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História Wonderwall - Estas alegrias violentas


Escrita por: Kirilov

Notas do Autor


Capítulo postado pela metade porque é como já dizia Maquiavel, as coisas boas devem ser feitas aos poucos, e as más de uma vez só.
😁🙃

Capítulo com hentai. Sei que nem todo mundo gosta, mas a história tem muito desses momentos porque a ideia é justamente que o relacionamento deles pareça mais baseado no sexo, já que Naruto não dava atenção para Sakura e outras coisas mais.

E claro, devo avisar que o fato de Sasuke não gostar de terapia não significa que a autora tenha esse pensamento. Eu não tenho.

Capítulo 17 - Estas alegrias violentas


Aguardando ser atendido pelo tal médico que Sakura indicou, começava pensar se ela tinha razão quanto a teoria em relação a sanidade mental das pessoas que gostam de música clássica. Tocava Mozart em volume baixo. E sobre a mesinha de centro diante do sofá havia um livro específico sobre as inúmeras revistas, o título era “Arte, Clínica e Loucura”, folheando rapidamente na esperança do tempo passar, li por alto sobre pacientes que pintavam e compunham sinfonias.  

Até aí tudo bem, nunca compus uma sinfonia e além de esboçar minhas tatuagens para dar uma vaga ideia ao tatuador, não fazia nada de especial nesse campo.  Nem sabia porque exatamente estava preocupado. Não era louco. Estava ali pelos vícios. Reconhecia meus problemas com dependência, apesar de não estar tão disposto a admitir. 

— Então... — O homem olhou a ficha, após ter me indicado sentar na cadeira acolchoada. Devia ter uns 40 anos por aí. Percebi que tentava entender meu nome, talvez não soubesse a pronúncia. Eu poderia me apresentar sem rodeios, porém não estava disposto a facilitar o trabalho dele. — Sasuke? 

— É. 

Ele ficou um tempão me olhando de um jeito estranho, como se apenas com isso pudesse me decifrar inteiramente. Não falei nada, seja lá o que esperava ouvir. 

— O que te trouxe aqui, Sasuke? 

Dei de ombros. Mas ele continuou esperando. Irritado com sua análise silenciosa, respondi finalmente: 

— Minha namorada pediu. 

— Isso é tudo? 

— Bom, é o que me trouxe aqui. 

Percebi os lenços sobre a mesa, talvez quisesse me ver contando toda minha vida nessa primeira visita, chorando e soluçando igual a provável maioria dos seus pacientes. Então passaria uns exames, recomendações para largar o vício e uns remédios, e por fim me diria para fazer terapia. Porra de terapia, pensava comigo.

— Por que ela achou que deveria me procurar? 

— Cigarros, maconha e cocaína. Cocaína nos dias chuvosos. — Achei por bem pontuar. Na minha cabeça isso significava algum controle, embora no fundo soubesse não o possuir.

— Você quer parar? 

— Preciso. — Querer eu não queria. 

— Precisa parar ou precisa da garota? 

Foi uma boa pergunta, porém não respondi. Novamente voltamos ao silêncio. Analisei a sala por completo, sem ter nada mais interessante para fazer ou dizer. Havia uma estante de livros. Alguns eu conhecia. 

— O que faria se eu dissesse agora que tenho vontade de pular dessa janela? — Apontei para a parede atrás dele. 

— Seria a busca da morte, então perguntaria o porquê, tentaria entender seus problemas, as angústias, diria que há solução para tudo.

— Saberia disso antes mesmo de ouvir?

— Sempre há solução. É preciso força, Sasuke. E, principalmente, diria que você não está sozinho, tentaria fazê-lo lembrar pelo que vale viver: suas conquistas até aqui, planos e sonhos, as pessoas que o amam...

— Não quero pular. A não ser que fosse pela emoção da queda, sem a tragédia do impacto. 

Caso sincero, deveria ter dito: a garota acha que estou me matando, mas não quero morrer agora, estou pulando pela emoção, apesar de saber para qual fim tenho me guiado. Só quero me sentir vivo. Desligar do mundo, ainda assim, me sentir vivo. 

— Então qual o motivo da pergunta? 

— Ouvir a resposta. 

Meu cinismo não o abalou.

— Qual seria a sua? 

— Não sei. 

— Ainda bem que não está no meu lugar. 

— É. Ainda bem. Vendo os livros, só pensei: E se o paciente fosse Kirillov? Quis fazer um exercício mental para toda essa conversa não ser em vão. 

Ele riu. Tinha que rir mesmo. Eu que era o otário, estava pagando a hora. 

— Eu o trataria para epilepsia e o recomendaria não tentar se tornar Deus. Ler Dostoiévski? 

— Às vezes. 

— Já observou a figura da ponte constantemente presente nos livros? Como a maioria dos principais personagens se remoem, perdem-se em pensamentos até delirantes resultado da exagerada consciência e estão sempre tentando provar alguma coisa sobre si mesmo? 

— Não é o que fazemos todos, os inquietos? Tendo dores de cabeça na madrugada por tentar entender o incompreensível e numa luta incessante para nos provarmos dignos do nosso próprio julgamento? 

Ele pensou. Sorriu de novo, dessa vez concordando. 

— Acredita em Deus, Sasuke? 

— Sou satanista. Satanismo de LaVey. “Eu sou meu próprio Deus”. 

Mentia. 

Enquanto minha mãe era atéia e dizia “Estou bem, graças a Deus” quando a perguntavam como estava, no único intuito de criar alguma empatia, pois achava que as pessoas gostavam de ouvir isso; percebi aos 12 anos que se dissesse ser satanista quando algum religioso me perguntava sobre minhas crenças, isso evitava o trabalho de tentarem me converter. Meu pai ficava louco. 

Acredito apenas no universo e em suas leis físicas, mas não acho que irá interferir em minha vida de alguma forma ou fazer algo só pra me sacanear. O universo está pouco se fodendo para um insignificante apanhado de átomos como eu. 

Se o médico era religioso, ainda não podia afirmar com certeza. Mas foi a minha forma de dizer que o caminho comigo não seria tentar algum apoio com a espiritualidade. Afinal, Satã certamente não tentaria me afastar do que me dava prazer. Tudo é permitido. 

E quando relatei essa parte da consulta para Sakura ao nos encontrarmos à noite no bar, ela ficou paralisada por um tempo, a boca aberta e os olhos arregalados, parecia sofrer uma cãibra cerebral. Pensei até que fosse cair dura no chão. 

— Teria algum problema se eu fosse? — Perguntei seriamente.  

— Mas você é mesmo? — ela murmurou aterrorizada. 

Minhas palavras despretensiosas levaram-na a acreditar facilmente que eu era satanista; no entanto, convencê-la do contrário foi extremamente difícil. 


*

Em três semanas Sakura encontrou o apartamento ideal e mudou. Todo o processo foi relativamente rápido. A loira tinha um imóvel em mente, era no mesmo bairro burguês que já moravam. Cheguei a me oferecer para ajudar com a mudança, pintar, instalar lâmpadas, montar móveis, sei lá, esse tipo de coisa; mas não precisaram de mim. Elas contrataram uma empresa para fazer tudo. 

Convidaram-me, porém, para uma social no domingo. Pretendiam apresentar o apartamento para os amigos e depois subir para o terraço. Segundo Sakura, tinha churrasqueira, piscina aquecida e uma vista maravilhosa. Elas fariam a comida e os convidados deviam se encarregar da bebida. Pouca gente. Umas 10 pessoas no total. 

Sakura me pediu para levar o violão de Itachi, mesmo sabendo que meu lance não era esse. De todo modo, concordei; algumas músicas conseguiria tocar. É, achei legal ser convidado, mas só isso; festinhas em piscina e essa coisa de verão não fazia meu estilo. O que me deixou contente de verdade foi receber uma mensagem dela no sábado à noite. Dizia:

“Sem coragem de ir até aí. Estou cansada e amanhã tenho que acordar cedo para preparar as comidas. Mas quero te ver hoje. Vem pra cá dormir comigo.” 

A tal social não me animou muito, até porque eu sabia que nem poderia chegar perto dela; precisaria fingir e manter nosso envolvimento em segredo.  Porém, esse outro convite significou muito. Até então só nos encontrávamos no meu apartamento, Sakura nunca havia me chamado para ir a casa dela e dormir em sua cama. Para mim foi importante.

“Me espere nua” respondi. Uma brincadeira, ou não.  Peguei o violão e o presente, arrumei minha mochila num segundo para passar a noite lá. Fui na mesma hora. Paguei um táxi, alguns minutos a mais num ônibus só aumentariam minha saudade que já era grande demais para ser suportada facilmente. 

Quando Sakura abriu a porta, não me importei muito com os modos. Eu a empurrei para dentro, contive-a em meus braços e beijei em toda minha euforia de sentimentos. O período da mudança nos deixara mais afastados que de costume, não havíamos passado o último fim de semana juntos, e isso ferrava comigo, porque era só no bar ou em casa que podia chamá-la de minha, fora desses lugares não passávamos de colegas de trabalho. 

— Que pegada, senhor porteiro

Sakura afastou de mim toda desconcertada e fechou a porta sorrindo.

Ao olhar para o lado, de onde vinha a voz, notei a loira. Ela estava com um balde de pipoca da estrela da morte, que eu sabia ser do combo de cinema para Rogue One; assistia um filme em preto e branco.

— E aí? — foi o meu cumprimento. 

— Tô bem, Sasuke. E você? 

— Hm. 

— Hm? O que significa isso? 

— Ino, deixa ele em paz. — Sakura disse, segurando minha mão. Então me puxou casa a dentro. 

— Você precisa ensiná-lo a ser mais sociável, meu bem

O lugar era grande para duas pessoas, logo constatei. Nós passamos por um corredor com algumas caixas empilhadas e depois entramos no que entendi ser o quarto dela. 

— Estou por aqui se quiserem um ménage! 

Ela fechou a porta com força, abafando a voz elevada da amiga. Reparei em seu pijama de seda, estava gostosa nele. 

— Nem pense nisso. 

— O quê? 

— Não se faça de tonto. 

— Não fiz nada. 

— E esse seu olhar de safado é o quê? Está imaginando como seria ter nós duas?

Entendi a questão. 

— Qual é, Sakura, sua amiga fala besteira e eu que sou punido? 

Não houve resposta. Ela olhou para os lados, fugindo de me encarar. Sabia que estava errada. 

— Se qualquer um dos caras falasse algo parecido, tomava um murro na hora. 

— Espera que eu dê um murro na Ino?

— Não. Só estou dizendo que amigo meu não se oferece para pegar minha mulher. Nem Kisame seria louco o suficiente. 

— Ela só está brincando, é o jeito dela. 

Até gostava da loira, sabia que só era meio pirada das ideias. Mas de maluco bastava eu. 

— Se entre vocês é assim, legal. Mas aí não venha brigar comigo, como se a culpa fosse minha. E se quer saber mesmo… 

Coloquei o violão e a mochila num canto. Não tava querendo discutir tão cedo. Aproximei-me dela, empurrando-a contra a porta para beijar-lhe o pescocinho cheiroso, o queixo, os lábios… Sakura correspondeu imediatamente, arfou em minha boca, puxou-me pelo cabelo para um beijo incisivo. Ela conhecia o ritmo da minha língua, dançava junto; chupava meus lábios na hora certa, mordia devagar… Quando me afastei, só o fiz por uma necessidade natural. 

— Esse olhar é porque está gostosa pra caralho com esse shortinho. E os seus peitos tão uma delícia com esses biquinhos marcando a blusa. — Segurei os dois, enchendo minhas mãos deles. Sakura arfou de novo, levou as mãos até minha calça, apertou dolorosamente.  Parecia tão necessitada quanto eu. Havíamos nos tornado o vício um do outro. 

— Acho que o Sasukão está cheio de saudades. 

Tive de rir. Sasukão foi de matar. Só não era pior do que algo como Sasukinho. 

— Não vai morrer se falar pau, sabia? Não me importo se disser em voz alta o que está pensando.  

Ela me afastou um pouco, mas encostou o rosto no meu. Nossos narizes ponta com ponta, ambos olhares embargados de desejo buscando um pelo outro. As palavras foram ditas quase dentro de minha boca:

— Estou pensando que quero chupar o seu pau, agora. Colocar tudo na minha boca até engasgar, do jeito que te deixa louco. 

Umedeci os lábios, embora não estivessem secos. A confissão provocou aquela sensação esquisita em minha coluna, um arrepio poderoso, como se apenas ouvir suas perversidades fossem suficientes para me matar com uma descarga elétrica. 

— Então ajoelha — respondi, antes de encostar nossos lábios e novamente beijá-la com a urgência e ritmo que se encaixava tão bem entre nós. — Porque eu adoro foder essa sua boquinha.

Sakura ajoelhou, tirou a blusa. Eu também tirei a minha de forma apressada. Ela baixou minha calça em suspense, parecia não saber que cada segundo de espera me causaria dor. Olhou-me com aqueles olhos de inocência e pecado, olhos que me chamavam para entrar no mar, de onde eu sabia que nunca conseguiria sair, porém seduzido demais para desviar. Ela segurou meu pau entre as mãos, movimentos lentos; queria me torturar. 

Eu praguejei, desesperado para que me trouxesse o alívio; gemi ao sentir a umidade de sua língua na primeira lambida. E quando colocou na boca, foi o meu paraíso; perdia-me de prazer em sua avidez para me chupar igual doce e tentar abocanhar tudo. A sensação de alcançar-lhe a garganta, sucedida pelo movimento rápido de quando voltava e passava a língua na cabeça era gostoso pra caralho. Precisei encostar o braço na porta para não perder as forças e cair. 

— Desgraçada… me viciou em você. 

O corpo retesou. Ela viu que eu estava por um fio e me tirou da boca. Eu gozei nos peitos dela, mais uma vez. 

Sakura levantou rápido, esbanjando seu sorrisinho de trabalho cumprido, mas eu continuei parado, a cabeça apoiada no braço encostado na porta. Trêmulo, o coração a mil, pensei que iria infartar. Mas me recuperei. E não pensei duas vezes antes de pegá-la no colo e jogar na cama.  

— Que selvagem. 

A minha resposta foi tirar-lhe logo aquele shortinho safado e me arrumar na cama com a cabeça diante do quadril feminino. Dessa vez quando puxei a calcinha, não salivei apenas por ver quão molhada ficava para mim, sua demonstração clara de como se excitava por me chupar. Estava diferente. Molhadinha e lábios lisos como sempre. Mas havia pelinhos róseos na testa. 

— Você disse da última vez que tinha curiosidade  sobre como seria aí — murmurou incerta. — Ficou ruim? 

— Não. — Umedeci os lábios, doido para chupar aquela coisa linda. — Se eu pudesse, tiraria uma foto e colocava num quadro. Mas como sei que não vai me deixar fazer isso, vou memorizar cada detalhe. E toda vez que for bater uma agora, vai ser pensando na sua boceta assim. 

Sakura mordeu os lábios, e abriu as pernas ainda mais, expondo-se completamente para meu prazer. Sem perder tempo, passei o dedo por cima. Embebedeio-os. Embora tivesse gozado forte há tão pouco tempo, fiquei duro de novo só de chupar meus próprios dedos melados dela, vendo-a deitada daquele jeito para mim: as pernas abertas em v e minha porra nos peitos. Excitante demais. 

— É bom? — sussurrou em provocação. Sabia a resposta. 

— Delicioso. 

— Então por que não me chupa logo? 

A expressão de safada que fazia me deixou com vontade de apertar-lhe o pescocinho fino e dar alguns tapas no rosto enquanto metia forte. Ela merecia, e com certeza gostaria disso. Mas também merecia ser chupada. E eu chupei, tomando mais uma dose do seu veneno doce.

...

Sakura esfregava os seios e a barriga com um esponja embaixo do chuveiro para limpar meus vestígios. A banheira enchia, ficava num espaço separado do box. O banheiro dela era enorme, maior que a minha cozinha provavelmente. Considerei que a resposta dela fora modesta ao recusar minha proposta de ir morar comigo. Meu apartamento em nada se parecia com sua casinha de barbie.  

Mas não fiz nenhum comentário sobre isso, não havia razão senão chamá-la de comunista de rolex. Era patricinha, sem dúvidas, mas também trabalhava bastante pela ONG, tanto quanto eu sabia que o dinheiro para seus custos pessoais era totalmente honesto, ela tinha ações na empresa e recebia dividendos. Não que eu também devesse saber disso, eram só informações coletadas para meus fins como Pirate Roberts. Bem, em silêncio, tendo pego a mochila, apenas encostei  na pia e abri a embalagem do presente. 

— O que é isso? — ela questionou, saindo do box e parando diante de mim.

— O meu presente. 

— Presente? 

— É. Quando tem esse tipo de festa as pessoas não levam alguma coisa? Izumi me pediu um sofá quando foi morar sozinha. 

— Você deu? 

— Não. Falei que o namorado dela era outro Uchiha. 

— Malvado. 

— Ela mandou eu me foder. Fui bonzinho que depois ainda comprei um pufe. 

— Muito bonzinho. Um anjo, com asas e tudo. — Sakura olhou as embalagens. Sorriu grande, aparentou gostar do que via.  — Espuma e óleo de banho?

— Foi a primeira coisa que pensei quando me falou da sua nova banheira, grande e maravilhosa

— E essas velinhas bonitinhas? 

— A vendedora percebeu que eu era um otário em potencial e me empurrou isso junto. Não soltam fumaça. Tem o difusor também. — Mostrei a garrafinha decorada e os palitos na caixa.

— Obrigada, vida. Eu amei. — Ela me beijou rápido. Deu-me as costas depois, saindo com as coisas em mãos. Deixou-as na borda da banheira, perto da cabeceira. — O que acha? — Mas não me olhou ao perguntar, estava nua inclinada alinhando as velas. E eu não era de ferro para resistir àquela bunda quase de quatro virada pra mim, toquei-me apreciando a visão. Ela então virou. — Sasuke! O que está fazendo? 

— Me preparando para comer você aí dentro. 

— Céus, pare com isso. Acabamos de fazer

Eu ri, mas atendi o pedido. Ela voltou a virar, desligou a água e derramou um pouco do shampoo para espuma. Abri a mochila novamente e peguei o isqueiro, dispus-me a acender as velas, principalmente porque me encostava em Sakura durante o processo. Eu mais me esfregava nela do que prestava atenção na atividade. 

— Só dormiremos hoje depois de foder em todos os cantos desse quarto. — Confidenciei em seu ouvido. — Na varanda, na banheira, em cima da pia, até dentro do seu armário… Pretendo fazer uma avaliação completa do imóvel. 

— Entendi. Uma avaliação. 

— Exatamente. É preciso ver as condições da mobília. Por exemplo, essa pia… — Virei-a entre os braços, num impulso a coloquei sobre a bancada de granito, por fim posicionando-me entre suas pernas. —  A altura é perfeita. — Fiz os movimentos de vaivém, verificando que não teríamos dificuldade para transar naquela posição. Era a altura para o encaixe certo, sequer precisaria baixar um pouco o quadril para encontrar o dela.  — Percebe? 

— E o que mais deve ser avaliado, senhor corretor

— O tamanho do box. Bom, mas só de olhar o seu já dá para perceber que não terei dificuldade de te empurrar no vidro quando precisar.  Agora a sua cama… — Fiz minha melhor expressão de reprovação.

— O que tem minha cama?

— Grande demais. 

— Sério? 

— É. 

— Quem reclamaria de uma cama grande? 

— Alguém que gosta de dormir agarrado e sabe que a mulher em questão é tão espaçosa, que com certeza irá preferir usar todo espaço disponível e evitar o contato. 

Sakura riu. 

— Posso ser espaçosa, de fato. Mas também gosto de dormir de conchinha com você, embora literalmente fique agarrado em mim. Sabe, não vou fugir no meio da noite, se é o que tem medo. 

— Hm. Sendo assim, a cama também foi aprovada; até porque, por outro lado…

— Sim? 

— Quando ficou de joelhos nela, e eu em pé, deu para te pegar de 4 perfeitamente. 

— Não sei o que fazer com você, seu safado. 

— Sabe exatamente o que fazer comigo. 

Ela riu de novo. Me empurrou para pular da pia. Apagou as luzes. 

— Se não entrarmos logo a água vai acabar esfriando. 

— Só falta a música — eu disse. Saí para pegar o celular no bolso da calça ainda jogada no chão da entrada do quarto. Quando voltei, Sakura já estava imersa nas espumas. — The Beatles? 

— Não. Eu amo, mas é melhor algo relaxante. 

— Debussy? — Lembrei de ela confessar gostar no dia do apagão. 

Sakura pensou. 

— Algumas seriam perfeitas, mas nem todos se encaixariam. Por que não fazemos uma lista agora? Mariage D'Amour, Nocturne, Clair de Lune. 

Entendi o que queria. 

— Moonlight, Silence?

— Isso. Algumas do Yiruma...

Fiz uma seleção rápida, deixei o celular na pia e entrei na banheira, arrumando-me atrás dela. Sakura se encaixou entre minhas pernas, a cabeça encostada em meu peito, minhas mãos acariciando sua pele sob a água. 

O banheiro estava bonito à luz de velas. E quando fechei os olhos para apreciar melhor o momento, o cheiro agradável da essência também se tornou perceptível. Foi bom ficar com Sakura daquele jeito, não haviam pensamentos inquietantes, apenas um estado de meditação em que o mantra era apreciar nosso singelo contato, sua pele na minha, o coração tranquilo e a vontade de viver eternamente naquele instante. 

Ela acabou dormindo em meus braços. Eu a enrolei com seu roupão felpudo, estava grogue demais para se secar sozinha, e deitei-a na cama com todo cuidado. Não dormi tão cedo naquela noite, mas não foi pelo tormento de uma insônia; tudo se deu pelo extasio da observação do objeto adorado. Em silêncio e paralisado pelo encanto velei o sono do meu amor.


Notas Finais




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