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História Wonderwall - VIII


Escrita por: heart-shaped

Capítulo 8 - VIII


Fanfic / Fanfiction Wonderwall - VIII

No papel entregue pelo morador de rua, constavam três endereços e Holmes pretendia visita-los de acordo com a ordem na qual estavam escritos.
O primeiro era de um estabelecimento na esquina da mesma rua da cafeteria. Chegando lá, encontraram um outro morador de rua acenando para Sherlock.
Os passos de Holmes aceleraram, sendo difícil para Watson acompanhar. O cacheado parecia estar muito animado com a possível pista que iriam conseguir.

- Sammuel! O que tem para mim?

- Ei, Sherlock! – o senhor tinha uns cinquenta anos. Seu cabelo grande e bagunçado prendia a atenção do loiro. – É sobre o crime naquela cafeteria, né?
Os dois garotos assentiram, preparando-se para escutar atentamente.

- Bem, eu estava aqui no dia, desde as nove da manhã. Achei estranho que eles não abriram! De vez em quando, uma das funcionárias me dava um lanchinho. – o homem riu, mas logo lembrou que o assunto era grave. – Enfim, eu vi a hora em que o dono do lugar chegou com uma maleta marrom clara.

- Ótima observação! – Sherlock sorriu. Sammuel era seu informante mais observador.

- A maleta chamou minha atenção, quase ninguém usa hoje em dia! Muito menos daquela cor. – ele deu de ombros. – Uns dez minutos depois, chegou outra pessoa.

- Quem? – John sussurrou, entretido na narrativa do senhor.

- Eu não faço ideia! Era um homem tatuado e um pouco mais alto que o Sherlock.

- Algo a mais para nos dizer? – Holmes perguntou, demonstrando que aquilo não era suficiente.

- Ah, eu acredito que ele era latino! Cabelo preto, curto, roupas escuras. Aliás, já devo tê-lo visto por aí.
O moreno olhou para o segundo endereço em seu papel e logo identificou ser de uma região com comércios latinos. Estava próximo!

- Obrigado pelo auxílio, Sammuel. – acenou com a cabeça e saiu rapidamente.

- Para onde vamos agora? – Watson tentava acompanhar o passo do outro, para variar.
Eles estavam mais à frente da rua, com Holmes esticando o braço e chamando um táxi.

- Vamos encontrar informações sobre o criminoso!
 

Durante o trajeto, a mente de John pensava em tudo que tornava aquele próximo destino perigoso. Podiam estar indo para o local em que o criminoso morava ou trabalhava! Não parecia ser a melhor das ideias... Porém, a adrenalina que corria pelo corpo do loiro o convencia a continuar. O sempre tão correto John Watson estava encantado pelo perigo e as sensações que este oferecia. Principalmente vivenciando isso ao lado de Sherlock.

- Alguém aqui dentro saberá nos dizer quem estamos procurando. – Holmes disse, antes de empurrar a porta.
Tratava-se de uma loja de antiguidades, totalmente vazia. Os itens eram bem velhos e não tão cuidados quanto deveriam. A poeira do lugar já incomodava Watson, que falhou em conter alguns espirros.

- O que vocês estão procurando? – uma senhorinha sorridente se aproximou.
Nenhum dos dois pôde identificar de onde a mulher havia saído, mas resolveram ignorar o fato.

- Bom dia, senhora. Estamos procurando informações sobre uma pessoa. – o moreno foi direto ao ponto.
O semblante da senhora se alterou instantaneamente e ela olhava desconfiada para os dois.

- Fique tranquila, ficará só entre nós. – Sherlock disse baixinho.
A mulher ponderou por alguns segundos, olhando ambos de cima a baixo.

- Venham. – ela virou e caminhou até os fundos da loja.
Os dois a seguiram e, como imaginado, John olhava todo o local temeroso.
Chegaram a uma pequena área contendo uma mesa redonda e três cadeiras. A mulher sentou-se em uma e fez menção para que os garotos a imitassem.

- Quem procuram?

- Um homem com mais de trinta anos, latino, com tatuagens e cabelo preto. É um pouco mais alto que eu e deve estar envolvido com os comércios da cidade.
A senhora cerrou os olhos, analisando os dois adolescentes.

- Cinquenta libras e eu falo.

- Cinquenta? – a boca de John se abriu incrédula.

- Sem problemas. – Holmes tirou a quantia do bolso e entregou a mulher, espantando ainda mais o amigo.

- Sherlock! É muito dinheiro! – Watson sussurrou perto do ouvido do moreno.

- Shhhh. – Holmes sussurrou de volta e colocou uma mão sobre a de John.
O rosto do loiro se avermelhou na hora. Ele entendeu o contexto do toque do outro e não entendia porque estava tão atônito com aquilo! Era algo simples, apenas uma forma de pará-lo. John dizia a si mesmo que devia parar de sentir-se tão estranho a cada toque do cacheado.

- Creio que estejam atrás de Jack Morello. Ele faz parte de uma gangue que pensa estar ajudando os comerciantes da região, mas na verdade, só os usa para seus próprios interesses.
A mulher demonstrava desprezo pelo assunto.

- Eu fico feliz que eles nunca tenham se interessado pela minha loja! E digo a vocês... Tenham cuidado. Muito cuidado. – ela continuou, guardando o dinheiro recebido antes.

- Nós teremos, senhora. – Holmes levantou e se despediu com um aceno.
John agradeceu por finalmente saírem daquele lugar, principalmente por se ver livre daquela quantidade de poeira.

- E agora? – um último espirro interrompeu Watson. – Qual o último endereço?

- Paciência, John. – o sorriso de Sherlock e o modo como pronunciou o nome, fizeram John sorrir bobo.
Apesar de se corroer de curiosidade, teria paciência. As surpresas de Holmes eram tão fascinantes que ele não se importava em esperar, nem em segui-lo cegamente.
 

Assim, caminharam por duas quadras até Sherlock parar na frente de um restaurante chinês.

- É aqui? – John perguntou, estranhando o local.

- É aqui que iremos almoçar. – Sherlock abriu a porta para que o loiro passasse.

- Eu nem me lembrava do quão faminto estou! – John riu e foi se dirigindo para uma das mesas.

- Imaginei. – o moreno sentou-se de frente para o outro, pegando o cardápio. – Pode pedir o que quiser, eu conheço a dona e tenho cortesia.

- Cortesia? – ele lançou um olhar rápido, enquanto também olhava o cardápio.

- Sim. Há uns meses, tiveram um problema de roubo de estoque e eu descobri ser o filho dela. – com um sorriso divertido e vanglorioso, passou a fitar o loiro. – A cortesia foi o pagamento por meu serviço.

- Uau, Sherlock! Isso é tão legal! – o brilho nos olhos de Watson voltou.
Fizeram seus pedidos e almoçaram sem pressa. Sherlock optou por não discutir sobre o caso, tentando propositalmente deixar Watson no escuro. Ele adorava as expressões de surpresa e admiração do garoto e faria de tudo para sempre recebe-las.

- Diga-me, teve de ouvir um sermão de Lestrade ontem à noite? – Holmes revirava sua refeição desinteressado.

- Mais ou menos. – o loiro balançou a cabeça para os dois lados. – Ele ficou chateado por eu ter me metido em um assunto tão sério, mas era mais preocupação mesmo. Já estamos bem.

- E quanto a mim? Não disse que sou uma má influência? – o tom era de deboche.
Todavia, internamente, Sherlock tinha muito medo de que isso tivesse acontecido. Greg sabia de muitas coisas sobre ele e tinha medo de que tivesse revelado para John.

- Não. – Watson deu uma pausa para mastigar. – Ele só me pediu para tomar cuidado e disse esperar que eu coloque juízo em sua cabeça.
John riu baixo e nem percebeu o suspiro de alívio do cacheado. Pensando melhor, este já sabia que Lestrade não havia contado nada, pois se isso tivesse acontecido, Watson certamente agiria diferente desde o momento em que se encontraram. No final, viu que podia confiar na discrição do policial da Scotland Yard.

- Você sempre resolveu casos? – ao terminar de comer, o loiro quis saber mais sobre o outro.

- De certa forma, sim. – os dois se olhavam nos olhos. – Eu sempre gostei de observar o que as pessoas normalmente ignoram e em determinado ponto, vi ser algo aplicável de diversas formas no cotidiano.

- É incrível que alguém tão jovem seja tão inteligente!

- Oh! Só não me chame de gênio, ok? – Sherlock disse sério, segurando a risada.

- Claro que não... Gênio. – John riu, contagiando o moreno.
 

Ao saírem do restaurante, verdadeiramente sem precisarem pagar por nada, tomaram a direção para o terceiro endereço. Para esse, precisaram utilizar o GPS do celular, pois era um tanto afastado do centro da cidade.

- Parece ser um armazém abandonado. – John disse, ao ver as imagens via satélite na internet.

- Pode ser o local em que a gangue se encontra. – Sherlock falou sem deixar de caminhar, olhando vez ou outra para o celular nas mãos do loiro.
Os passos seguiam-se em um ritmo calmo, sem muita pressa. Até que mudaram.
Uma eletricidade, já conhecida, atingiu todo o corpo de Sherlock quando a mão livre de John segurou seu pulso. Sem pararem o movimento, apenas reduzindo os passos sutilmente, Watson aproximou seu rosto do ombro do moreno.

- Estamos sendo seguidos.


Notas Finais


Oi, gente!
Normalmente, eu sempre agradeço por vocês acompanharem e etc. Dessa vez, quero reforçar isso! Eu estava tendo vários bloqueios com essa fic, apesar de querer muito escrevê-la.
Os favoritos e os comentários de vocês estão me animando bastante e são o principal o motivo para eu estar postando com mais regularidade. Tô bem mais conectada com a história e cheia de ideias! Então, super obrigada <3
Espero que tenham gostado desse capítulo também!


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