seus lábios logo em seguida.

A risada gostosa de Izuku penetrou seus ouvidos, seu corpo estremecendo com o movimento, lágrimas surgindo no canto dos olhos.

“Você é realmente um idiota.” constatou, beijando seu queixo e deixando um sorriso florescer. “Mas a ideia é boa. Já está na hora de dar uma pausa na carreira.” concordou, voltando a envolver os braços no tronco do namorado.

Finalmente poderiam se aquietar, deixar o estresse da HotGuys para trás e seguir com o relacionamento em paz, sem ter que se preocupar se alguém da produção descobriria. O casal não podia estar mais feliz com a decisão tomada.

Dentro de uma semana, os dois assumiram o namoro para todo mundo ver, se demitindo em seguida, aquela live sendo o último registro de suas aparições no site.