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História Worst Best Family - Beijinhos


Escrita por: Pooph

Notas do Autor


Volteeiiiii ❤️❤️❤️
Capítulo soft okay? Não me toque estou boiola❤️❤️❤️
Espero que gostem❤️❤️❤️
Boa leitura 🌺

Capítulo 49 - Beijinhos


Jon

A minha vida se tornou um caos.

O meu caos começou no dia em que eu conheci Damian Wayne. Por que eu não fazia idéia aonde eu estava me metendo.

A minha amizade com Damian me trouxe coisas ótimas, exceto nos últimos meses. Claro que ele foi tudo no que eu pude me apoiar ultimamente, porque contra a minha vontade o caos só começou de fato quando meu pai e Bruce assumiram o relacionamento.

No início foi horrível, eu realmente pensei que meu pai estava trocando a minha família pelos Waynes. Mas se tem uma coisa que eu aprendi convivendo com os Waynes, é que eles são legais.

Agora eu sei que meu pai não escolheu se apaixonar por Bruce, por mais errado que isso seja. Eu entendo o quão difícil deveria ser pra ele se descobrir gay derrepente.

Depois de longas sessões de conversas, ele e minha mãe se entenderam. Eles são amigos inclusive. Mas a minha bola de neve só cresceu.

Quando se passa um grande período de tempo na mansão Wayne, acaba-se perdendo a própria sanidade. Coisas que antes eu acharia absurdas se tornaram normal.

Eu sempre soube que eu não era "normal", mas ultimamente o anormal virou o meu normal. Eu nunca escondi de mim mesmo que eu sentia algo diferente por Damian des de cedo, eu só não aceitava que era paixão.

Mas com o tempo eu fui forçado a me tirar da bolha e aceitar que eu sou uma pessoa que sente atração por garotos.

Foi o início do meu problema.

Não o problema de herói, que envolvia Y. Isso já me causavam arrepios.

A alguns meses atrás, quando eu retornei a mansão Wayne pela primeira vez após o divórcio dos meus pais, eu estava entediado e distraído andando pelos corredores.

Não tinha muito o que fazer, até eu ouvir risadas. Eu reconheci as vozes, não eram como se alguém tivesse contado uma piada engraçada, apenas 2 pessoas muito felizes.

Isso fez meu coração ficar quentinho, e uma vontade de saber o que estava acontecendo me fez seguir as risadas.

Eu cheguei em frente ao quarto de Bruce. Estava entre aberta, fiquei com medo de olhar pelo vão e me deparar com uma cena traumatizante. Mas eles riam de maneira contagiante que não me segurei.

Estavam deitados lado a lado, assistindo algum programa na TV. Meu pai estava com os braços em torno da cintura do Bruce, eles cochichavam coisas e riam. Acariciavam o rosto um do outro e trocavam selinhos. Meu pai passou a fazer cossegas em Bruce e ele riu alto.

Eu acho que eu nunca os vi tão felizes, isso me deu vontade de rir. Meu estômago borbulhou, como se pequeninas borboletas se agitassem dentro de mim.

Não por causa da cena em si, por que eu nunca me vi tão contente observando a felicidade alheia. Eu jamais havia visto Bruce gargalhar, nem mesmo meu pai parecia algum dia ter sido tão feliz. 

Eles se amavam. Foi por isso que eu quis sair dalí.

Por que sem querer eu pensei como seria viver algo parecido com Damian, foi isso que causou as minhas borboletas.

Quando eu contei para Bruce e para meu pai sobre o fato de que eu estava gostando de Damian, eles me insentivaram a explorar minha sexualidade.

Era exatamente isso que eu estou prestes a fazer, e nem nos meus piores pesadelos eu imaginei poder ser tão sujo assim.

Mas eu precisava descobrir.

Tranquei a porta do meu quarto e peguei meu notebook em cima da escrivaninha. Me sentei na minha cama, e abri a guia anônima.

Eu queria me amaldiçoar por estar fazendo isso, mas eu estava tão curioso que não consegui me segurar. Digitei pornhub.

Ao abrir o site, me deparei com imagens bastante peculiares, coisas que não me causaram estranheza. Mudei a página para versão gay, senti minhas bochechas queimarem a medida que o site carregava.

Não sei quanto tempo eu passei vendo todo aquele conteúdo que insistia em fazer as minhas borboletas se agitarem... E talvez algo a mais.

Só consegui me odiar internamente por não fechar aquela página e fingir que nada havia acontecido. Mas aquilo tudo era tão, estranho e fazia muito sentido na minha cabeça.

—Jon!— Ouvi a voz da minha mãe gritar da sala, no susto automaticamente fechei o computador e o coloquei ao meu lado na cama.

—Oi!— Gritei tentando parecer o mais normal possível.

—Damian está aqui pra te ver!— Ela gritou o que me fez levantar da cama rápido.

—Não não não... De todas as pessoas do mundo, justo o Damian?

Ouvi a porta tentar ser aberta. Fui até ela correndo, tentando ao máximo parecer normal e a destranquei.

—Você não vai acreditar no que aconteceu!— Damian parecia assustado e agitado, ele entrou no quarto com rapidez e me fitou por um bom tempo.

Y está morto.

—O que? Como assim?

—Acabamos de voltar da torre, ele sequestrou Bárbara e Jason! Fomos até ele e a caçadora apareceu e atirou nele umas 12 vezes! 

—Mas como isso faz sentido? Que não estou entendendo!— Falei ajeitando o óculos no rosto.

—Eu sei, eu vim te buscar pra você ir em casa. Amanhã é a formatura de Dick e você vai ir direto com a gente... Eu te conto tudo no caminho... Kent você tá bem?

—Ah? Sim, estou. Você só está super agitado e isso me pegou desprevenido— Damian me olhou com aquela cara egocêntrica de sempre, quando ele duvidava de mim.

—Tem certeza? Você está super vermelho...— Eu pude sentir o olhar de Damian descer por todo meu corpo, isso me causou calafrios. Ele direcionou o olhar para o meu computador, me fazendo congelar.

—Você estava vendo pornografia?

—O... O-o que? Da onde você tirou isso?— Falei gaguejando. Damian foi até o meu computador e o abriu com brutalidade.

Ele ficou estático por um momento, até voltar os olhos para mim indignado. 

—Porno gay? Que merda é essa?

—Esse computador é do Kon! Eu não sei porque ele deixou no meu quarto!

—Só você é estúpido suficiente para encher o computador de adesivos Kent! Por que você está vendo porno gay?

—Eu não sei! Eu só... Fiquei curioso tá? Para de agir como se você também nunca tivesse pesquisado isso!

—Por que eu não fiz! Você por um acaso é gay?

—Não!— Damian começou a rir debochado da maneira que eu mais odiava que ele fizesse.

—Você é um pervertido. 

—Não eu não sou!

—Por que você está duro então?— Senti minhas bochechas queimarem ainda mais e meus lábios começaram a tremer de raiva e medo.

—E pra onde você tá olhando Damian?!— Gritei de volta, fazendo ele me jogar aquele olhar cínico e sorisso ridículo.

—Você é o pervertido aqui... Que deplorável!

—Tem algum problema?

—Você é gay?— Damian aumentou o tom de voz.

—E se eu for?— Gritei contra ele. Algo que o fez recuar um pouco.

—Meninos o motorista está esperando vocês lá fora!— Minha mãe gritou. Revirei os olhos, pegando minha mochila e saí do quarto batendo a porta, ainda sentindo que Damian sorria daquela maneira nojenta de sempre.

Kon havia acabado de entrar em casa, o que me deixou ainda mais desesperado. Qual a chance de Damian gritar para o mundo todo saber?

Meu irmão estava diferente, ele preferia que o chamasse apenas de Kon, e des de que nosso pai e Bruce começaram a namorar, ele insiste em continuar usando jaquetas de couro. Mudou até mesmo o corte de cabelo, cada dia mais rebelde.

—Vão comer antes de sair?— Minha mãe perguntou, neguei com a cabeça rapidamente.

—Ei Kon! Vai a formatura hoje não vai?— Falou Damian.

—É a minha formatura pirralho, eu não perderia por nada— Falou rindo, Kon bagunçou meus cabelos e saiu pelo corredor.

—Ei Lois... Você e o Jon já tiveram aquela conversa?— Damian desviou o olhar para mim, claramente debochado e me desafiando.

—Que conversa?

Eu poderia intervir com palavras, mas quase atingir Damian com minha visão laser pareceu mais sensato. Minha mãe gritou meu nome desapontada e Damian me olhou com raiva.

Não respondi nenhum dos dois, apenas saí de casa com rapidez, passando por todo jardim até chegar no carro preto estacionado na frente. Abri a porta com brutalidade, mas não o suficiente para quebra-la.

Logo Damian entrou no carro com o mesmo sorrido descarado e insuportável!

—Des de quando você é gay?

—Eu não sou!

—Sabe quais tipos de pessoas veem porno gay? Mulheres adolescentes e gays— Ele deu de ombros convencido.

—E da onde você tirou isso?

—Não importa... Então faz o favor de saiar logo do armário Kent, antes que eu detone o armário.

—Eu saio se eu quiser!

—Então você é gay!— Gritou, chamando a atenção do motorista.

—Tem algum problema? Ou você vai dizer que isso é asqueroso e nunca mais vai falar comigo? Vai deixar de lado seu único amigo por causa disso? Do que você tem tanto medo?— Falei indignado.

—Eu não ligo com quem você quer transar Kent, você não precisa esconder o óbvio de mim. Isso é patético.

—Para o carro— Falei para o motorista, que fez exatamente isso, enquanto Damian observava curioso— Eu vou a pé.

—Está me desafiando Jonathan?

—Eu chego mais rápido do que qualquer carro seu— Falei saindo do carro e me pondo em pé no meio da rua.

—Bom saber— Damian me olhou com nojo e fechou a porta do carro com força.

Andei até um beco próximo e dali alcancei voo. Fazia tanto tempo que eu não voava que o vendo batendo em meu rosto varreu as minhas energias negativas, exceto a imagem de Damian.

Como ele pode ser tão... Ahg ridículo.

Poucos minutos depois pousei na frente da mansão, respirei fundo ao sentir aquela melancolia que as discussões com o Damian me causavam.

Pude ouvir a voz de Tim, Jason, Dick e Bárbara. Mas principalmente da nova garota chamada Helena, não quis prestar atenção no que falavam. Apenas respirei fundo e entrei.

*******

Acordar na mansão Wayne ainda é estranho para mim, mesmo depois de tanto tempo. Ontem Helena me deu alguns conselhos sobre Damian, não sei como deveria trata-los.

Ela é de fato uma desconhecida, mas falou com tanta certeza que pareceu conhecer Damian melhor que ele mesmo.

Segundo ela há uma possibilidade de Damian cogitar ficar comigo... Eu queria não ser tão ridículo e tomar alguma atitude!

Me levantei e troquei de roupa, ao descer para o primeiro andar fui direto até a sala de jantar, podendo ouvir as vozes dos outros membros da mansão enquanto comian.

—Bom dia— Falei sonolento, recebendo as mesmas palavras em uníssono. Me sentei a mesa e comecei a comer, vez ou oyitra pegando Damian me olhando.

Não prestei muita atenção no que diziam, fiquei apenas preso em meus pensamentos até meu celular vibrar em cima da mesa.

Michael (09:57)

Já acordado?

Direcionei meu olhar para Damian, que ainda me encarava e forcei um sorriso.

Você (09:57)

Sim, como vai Mick?


Michael (09:58)

Bem e você? Queria saber que horas te encontro. Na frente do shopping certo?


Você (09:58)

Sim sim, vou me arrumar e te vejo daqui meia hora. 

Me levantei da mesa saindo para a porta, tentando evitar contato com Damian ao máximo.

—Onde vai Jon?— Meu pai perguntou.

—Ah, vou sair com um amigo... Volto antes das 15 okay?— Falei um pouco nervoso, ele fez um rosto desconfiado já que normalmente eu não saía sem Damian.

—Precisa de alguma coisa?— Perguntou com um sorriso pequeno.

—Não, tenho tudo o que preciso— Ele piscou com um olho confirmando. Ouvi Damian bufar do outro lado da mesa, apenas ignorei.

Voltei para o quarto e procurei entre as roupas que eu deixava na mansão, algo legal para vestir. Por fim decidi por uma camisa xadrez vermelha e uma calça jeans clara.

Pensei ir a pé até o shopping, mas preferi voar para limpar a bagunça que estava a minha mente e aproveitar um pouco a sensação livre que o vôo me causava.

Pousei a algumas quadras do shopping em uma rua deserta e passei a caminhar, tentando manter a positividade ao máximo e deixar de lado toda minha confusão.

Quando cheguei em frente do local, vi Michael sentado na escada de entrada mexendo no celular. Não posso negar que ele é bonito. 

Estava com uma blusa branca de mangas compridas e calças pretas, tênis cano alto também preto e usava um colar de cadeado.

Michael sempre teve os cabelos bem loiros, um amarelo radiante e sardinhas no rosto. Ele sorriu ao me ver.

—Está adiantado— Brincou se levantando.

—Eu tenho o passo rápido. Está aqui a muito tempo?

—Acabei de chegar.— Michael me puxou pela escada, achei graça a maneira como ele dava pulinhos ao subir os degrais.

—Onde vamos?— Falei passando os olhos pela praça de alimentação, enquanto ele continuava a me puxar levemente pelo espaço.

—Cinema, se você quiser é claro— Ele parou para me analizar por um instante.

—Ah sim, vamos. Já tem um filme em mente?

—Tem um ótimo, acho que você vai gostar. Avangers.

—De super heróis, não costumo assistir mas parece legal— Falei ao chegarmos de frente ao letreiro do cinema.

—Você está bonito— Falou sem me olhar diretamente aos olhos. Sorri sem graça, nunca soube reagir a elogios.

—Você também, aliás vai na formatura hoje?

—Você me convidou, claro que vou! Quem está se formando?— Disse enquanto paravamos na fila para comprar ingressos.

—Meu irmão e Dick, eu teria que ir de qualquer forma.

—Entendo, como são os Waynes afinal? Sua convivência com eles parece boa, pela maneira que falou nas mensagens ontem a noite.

—Eles são legais, são quase de outro mundo sabe? Eu gosto bastante da convivência, apesar dos problemas.

—Uma família precisa de problemas para se manter estável, conseguiu dormir essa noite?— Michael falou num tom um pouco preocupado.

Passamos horas conversando na noite anterior, já era tarde e eu mal consegui dormir por conta da discussão com Damian. Acabamos por conversar bastante.

—Acabei pegando no sono, e você?

—Ah, eu sempre tive facilidade em dormir, acho que deu na mesma... Quem é aquele?— Michael apertou os olhos, olhando para trás de mim, me virei com rapidez vendo Kon vindo em nossa direção.

Kon tinha a expressão fechada, quase desconfiada ou irritada. Não sei se por impulso ou instinto protetor, Michael passou o braço pelo meu ombro me puxando a si.

—O que está fazendo aqui Jon?— Falou ao se aproximar, pela maneira como mordia o lábio inferior, pareceu não ter gostado nem um pouco da atitude de Michael.

—Esse é Michael, meu amigo. E Michael, esse é o Kon, meu irmão— Quando terminei de falar, pelo visto Michael se sentiu mais a vontade e soltou seu braço de mim.

—Prazer— Michael deu um aceno com a mão e Kon retribuiu acenando com a cabeça.

—Viemos ao cinema— Falei tentando justificar.

—Onde está Damian?— Kon perguntou desconfiado.

—Em casa.

—Podemos conversar a sós Jon?— Falou Kon me puxando para longe de Michael.

—Sério, onde está Damian?

—Eu já falei, não preciso dele pra sair com meus amigos.

—Tá, mas eu nunca te vi com esse garoto. Escuta, o irmão dele não é das melhores pessoas e você não vai querer se envolver com esse tipo de gente— Kon pôs a mão em meu ombro, quase como um conselheiro.

—É porque ficamos amigos recentemente! Você também não é tão boa pessoa e nem por isso eu sou igual a você.

—Damian detesta esse garoto.

—E quem Damian não detesta?

—Já saquei, vocês brigaram e agora está tentando causar ciúmes nele, não é?— Kon riu debochado.

—Por que tudo tem que ser sobre Damian? Por que você só não aceita que eu tenho outros amigos?

—Por que você ta apaixonadinho no Damian des de que o mundo é mundo Jon— Kon sussurrou um pouco irritado.

—O quê?

—Não tente fingir que não é, eu te conheço.

—Como?— Senti minhas bochechas queimarem, isso fez Kon rir.

—Você é adorável, mas péssimo ator! Está na cara, vou apenas te dizer para que fique longe do loirinho. Isso vai dar uma merda que você não está ligado...

—Que tipo de merda poderia dar Kon?

—Damian é bem explosivo, e com você bastante possessivo. Já o loirinho tá caidinho em você Jon, faça as contas— Falou desviando o olhar para Michael, não pude evitar de olhar também, ele parecia ansioso.

—Certo, vou tomar cuidado. O que você tá fazendo aqui?

—Vim comprar um terno, aliás tenho que ir... Megan e Artemis vieram comigo e devem estar me esperando— Falou bagunçando meus cabelos e saiu. Dei meia volta até chegar em Michael novamente, ele já estava fazendo o pedido.

—Ignora meu irmão, ele é estranho as vezes— Falei tentando descontrair, Michael riu.

—Sei como é... Pedi pipoca amanteigada— Falou enquanto eu tirava a minha carteira do bolso.

—Pode guardar Jon, eu já paguei.

—O que? Por que fez isso?

—Por que achei conveniente, não se preocupe com isso.

—Mas foi eu quem te chamou— Falei em tom indignado, percebendo que minha voz ficou um tanto mais fina.

—Mas eu quis pagar pra você, agora vamos— Michael pegou um saco grande de pipoca das mãos da moça que atendia os pedidos, e me puxou até a sala de cinema.

Nos sentamos no meio do cinema, como meu pai costuma dizer é o melhor lugar. O filme começou, era bastante ação, tinha lá suas cenas engraçadas e principalmente ótimas cenas de luta.

Algumas coisas porém eram dramáticas do meu ponto de vista, já que estar no campo de batalha como eu costumo fazer nas missões dos jovens titãs eram bem diferentes dos filmes.

Eu gostei mesmo assim, nem percebi o tempo passar, quando me dei conta o filme já havia acabado. Foi bem divertido.

Saimos da sala escura do cinema, nos deparando com a luz de fora, era cedo quando chegamos, deviamos ter ficado umas 2 horas assistindo ao filme.

—E então gostou?

—Adorei, eu não costumo assistir filmes de ação, mas esse foi muito legal— Falei e ele riu.

—Que filmes você gosta então?

—Romance, comédia... Esse estilo sabe— Falei, ele concordou com um sorriso.

—Dá próxima vez vamos assistir um romance então— Falou. Não pude evitar de corar, Damian jamais diria isso.

Eu não entendo o motivo pelo qual Damian não gosta de Michael, ele é simpático, extrovertido e muito legal. Parando para pensar, Damian não parece tão bom amigo como ele.

Normalmente eu ficaria contente ao ouvir um obrigado de Damian, já que não é do seu tipo. Elogios são muito raros, e tudo é sempre do jeito dele... Já Michael me deixou a vontade, talvez se Damian fosse só um pouco mais simpático...

—Quer tomar um milkshake?— Michael falou cortando os meus pensamentos.

—Sim, dessa vez eu pago.

—Não precisa fazer isso.

—Você já pagou o cinema, eu pago o milkshake okay?— Falei e ele concordou rindo.

Pedi de morango e Michael de chocolate. Após pegarmos os milkshakes, nos sentamos em uma mesinha por perto.

—Mas então... Você é gay?— Michael falou distraído com o ambiente.

—Ah? Por que essa pergunta tão derrepente?

—Só estava tentando puxar assunto, não precisa responder se não quiser.

Isso me fez pensar. Quando eu saía com Damian era muito comum ficarmos em silêncio na companhia um do outro. Damian não se esforçava para ter uma conversa legal, preferia apenas ficar perdido nos seus próprios pensamentos. Ele também se desagradava as vezes quando eu tentava puxar assunto, dizia que eu tagarelava demais.

Em seus dias onde seu humor estava melhor, jogavamos conversas fora. Nunca percebi o quão estranho era isso. Damian sabe quade tudo sobre mim, e eu acho que sei quase tudo sobre ele, mesmo assim eram raros os nossos momentos de conversa ou risadas, eu nunca percebi como o seu silêncio era incomodo.

—Eu acho que sim... Mas é segredo— Falei voltando para o assunto de Michael— E você?

—A única certeza que tenho é que um dia eu vou morrer. É como dizem, a vida é feita de experiências— Falou bem humorado.

—Jon... Você está bem?

—Hm? Estou, por que pergunta?— Falei jogando meus pensamentos de lado.

—Você tá diferente. Tipo na escola normalmente você é mais animado, hoje parece um pouco perdido. Aconteceu alguma coisa?

—Alguns problemas pessoas apenas... 

—Damian não é?— Falou me deixando um pouco alerta, assenti com a cabeça.

—Como consegue ser amigo dele? Você é tão legal e ele é tão... Insuportável— Falou revirando os olhos.

—Eu não sei... Ele é legal na verdade, só tem dificuldade em demonstrar sentimentos.

—Ele é mimado, exibido, esnobe, egocêntrico e mais um monte de coisa. Já você é legal, eu não sei como aguenta ele.

—Não é culpa dele, Damian tem muitos problemas...

—Imagino, problemas do tipo para qual país devo ir hoje no meu jatinho particular?— Falou tentando parecer engraçado, mas eu não ri.

—Ele pode ter dinheiro, mas não tem uma mãe pra abraçar todos os dias, um pai com quem possa contar, uma família que o entenderia e não teve uma infância boa como qualquer criança merece.

—Falando assim até parece que issos justifica alguma coisa, ele deveria ser menos esnobe.

—Acho que é uma proteção, Damian tem muita dificuldade em confiar nas pessoas e isso não é culpa dele... É quase como se o tempo todo algo estivesse embaçando a visão dele e tampando seus ouvidos... Ele não é frio de propósito.

—Ele é estranho.

—Ele é solitário. E por que vocês se odeiam aliás?— Falei um pouco indignado.

—Por que ele me tira do sério. Ele faz questão de mostrar que é melhor que todo mundo, disse que eu e meus amigos não éramos qualificados para jogar no time, sendo que somos os melhores da sala. Ele explode com todo mundo quando as coisas não são do jeito dele e... Age como se fosse seu dono— Revirou os olhos.

—O que?

—Uma vez fomos te chamar para sair e ele simplesmente disse que se chegassemos perto de você iria estourar nossos miolos, como se você fosse propriedade dele.

A frase de Michael me fez pensar bastante. Damian tem hábitos horríveis com pessoas de quem ele não gosta. Mas ao julgar por todas suas atitudes, talvez eu nunca tenha percebido que Damian pode ter algumas inseguranças.

Talvez ele não quer me perder, já que somos próximos demais. Se eu vi Damian chorar 2 vezes foi muito. Quando ele fica em silêncio seus olhos perdem a cor... Eu nunca tinha reparado que talvez ele seja apenas inseguro... Isso fez meu peito apertar um pouco.

"É fundamental que quebre o coraçãozinho dele" falou Helena, mas e se o coração dele já estiver quebrado? E se eu causar um Desastre em Damian? Tudo isso só por que eu o quero? Será que eu realmente o conheço ou será que Damian é no fundo um garotinho indefeso e machucado? E se ao invés de quebrar o coração dele, eu devesse ajudá-lo a consertar?

—Jon?— Michael me cortou do transe.

—Desculpa... Eu viajei, podemos evitar esse assunto?— Falei e ele fez que sim.

—Eu não queria te deixar desconfortável, desculpa.

—Ta tudo bem...

Não sei por quanto tempo eu e Michael continuamos conversando. Nossos milkshakes acabaram, então decidimos andar livremente pelo shopping, conversando sobre assuntos diversos.

Jogamos alguns jogos em um espaço próprio, não é de se adimirar que ganhei quase todos, os que eu não ganhei foi de propósito. O dia com ele foi divertido e ei ri muito, mas ainda sentia aquela pontinha de culpa ao lembrar de Damian.

Quando eram 14:40 decidir ir embora, para dar tempo de fazer tudo o que eu deveria e poder me arrumar para a festa. Michael me acompanhou até a rua, iriamos para lados diferentes.

—Vou indo, obrigado por hoje foi muito incrível— Falei e ele riu.

—Podemos tirar uma foto antes? Pra lembrar de hoje?— Falou e eu assenti, Michael puxou minha cintura me deixando surpreso e tiramos algumas fotos.

—Bom, te vejo na festa não é?— Falou.

—Sim, até— Dei um tchauzinho e me virei indo no caminho contrário com um sorriso no rosto. Foi incrível na verdade.

Andei o percurso todo até chegar na mansão Wayne, com a mente completamente vazia. Quando me vi de frente com as portas duplas da entrada da mansão, senti uma onda de energia me atravessar, me seu uma sensação estranha.

Ouvi vozes e risadas no andar de cima, subi até lá então. Segui as vozes por um corredor onde eu ainda não havia andado antes e encontrei uma sala cheia de pessoas.

A sala em si parecia um escritório de alfaiate, um modo bem rústico. Me perguntei qual o motivo da sala, na verdade existiam inumeras salas completamente nada haver na mansão Wayne, essa não seria diferente.

Entrei, vendo Dick no pedestal de frente com um enorme espelho, ele estava vestido com terno e gravata e mais um monte de acessórios que juntos pareciam custar uma casa inteira.

Bárbara, Jason e Tim estavam rindo atrás de Dick enquanto ele fazia umas poses engraçadas no espelho e havia mais 2 pessoas rindo, reconheci na hora Kate e Maggie.

—Jon! Como vai garoto?— Falou Kate vindo até mim e bagunçando meu cabelo, já perdi as contas de quantas vezes já tive que arruma-lo hoje.

—Bem e você Kate? Oi Maggie— Falei rindo.

—Estamos bem, onde estava?

—Com um amigo, o que estão fazendo?— Perguntei.

—Provando roupas caras, já que Bruce quer que estejamos o mais apresentáveis possíveis— Falou Dick rindo.

—Tem roupas para você também Jon, na terceira arara— Dick apontou e fui até lá. Eram diversos trajes sociais, todos pareciam extremamente caros, visto pelos materias, marcas etc.

—Ei Jon!— Falou Bárbara e me virei para ela, ela estava com dois vestidos em mãos um azul e um vermelho— Temos um empate aqui. Jason, Tim e Kate preferem o vermelho, mas Maggie, Dick e Bruce preferem o azul. Qual você prefere?

O azul era cheio de pedrinhas e detalhes, tinha mangas de alças e era mais curto que o vermelho, também um pouco largo. Já o vermelho era bem justo, mangas compridas e uma abertuna na coxa direita.

—O vermelho— Falei. Kate, Jason e Tim comemoraram a resposta.

—Certo obrigada.

—Jon, pode chamar o Damian?— Falou Kate e eu apenas assenti, passando por toda bagunça até a saída— Ele está treinando lá em baixo— Concluiu.

Quando se referiam a lá em baixo eu sabia que estavam falando da caverna.

Desci pelo elevador e ao chegar lá ouvi alguns sons de batidas e a voz de Helena firme. A caverna era bem ampla, segui procurando por Damian, até chegar no centro da caverna, havia um círculo no chão delimitando a área onde normalmente treinavam.

Damian estava treinando com Helena, ambos com roupas de treino. Ele fazia movimentos complexos que as vezes se aproximavam demais dela, mas ela desviava. Helena estava com um bastão de ferro igual os de Dick em mãos, e o acertava em Damian diversas vezes.

—Está com raiva Damian, a raiva bagunça seus sentidos! Alinhe o seu temperamento ou vai perder as lutas— Falava alto e Damian parecia focado demais para prestar atenção.

—Ajeite a postura!— Falou o acertando a barra, parecia extremamente cansativo e Damian soava muito, da mesma maneira como respirava ofegante.

—Ajeite a postura Damian!— Gritou o acertando novamente. Mas ele continuava com os movimentos, não tinha a intenção de acerta-la, apenas realizar os movimentos com precisão, mas parecia que algo estava o atrapalhando. Damian estava exausto.

—Pausa— Ela falou parando com tudo, Damian parou também ofegante.

—Não quero pausar, continua!— Falou autoritário.

—Estamos a duas horas seguidas fazendo isso, se continuarmos você vai desmaiar. Beba água— Helena jogou uma garrava contra ele.

—Precisa melhorar a sua postura, ou vai cansar mais rápido toda vez que fizer treinamento excessivo— Falou quase como se isso ofendesse Damian.

—Estamos a duas horas e eu não estou cansado!— Falou irritado.

—Está acabado! Eu te peguei no minimo 12 vezes, vindo de você isso é surpreendente.

—Eu usei essa postura a vida toda e nunca tive problemas!

—Até agora! Ou você muda ou vai foder sua coluna.

—Ninguém nunca reclamou!

—Eu reclamei, faça o que eu digo e comece a se acalmar, seja lá o motivo pelo qual você está com raiva, está te atrapalhando, agora suba tome um banho e descanse.

—Eu quero continuar.

—Você está exausto, se desmaiar vou contar para papai que você está indo contra as regras de segurança da caverna! Nunca treinar mais que o excesso!— Helena falou e Damian revirou os olhos. Ele passou por ela em passos pesados com raiva e acabou por me encontrar.

Me olhou indignado e confuso por um tempo, estava super soado e ainda ofegante.

—Kate está te chamando— Falei e ele deu de ombros comigo, saindo para o elevador.

—O que aconteceu?— Falei para Helena, que também parecia cansada.

—Damian está nervoso e quando isso acontece ele pega pesado nos treinos.

—Tem haver comigo?— Perguntei preocupado.

—Provávelmente sim, mas relaxe ele vai se acalmar.

******

As horas passaram voando, quando me dei conta já estava de noite. Pouco vi Damian durante o dia e os momentos que o vi parecia bastante bravo.

Algo havia acontecido e eu sabia, mas ele não iria me contar se eu perguntasse. Decidi me vestir com a roupa social e me desci pronto para ir a festa.

*******

O local estava lindo, fiquei surpreso ao ver a decoração. Os formandos não estavam no salão da festas, já que estavam se preparando para o desfile de formatura que seria dali a algumas horas.

Familiares e amigos todos bem vestidos estavam no salão. Quando chegamos meu pai e Bruce obviamente roubaram a cena e varias pessoas vieram falar conosco.

Encontrei minha mãe falando com Kate e Maggie e mais algumas pessoas, achei divertida toda situação.

Tim estava falando com uma mulher e um homem que trouxeram Jake e Dorothy para a formatura.

Bárbara falava com alguns amigos na frente do balcão onde estavam servindo comidas e bebidas não alcoólicas.

Jason e Helena estavam conversando apoiados na sacada interna e Damian apenas sumiu na multidão.

Eu estava andando sem rumo quando senti alguém puxar meu braço, me virei vendo Michael. Ele também estava de terno, uma visão um tanto estranha já que jamais o vi de roupa social.

—Oi— Falou rindo.

—Oi.

—Vamos pra cima?— Falou e eu concordei o seguindo até a sacada interna. A sacada interna contornava todo local, e saia para algumas sacadas externas, onde Michael me levou.

—Por que aqui?— Falei rindo.

—Sei lá, parece melhor falar onde não tem muita gente... Preciso te falar algo— Falou desviando os olhos de mim.

—Pode falar.

—O motivo pelo qual eu não gosto de Damian é que ele nunca me deixou aproximar de você... Então quando você me mandou mensagem eu fiquei muito feliz por poder falar com você— Falou, sem querer eu desviei o olhar e acabei percebendo Damian do outro lado da sacada interna, apoiado olhando para baixo. Por alguma razão Damian percebeu que eu olhava pra ele, então desviei o olhar novamente.

—A verdade é que eu gosto de você Jon...— A frase me pegou desprevinido, arregalei os olhos um pouco assustado— Hoje foi incrível e isso me deixou ainda mais contente... Mas por que você continua olhando pra ele?

Me assustei com a frase ao perceber que ele notou minha visão em Damian.

—Eu te dou atenção, eu sou carinhoso e eu te fiz feliz hoje... Então por que não olha pra mim Jon... Olha pra mim— Ele puxou meu queixo com a mão.

Eu poderia o afastar com facilidade, mas isso tudo me deixou simplesmente em choque. Michael puxou minha cintura com o outro braço, deixando nossos rostos bem colados e me beijou.

Não foi como eu imaginei ser meu primeiro beijo. Era quente e molhado e muito estranho, me pegou de surpresa, mesmo sem de fato querer isso eu não fiz nada para o impedir.

Eu não estava apaixonado por Michael, eu nunca desejei esse beijo e mesmo quando isso aconteceu eu não me senti confortável. Não sei por que não parei com aquilo, pareceu bem interessante, não interessante o suficiente para fazer minhas borboletas se agitarem.

Sei que fechei meus olhos e nesse instante algo nos separou. Alguém jos separou e esse alguém era Damian.

—Mas que porra?— Falou Michael, me assustei com o olhar penetrante de puro ódio de Damian.

—Some daqui Michael— Falou com raiva.

—Por que eu faria isso Wayne? Você não se contenta em deixar os outros em paz.

—Eu não vou repetir— Damian rosnou.

—Vai fazer o que?— Michael se pôs a minha frente, como se quisesse me defender, não que eu precisasse.

—Você é tolo o suficiente para achar que eu não sairia da sua cola, eu sei o que você está fazendo. Não vou repetir.

—Quer saber Damian, eu não tenho medo de você, o que pode fazer hein? Jogar moedas em mim? Se meu irmão te pega ele acaba com você, se manda riquinho... Você não faz idéia de com qiem esta mexendo— Michael se aproximou de Damian o desafiando.

—Chega Michael— Falei começando a me irritar com a situação.

—Cala a boca Jon. Não fode meus esquemas Damian, e se me dá licença vou voltar a fazer o que eu estava fazendo com Jon...— Vi o olhar de Damian mudando aos poucos para algo indecifrável.

—Não se atreva a encostar um dedo sequer nele— Damian sussurrou.

—O que foi Dami? Ficou incomodado por perder o seu garotinho pra mim ou por pensar que alguém pode foder ele além de você?— Michael sussurrou para apenas Damian ouvir, sem esperar que eu pudesse entender o sussurro. Eu não falei nada, estava em choque.

A próxima cena foi rápida até para os meus olhos, Damian acertou um soco no rosto de Michael que o fez cair no chão. E sem dar pausa continuou a socar Michael, que não tinha nem chance contra Damian.

—Damian para!— Gritei o puxando, minha força pode separar Damian de Michael.

—Você está louco Jonathan?! Você só pode ser inocente demais para se envolver com esse garoto seu idiota!— Damian gritou exalando furia.

—O que você está dizendo?— Gritei de volta.

—Ele te manipulou para saber se você é gay seu idiota! Sair com você e te beijar foi um desafio daquele grupo de nojetos babacas! Por que você acha que eu não deixei eles sairem com você!— Damian gritou ainda mais alto.

—O que?— Sussurrei ainda em choque.

Michael começou a rir, nesse momento Damian voltou para cima dele e começou o agredir novamente, até que sangue começasse a se espalhar em torno deles. Damian parou de soca-lo, arregaçando as mangas para não sujar de sangue.

—Damian já é o suficiente— Sussurrei o que o fez parar— Esquece.

—Ele te usou, não tá com raiva?— Damian gritou. Sim eu estava com raiva, mas sem saber como agir, olhei para os lados buscando por alguma resposta ou fuga da situação. Vi Helena, passando na sacada oposta.

Ela levantou o rosto para mim e deu uma piscadinha, não sei por que mas eu quis fazer o que ela me disse.

—Não estou com raiva— Falei suspirando.

—Você é um...

—Idiota? Você sempre fala isso. Ele pode ter me usado por um desafio Damian, mas mesmo sendo tudo mentira o tempo que passei com ele foi melhor do que todos esses anos ao seu lado.

Essa frase fez ele se desarmar, baixou os ombros com o ego ferido. Senti pena, eu não queria realmente dizer isso. Mas não perdi a postura.

—O que você está dizendo?

—Você se acha incrível? Me poe de lado o tempo todo, sempre que pode me machucar você o faz sem hesitar. Você é pior que ele— Pude ver o olhar de Damian perder os sentidos, eu não aguentei ver o seu rosto e dei as costas para ele prestes a sair.

—O que aconteceu com você Jon?— Falou indignado. Isso me causou uma pontinha de furia.

—Você nunca se importa não é? Só está perguntando isso por que não tem o que dizer. Você fica em silêncio sabendo que eu preciso ouvir sua voz e revira os olhos quando sabe que eu quero sua aprovação. Você me machuca todos os dias e eu continuo do seu lado, dia após dia... E depos me pergunta o que aconteceu?— Minha voz passou a se alterar um pouco, o que eu quase não percebi.

—Jon...

—Não Damian! Você insiste em agir como se não tivesse sentimentos! Você crítica tanto Bruce, mas você é pior que ele! Bruce trata meu pai bem, ele é feliz e é capaz de fazer os outros felizes... Você também é capaz, mas você escolhe me machucar todo dia!

—Te machuco todo dia? Talvez seja por que ninguém nessa porra realmente me entenda!

—Como quer que eu te entenda se você não fala comigo? Eu confio tudo em você e mesmo assim você não confia nada a mim! Nunca confiou, eu sempre fui um zero a esquerda na sua vida! Droga Damian eu gosto de você e todo mundo encherga isso menos você!

—Eu não sou tão comunicativo como você Jonathan! Eu não sei se passou pela sua cabeça que eu cresci em uma fortaleza no topo de uma montanha! Onde ninguém tinha permissão de falar comigo exceto a maniaca da minha mãe e o meu avô que só me criticava! Eu cresci ouvindo críticas Jon! Sobre tudo! Eu não falo sobre sentimentos porque da onde eu venho isso é fraqueza! Eu convivo com um bando de idiotas que nunca se importaram com o meu bem estar! Eu nunca recebi um abraço de bom dia, nunca estive em brincadeiras de família, não participei das reuniões familiares na escola e eu não fiz cartazes de presente para meus pais Jon! Eu não tenho uma fazenda linda para fugir quando estou triste e nem alguém que vai me apoiar seja lá no que for! E foi tolice eu pensar que poderia ter um amigo e ser diferente!— Damian gritava as palavras, como se cada uma delas tivesse um tom de dor.

—Eu gosto de você Jonathan. Mas você acabou de dizer... Eu só te machuco. Então vai embora— Damian passou as mãos pelo rosto, ele normalmente fazia isso quando estava nervoso.

Eu poderia gritar dizendo que sinto muito, poderia dizer que vou ficar com ele no que der e vier, poderia dizer palavras bonitas que ele ignoraria. Mas eu dei as costas e saí.

Pela primeira vez na vida Damian tinha sido sincero sobre seus sentimentos e eu estava saindo. Estava o abandonando.

E quando mais distantes meus passos ficavam mais eu podia ouvir o coração acelerado de Damian, um coração quebrado. E mais eu tinha vontade de chorar. Então eu parei.

—Realmente gosta de mim, ou está dizendo isso só pra eu ficar?— Falei sem coragem de virar e o olhar nos olhos.

—Eu gosto de você caralho. Vai embora Jonathan porra!

Fui instinto me virar, eu passei a andar rápido até ele, passei a correr e Damian ficou confuso. Eu fui até ele com rapidez e no momento que Damian encostou do vidro de proteção da sacada externa, eu alcancei voo o segurando.

Ele gritou confuso, continuei subindo, alto o suficiente para que as pessoas não pudessem nos ver do chão, mas baixo o suficiente para não causar problemas na saúde de Damian.

—Você está maluco? O que deu em você?— Gritou. Eu pude ouvir seu coração ainda mais acelerado, Damian engoliu em seco olhando o chão que ficou minúsculo.

—Me fala a verdade ou eu te solto.

—Você não tem coragem— Ao ouvir a provocação, deixei minhas mãos leves e Damian começou a escorregar pelos meus braços.

Ele se agarrou no colarinho do meu terno e puxou seu corpo para cima, chegando próximo o suficiente de mim. E me beijou.

Eu já esperava por isso, mesmo assim meu corpo todo arrepiou. Não foi nada mais que um selinho, mas o suficiente para fazer minhas borboletas se agitarem em meu interior. O agarrei com força para ele não cair, fazendo o beijo durar mais.

Minhas bochechas ardiam em calor, e meu corpo relutava para amolescer. Eu perdi parte dos meus sentido e só percebi que estavamos aterrisando quando nossos pés tocaram o chão.

—É o suficiente pra você Kent?



Notas Finais


Eu não via a hora de escrever logo esse capítulo, fiquei soft o tempo todo❤️
O que acharam???
Espero que tenham gostado ❤️❤️❤️
Até a próxima ❤️❤️❤️


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