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História Workaholic - Capítulo 39 Percebendo.


Escrita por: OkayAutora

Notas do Autor


Beijos e Boa leitura!

Capítulo 39 - Capítulo 39 Percebendo.


Capítulo 39 — Percebendo.

— Eu senti saudade da sua boca. — Otávio sussurrou, esfregando os lábios nos dele.

Gregório não respondeu, fechando os olhos por alguns segundos, ganhando outro beijo, entregando-se aos movimentos dele sem pensar na razão. Os movimentos que envolviam sua boca pareciam diferentes, era como se o ex-namorado estivesse receoso em parecer atirado demais.

Afastaram-se, encarando os olhos um do outro em meio ao silêncio, onde somente ouviam suas respirações.

— Acho melhor eu ir agora. — Otávio acariciou a bochecha dele suavemente.

— Por quê?

— Eu prometi pra mim mesmo que te deixaria em paz.

— Me deixar em paz? — O gerente indagou.

— Você não faz a mínima ideia… O meu maior medo é te magoar de novo. Não quero estragar tudo. 

— Então o que acha da gente conversar um pouco?

— Agora? — Otávio inquiriu.

— É, entra um pouco, eu faço um café pra gente e aí conversamos abertamente assim como naquele dia. — Gregório convidou.

— Tá bom, pode ser.

•••

— Fran! — Augusto viu o amigo chegando em casa, enquanto retirava o lixo.

— Ah, oi. — O estagiário terminou de abrir o portão, virando-se para ele.

— Você vai pra facul hoje?

— Vou mais tarde, hoje eu não tenho a primeira aula.

— Vem aqui em casa um pouquinho, acabei de fazer uma torta, o Gui já deve estar comendo. — Augusto riu.

— Eu não quero atrapalhar vocês, não. — Francisco recusou. — Além do mais, vai ficar meio esquisita a situação com o Gui perto.

— Só por causa do Greg?

— Você sabe como são nossos papos, não tem como eu não falar do Greg na frente dele, é estranho.

— Outro dia então a gente combina alguma coisa. — Augusto entendeu. — Mas tá tudo bem com você?

— Tá tudo na mesma. — O estagiário riu de si mesmo. — Quer dizer, na verdade parece até que as coisas pioraram, só pra me deixar mais na merda.

— O que aconteceu? — O amigo indagou, curioso.

— Não quero encher a sua cabeça com as minhas coisas, sei que você já tá preocupado com aquilo dos exames… — Francisco desviou o assunto. 

— Eu até prefiro falar de outra coisa que não sejam os exames, então relaxa, pode me falar...

— Bom, você sabe que eu ainda tinha esperança com o Greg…  — Francisco admitiu. — É bobagem minha imaginar que esse homem me daria alguma outra chance um dia quando ficasse bem resolvido?

— Não acho bobagem, mas eu não quero ver você sofrendo por ele. Você merece alguém que te dê valor, Fran. 

— Bom, fica tranquilo quanto a isso, porque desencanei dele. Ontem a minha ficha realmente caiu, quando eu vi ele saindo com o Otávio de novo.

— É sério?! 

— Eu sabia que eles estavam conversando bastante, ele dizia que era por causa dos negócios, só que eles estão parecendo ainda mais próximos, estão até andando no mesmo carro. — Fez uma pausa, indignado. — Com isso, eu tenho quase certeza de que essa história deles não acabou e nem vai acabar tão cedo, então não quero ficar no caminho desses dois.

— Poxa, parece até que ele não aprende.

— Bom, eu não sei bem o que tá rolando entre eles, mas do jeito que eles são, provavelmente vão ficar o resto da vida nesse tipo de relacionamento maluco.

— Bom, acho que foi melhor você perceber isso agora e não querer fazer parte disso. — Augusto analisou.

— Também acho. — O estagiário forçou um sorriso. — Bom, vai lá, tenho que fazer umas coisas em casa.

— Tudo bem. — O amigo deixou-o entrar em casa. — Se sentir fome, o convite está de pé.

— Valeu mesmo. — Francisco riu, despedindo-se dele.

•••

— Eu vou no banheiro rapidinho, mas pode ficar à vontade, você já conhece a casa toda mesmo. — Gregório riu, deixando sua pasta sobre a mesa de centro da sala.

Otávio acomodou-se no sofá, vendo as notificações do celular antes de guardá-lo novamente no bolso. Em seguida seus olhos pararam sobre a pasta que ele havia acabado de deixar na pequena mesa, queria distrair-se, pensando em revisar o contrato que sabia que muito provavelmente estaria ali.

Em uma das repartições, algo colorido lhe chamou muito mais atenção em meio às folhas. Olhou as fotografias e sentiu uma pontada no peito, vê-lo tão próximo de quem já desconfiava há algum tempo fazia-o se sentir como se tivesse sido enganado. E nada se esclareceria se não fosse direto ao ponto daquela vez e perguntasse objetivamente o que tanto precisava ouvir.

Ouviu passos se aproximando e Otávio colocou as fotos novamente dentro da pasta, com exceção de duas, que pôs nos bolsos internos de seu casaco, levantou-se e deixou a pasta na mesa.

— Você vai querer um café? — Gregório aproximou-se.

— Eu aceito, mas antes queria te perguntar uma coisa. — Otávio colocou as mãos dentro do bolso da calça, falando calmamente.

— Pode falar.

— Me desculpa se isso parecer meio abrupto, mas eu quero saber… O que é que você realmente teve com o Francisco?

— O quê? — Gregório surpreendeu-se com a pergunta.

— Me desculpa a intromissão, mas eu abri a sua pasta para ver se eu achava o nosso contrato e sem querer vi as fotos de vocês no aniversário da Gabriela. Aí eu fiquei curioso, só isso.

— Ah… — O gerente desviou o olhar, desconcertado.

— Não se preocupe, pode me falar. — Otávio abriu um sorriso meigo, aproximando-se e pegando em sua mão. — Quando eu te perguntei se você estava com alguém, você ficou com medo de me contar que teve um caso com ele, foi isso?

— É… Um pouco sim.

— Eu entendo. — Subiu a outra mão livre, acariciando o rosto de Gregório suavemente. — Mas saiba que eu não me importo, eu espero que mesmo ficando com ele, você nunca tenha me esquecido, é isso que importa.

— Eu não esqueci, esse foi o problema.

— Não, não fala assim. — Otávio subiu sua mão para os cabelos dele. — Isso não é um problema.

— Seu infeliz. — Gregório riu baixinho. — Sempre que eu fazia qualquer coisa que fosse, eu me lembrava do que você fazia.

— Ah, é? — Abriu um sorriso malicioso, aproximando seus corpos. — Vou perguntar os detalhes depois… Mas antes eu também preciso saber, ele ainda significa algo pra você?

— Não. — Falou, sem querer pensar muito.

— Não mente pra mim, se não significasse, você não estaria carregando as fotos de vocês na sua pasta.

— Eu só coloquei elas aí para tirá-las do meu escritório, a intenção era me livrar delas.

— Não precisa fazer isso, de verdade. — Otávio sorriu. — Não se sinta intimidado por mim.

— Não é isso, é que eu realmente não quero ter lembranças de nada disso. — O gerente continuou.

— Entendo…

— E ele só me acompanhou no aniversário dela porque eu não queria ir sozinho, caso contrário ficaria de vela na mesa com o Gui. — Mentiu, sentindo-se mal por aquilo. 

— Bom, mas vamos parar de falar disso por enquanto e ir para o que importa. — Otávio afirmou, em um tom levemente sugestivo.

— Claro, o café! — Gregório riu, se desvencilhando dos braços dele.

— Eu não estava falando do café, mas também serve. — O empresário brincou, acompanhando-o à cozinha.

•••

Quarta-feira, dezessete de maio.

Augusto acordou Guilherme com beijos no pescoço, ouvindo-o murmurar, parecendo não querer acordar. Fez com que ele se levantasse mais cedo que o normal, iriam juntos fazer os exames de sangue.

— Eu tô com fome. — Guilherme reclamou. — Eu detesto ficar em jejum.

— Na volta prometo que faço um café da manhã caprichado pra nós. — Augusto beijou-lhe a testa.

— Guto, apesar da situação, está sendo bom tirar uns dias de folga pra ficar comigo? — Indagou-o, após se espreguiçar.

— Tá sim… Eu queria te ter aqui comigo todo dia.

— Acho que você não iria suportar.

— Se eu ia? Ah, seria você que ficaria de saco cheio. — O loiro riu.

— Não acho. — Guilherme contestou. — A gente se dá muito bem, apesar de tudo.

— Concordo. — Augusto olhou nos olhos inchados de sono do namorado. — Eu nunca pensei tanto em querer morar com alguém.

— Você tá querendo morar comigo?

— Sim. — Roubou a mão dele para si. — Você quer?

— Bom, isso não é um pedido de casamento, mas assim? Sem nem eu escovar os dentes direito? — Guilherme riu bobamente.

— Pode pensar melhor. — Deu-lhe um selinho. — Vai lá se arrumar.

— Já volto, então.

Os dois se aprontaram e entraram no carro, um pouco mais bem-humorados que no dia anterior. Até que o mais novo retomou o assunto de antes. 

— Guto, eu estava pensando… Como seria se a gente morasse junto? Eu gosto da ideia, mas assumo que é algo que tem que ser pensado.

— Bom, o importante seria apenas a gente dividir igualmente as tarefas. — Augusto analisou.

— Eu também contribuiria com as compras e as contas, inclusive se quisesse deixar todas para mim, não teria problema. — Guilherme sugeriu.

— Isso, joga na minha cara que você é podre de rico. — Brincou, fazendo-o gargalhar.

— Não foi isso que eu quis dizer! — O caçula riu. — Mas se você aceitasse isso ao invés de eu fazer os deveres domésticos, eu preferiria.

— As tarefas mais difíceis a gente combina depois, sei que não são o seu forte. — Augusto continuou, enquanto dirigia. — Mas sobre as contas, não precisaria assumir todas, a gente divide, dá um jeito. Sei lá, o que for melhor.

— Vamos poder ter um cachorro? — Guilherme indagou, encarando-o.

— Você vai limpar todo o cocô, mijo, não deixar ele entrar em casa e levar em todas as consultas? — O loiro devolveu, com vários questionamentos.

— Pensando bem… — Respondeu, fazendo o namorado rir alto. — Melhor não.

— Concordo. — Augusto afirmou. — Adoro bichinhos, mas eu não tenho paciência, além do mais, lá em casa fomos criados sem animais de estimação por conta do restaurante, que começou com a minha mãe fazendo marmitas, cozinhando em casa mesmo, então a gente não tinha nenhum animal por questão de higiene.

— Sério? Você ainda não tinha me falado isso. — Guilherme sorriu.

— Mas e você? Já teve bichinhos?

— Já, mas minha mãe nunca gostou muito, meu último cachorrinho foi quando eu era pequeno, mas eu me lembro muito pouco dele, o Greg deve lembrar melhor. — O caçula afirmou, olhando para o trânsito tranquilo pela janela.

— Um dia então nós podemos procurar um pra adotar.

— Sério? — Os olhos de Guilherme brilharam.

— Sim, mas ainda não. A gente tá cheio de coisa na cabeça por enquanto. 

— Eu concordo. — O caçula sorriu, cheio de esperança.

Enfrentaram o trajeto falando das possibilidades de quando decidiriam morar juntos, falando de como seria a rotina e a divisão de responsabilidades, não tinham certeza absoluta de tudo e nem se daria certo. Apesar de estarem animados com aquilo, decidiram deixar a opção em aberto por enquanto.

Ao menos as conversas os distraíram no caminho, como também na sala de espera. Eles só ficaram aliviados após os exames, pois Guilherme só conseguia pensar no café da manhã que o namorado prepararia, queria se livrar daquele jejum logo.

•••

Enquanto isso, Francisco ficava aliviado em acordar um pouco mais tarde, também não devia satisfações a ninguém porque logo não pisaria mais naquela empresa. Tinha uma entrevista marcada para depois do almoço e, naquele momento, comia o café da manhã fora do horário habitual, que provavelmente substituiria sua próxima refeição.

Somente o fato de estar longe do escritório lhe deixava mais calmo e nem sequer percebia que não estava mais pensando em Gregório. Conseguiu fazer as atividades domésticas, lavando a louça e até mesmo teve tempo de organizar o quarto antes de sair para a entrevista.

Tinha esperança de que conseguiria a vaga de assistente de produção, não era o emprego dos sonhos e muito menos pagaria a faculdade com aquilo, mas não poderia ter tudo. Caso o resultado da entrevista fosse positivo, já teria um problema a menos e acharia uma forma de lidar com o restante, nem que fosse preciso trancar a faculdade.

Quando já se aproximava do horário marcado, Francisco conferiu no espelho se a sua roupa passaria uma boa impressão, tentando não parecer desleixado demais, mas também não formal demais, somente escolhendo uma camisa de botões e uma calça jeans, torcendo para que fosse o suficiente.

Saiu de casa, caminhando sem pressa ao seu destino por estar adiantado. Pensou no alívio que seria fazer aquele percurso novo todo dia, precisava espairecer e não queria mais ter que precisar ir ao estágio, sua saúde mental era sua prioridade.

O nervosismo aumentou quando chegou, Francisco acomodou-se na sala de espera após falar com a recepcionista. Não via mais ninguém na sala, pensando em duas hipóteses, ou estava mais adiantado que seus concorrentes ou não tinha concorrentes, ambas as opções eram atraentes.

Seu nervosismo foi indo embora aos poucos e, ao ser chamado, suas mãos já não estavam geladas. Entrou na sala e cumprimentou o senhor que estava atrás da escrivaninha, não deixando de sorrir, achava que demonstrar simpatia era essencial.

•••

Gregório passou a manhã distraído, saiu de casa sem a presença do irmão por perto, indo ao trabalho um pouco mais distraído que o normal. Já parecia comum aquela sensação estranha de vazio no seu dia a dia, não conseguia explicar o que o andava se passando em sua mente, seu coração estava confuso.

Em todos os momentos durante aquele expediente em que precisou sair de sua sala, ficava aliviado por não encontrar Francisco pelo caminho. Isso o deixava curioso, mas não tinha coragem o bastante para perguntar a alguém sobre a ausência dele.

Quando fez uma pausa para responder aos e-mails daquele dia, recebeu um aviso classificado como urgente. O departamento de RH lhe informava sobre o contrato de um dos estagiários do qual era de sua orientação.

Descrente daquela informação, saiu com pressa, indo ao fim do corredor, querendo confirmar o que foi passado em seu e-mail. Todas as confirmações estavam claras e no momento em que o pedido de cancelamento de contrato de estágio parou em sua mão, para que assinasse, foi quando sua ficha caiu.

Francisco estava indo embora.

 



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