1. Spirit Fanfics >
  2. Workaholic >
  3. Capítulo 2 Prioridades.

História Workaholic - Capítulo 2 Prioridades.


Escrita por: OkayAutora

Notas do Autor


Beijos & Boa leitura! ♕

Capítulo 2 - Capítulo 2 Prioridades.


Capítulo 2 — Prioridades.

Quando o elevador se abriu, os olhares curiosos ficaram todos sobre Francisco, cochichos tomaram conta do local, principalmente nos escritórios, onde as mesas eram divididas somente por uma separação não muito alta.

Gregório dava passos adiantados, indo para a sua sala antes que fosse incomodado novamente pelo mais recente estagiário, deixando-o para trás; passou por entre os outros funcionários e mais uma vez não perdeu tempo em cumprimentá-los.

Francisco viu o homem engravatado ir para a sua sala, sem chance para lhe perguntar qualquer coisa, olhando tudo ao redor, dando passos vagarosos, sem saber por onde começar. Não se considerava tímido, mesmo assim, não queria passar uma má impressão logo em seu primeiro dia. Por sorte, uma moça aproximou-se, saudando-o com um sorriso simpático.

— Então você começa hoje, certo? — Ela indagou, com ele entregando-lhe uma pasta com a sua parte do contrato. — Francisco?

— Isso. — Respondeu.

— Eu sou Olívia, prazer. — Cumprimentou-o, esticando sua mão. — Francisco, você é o nosso herói.

— Hã? Como assim?

— O pessoal aqui viu você saindo do elevador com o Sr. Carrasco. — Ela sussurrou. — Ninguém aqui tem coragem de entrar com aquele homem, sempre que ele está na fila do elevador, todos saem de perto. Você foi corajoso.

— O Gregório é tão chato assim?

— Não sei se chato é a palavra certa, porque ele não se abre muito, mas ao todo, ele é exigente, quer que todo mundo seja louco pelo trabalho como ele é. — Folheou os papéis da pasta. — Bom, vou entregar isso aqui ao RH pra você, tá tudo aqui?

— Tá sim. — Francisco afirmou.

— Vem comigo, Chico, aí aproveito pra te mostrar um pouco mais daqui.

— Chico? — Soltou uma risada.

— Não gosta?

— É que só minha mãe e minha irmã me chamam assim. — Riu mais uma vez. — Mas tudo bem.

— Mas e então, conta pra mim, o que é que o Greg falou pra você? — Olívia inquiriu, curiosa.

— No elevador? Nada. — Ergueu os ombros, enquanto caminhava com ela.

— Nadinha? — Perguntou, decepcionada. — Todos nós aqui jurávamos que ele falava com o Satan ou algo do tipo.

— Se bem que eu acho que ouvi ele murmurar algum tipo de mantra, como se me oferecesse em sacrifício pra algum demônio, não sei. — Brincou, fazendo a moça gargalhar.

A risada de ambos foi ouvida por quem menos deveria, onde pararam de andar, com Gregório cruzando os braços, encarando-os com uma expressão nada boa. Olívia engoliu em seco, enquanto Francisco queria entender aquela tensão no ar.

— Posso saber o que está acontecendo aqui? — O gerente indagou.

— Nada, tá tudo sob controle. — Olívia afirmou.

— O que é tão engraçado? — Perguntou, recebendo o silêncio de ambos em resposta. — Podem me falar, também gosto de rir.

— Ah... É que o Marcelo teve disenteria e sofreu de uns acidentes constrangedores. — Ela disfarçou. 

— Isso não é engraçado. — Gregório fechou a expressão. — Voltem ao trabalho.

Quando o gerente já estava alguns passos adiante, ela sussurrou ao estagiário:

— Nenhum de nós aqui se chama Marcelo e ele nem percebeu.

Francisco prendeu a risada, fazendo um barulho baixo, torcendo para que o gerente não tivesse ouvido, mal tinha começado o seu dia e já havia levado uma bronca, imaginando o que o restante da semana poderia lhe reservar.

•••

— Boa noite, Gui. — Gregório cumprimentou o irmão, chegando em casa. — Chegou faz tempo?

— Não, cheguei agora... E acabei de me tocar que esqueci de te buscar! — Guilherme arregalou os olhos. — Por que não me ligou?

— Tudo bem, vim de táxi, não queria te atrapalhar.

— Não iria me atrapalhar. — Afirmou. — Vou ficar te devendo uma.

— Acho que você me deve é uma história, não é? — Gregório sentou-se ao lado dele, puxando a gravata. — Você me deu carona hoje cedo e me deixou curioso, não quis me falar nada da sua noite ontem.

— Ah, é verdade! Mas é porque não daria tempo, prefiro contar com mais calma.

— E então, como foi? Como é o nome dele?

— Augusto. — Guilherme sorriu ao dizer. — E ele é um gato! Pensa em um loiro!

— Imagino... Tem olhos claros?

— Tem sim, azuis!

— E foram pra cama? — Gregório tirou os sapatos, podendo assim cruzar as pernas sobre o sofá.

— Ei! É isso que você pergunta? Não quer saber como foi o nosso jantar? Do que conversamos? — O irmão reclamou.

— Quero sim, vai, me diz. — Soltou uma risada alta.

— Bom, foi ele quem escolheu o lugar, achei até que a gente iria em algum barzinho desses mais famosos, mas ele me surpreendeu. — Revelou. — Fomos em um restaurante romântico, até demais.

— É, então ele queria mesmo te impressionar... — Disse com voz sugestiva, erguendo uma das sobrancelhas. — Quem pagou a conta?

— E do que isso importa? — Guilherme questionou a pergunta.

— É que na minha opinião, se você convida alguém e ainda escolhe o lugar, o certo é você pagar.

— Foi ele quem pagou, mesmo eu insistindo pra gente rachar.

— Ótimo, é cavalheiro.

— Eu não sou uma mocinha. — O irmão rolou os olhos. — Se você continuar fazendo esse tipo de pergunta, eu paro de contar.

— Tudo bem, pode continuar.

— Ah! Fiquei sabendo que ele trabalha no restaurante dos pais dele, é uma churrascaria. — Guilherme revelou. — Eu até perguntei porque ele não quis me levar pra conhecer lá, mas ele disse que os familiares dele são curiosos demais.

— Interessante. — Analisou. — Ele parece ser bem resolvido.

— Eu também tive essa impressão, fiquei feliz em saber que ele é próximo da família também.

— E como foi o papo? Teve algum silêncio constrangedor ou conseguiram conversar bem?

— Foi isso que me impressionou mais, a nossa conversa não acabava nunca, nossa comida até esfriou de tanto que a gente conversava... E ainda ficamos no restaurante até ele fechar, lá pela meia noite.

— Depois disso foram aonde? Porque você chegou duas e pouco em casa.

— Conheci a casa dele.

— Ah! — Esboçou uma expressão brincalhona. — E aconteceu o que eu estou imaginando?  

— Você tá doido pra saber né? — Guilherme riu. — Sim, rolou. Foi muito bom.

— Fico contente por você, Gui. — Sorriu. — Eu espero que dê certo.

— Eu também, ele me pareceu ser diferente dos outros caras que eu já conheci.

Gregório via o olhar apaixonado no rosto do irmão, lembrando-se de si mesmo, pensando que há algum tempo era ele quem ficava ansioso pelos primeiros encontros, que parecia um bobo apaixonado. Aprendeu a ser mais firme com o passar do tempo, a deixar de ser infantil, porém, ainda não havia deixado de sofrer por amor.

Jantaria com o irmão naquela noite, Guilherme tinha pedido comida chinesa pelo telefone e já preparava o dinheiro em trocados para dar ao entregador. O interfone tocou e ambos estranharam, pois tinha apenas dez minutos que haviam ligado para o restaurante chinês.

Gregório se dispôs a atender, vendo pela câmera quem era, suspirando ao ver o namorado do lado de fora, imaginando o que ele falaria. Abriu o portão automático, deixando que ele entrasse, esperando-o na sala de estar.

— Oi. — Otávio afirmou, encostando-se ao batente da porta de entrada. — Tudo bem?

— O que você acha? — Greg ergueu uma das sobrancelhas, dizendo seriamente.

— Boa noite! — Guilherme falou, acenando ainda do corredor.

— Boa noite, Gui. — Otávio sorriu, parecendo envergonhado.

Guilherme voltou para o seu quarto em seguida, com medo de ficar no meio caso começassem uma guerra. Gregório deu um passo para trás, em um gesto para convidar o namorado para entrar.

— Eu senti sua falta. — Otávio voltou a dizer, dando um passo a frente. — Por que não me ligou?

— Por que você não me ligou? — O gerente rebateu. — Eu não estava errado, não tinha que me redimir por nada.

— Isso não importa.

— Importa sim, Otávio. — Respirou fundo. — Você sempre tira a culpa de cima de você dizendo isso, dessa vez não vou deixar passar batido.

— Eu sei que eu tenho meus defeitos. — Segurou no antebraço de Gregório. — Mas no fundo você sabe que eu não quero o seu mal, que eu faço isso porque quero te proteger...

— Então você está dizendo que essas suas crises histéricas de ciúme são para o meu bem? Me poupe!

— Me perdoa...

— O problema não é te perdoar! — Vociferou. — Eu só queria que você tivesse um pouco de bom senso, Otávio, só isso! Olha o que você está fazendo com a gente! Acha isso certo?

— Não, eu não acho. — Abaixou a cabeça.

— Olha pra mim. — Greg aproximou-se um pouco mais, colocando as mãos em seus ombros. — Não faz mais isso...

— Eu não vou mais fazer. — Otávio afirmou.

— Como vou saber?

— Eu estou me esforçando, vai dizer que não sentiu diferença desde quando a gente tá junto?

— É claro que nós evoluímos desde o início do nosso namoro, mas isso tem que ser um trabalho constante. — Gregório subiu as mãos para o pescoço dele, encarando-o.

— Por favor, fala que você vai continuar me aturando, eu sei que eu posso ser chato, ser ciumento... Mas eu te amo, você não faz ideia do quanto.

— Nós já somos adultos, não temos mais tempo para ficar igual cão e gato, isso está me desgastando, Otávio, por favor, eu só te peço para você ser compreensível.

— Eu vou ser... — Falou, com voz mansa. — Só me deixa ficar ao seu lado, eu sei que eu não te mereço, mas eu só te peço isso.

— Calma, eu não estou terminando com você, eu deixaria bem claro se eu quisesse isso. — Greg puxou-o para um beijo rápido. — Eu só quero meu Tavinho de volta, aquele apaixonado e que confia em mim e nos meus amigos.

— Nos seus amigos nem tanto, mas eu vou continuar me esforçando, prometo.

— Promete mesmo?

— Sim. — Balançou a cabeça afirmativamente, recebendo mais um beijo.

Gregório sorriu, agora envolvendo o namorado em um abraço, somente afastando-se ao ouvir novamente o interfone. Guilherme saiu do quarto, um pouco constrangido ao passar pelo irmão e o cunhado, indo receber a comida.

— Quer ficar para o jantar? — Gregório indagou ao namorado.

Otávio aceitou, ficando não só para o jantar, como também durante a noite, dormindo abraçado com quem já sentia a falta, mesmo tendo passado somente um dia. Choveu novamente naquela madrugada, mas ao contrário da noite passada, aquela chuva parecia contente, como se comemorasse o fato de estarem juntos, criando uma trilha sonora romântica.

•••

— Meu Deus, já tá tarde... — Augusto olhou as horas em seu celular. — Tenho que ir, pra ajudar ainda tá chovendo.

— Como se você morasse muito longe. — Francisco riu. — Eu vou com você até o seu portão com meu guarda-chuva, relaxa aí.

— Esse é o lado bom de o seu melhor amigo ser seu vizinho. — Riu com ele. — Mas enfim, já vou indo.

— Divide só mais essa comigo, aí você vai. — Francisco afirmou, abrindo outra longneck, servindo a cerveja em dois copos.

— Só mais essa então, tenho que estar de pé amanhã cedo, minha mãe toda vez liga no telefone da churrascaria só pra ver se eu realmente cheguei. Quem disse que trabalhar com a família não tem cobranças?

— Mas a sua mãe é legal, vai.

— Só com você, comigo é uma carrasca. — Augusto riu.

— Mas então, você já sabe quando vai apresentar o partidão pra dona Jandira? — Francisco perguntou. 

— Ah, ainda é muito cedo pra saber se vai dar certo. — Confessou. — Apesar de eu querer e ele também dizer que está interessado em ter algo sério, fico com receio, já aconteceu antes de eu me animar demais achando que tinha encontrado a pessoa, quando na verdade, o cara nem me ligou depois de conseguir o que queria.

— Você diz isso, mas já foi pra cama com ele logo de primeira. — Gargalhou.

— Eu não planejei isso. — Augusto falou, com olhar saudoso, como se a cena passasse diante de seus olhos. — Mas não me arrependo, foi bom.

— Já sabe que eu quero conhecer ele, né?

— Vai ter que esperar um pouco, não quero que ele se assuste com as suas loucuras. — Riu com o amigo. — Ainda mais que ele parece ser desses rapazes nascidos em berço de ouro, fiquei até um pouco preocupado com a minha postura.

— Ah, então é riquinho?

— Acho que sim, não sei, isso não me importa, só importa ele ser uma boa pessoa. — Augusto tomou um gole da cerveja. — Mas e você, Fran? Não tá conversando com ninguém?

— Não... Tô de boa por enquanto. — Ergueu os ombros, também bebendo.

— E o estágio? Como foi?

— Ainda não posso dizer muita coisa, mas pelo pouco que vi, gostei de lá, sabe? Tem uma moça muito engraçada, a Olívia, também tem um cara que é meu tutor, ele já foi estagiário e efetivaram ele. — Falou. — Ele tá me ensinando algumas coisas, mostrando quais são as partes chatas e as partes mais tranquilas.

— Isso é bom.

— Só tem um problema.

— Qual? — Augusto perguntou.

— É que o meu chefe é gostoso pra caralho. — Suspirou. — Sabe aquele cara que eu cantei no bar?

— Sei sim, o engomadinho que não quis falar o nome dele.

— Então, esqueci de te falar que ele é o gerente de lá. — Francisco falou, deixando o amigo em choque.  

— E como você se esqueceu de me falar isso?

— É que chegando lá hoje, você não faz ideia da vergonha que eu passei... Quando entrei no elevador com ele e o reconheci, olhei o crachá que ele tinha, aí o que você acha que eu fiz? Fiquei quieto? Não mesmo, fui lá e falei que o nome dele era bonito! Como se não bastasse, falei que não precisava ter tido vergonha de me falar no outro dia.

— Você não fez isso... — Augusto deixou o copo de lado, indignado.

— Sim, eu fiz. — Francisco falou, já um pouco alegre, soltando uma risada de nervoso.

— E mesmo depois de você paquerar ele no bar, você ainda insistiu depois que viu que era ele? Por que não fingiu que não o conhecia? Seria bem mais bonito pra você... E seguro, né. — O amigo aconselhou.

— Até parece que você não me conhece... Eu perco o estágio, mas não perco a piada.

 

 

 


Notas Finais


Não deixem de comentar o que estão achando ♥


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...