1. Spirit Fanfics >
  2. With the Stars >
  3. Capítulo Sessenta e Cinco

História With the Stars - Capítulo Sessenta e Cinco


Escrita por: AlexB

Notas do Autor


Pessoal, Deem uma lida nas notas finais, pode ser antes de começarem a ler! tem uns links lá!

Capítulo 65 - Capítulo Sessenta e Cinco


Os policiais tomaram meu depoimento e depois de deixarem um cartão com o telefone de contato saíram do quarto. Fiquei um tempo sozinha até a porta se abrir novamente.

O aparelho que monitorava meus batimentos cardíacos apitou com vontade. Camila vestia uma calça jeans justa com uma blusa preta de gola alta e botas, na mão levava um casaco bege. Ela olhou para mim e pela primeira vez no dia, eu me senti bem.

- Oi meu amor. – Ela deixou o casaco na poltrona e veio até mim ao lado da cama.

- Oi – Respondi ainda um pouco constrangida pelo barulho da máquina. – Olha só o que você faz ao meu coração. – Ela sorriu.

– Como você está se sentindo? – Passou a mão pelos meus cabelos.

- Como se tivesse levado uma surra. – Eu sorri tentando brincar, mas Camila continuou séria.

- Não tem graça. – Ela segurou minha mão e se sentou na cadeira ao lado da cama.

- Eu estou brincando, Camz. – Acariciei sua mão. – Eu não vou ganhar nenhum beijinho? – Fiz bico. Ela balançou a cabeça negativamente antes de sorrir e me dar um beijo na bochecha e um selinho.

- Quem fez isso com você?

- Dois babacas do segundo ano. Dilan e Craig. Conhece?

- Oh meu Deus, Lauren! Eles são enormes. Isso foi muita covardia.

- Nah! Craig é grande. Dilan só tem pose. E no final, eu me virei bem.

- Isso poderia ter acabado nada bem. – Falou preocupada.

- Como disse, eu me virei. E eu que comecei a briga.

- Você começou? Por que fez isso, Laur? - Me olhou confusa.- Você não é de violência, nunca foi.

- Eu sei. Mas eles falaram umas coisas que não deviam e eu acabei perdendo o controle. Aconteceu.

- O que eles disseram?

- Não vale a pena repetir, linda. Acredite.

- As pessoas sempre vão falar coisas que não nos agradam, ainda mais agora que nos assumimos. O que de tão sério eles disseram para fazer com que perdesse o controle? – Eu suspirei.

- Eles falaram coisas ofensivas sobre mim, e até então eu não me importei, mas aí eles... eles falaram coisas sobre você e quando vi, já estava indo para cima.

- Oh, Lauren! – Me olhou desolada. Acariciou meus cabelos e beijou minha bochecha, perto dos pontos.

- Imagino que meu estado não esteja muito bonito, não é?

- Você está com um corte no lábio inferior, e está bem inchado. – Ela suspirou. – Além de uns roxos e os pontos que levou na bochecha.

- Nada que uma semana de descanso não resolva então.

- Acho que isso vai levar mais que uma semana, amor.  – Franziu as sobrancelhas.

- Uma semana é mais do que suficiente. – Falei em tom que encerrava aquela conversa. – Escuta, você foi ao médico, não foi? O que ele disse?

Percebi o corpo de Camila ficar tenso. Sua mão que apertava a minha se soltou e de repente o lençol da cama tornou-se o objeto mais interessante de todos.

- Hey. – Segurei sua mão na minha novamente. Tentando disfarçar minha própria apreensão com a mudança de atitude repentina dela. – O que o médico disse?

- Nós não podemos falar sobre isso depois? Quando estivermos em casa.

- Camila, o que o médico disse? – Ficamos nos olhando.

- O exame mostrou que tenho uma inflamação do miocárdio, apontou uma alteração em uma valva do coração, a mitral, e mostrou também que... que meu coração está um pouco maior do que deveria. – Eu apertei sua mão, falei tanto a Camila que os exames não apontariam nada que acreditei em minhas palavras. Agora que apontou, eu não sabia muito bem o que fazer. – Isso foram as palavras do médico, em resumo, é que meu coração... Ele não está funcionando direito.

- Camz, vem aqui. – Me ajeitei, mesmo sentindo dor, dando espaço para que Camila sentasse ao meu lado – Vem aqui, amor.

Ela relutou um pouco, podia ver que queria chorar, Camila sempre foi sensível. Quando falei que estava tudo bem e a chamei novamente, ela se sentou ao meu lado na cama.

- O médico disse mais alguma coisa?

- Isso são... são manifestações da Febre Reumática. Eu tenho Febre Reumática, Lauren. – Camila começou a chorar. Puxei seu corpo de encontro ao meu, ela me abraçou de volta enquanto escondia seu rosto em meu pescoço.

- Camz, amor! Nós vamos superar isso, ok? O Dr. sugeriu qual tratamento?

Ela demorou um pouco para se recompor e falar novamente.

- Ele primeiro quer tentar um tratamento com remédios. Ele já receitou alguns e quer acompanhar como vou reagir aos medicamentos, e caso eu não reaja ou não melhore, então só me sobra esperar por um transplante de coração.

Camila voltou a chorar. Transplante de coração? Chegaríamos a esse ponto?. O som de seus soluços me doía na alma. Seguei-a fortemente em meus braços, lutando contra minhas próprias lágrimas. Camila precisava de um porto seguro e eu o seria. Dia e noite. Estaria ao seu lado em todos os momentos. Engoli meu próprio choro e levantei seu rosto. Seus olhos vermelhos me olhavam com tristeza... e principalmente, com medo.

- Amor, não vamos pensar na pior hipótese, tudo bem? O Dr. falou que quer tentar primeiro um tratamento com remédio, então é isso que vamos fazer. Um passo de cada vez, ok?

Ela assentiu e eu limpei suas lágrimas antes que ela escondesse o rosto novamente em meu peito. Passei minhas mãos em seus braços, passando conforto. Fora uma primeira consulta, sabia que tínhamos um caminho longo pela frente. Acariciei os seus cabelos até perceber que se acalmou e sua respiração ficou tranquila.

Mais tarde naquele dia, Camila foi para casa tomar banho e jantar, já que eu ainda estava em observação. Depois que ela saiu do quarto, contei a minha mãe o que Camz havia me falado. E então, eu finalmente me permiti chorar pelo que estávamos passando.

-------------------------------------

 

Quando cheguei em casa, encontrei o ursinho que tinha comprado pra Camz em cima da minha cama. Minha mãe me ajudou a sentar e eu o peguei para olhar.

- Seu pai foi buscar seu carro no local. Acredito que isso seja para Camila, certo?

- Sim, comprei para ela. Queria dar quando chegasse ao consultório. Pensei que gostaria de receber, ela gosta dessas coisas. – Coloquei o ursinho na cômoda do lado da cabeceira da cama.

- É adorável, Laur. Ela certamente irá gostar.

Minha mãe me ajudou a deitar e ajeitou os travesseiros para mim.

- Dinah ligou perguntando se poderia vir te ver. Disse para passar amanhã aqui.

- Ah mãe, por que não deixou ela vir? Ela poderia dormir aqui.

- Lauren, já é tarde da noite. Você passou o dia todo no hospital, precisa descansar.

Eu bufei, meio contrariada.

- Não faça essa cara. Vou tomar um banho, quer alguma coisa antes de dormir? Biscoitos, leite?

- Um copo de leite, por favor.

- Vou pedir para sua irmã trazer. Qualquer coisa me chame, tudo bem?

Eu assenti. Antes dela sair do quarto a chamei novamente.

- Mãe, o caso de Camila é grave?

- Ela me mostrou os remédios que tem que tomar. Querida, são remédios pesados. O Dr. está medicando com o que tem de mais eficiente para o caso dela, então pode dar certo. Mas isso só vamos saber com o tempo.

Eu assenti novamente e desejei boa noite. Taylor trouxe o copo de leite para mim e esperou que eu terminasse de beber antes de me deixar sozinha.

O que menos fiz naquela noite foi dormir, apesar dos remédios. Minha cabeça não parava de pensar nos acontecimentos do dia e em como tudo aquilo era injusto.

----------------------------------------------

No dia seguinte recebi visitas dos meus amigos, assistimos filmes e comemos pizza no meu quarto. Camila passou o domingo comigo. Na segunda-feira fiquei o dia todo sozinha. Meus irmãos na escola e meus pais trabalhando. Ficamos apenas eu e Mr. Crookshanks morgando no sofá assistindo desenhos animados a manhã toda. Na hora do almoço meu pai veio em casa e o ajudei, na medida do possível, a preparar o almoço para nós dois.

O resto da semana passou rápido. Na quinta-feira eu quis voltar a escola, mas como ainda estava com dores minha mãe preferiu deixar para eu retornar na semana seguinte, o que eu achei um exagero. Na sexta-feira sairia o resultado do SAT que fizemos em dezembro, então eu, Camila, Dinah e Ally fizemos uma chamada de vídeo ao mesmo tempo enquanto aguardávamos os resultados dos exames, que ocorreria às 20:00 horas.

- Ian quer que eu tente a Universidade da Flórida. Para ele é fácil falar, né? Se eu conseguir vaga em uma Faculdade do centro comunitário já vou ficar mais do que feliz.

- Para de drama, Dinah. – Ally falou. – Suas notas no colégio são ótimas, além do mais, você irá comigo e Troy para a Carolina do Norte.

- O Bom é que a Ally já decidiu por mim, livre arbítrio para quê.

- Quando que a universidade da Carolina vai abrir as inscrições, Ally? – Minha namorada perguntou.

- Daqui duas semana e meia. Vamos para lá também?

- Pare de tentar seduzir minha namorada. Nós vamos para Nova York. – Falei rindo.

- Queria ter essa certeza sua quando fala em Nova York. – Dinah falou.

- Temos que ter, não é? É para isso que tenho me preparados há meses.

- Camila, vai tentar só Julliard?

- Na verdade não. – Começou a responder Ally. – Vou tentar também a New York Academy of the Dramatic Arts. Se nenhuma delas me admitirem, ai acho que farei faculdade no centro comunitário junto com Dinah.

Dinah mostrou o dedo do meio para Camila e nós rimos.

- Gente, vocês viram o último episódio de how to get away with murder? – Dinah levou as mãos ao rosto. – Meu deus!! Quase me faz querer optar por Direito!

- Você também fala que quer fazer medicina quando assiste Grey’s anatomy. – Camila completou. – Acho melhor ficar com seu curso de publicidade mesmo que está de bom tamanho.

 - Credo, Mila. Coisa feia cortar a vibe dos outros assim. – Dinah resmungou.

- Dinah é assim mesmo. Com filmes também, assiste Harry Potter e quer ser uma bruxa, lê Percy Jackson e quer ser filha de Poseidon...

- Opa, tá errado ai, Ally, se eu fosse uma semideusa do universo de Percy Jacson eu com certeza seria filha de Zeus, né querida. O sangue da realeza corre em minhas veias.

- Huuum realeza!! – Impliquei. – E quanto aos jogos vorazes, qual seria sua habilidade como tributo?

- Nope. Tô bem tranquila quanto a jogos vorazes hein.

- Dinah não duraria 10 minutos na arena. – Camila disse rindo. – Ela bate o dedinho do pé e já chora que nem um bebê.

- Caramba Mila! Bater o dedinho do pé dói, ok?

- Meninas!! Meninas!! – Ally chamou nossa atenção. – Minha página atualizou já com os resultados! Saiu!!!

Nos nós olhamos por um segundo antes de cada uma esquecer da chamada de video e se concentrar em fazer o login.

- Gente!! Consegui 1.940! – Ally falou – Não tô acreditando!

- Parabéns Ally, essa nota certamente é referência para Carolina do Norte! – Camila parabenizou.

-Aaah Rapaiz!! Tirei 1. 880!! Não fui tão mal como pensava. Dá para pensar em uma Universidade do Mississippi da vida!

- Parabéns, Dih! Amor, qual foi sua nota? – Perguntei.

- Acho que o sistema congestionou, não estou conseguindo acessar. A sua saiu?

- Sim. – Sorri para ela -  Minha Pontuação foi de 2.185!

- Caraca Lauren! Podia ser um pouco menos nerd, né? Chega a me constranger assim – Dinah falou rindo. – Parabéns, cabeçuda!

- Que que isso hein Lauren! Parabéns!

- Obrigada meninas! – Agradeci sorrindo.

- Eu sabia que você iria bem, amor! Mais do que merecido. Estou orgulhosa de você! – Disse sorrindo e me mandou um beijo.

- Obrigada, amor!

- Nada ainda da sua nota, Camila? – Ally perguntou.

- Ainda não!. – Camila tinha as sobrancelhas franzidas em concentração.

- Sai do sistema e entra de novo, Camz! Ao invés de só atualizar.

- Vou tentar.

- Eai, amor? – Perguntei depois de algum tempo.

- Consegui. – Falou – Espera um momento e... Minha nota foi 2.255!!

- Nossa Senhora, Camila! Essa nota é excelente! Nível de Stanford e Yale! – As palavras de Ally saíram impressionadas, eu inclusive estava impressionada.

- Meu deus prima! Ficou com toda a inteligência da família hein!

- Amor! Sua nota é incrível! Parabéns! – Falei extremamente feliz com o resultado.

- Obrigada, gente! – Falou sorrindo.

- Pessoal, preciso ver como o Troy foi. Nos falamos depois! Tchau.

- E eu preciso contar ao Ian! A gente se fala! Beijos.

Dinah e Ally saíram da chamada deixando apenas eu e Camila na conversa.

- Qual foi sua pontuação especifica, amor? – Perguntei.

 - 750 em Math, 735 em Critical Reading e 770 no Writing. E a sua, como foi?

- Na mesma sequência 760, 705 e 720. Amor – Falei sorrindo – Com essa nota acho que conseguimos entrar nas universidades que queremos em Nova York.

- Julliard pesa mais a prova de aptidão do que o resultado do SAT, mas com certeza, essa pontuação facilita para nós.

- Junto com nossos históricos escolares, eu realmente estou animada com esse resultado.

- Eu também! – Camila e eu era só sorrisos.

- Amor, vem aqui em casa? Dorme aqui hoje, mal te vi a semana toda. Estou com saudades. – Fiz cara de dó.

- Não faça essa cara, Lauren! – Riu. – Seus pais deixaram?

- Minha mãe está de plantão hoje, papai ainda não chegou, mas deve estar para chegar. Posso pedir para ele passar ai e te pegar!

- Imagina, Lauren! Não tem nem cabimento. Eu peço um taxi.

- Então isso é um sim? – Perguntei animada.

- Veja com seus pais e mande mensagem, se disserem que tudo bem eu vou! Ia ficar sozinha em casa mesmo.

- Ok, estou te esperando então! Beijos.

- Beijos. Te amo.

-------------------------------------------------------

Camila ainda levou uma hora até chegar em casa. Papai já havia chego e meus irmãos tinham ido em uma festa de alguém do primeiro ano. A porta estava entreaberta e eu mexia no notebook. Alguém bateu nela e levantei meus olhos para constatar que era minha namorada.

- Posso entrar? – Perguntou.

- Deve. – Fechei o notebook e deixei na cômoda. Camila deixou a mochila na escrivaninha.

- Seu pai pediu para avisar que está preparando algo para você comer, já que não quis jantar. – Sentou do meu lado na cama.

- Ah estou sem fome. Além do mais eu praticamente morei nessa cama a semana toda. Não gastei o que comi. O colchão já está com meu formato da bunda.

- Você tem que comer por causa dos remédios. Não pode ficar de estômago vazio, sabe disso.

- Falando em remédios, como estão os seus?

- São bem fortes, o Dr. Hunter avisou que seria, então eu tenho um pouco de enjoo e tontura às vezes, mas nada muito sério, acho que vou sentir até meu corpo acostumar.

- Sentiu algum sintoma essa semana?

- Na quarta-feira depois que cheguei da escola eu tive uma taquicardia. Não durou muito, mas foi bem intensa. Minha mãe quis me levar ao hospital, só que como disse, não demorou muito.

- Amor, por que não me disse isso? Nós nos falamos na quarta de noite.

- Eu sei, só não queria te preocupar. Foi a primeira vez, mas não será a última, Lauren. Essas coisas vão acontecer com certa frequência.

- Mesmo assim, Camila! Poxa, sou sua namorada! Não gosto quando me esconde coisas assim.

- Eu não escondi, só não contei. São coisas diferentes.

- Nossa grande diferença, se fosse ao contrário você ia ficar toda chateada.

Camila olhou em meus olhos e depois levou a mão até meu rosto.

- Tem razão. Me desculpe por isso. Não irá se repetir, ok? – Me deu um selinho.

- Ok. – Respondi ainda aborrecida.

- Vou buscar o que seu pai preparou e já volto. – Disse já se levantando da cama.

Camila esperou eu terminar de comer e levou a bandeja de volta a cozinha. Havia comido em silêncio, ainda muito chateada por ela ter me escondido que tinha passado mal e levado como se fosse nada. Aproveitei para me levantar e escovar os dentes. Já estava bem melhor, só haviam ficado os roxos e os pontos, as dores melhoraram por conta do remédio e os pontos minha mãe tiraria na terça. Quando estava voltando para cama, Camz entrava no quarto.

- Quer ajuda? – Perguntou já vindo me amparar.

- Não precisa, estou me virando bem. – Dispensei sua ajuda com um abanar de mãos e me apoiei na escrivaria.

- Tem certeza? – Estava ao meu lado.

- Sim. A mesma certeza que você teve em preferir não me contar sobre quarta-feira. – Camila me olhou.

- Você não está falando sério.

- Estou sim. Eu fiquei a semana toda sem poder fazer nada, sem sair de casa, o mínimo que você poderia fazer era me contar o que estava acontecendo e nem isso fez. – Sentei finalmente na cama.

- Lauren, eu já pedi desculpas!

- É... – Dei de ombros. – Tanto faz. Você age como autossuficiente mesmo, não é? Tanto que nem me contar as coisas precisa mais. – Camila ficou na minha frente.

- Eu ajo como se fosse autossuficiente? Eu, né Lauren? Tudo que acontece com você, nunca é nada demais! Como se você fosse feita de aço! Nunca quer ajuda. A recomendação foi duas semanas de descanso e nem isso você consegue fazer.

- Eu não tenho duas semanas de descanso, ok? Eu tenho que voltar para os treinos porque as estaduais estão chegando.

- Do que adianta você voltar para os treinos sem estar recuperada? Vai se machucar no primeiro minuto.

- Não vou me machucar! Já disse que estou bem!

- Viu? É justamente isso que estou falando. Tudo que é relacionado a você, acaba sendo minimizado.

- O foco dessa conversa não sou eu.

- Ah sim, sou eu, certo? Em como fui uma péssima namorada em omitir algo que aconteceu comigo apenas para não te sobrecarregar mais com meus inúmeros problemas.

- Sim, o problema é exatamente esse! Você escondendo as coisas de mim!

- Meninas! Está tudo bem por aqui? – Meu pai abriu a porta nos interrompendo. Camila cruzou os braços e se virou para ele. Olhei meu pai com a cara ainda fechada.

- Sim, papai. Me desculpe se estávamos falando alto.

- Está tudo bem mesmo? – Perguntou novamente olhando nós duas.

Camila assentiu e se virou pegando sua mochila e entrando no banheiro. Passei a mão por meus cabelos e suspirei.

- Camila e eu estávamos discutindo.

- Isso eu percebi.

- Desculpa, mas está tudo bem. Não precisa se preocupar.

- Tudo bem. Qualquer coisa me chame.

Eu assenti e ele saiu fechando a porta. Esperei Camila sair do banheiro pelo que pareceu uma década. Eu sabia que estava enrolando. Levantei, tranquei a porta do quarto, peguei umas roupas que estavam fora do lugar e guardei. Eu estava bem melhor já, sabia disso. Camila que era exagerada.

Voltei para cama e me encostei na cabeceira, fiquei mexendo no celular enquanto esperava. Sabia que eu tinha sido grossa nessa conversa sem necessidade, mas ainda assim eu me senti incomodada com o que tinha acontecido e as coisas tomaram o rumo que tomaram.

Cerca de quarenta minutos depois Camila saiu do banheiro. Levantei os olhos do celular e a observei deixar a mochila novamente na escrivaninha e vir em direção a cama sem me olhar nos olhos. Desliguei o celular e deixei na cômoda.

- Posso apagar a luz ou quer assistir alguma coisa? – Perguntei.

- Pode apagar.

Desliguei as luzes e deitei na cama olhando para o teto. Camila estava de costas para mim. Fiquei revirando na cama, mas o sono não vinha. Só conseguia pensar na discussão e em como eu odiava brigar com a Camz. Virei para o lado de Camila e observei suas costas. Ela estava com uma camisola de cor pérola, ficava muito bonita em contraste com sua tonalidade de pele.

- Camz. – Toquei seu ombro. – Amor, está acordada? – Perguntei baixinho.

Não obtive resposta. Percebi que seu corpo estava um pouco gelado, então peguei o lençol que estava no pé na cama e o puxei para cobrir seu corpo até o ombro. Suspirei e voltei a encarar o teto. Eu amava tanto Camila que chegava a doer. Mesmo estando chateada com o que ela tinha feito, eu me sentia culpada por ter falado com ela da maneira que falei.

Senti Camila se mexer. Virei-me para seu lado encontrando seus olhos me fitando.

- Estou. – Respondeu.

- Desculpa pelo modo que falei com você. Eu não queria ter falado daquela maneira, fiquei chateada e não soube lidar. – Estava com meus olhos lacrimejados.

Camila percebeu e levou a mão para acariciar meu rosto. Passou a mão por meus lábios, subiu pela bochecha e limpou uma lágrima que acabou escapando.

- Tudo bem. – Suspirou. – Não gosto quando brigamos.

- Eu também não. – Segurei sua mão e beijei. – Me desculpe.

- Está tudo bem, Lauren. – Passou a mão por minhas sobrancelhas. Fechei os olhos. - Eu te amo.

- Também te amo, Camz.

Senti seus lábios macios junto ao meus. Céus! Como era bom beijar Camila. Nossos lábios se moveram com calma, como se estivessem conhecendo-se. Levei minha mão ao seu rosto e fiz um carinho. Nossas línguas dançando o tão conhecido ritmo que era só nosso.

Inclinei meu tronco de maneira que ficasse parcialmente com meu corpo em cima do dela. Separamos nossa boca apenas para respirar o necessário. Seus lábios cheios e vermelhos por conta do beijo trocado. Quando voltamos a nos beijar, Camila quis levar suas mãos ao meu pescoço, mas acabou batendo no início da minha costela, bem onde eu estava machucada, fazendo com que eu gemesse de dor.

- Ai, desculpa Laur! Está tudo bem? – Perguntou preocupada.

- Está tudo ótimo! – Fui de encontro a sua boca novamente.

- Espera. – Separou nossos lábios. – Vou cuidar de você.

Camila empurrou suavemente meu corpo para que eu deitasse. Em seguida ela sentou sobre meu quadril, mas sem fazer peso e uniu nossos lábios em um beijo. Com cuidado beijou meu lábio inferior, finalizando com um selinho suave. Distribuiu mordidinhas por meu queixo até chegar em meu pescoço, quando voltou a beijar. Minhas mãos estavam em suas nádegas, onde vez e outra eu apertava ou subia até sua cintura. Seus beijos quentes em meu pescoço me deixavam a flor da pele.

- Ahh Camz. – Gemia com suas carícias.

Ela trilhou um caminho de beijos até minha clavícula, onde dedicou parte de sua atenção, enquanto sua mão esquerda sutilmente entrou por debaixo da minha camiseta e encontrou meu seio direito, massageando-o. Eu segurei em seus cabelos e soltei um gemido. Com uma calma impressionante ela retirou minha camiseta e ficou olhando meu corpo. Tocou levemente com a mão em meus machucados.

- Estão meio roxos ainda, mas começaram a mudar de cor. Ainda dói?

- Sim, um pouco.

Ela então beijou delicadamente cada lugar que estava marcado. Puxei-a para um beijo e aproveitei para retirar sua camisola, deixando-a apenas de calcinha. Camila voltou sua atenção para meu corpo sugando meu seio, o que recebi de bom grado sua boca quente em minha pele sensível. Assim que se deu por satisfeita passou para o outro seio. Eu apertava sua cintura como forma de aliviar um pouco o tesão que sentia. Ela abaixou os beijos por meu abdômen até chegar no meu short. Retirou-o juntamente com minha calcinha.

Beijou minhas pernas subindo até as coxas, enrolando para chegar onde eu mais precisava dela. Esperei seu tempo até que sua língua encontrou meu centro. Sua mão alcançou um seio meu massageando-o enquanto sua língua explorava meu centro de maneira torturante. Levei uma mão por cima da sua e apertei meu seio e a outro levei em seus cabelos incentivando-a a continuar o maravilhoso trabalho que fazia.

Não demorou muito e desfaleci em um intenso orgasmo, arqueando minhas costas e chamando por seu nome, mas Camila não me deu trégua continuando os movimentos e introduzindo dois dedos em mim, em um ritmo febril. Gozei novamente em sua boca repuxando os lençóis e gemendo descontroladamente.

Ela subiu distribuindo beijos pelo caminho até minha boca, onde trocamos um beijo árduo. Eu estava levemente suada e com a respiração instável.

 - Uau! – Eu ri. – Isso foi incrível.

- Já se recuperou? – Perguntou.

- Quase. Por que?

- Ainda não acabei com você.

Ela retirou sua calcinha e abriu minhas pernas novamente, se encaixando entre elas. Deixando nossos sexos em um contato direto. Gememos juntas e ela começou a se esfregar em mim. Novamente meu quarto foi palco de gemidos e palavras sussurradas. A noite foi testemunha da prova do nosso amor.

Camila estava sobre mim, com o rosto em meu pescoço, descansando, enquanto eu passava a mão levemente por suas costas traçando desenhos indeterminados.

- Ah, amor! Tenho algo para você, espere um momento.

Minha namorada resmungou porque quebrei o aconchego no qual ela se encontrava. Levantei da cama devagar, meu corpo sentiu pelas atividades físicas de há pouco. Fui até meu armário. Ela me olhava curiosa.

- Linda, feche os olhos por um momento! – Pedi.

- O que está aprontando, Laur?

- Você vai gostar, prometo.

Ela sorriu e balançou a cabeça negativamente, mas fez o que pedi. Mordi meu lábio observando seu corpo nu. Peguei o bichinho de pelúcia e voltei para a cama. Sentei ao seu lado.

- Pode abrir!

Ela abriu os olhos ainda desconfiada, mas assim que viu o ursinho abriu aquele sorriso que eu tanto amava.

- Lauren! Ele é lindo!

Abriu o embrulho transparente e retirou o ursinho.

- Amor, eu amei! – Apertou o ursinho em um abraço. – Obrigada.

Me puxou para um beijo, o qual retribui de bom grado. Estava feliz por ela estar feliz. Depois encheu meu rosto de beijos.

- Comprei para você no dia em que foi na consulta, mas ai, bem, você sabe o que aconteceu e depois essa semana acabei esquecendo de te entregar. Gostou?

- É adorável, Lauren! Eu amei, de verdade!

- Que bom! Quando vi ele na vitrine logo pensei em você. Tinha que ser seu.

- Você é incrível!

- É... Dou para o gasto. – Brinquei.

- Você é muito mais do que mereço. Eu te amo! – Me beijou.

- Vem aqui.

Chamei e ela deitou novamente em meu peito. Fiz carinho em seus cabelos até que ela adormecesse. Logo em seguida segui seu caminho.


Notas Finais


Hey, como estamos?
Finalmente descobrimos o que a Camz tem!
Eu queria ter escrito melhor a parte final desse capítulo, mas hoje meu dia foi péssimo.
Ainda assim tentei não me afetar enquanto escrevia, tinha imagina a cena final um pouco diferente, explorar um pouco mais a Camz dominante, mas espero que tenha saído razoável ao menos.
Eu, particularmente, não gosto de ficar escutando músicas enquanto leio, no entanto eu imaginei essa cena das meninas, elas brigando, com essa música, para quem tiver interesse:
https://www.youtube.com/watch?v=FJ7QMVBl7NI
Save me – Hanson

Sobre o SAT, aqui tem uma breve explicação de como funciona:
https://www.estudarfora.org.br/conheca-o-sat/

Deem uma olhadinha se puderem.
Bom, acho que é isso. Digam o que estão achando, critiquem, elogiem, eu sempre leio o que vcs escrevem e levo em consideração.
Um grande abraço e beijos!!
Até logo!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...