1. Spirit Fanfics >
  2. Words for love >
  3. Susto

História Words for love - Susto


Escrita por: porquINO e MFurukawa

Notas do Autor


Os personagens de Naruto não nos pertecem, obviamente, mas o enredo é de nossa autoria.

Espero que gostem do começo da história e de uma chance para ela feita com carinho por eu e pela ogra May.

Capítulo 1 - Susto


 

Os flash coloridos  chamavam atenção no ambiente escuro junto com a movimentação dos corpos suados que insistiam em deslizar ao som da música um sobre o outro. A batida animada alta estimulava os movimentos conforme a garota sentada mais ao canto puxava o cardigã lilás para cobrir o máximo de pele que conseguia por mais que o ambiente estivesse quente. Vez ou outra alguns rostos desconhecidos encontravam o seu, mas nada que o olhar durasse tanto tempo já que rapidamente focava sua atenção no grupo de amigos que estavam na mesma mesa que a sua e competiam em falar mais alto que a música que tocava. 

Não era nem de longe seu ambiente favorito e por mais que detestasse qualquer lugar que a obrigasse  a interagir com outras pessoas, de vez em quando sua irmã a obrigava a seguir os conselhos de sua antiga psicóloga em integra-lá a saídas com outros adolescentes de mesma idade, mas nem sempre surtia o efeito que desejava.

O copo de coca-cola gelado escorria algumas gotículas conforme descongelava, já não aguentava mais beber refrigerante conforme a pressão em sua bexiga a avisava que tinha que ir o mais rápido possível ao banheiro. 

Contraiu as coxas esfregando-as umas sob a outra disfarçadamente enquanto dirigia suas órbitas para a garota de cabelos rosas nomeada Sakura, sua companhia para todos os momentos que deixava muito claro que não poderia perambular pela balada sozinha, porém ao ver seu largo sorriso com  as conversas com as outras pessoas parecia um pecado  incomoda-lá para ir consigo ao banheiro. Hinata detestava ser um incômodo. 

Repassou o caminho em sua cabeça antes de se levantar e  não ser notada, se aproximou do aglomerado de pessoas na pista de dança onde teria que se espremer entre as pessoas para tentar passar já que Sakura não estaria ali para berrar para aqueles desesperados saírem do caminho e teria que vez ou outra ouvir alguns resmungarem “Mal educada” conforme passava, mas nada fora do que estava acostumada; Fora do comum, na verdade, era a multidão localizada em uma área circular que não tinha das outras vezes que precisou ir ao banheiro e por mais não sentisse vontade de ver o que acontecia ali, teria que se aproximar e passar por ela se desejasse chegar em seu destino. 

Respirou fundo antes de se espremer sofridamente entre as pessoas que não pareciam perceber que atrapalhavam  o caminho e talvez na intenção de ajudá-la uma mão tocou suas costas antes de empurra-la em direção ao centro da roda. Tropeçou em alguns pés antes de bater no corpo de alguém e olhar em volta tentando reconhecer o que tanto atraia olhares no meio da roda, eram apenas dois garotos. Antes que pudesse sinalizar um pedido de desculpas uma rajada  de vento agitou seus cabelos no lado esquerdo provocada por uma mão, mais precisamente um soco que por milésimos de segundos não atingiu seu rosto. Tão rápido como veio parar no centro o incidente quase aconteceu provocando alguns gritos assustados. 

— A garota! – Ouviu alguém dizer mas não sabia quem e tão pouco desejava saber estando paralisando. Seu coração batia forte no peito e sua respiração estava acelerada quando levou a mão a própria bochecha esquerda para ter certeza que não tinha atingida. Um par de mãos segurou seus ombros puxando estranhamento seu corpo da direção dele e seus olhos finalmente focalizaram na figura masculina de lábio inferior cortado, por onde escorria uma brecha de sangue. 

Não pode olhar muito quando o toque sob seus ombros se dirigiu para o antebraço onde um puxão foi tomado conforme era puxada para fora da multidão, da pista de dança e da própria balada. O pavor de estar sendo arrastada por um desconhecido não apareceu, pelo contrariu, parecia muito tranquilizada por estar sendo tirada de toda a bagunça que aquele lugar era. 

Ao alcançar o lado de fora, o jovem rapaz virou-se para a garota analisando cada pequeno detalhe de seu rosto procurando algum sinal de ferimento enquanto a garota se encolhia no cardigã com a friagem da noite. 

— Você está bem? – Perguntou aproximando uma mão para retirar o cabelo que escondia o lado esquerdo que jurava ter atingido. Hinata deu um passo para trás antes que ele pudesse toca-la e ele entendeu o que queria dizer com aquele singelo passo. 

Aguardou a resposta da garota mas esta não veio apesar de seus olhos estarem sob si. Hinata observou o cabelo loiro bagunçado, as sobrancelhas claras alinhadas sob os olhos azuis expressivos, o nariz e os lábios cheios manchados de sangue que ainda escorria mas não se pronunciou, não poderia nem se quisesse. 

Virou-se dando as costas indicando que sairia andando mas antes que pudesse dar um passo um par de mãos agarraram seus ombros de forma íntima virando-a novamente para a visão do garoto. Encolheu-se dentro do toque e o garoto rapidamente largou-a temendo ter machucado a desconhecida que parecia tão frágil aos seus olhos. 

— Machuquei você?  

A garota quis responder com um pedido de desculpas como qualquer outro faria e sairia dali sem um peso a menos  na consciência, mas nem de longe estava em suas capacidades previstas quando virou novamente  seu corpo para sair da presença do garoto que permitiu-a se afastar, fez questão de olha-lo com receio uma última vez como se apenas aquele olhar  seu pedisse desculpas e indicasse que estava tudo bem. Mais uma ilusão sua, pois o loiro a olhou como se ela o tivesse largado sozinho no espaço. 

Precisava achar Sakura antes que esta se desesperasse, precisava  dar a entender que ela ainda estava inteira e que existia e que claro, após o susto,  iria embora dali. Poderia usar a desculpa de estar zonza pela bebida, mas nunca colocou uma gota de álcool na boca e ninguém venderia nada pra ela ali. Quando estava para desistir de procurar a rosada, ela veio em sua direção irritadíssima indicando que  mataria um. Como nada podia dizer, ergueu as mãos e fez a pergunta imaginaria que deu a entender que queria saber o que tinha acontecido. A maior só balançou a cabeça em negação e enganchou no braço da irmã para saírem dali.

 

— Hurg, já disse que não foi nada, Hinata! Para de me cutucar. — Finalmente reclamou depois da morena tê-la cutucando pela vigésima vez, mandando sinais de perguntas e respostas como: "Foi algum garoto?", "Está totalmente lúcida?", "Alguém te atacou?". Hinata sempre andava com o caderninho para fazer com que sua comunicação com as pessoas fosse mais rápida, mas quem levaria um caderninho para uma boate e leria com aquelas luzes piscando sem parar?

 A pequena desistiu e cruzou os braços frente ao peito, não se importando com o bico que formou em sua boca e a visão infantil que tinha mostrado.

 

 Assim que o táxi as deixou em frente ao seu prédio, não perdeu tempo de erguer o queixo e sair do veículo, dando a entender que a deixaria em paz o resto da noite.

Cumprimentaria como sempre o pai se não estivesse sentido a pressão em sua bexiga se dando  conta que não havia usado o banheiro e não suportaria mais aguentar, correu na direção de sua salvação. 

— Hina? Está tudo... Bem? – Seu pai perguntou inutilmente atrás da porta do banheiro, preocupado com a filha que poderia  estar tendo algum colapso ou coisa pior. Foi respondido  com um sorriso e dois joinhas da pequena, o que o aliviou de certo modo — Então... Se divertiram?

 Hinata fez cara de cansaço junto com o  sinal que indicava que iria para seu quarto, dando a entender que necessitava  dormir somente com as mãos.

 

As irmãos dividiam o quarto, o que deixou a birra de Hinata maior. Como ela podia não contar o que tinha acontecido? Se ela aparecesse vomitando semana que vem não iria ajudar mesmo! Quando virou o rosto no travesseiro ficou mais irritada pelo fato da irmã já estar dormindo. Foi quando resmungou baixinho e escondeu todo seu corpo no edredom, pedindo a Deus para dormir o mais rápido possível. 

 

 

                           ___

   

 

— Hina, por favor, para com isso não foi nada, apenas um garoto me atormentando. Não te disse porque fiquei com medo de você não querer mais sair comigo ou sei lá. — Omitiu a verdade pois sua irmã mais nova fingia que, desde o café da manhã, não ouvia nada  que ela dizia e  a estava irritando. 

   Hina relaxou os ombros.

 — Certo então. – E foi para seu guarda roupa pegar a calça do uniforme escolar, o que era briga todo dia com Sakura.

— Você não pode usar a saia do uniforme pelo menos uma vezinha? Você se integraria com outros bem mais  se usasse o uniforme para garotas. 

  — Não preciso ir a escola arrumada, é só a escola.  – Sua resposta só fez a maior revirar os olhos e implorar com os olhos, a fazendo olhar para a saia xadreza pendurada no cabide. – Só hoje. – Indicou com as mãos apontando um dedo para a irmã, levando a saia enquanto via a animação dela. Não via necessidade de dizer que quase apanhou de um estranho na festa obviamente assim como não tinha que dizer a ninguém que aqueles olhos assombraram seus sonhos a noite. – Vamos, o ônibus logo vai passar pelo ponto. – Concluiu depois de ambas prontas, pegou tudo necessário e saíram do seu quarto, pronta para a prisão, como chamava Sakura. 

 

 

Foi deixada na porta de sua sala pela irmã mais velha e caminhou para seu assento na frente da sala onde poderia prestar atenção na aula, não que fosse se distrair com conversas se sentasse mais atrás mas gostava de sentir que poderia ser independente sem pedir ajuda a seus colegas de turma para fazer perguntas aos professores. Alguns cumprimentos de “Bom dia” foram desejados a ela que respondeu a mesma coisa em língua de sinais fazendo-a se sentir ainda melhor com alguns que tentavam repetir o mesmo movimento. 

Em determinado momento da aula se questionou se deveria contar a sua irmã o ocorrido da noite passada mas a duvida não pendurou muito tempo quando lembrou-se que não queria preocupa-la. Desde de muito nova Sakura fez o possível e o impossível para proteger a irmã de pessoas que não entendiam e sabia que a faria se sentir completamente incapaz por ter deixado-a sozinha por alguns instantes, então a vigia iria aumentar e ainda menos momento sozinha teria e a última coisa que Hinata desejava é que a vissem como incapaz de ficar sozinha ou ir ao banheiro em uma festa. 

Levantou-se quando ouviu o sinal que indicava o intervalo do almoço e se dirigiu até a porta da sala onde Sakura  já esperava-a como sempre na porta, as duas entrelaçaram os braços e caminharam do corredor até o refeitório. 

Os grandes e verdes rodearam o refeitório em busca de uma pessoa e quando encontraram cintilaram em animação, porém antes que pudesse rumar as pernas até Temari parou-as ao ver com quem ela estava acompanhada. A blusa social feminina tinha dois botões abertos que exibiam os seios mais que o necessário, um pequeno nó na lateral da cintura exibindo a pele da barriga e a saia era praticamente dois palmos menor que o permitido pelas regras da escola, uma violação total do uniforme escolar e que recaí sobre as costas da presidente do conselho estudantil do último ano, Sakura Hyuuga. 

Temari no Sabaku era sua companheira desde que assumiu a presidência sendo a vice-presidente que poderia rezar aos céus, era uma garota responsável e durona, por isso não encontrava motivos para ela andar com uma pessoa como ela que violava totalmente todas as regras de conduta da escola. A rosada já estava farta de pedir para Temari conversar com a amiga e pedir para que ela se comporta-se como uma pessoa respeitável ao menos na escola mas até então efeitos não tinham vindo a surgir, esperava do fundo do coração que neste momento ela estivesse falando sobre isso com a amiga porque Sakura se recusava a pedir qualquer coisa para a irresponsável Ino Yamanaka depois de ontem à noite. 

Sentiu um toque mais forte sobre seu braço e virou-se para a morena ao lado, percebendo que tinham parado de caminhar, rapidamente rumou até a fila da cantina pegando as bandejas de comida e sentando-se na primeira mesa vaga que encontraram. 

De longe a rosada avistou Shikamaru sentado em uma mesa mais atrás e acenou com a mão para ele indicando que falaria consigo mais tarde, foi quando uma garota ruiva entrou em seu campo de visão com uma saia totalmente fora das regras escolares e sabia muito bem de quem vinha esta influência. Bufou revirando os olhos a tempo de ver Hinata juntar as sobrancelhas.

— Hinata, você acha que é pedir demais para que utilizem uma saia de no máximo um dedo a cima do joelho? – Questionou e a morena rapidamente negou com a cabeça. – Eu também não acho, mas visivelmente há pessoas que não conseguem compreender. 

A Hyuuga mais nova olhou em volta procurando quem ela se referia e mais atrás encontrou a loira que a minutos atrás dominavam os pensamentos da rosada. Já sabia dos problemas e cobranças que caiam em cima da irmã por causa do comportamento dos outros. 

— Já pensou em pedir para ela? – Falou em libras recebendo uma risada sarcástica como resposta. 

— Oh, eu já até implorei para Ino Yamanaka usar a bendita da da saia do jeito certo e da pra saber que não deu muito certo. 

— Sinto muito. – Sorriu tentando reconforta-la.

— Eu também. – Suspirou passando as mãos sobre os cabelos e uma lembrança percorreu sua mente. – Ah, eu não vou poder te acompanhar até em casa hoje, tenho reunião do conselho e provavelmente não vou poder amanhã também, tudo bem? – Hinata concordou com a cabeça e Sakura agradeceu por ela ser tão compreensiva, mas isso não diminui a preocupação de deixar a irmã caminhar sozinha até  em casa, sabia que ela já era crescida e que gostava de fazer estas coisas sozinhas só que  isso não diminuía o medo que assombrava a irmã. – Obrigada por compreender, depois te pego um milkshake no “Paradys”. 

— Vou cobrar. – Piscou um olho observando Sakura soltar uma gargalhada e voltar a comer. 

 

 

                          ____

 

 

Foi antes de sair da escola que preferiu vestir um agasalho ao sentir o clima esfriar e rumou em direção ao ponto de ônibus mais próximo que ficava a poucas quadras da escola, assim como sua lanchonete favorita em uma rua nem tão movimentada. Ao passar em frente lembrou-se de nunca ter visitado-a nesse horário e não resistiu em dar uma olhada pelo vidro do estabelecimento o que não lhe deu muito tempo para perceber a cabeleira loira vestindo o avental antes de passar direto pelo lugar.


Notas Finais


Duvidas, críticas e comentários são bem vindos.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...