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História Workaholic - Capítulo Quinze


Escrita por: Mschinder

Notas do Autor


Olá, meus bolinhos, voltei!
Eu sei, eu sei, demorei, mas o que importa é que estou sempre aqui e não queria terminar o ano sem portar nada para vocês. Ou seja: mais um capítulo fresquinho dessa trama para aproveitarem durante as festas! E tenho uma promessa: logo depois do dia 03 ou 04 vou estar de volta com mais um, ok? Sem demoras prolongadas dessa vez, porque o próximo já está escrito.

E tenho uma surpresa: já escrevi a cena do beijo <3. Agora, vocês podem ficar imaginando quando vai rolar!

Enfim, boa leitura!

Capítulo 15 - Capítulo Quinze


A correria de um dia a dia de pessoa normal, que trabalha oito horas para sobreviver, não era algo com o que Naruto estava acostumado. No entanto, quando faltavam menos de duas semanas para o prazo final que seu pai lhe dera e para o casamento de sua prima, ele já estava acostumado à rotina de proletariado. Na verdade, todos os funcionários do hotel e os clientes o adoravam e queriam trabalhar com ele.

Contudo, estava claro nos olhos azuis e na expressão desgostosa que não importava o que havia conquistado: Naruto não estava feliz.

— Vamos, Himawari? — Ele perguntou, esperando a menininha terminar de pegar as coisas.

Naquela manhã, Naruto havia ido buscar Himawari para levá-la a escola, como a ótima babá que se tornara. Ele era muito bom com ela e com todos os coleguinhas que a menina cismava em apresentar para ele. Para a surpresa de Hinata, Naruto estava participando de quase todas as atividades na escola da menina – as mesmas atividades para as quais ela nunca tivera muito tempo – e Himawari estava radiante por causa disso.

Com a filha feliz, Hinata não podia estar mais feliz. No entanto, ela estava começando a se preocupar muito com Naruto.

Em um impulso, enquanto a menina corria para o elevador e eles se preparavam para sair, Hinata segurou o antebraço dele. O herdeiro parou, surpreso com o contato repentino, mas não se afastou da mulher. Muito pelo contrário, ele ficou observando-a com olhos brilhantes e cheios de expectativas.

Se havia algo de bom em viver sem a fortuna do pai e tendo que trabalhar em algo que detestava, era que Naruto tinha a oportunidade de passar algum tempo com Hinata. Mesmo que esse tempo tenha sido reduzido pela metade, já que acabava passando mais tempo com Himawari – não que isso fosse ruim, a menina era divertida e uma gracinha, mas o herdeiro queria mesmo uma oportunidade de voltar a ficar sozinho com a estilista.

— Naruto —, Hinata começou de maneira gentil, mesmo depois daquele breve momento de silêncio —, depois, nós podemos conversar?

A boca de Naruto quase caiu aberta, porque aquela era justamente a oportunidade que ele estava pedindo aos céus para ter. Sem saber realmente como dizer sem se animar todo, ele apenas acenou positivamente com a cabeça.

— Ótimo, então, quando for deixar Himawari em casa, nós conversamos. — Hinata disse antes de receber um sorriso brilhante de Naruto.

***

O sorriso que o herdeiro estava exibindo era grande demais para não ser notado e se tornou o foco das conversas entre os empregados do hotel. Quando chegou ao local, depois de uma noite mal dormida, Kiba ouviu os burburinhos com curiosidade e parou o primeiro dos empregados que encontrou em seu caminho: o cozinheiro.

— Do que é que vocês estão falando? — Perguntou sério.

Mesmo não sendo mais pago para isso, Kiba ainda sentia que devia cuidar de Naruto. O herdeiro não tinha noção nenhuma do que era o mundo e nem mesmo tinha um emprego, para poder se virar de verdade. Sem contar que estava sozinho. Por isso, o guarda-costas foi procurar pelo mais novo assim que ouviu a história do cozinheiro sobre como o chefe parecia estar tão feliz naquela manhã.

Kiba conhecia Naruto bem o suficiente para saber o que o herdeiro estava sentindo sem que ele mesmo soubesse. Ele nem mesmo precisou perguntar, assim que encontrou Naruto em seu escritório, para saber no que ele estava pensando.

— Eu vou começar a achar que tem uma revista da “Playboy” aí no meio desses papéis se continuar encarando eles desse jeito.

A frase relaxada e a afirmação inconveniente fizeram Naruto revirar os olhos para Kiba, o sorriso sumindo do rosto do herdeiro. O guarda-costas puxou a cadeira em frente à mesa do escritório com naturalidade e apoiou os pés na mesa, fazendo o herdeiro grunhir ao ver sua pobre mesa de mogno fino ser tratada daquela forma.

— O que é que você quer, Coiote?

— Por que esse tom irritado? Pensei que estivesse feliz, é o que todos estão dizendo.

Os lábios de Naruto se tornaram uma linha ainda mais fina de desgosto ao saber que estava sendo o assunto preferido dos empregados. Normalmente, eles iriam conversar sobre os hóspedes entre eles, por isso era irritante saber que tinha conseguido chamar atenção suficiente sobre si mesmo.

— E o que isso tem a ver? — Perguntou Naruto, largando os papéis das finanças e prestando atenção em Kiba.

O herdeiro não precisava verificar tudo de novo, estava claro nos gráficos que o hotel vinha tendo um crescimento constante e que, em breve, se tornaria significativo o suficiente para esfregar na cara do próprio pai sua capacidade de cuidar das empresas. Não que ele quisesse fazer isso, mas só desejava ter razão.

Ok, não desejava só isso, mas o resto não era relevante.

— Nada, na verdade. Só fiquei curioso porque tenho algo a te dizer.

— Essa é nova...

Naruto ergueu as sobrancelhas, não esperando que o coiote tivesse algo a dizer para ele. Ele nunca tinha além de brincadeiras fora de hora e comentários ácidos sobre os costumes sórdidos de Naruto.

— O que é? — Perguntou o herdeiro depois de notar que Kiba não estava falando nada. — O que tem a dizer?

Kiba se endireitou na cadeira, a postura leve e irreverente sumindo para a séria que Naruto detestava. Eles sempre se trataram como irmãos, ter que lidar com o ex-policial/ex-caçador de recompensas era péssimo para o humor do herdeiro.

— Eu quero chamar Hinata para sair. — Decretou simples.

***

A noite havia sido péssima dentro da mansão Namikaze.

Nenhum dos empregados conseguira ter a mínima hora de sono porque o dono da casa, Minato Namikaze, passara a noite toda passando mal. O médico particular da família havia sido chamado perto das quatro da manhã e afirmou que aquela dor toda não havia passado de uma crise de nervoso, mas não era bom brincar com a saúde.

Como o médico não queria que o homem corresse o risco de ter um ataque cardíaco, por qualquer motivo que fosse, já que ninguém explicara nada a ele, acabou por receitar apenas um calmante natural e pediu que impedissem qualquer um de entrar em contato com ele até que tivesse descansado o suficiente.

E o empregado pessoal do senhor Minato estava tentando seguir as instruções à risca, mas o homem parecia disposto a não parar.

— O senhor precisa descansar, o médico...

— Eu não quero saber o que o médico disse. — Rosnou Minato, irritado. A voz dele estava tão fraca que nem mesmo seu tom mais ameaçador estava assustando os empregados. Eles sentiam mais pena do que qualquer coisa e, mesmo sem que o resto da casa soubesse, eles tinham certeza que aquela situação toda tinha a ver com Naruto. — Pegue meu celular para mim e saia. Imediatamente.

Minato estava deitado em sua grande cama de casal, rodeado por almofadas confortáveis e cobertores quentes, mas ele simplesmente não conseguia descansar, mesmo que já tivessem se passado horas e já tivesse tomado seu remédio e várias xícaras de chá de camomila.

Ele não conseguia esquecer a foto que recebera e a ameaça velada.

Quem seria louco o suficiente para ameaçá-lo? Minato não sabia, mas só conseguia pensar em uma pessoa. Na criatura vil que estava enchendo a cabeça de seu filho de loucuras.

Irritado, e pronto para acabar com aquela bagunça sem sentido, ele pegou o celular e expulsou o empregado do quarto enquanto discava o único número que poderia ajudá-lo naquela empreitada.

— Alô? Mei? — A voz do homem ecoou pelo quarto, ainda muito fraca. As mãos dele tremiam, mas não só pela fraqueza. O senhor Minato estava com medo do que poderia acontecer e ele odiava que tentassem controlá-lo. — Preciso de um favor.

***

— Como é?

A pergunta de Naruto preencheu a sala, que ficara silenciosa por bons minutos. Kiba nem mesmo se mexeu ao ouvir o tom incrédulo de Naruto. Os olhos do herdeiro tinham se tornado duas bolinhas de golfe, de tão abertos que ficaram. No entanto, depois de alguns segundos, Naruto suspirou baixo, colocando as mãos nas têmporas e recostando o corpo no encosto da cadeira enquanto massageava a própria cabeça.

— Sério, coiote, qual a sua? — Perguntou de olhos fechados. — Você não deveria dizer coisas sem sentido do nada, as pessoas podem te entender errado.

— Eu não disse algo sem sentido. — Kiba pontuou ainda sério. — E nem acho que você tenha me entendido errado. Se você aprendeu a administrar uma empresa em um mês, pode entender que estou dizendo que quero, e vou, chamar Hinata para sair.

A frieza com que Kiba disse aquilo adentrou com força nos ossos de Naruto. O herdeiro voltou a olhar para o guarda-costas, medindo-o levemente, mas se manteve em silêncio. A expressão que antes fora tomada pela surpresa ficou vazia e os olhos azuis não tinham mais o mesmo brilho expressivo que eles sempre tinham quando ambos estavam juntos.

Kiba conhecia aquele sinal muito bem.

— E por que é que você está me dizendo isso? — Perguntou Naruto, sério.

— Porque achei que você fosse querer saber. — Admitiu Kiba, voltando a relaxar na cadeira. O guarda-costas cruzou as pernas casualmente. — Sei que já disse que não se sentia atraído por ela, mas achei justo te avisar por ela ser sua professora e amiga, não é? — Explicou Kiba dando de ombros. — Não que te importe de algo, mas eu...

— Eu não quero que saia com ela.

A frase pegou Kiba desprevenido e ele olhou para Naruto com uma das sobrancelhas franzidas.

— A não?

— Não.

Havia certa frieza na forma como o herdeiro estava falando, mas isso não assustava o guarda-costas de jeito nenhum. Ele conhecia Naruto, aquilo era apenas um mecanismo de defesa. Por outro lado, o herdeiro se sentia nervoso. Sabia que a máscara fria era a única forma de esconder o que estava sentido, já que ele não estava acostumado ao aperto dolorido no peito apenas pela possibilidade do que Kiba tinha indicado.

Hinata podia dizer não a ele. Quase com certeza Naruto podia vê-la negando o convite, mas ainda assim o incomodava demais imaginar alguém a chamando para sair. Contudo, ao notar o que tinha acabado de fazer, ele arregalou os olhos. A expressão fria mudando para uma de choque e, depois, culpa. Ele abaixou os olhos, desviando-os da expressão ainda séria de Kiba.

— Perdão, eu não posso dizer o que você pode ou não fazer a respeito disso, Coiote. — Desculpou-se baixo, surpreendendo ainda mais o outro homem. — É só que...

— Você está incomodado, certo?

Assim que Kiba completou a frase, Naruto olhou surpreso para ele, como se tivesse sido pego fazendo algo muito errado. No entanto, Coiote não se importava com aquilo. O problema que ele queria resolver era outro.

— Acho que precisamos conversar um pouco, não é? — Kiba continuou, deixando Naruto ainda mais perdido.

***

O dia no ateliê tinha sido recompensador. Hinata produzira mais das roupas de sua grife para o dia a dia e ela tremia de felicidade enquanto via os costureiros terminarem as primeiras provas. O desfile seria um sucesso, então, ela finalmente poderia produzir para vender em sua loja. Tudo estava indo mais que certo e ela suspirou satisfeita abraçada ao casaco de couro que a costureira chefe tinha ido mostrar.

E o melhor detalhe, ela iria brincar com suas modelos no desfile.

Se alguém dissesse há Hinata de cinco anos que ela estava a um passo de realizar seu maior sonho aos trinta anos, ela riria da cara da pessoa e diria que precisaria do dobro da experiência e do trabalho que ela tinha com seu sonho para conseguir isso. No fim, com a cabeça de hoje e depois de tudo que tinha vivido, Hinata sabia que ela tinha feito bem mais do que uma pessoa normal faria.

E se sentia tão bem que estava animada para chegar em casa e tomar seu vinho favorito para comemorar.

Como Himawari dormiria na casa de uma amiguinha da escola, Hinata pretendia se trancar em sua sala e continuar a trabalhar. Ou iria ligar para alguém. Naruto ou Ino. Eles ficariam felizes de ouvir o que ela estava prestes a alcançar.

A estilista parou a inspeção pelas peças quando percebeu em quem tinha pensando. Ino tudo bem, era sua melhor amiga. Mas Naruto? Ela piscou confusa enquanto pensava naquilo. Por que iria contar isso para Naruto? Ok, eles tinham se tornado amigos – depois que ela virou professora dele – e Himawari simplesmente o adorava, mas ela tinha um real motivo para querer falar aquilo para ele?

Hinata era uma mulher adulta, resolvida e muito esclarecida. Ela, em tese, deveria conhecer os próprios sentimentos, e talvez conhecesse, só não estava pronta para lidar com eles. Mais uma vez ela parou o que estava fazendo, mas dessa vez olhou para o espelhinho que tinha sobre a mesa de trabalho do salão. Sentimentos? No que ela estava pensando?

Antes que ela pudesse entrar em choque ou pensar melhor a respeito, Samantha, a costureira que estava como sua secretária, bateu levemente na mesa – um sinal que tinham combinado para quando Hinata estivesse no salão costurando e a jovem precisasse da atenção dela. A estilista ergueu os olhos, curiosa.

— Senhora Hyuuga, tem uma cliente que quer te ver.

— Cliente? Não temos ninguém com horário marcado. — Comentou Hinata, confusa. — Quem é?

— Ela só disse que é uma cliente antiga...

Pela expressão nervosa de Samantha, ficou claro que a mulher não tinha sido nem um pouco amigável. No entanto, Hinata também sabia que a jovem não era muito boa lidando com outros seres humanos, ela preferia mil vezes ficar atrás de uma máquina de costura e fazer os outros sorrirem com seu trabalho, como dissera em sua entrevista de emprego – e Hinata entendia aquele sentimento, mas não podia evitar clientes. Eram as pessoas que faziam seu negócio crescer.

— Quer que eu a mande embora? — Perguntou Samantha, soando um pouco mais profissional, mas ainda assim Hinata duvidava que ela teria a personalidade para mandar a pessoa embora.

A estilista engoliu um suspiro triste. Sentia muita falta de Sakura, mas ninguém tinha notícias dela. Nem a família, nem a polícia. Era como se ela tivesse evaporado.

— Não, eu vou até lá. Pode voltar para o salão, Samantha.

Assim que recebeu a permissão, Samantha correu de volta para sua mesa de trabalho. Às vezes, Hinata se lembrava de quando era mais nova e fazia o mesmo, e ela não podia deixar de sorrir. Ser jovem era bom demais, mas Hinata não trocaria a vida que tinha agora para voltar alguns anos.

De extremo bom humor, e colocando a pequena confusão mental em que tinha metido sobre Naruto de lado, ela se ergueu de sua mesa e foi para a entrada. Se a pessoa era uma antiga cliente, Hinata teria todo o prazer de atendê-la.

Contudo, não era o caso.

A mulher que estava parada em frente ao balcão da recepção era de uma beleza inigualável. Os cabelos eram longos, macios, quase tão ruivos quanto uma maçã e formavam belas e delicadas ondas que emolduravam o rosto delicado e suave, com lindos lábios cheios, pintados de vermelho, que exibiam um sorriso confiante. Hinata, no entanto, se sentiu incomodada ao ver os olhos extremamente belos, mas vazios.

A estilista teve a impressão de já tê-la visto em algum lugar.

— Boa tarde —, Hinata falou educada, seu melhor sorriso profissional nos lábios —, sou Hinata Hyuuga, a estilista, em que posso ajudá-la?

— Boa tarde, senhora Hyuuga. — Falou a mulher estendendo a mão para um aperto educado. Hinata sacudiu a mão dela sem hesitar. — Sou Mei e, na verdade, vim fazer um pedido para você. Posso te chamar de você, não é?

Aquela casualidade era muito estranha, mas Hinata sorriu educada e permitiu. Não via motivos para não ser casual com ela. Contudo, óbvio que estava errada. Assim que apertou a mão de Mei, ela foi puxada para frente até que tivesse que olhar para cima para encarar a mulher, que olhava para ela de maneira triste.

— Desculpe, mas você tem que entender, Hinata, que o pedido que vou fazer é muito pessoal. — Mei começou, a expressão cada vez mais chateada e decepcionada. — Mas eu preciso mesmo que você aceite, ok?

— O que quer?

Dessa vez, não havia amabilidade nas palavras de Hinata. Na verdade, ela se afastou de Mei sentindo que havia algo de muito errado no tom de voz da mulher. Na forma como ela estava se comportando. E, principalmente, o perfume forte que ela usava teria feito a estilista espirrar se continuasse muito próxima.

Mei, no entanto, não se importou com o tom de voz da estilista e apenas continuou falando como se estivesse no próprio mundinho.

— Quero que você se afaste de Naruto. — Disse. Se Hinata fosse um pouco mais nova, ou muito mais boba e inocente, ela teria acreditado no tom magoado que a outra mulher estava usando. No entanto, Hinata não era boba, inocente ou desligada e ela finalmente se lembrou da mulher que estava parada a sua frente. A tal noiva que o pai de Naruto tinha escolhido para o herdeiro. — Não acho que você vá entender, mas precisa se separar dele. Veja bem, Naruto é um herdeiro de uma fortuna enorme e o pai dele está muito preocupado com essa rebeldia. Você deve entender, já que tem uma filha. E o senhor Minato está muito preocupado com o filho dele, entende? Ele só quer o melhor para Naruto.

— E o melhor para Naruto é você?

A pergunta de Hinata fez a máscara de tristeza de Mei cair um pouco e as duas mulheres se encararam por alguns segundos antes da visitante sorrir.

— Com certeza.

Se fossem alguns anos antes, Hinata teria se sentido irada com aquela cara de pau. Odiava pessoas prepotentes e, principalmente, abusadas. Contudo, ela apenas sorriu para a mulher, tranquila.

— Eu não tenho nada a ver com os negócios do senhor Namikaze e da fortuna dele. — Falou e, ao ver que Mei sorria ainda mais, como se tivesse ganhado, continuou: — Mas Naruto é meu amigo, então, acho melhor você ir conversar com ele. Se vocês se conhecerem e realmente se apaixonarem, acho que não precisa de tudo isso, não é?

O sorriso de Mei sumiu e ela passou a analisar Hinata de cima abaixo. Aquela mulher, aos olhos da visitante, não tinha nenhuma das “qualidades” que chamavam a atenção de Naruto. Ela não entendia a insistência do herdeiro, mas iria dar um jeito nisso.

Ao perceber que era estudada como uma inimiga, Hinata suspirou.

— Escute aqui —, pediu chamando a atenção da outra mulher —, eu tenho problemas maiores. Naruto é maior de idade e eu não posso me preocupar com isso agora. — O tom educado não sumiu, mas Hinata soava muito mais fria e distante agora. — Então, por favor, pode ir embora?

 

Um, dois, três, quatro, cinco, seis...

Os números ecoavam na cabeça de Hinata. Aquela visita inesperada e inconveniente de Mei apenas tinha deixado a estilista irritada. Onde ela tinha se metido? Que tipo de família era a Namikaze? Hinata estava começando a pensar que seu pai não era tão ruim assim quanto ela pensava quando o telefone fixo particular, que tinha sobre a mesa de seu escritório, tocou.

Não havia identificador de chamadas, mas Hinata sabia que apenas clientes muito especiais, Himawari e Sakura sabiam aquele número, que era exclusivo para emergências.

Preocupada, Hinata atendeu imediatamente, engolindo em seco.

 — Quem é?

Hinata?

A boca da estilista caiu aberta ao ouvir a voz fraca de Sakura depois de tantos dias. Ela segurou o aparelho com força, engolindo em seco antes de começar a se desesperar e fazer tantas perguntas.

— Sakura? É você mesmo?

Sim, sou eu. — Respondeu a mulher de maneira seca, fazendo a estilista ficar tensa. Alguma coisa teria acontecido? — Quero conversar com você.

— Sakura, o que foi que houve? Onde você está?

Hinata queria saber, ela queria ajudar sua amiga. O corpo ameaçou tremer ao pensar na secretária de língua afiada e eficiência exemplar que se tornara sua amiga depois de poucas semanas estagiando juntas. Ela precisava ver Sakura.

Isso não importa. — Chiou Sakura, surpreendendo Hinata. Ela soava irritada, quase como um animal ferido e isso apenas deixou a estilista mais nervosa. Ela tentou ouvir, mas não havia mais ninguém perto da mulher. — Eu só tenho uma coisa para perguntar para você e, se for sincera, posso até pensar em te contar o que está acontecendo.

Aquele decididamente não era o jeito normal de Sakura falar. Hinata engoliu em seco, ficando ainda mais preocupada. Sakura estava sozinha? Alguém a estava ameaçando?  Hinata apenas não sabia o que pensar, mas ouvir a voz da amiga, mesmo que estivesse agindo tão estranhamente, era um grande alívio.

O que foi que aconteceu entre você e Sasuke?

A pergunta bateu em Hinata com força, fazendo-a arregalar os olhos pela questão inesperada. Não era possível que depois de todos aqueles anos Sakura ainda pensasse nele e ainda acreditasse naquilo...

— Nada, Sakura. Já falei para você milhões de vezes. — Hinata respondeu tensa. — Por que está falando disso? Faz mais de seis anos...

Porque, Hinata, eu sei que você está mentindo. — Sakura decretou séria. — Ele me contou e, sinceramente, eu estava esperando que você fosse mulher o suficiente para admitir depois de tanto tempo, pelo menos.

Aquilo era demais. Hinata simplesmente não podia acreditar no que estava ouvindo e não sabia, muito menos, o que deveria sentir a respeito da acusação infundada e injusta.

Sem palavras, é? — Perguntou Sakura soando maldosa demais. — Não consegue mais inventar mentiras? Ou é vergonha?

— Pelo amor de Deus, você vai morrer acreditando em um homem como Sasuke? — Hinata perguntou incrédula com as acusações. — Eu nunca menti para você. Ele te traiu, Sakura, e mentiu e você prefere acreditar nele a mim?

Não seja falsa, Hinata. Por que mais você teria dito aquelas coisas todas sobre ele se não estivesse interessada?

— Porque eu sou sua amiga!

Do outro lado da linha, Sakura podia claramente ouvir a instabilidade na voz de Hinata. Só que Hinata nunca mostrava qualquer tipo de fraqueza com nenhum tipo de assunto, por isso, para a mulher, as coisas soavam tão falsas quando ditas. E os sussurros constantes deixavam Sakura ainda mais irritada.

Me diga a verdade!

A exigência foi feita aos gritos, emoções fluíam pelo telefone chegando até Hinata como tapas. Lembrava-se claramente do dia em que Sakura e Sasuke tinham terminado o noivado de três anos deles – e, mesmo com tantas lembranças com seu pai, nenhuma delas doía mais do que aquela.

— Eu estou dizendo. Sakura, você precisa...

Já te escutei demais! A culpa é de todos vocês. — Ela decretou. Hinata se assustou quando algo quebrou do outro lado da linha. O que estava acontecendo? — Danica está certa, vocês são todos iguais.

Danica?

O nome ecoou na mente de Hinata e, antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, a ligação terminou tão repentinamente quanto começou. As mãos da estilista tremeram levemente enquanto colocava o telefone no gancho. Ela só tinha ouvido Sakura tão transtornada uma única vez em sua vida e fora no dia em que o noivado dela acabara, um dia antes do casamento.

Hinata não sabia o que pensar e ainda sentia as mãos tremerem quando largou o corpo na cadeira, completamente confusa e muito preocupada.


Notas Finais


E então, o que acharam? Mereço comentários? Vocês têm críticas? Considerações? Sabem que todas as opiniões são bem-vindas! E espero que todos tenham se divertido e gostado~.


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