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História Wrong - Capítulo 12


Escrita por: cronicas_do_sai

Notas do Autor


Olha mais um capítulo

Capítulo 12 - Capítulo 12


Fanfic / Fanfiction Wrong - Capítulo 12

Pouco mais de um mês havia se passado.

As férias de final de ano finalmente havia chegado. E com elas, a tão aguardada apresentação da Galera do ramen. Em outra situação, eu recusaria o convite sem pensar duas vezes. Mas Kawany insistira tanto que eu acabei aceitando. Ela era bacana, e talvez tão esquentada quanto eu. Além de estar devendo uma.

— Pronto — Ino disse depois do que me pareceram horas.

Meu relacionamento com ela aos poucos voltava ao normal. De início, as coisas eram as mais incômodas possíveis. Eu tentava a todo custo evitá-la. Falava apenas o necessário. Mas o fato de dividirmos o mesmo teto tornava as coisas mais difíceis. Depois de algumas semanas, as palavras tornaram-se frases. E lá estávamos nós duas agora.

Enquanto caminhava até o espelho, me perguntei o motivo para eu ter aceitado aquilo. Ser a boneca da casinha de Ino. Mas no fundo, sempre soube a resposta.

Queria provar para todos que eu estava bem. Ao menos por fora.

— Eu... — soltei uma careta ao olhar meu reflexo — Me sinto... estranha.

Estranha.

Talvez o fato de eu trajar aquele vestido, fazia eu me sentir daquela forma. Ele não me apertava e era, por sorte, comportado - ia até um pouco acima dos joelhos. Toda a pele do meu ombro estava a mostra e o decote era coberto por uma renda preta, da mesma cor que o vestido. Talvez fosse a maneira tão comportada que os fios rosas do meu cabelo estavam organizados. Poderia ser também maquiagem básica que cobria meu rosto. Ou o salto alto que apertava meus pés e me desequilibrava algumas vezes.

Talvez tudo aquilo fazia eu me sentir daquela forma. Uma estranha no próprio corpo.

— Minhas flores, já estão pron — rin invadira o quarto, eu a observava pelo reflexo do espelho. Ela estava ali para nos chamar, provavelmente. Estávamos todos atrasados, e tudo isso graças a Ino. Que resolvera brincar de boneca em cima da hora.

— O que achou? — Ino sorria como uma criança ao apontar em minha direção.

— Você está linda, Sakura — sorri ao sentir o beijo que a morena plantara no alto de minha cabeça.

— Obrigada — sussurrei para elas, abaixando a cabeça envergonhada. Nunca saberia como reagir a elogios.

— Você tem certeza que quer ir? — rin perguntou — Sei como ainda é difícil ter que encarar o Sasuke depois de tudo.

Suspirei pesadamente.

— Você tem razão. É difícil — concordei — Mas não vai ser aquele descabelado que vai me fazer perder o show — sorri, sendo acompanhada por elas.

— SERÁ QUE JÁ PODEMOS IR? — gritou Kakashi. Sabia como ele odiava esperar.

— Ouviram o sensei — rin brincou seguindo até a sala.

Seguimos a morena enquanto eu tentava me equilibrar naquela coisa apertada e assassina que Ino chamava de salto. A mesma apenas ria do meu desespero.

Senti que fazia um bom trabalho. Afinal, no caminho do meu quarto até a porta, ainda estava de pé.

— Cê tá incrível, filha — ouvi meu pai soltar. Falava com Ino, provavelmente. Por esse motivo não lhe dei atenção — Tô falando contigo, Saky — seu dedos foram até minha cintura, a apertando. Me puxou até ele, e beijou minha bochecha.

Fiquei surpresa por alguns instantes. Mas lhe lancei um sorriso em resposta. Normalmente aqueles tipos de elogios eram soltados para a loira. Não para mim. Nunca para mim.

Caminhávamos até o ramen. Os três conversavam animadamente sobre uma peça que Ino iria estrear. Quando chegamos na praça, meus olhos quase que de imediato pairaram sobre a galeria. O procurei por todo o estabelecimento e sorri discretamente ao encontrá-lo. Ele e Naruto jogavam animadamente.

Kushina parecera notar o mesmo que eu. A presença do filho na galeria. Pareceu pensar no que faria, mas decidiu seguir.

O ramen estava mais movimentado que o comum. A razão: a Galera. Não era um show qualquer. A razão: a tal amiga do Kiba, a Kawany, se não me engano. Como ela não pôde tocar no aniversário do cara, ele a convidara de novo. E hoje era o grande dia.

Lembro que há alguns dias atrás a garota havia me ligado para me convidar para a tal apresentação, e quando a questionei como ela havia conseguido meu número, ela gargalhou e soltou um "como cê acha?". Não precisei pensar muito para chegar a uma resposta: Sasuke. Neguei de imediato, mas ela explicou que ele não tinha nada a ver com aquilo. E, por alguma razão ainda desconhecida por mim, eu aceitei.

Mas bastou eu sentir todos os olhares queimando sobre mim enquanto caminhávamos até uma mesa qualquer, para eu me arrepender de por os pés ali, me arrepender de ter saído de casa. Ainda mais vestida daquela maneira.

Fiz menção de ir embora, mas Ino me repreendeu com o olhar e me puxou fazendo com que eu sentasse. Bufei em resposta.

Tinha que arrumar uma maneira de sair dali. Não gostava da maneira como as pessoas me olhavam. Não gostava da atenção da qual eu recebia.

Fiz de tudo para que um certo descabelado não me visse. Mas soube o exato momento em que seus olhos me alcançaram, pois uma nota aguda e sem afinação deixou a sua guitarra, fazendo com que todos reclamassem. Me assustei ao perceber que ele fazia menção de vir até onde eu estava, mas relaxei ao ver que a banda o repreendera, o fazendo ficar. Respirei aliviada e passei a brincar com o canudo que peguei ao terminar o suco que Ino havia deixado ali a alguns minutos atrás.

Não tinha a mínima ideia do que os quatro falavam, apenas sorria e concordava algumas vezes. Em certos momentos, comentava alguma coisa para não dar tanta bobeira.

Sabia que a apresentação final ainda iria demorar. Apertei em uma tecla qualquer do meu celular, procurando saber o horário.

Um sorriso brincou em meus lábios ao ver o papel de parede. Não uma foto minha e de Sasuke como há uns dias atrás. Era uma foto minha. Uma das fotos que Sai havia tirado no dia em que eu passei a noite na Galeria com ele. Uma foto que ele mesmo tirou e sugeriu. Lembro que tentei repreender o pintor por aquele ato, mas um sorriso involuntário abandonou meus lábios. Eu me perguntava como ele conseguia fazer aquilo, me fazer sorrir em meio ao caos.

Da mesa onde eu estava, tinha uma visão perfeita da galeria. E nunca quis tanto estar lá.

A deixa perfeita foi quando vi a banda procurar por Naruto em nossa mesa. Ouvi alguém dizer que precisavam dele. "Problemas técnicos", ela explicou.

Kushina fez menção de levantar, mas fui mais rápida.

— Eu vou atrás do Naruto.

— E onde ele está? — meu pai perguntou enquanto tomava um gole do suco.

— Na galeria — a professora respondeu em um sussurro, como se temesse a reação do sensei. E quando ele cuspiu todo o suco para fora, soube que ela tinha razão quanto a reação dele.

— Você não vai para aquele lugar — falou um pouco alto, atraindo a atenção de todos ali. De novo.

Kakashi, assim como todos na nossa vizinhança, soube do beijo. Lembro do quão bravo ele ficara. Estava irado. Pronto para ir atrás de Sai, mas com muita insistência, depois de muito implorar e deixar claro que ele não me obrigara a nada, ele me prometera que não iria atrás do rapaz.

Mas mesmo depois de tudo, ele ainda fazia cena.

— Qual é, pai — comecei — A galera precisa do Naruto.

Lancei um olhar para rin. Ela pareceu entender. Sussurrou algo no ouvido do meu pai que o fez assentir, mesmo que a contra gosto.

Segui andando até a saída do ramen rumo a galeria. Fui surpreendida quando senti um aperto em meu braço, me fazendo parar de repente.

— Sakura... — Sasuke. O garoto me olhava quase em uma súplica. Puxei meu braço rudemente, colocando fim naquele contato.

Andei em passos lentos até meu destino.

Entrei o mais silenciosamente que conseguiu na galeria. E percebi que tal cuidado não era tão necessário. Os dois estavam tão absortos na conversa e no jogo, que nem se deram conta da minha presença.

Estava pronta para chamar Naruto, mas a pergunta que ele fez me fez parar.

— E você e a Saky?

— O que tem? — perguntou, bufou ao ver que perdera a partida que jogava.

— Ué — começou o loiro — Me diz você. Cês se beijaram, né?

— Isso todo mundo sabe, viciado — respondeu enquanto iniciava uma nova partida.

— Cê gosta dela?

Percebi que Sai retesou de repente, o jogo que ele mau começara já mostrava um 'game over'. Ele pareceu não se importar. E como se recobrasse a consciência voltou ao que fazia.

— Ela é minha amiga.

Naruto que antes estava vidrado no jogo, sorriu com vontade sem nem ligar para o fato se perderia ou não a partida.

— Ela também é minha amiga, mas nem por isso a saio beijando por aí — implicou e quando vi a cara que ele fazia, tive a certeza que um comentário idiota deixaria sua boca — Se bem que até eu poderia pensar no caso.

Mais rápido do que imaginei, Sai acertou a cabeça do garoto com um soco.

— Ai! — massageou o local atingido — É disso que tô falando, Sai — Naruto disse simplesmente.

“Disso o quê?” A pergunta pairava sobre minha mente.

Sai em resposta apenas desligou o computador, o cobrando pela hora.

— Qual é, cara! — berrou Naruto — Cê ainda tá me devendo uma semana de graça, lembra?

Sorri lembrando do dia em que o loiro me contara sobre a semana de jogos grátis que ganharia se avisasse à Sai como eu estava.

— Nem vem, viciado.

Naruto parecera querer insistir, mas o interrompi.

— Ele tem razão — me pronunciei, atraindo a atenção dos dois que se levantaram surpresos — Cê tá devendo uma semana de jogos à ele — apontei para Naruto.

— Uau, Saky! — exclamou Naruto — Tudo isso pro sai? Ele não merece!

Revirei os olhos. E sorri ao ver, de novo, o garoto recebendo um soco.

— Ei! — berrou indignado — Cê tem que parar com isso! Dói.

Meus olhos encontraram pela primeira vez os de Sai. A última vez em que eu estivera com ele foi há pouco mais de uma mês. Quando Sasuke tentou comprar uma briga com ele. Por minha causa. Quando ele e Tenten brigaram. Também por minha causa.

Suspirei pesadamente, desviando os olhos.

— A banda tá precisando da sua ajuda, viciado. Problemas técnicos — imformei.

— Como assim "viciado"? — seus olhos oscilavam entre mim e sai que tinha um sorriso discreto nos lábios — Esquece! — bufou — Cê a ouviu, né? Uma semana. Uma semana, fantasminha! — apontou para o computador.

Deu as costas e seguiu até a porta.

— Naruto — chamei.

Ele pareceu notar o que eu iria pedir.

— Só se essa semana de jogos de graça se tornarem um mês — sorriu largamente. O olhei indignada — Ok, duas semanas. É pegar ou largar — abriu os braços.

Olhei para Sai e vi quando ele assentiu como se não acreditasse no que fazia.

— Pode deixar, casal. Eu enrolo o sensei Cruel pra vocês.

Naruto deixou o local antes que qualquer comentário fosse dito.

— Obrigada.

Ele apenas concordou em resposta.

Fez sinal para que eu entrasse e assim o fiz.

Segui até a mesa, me sentando. Tendo todo o cuidado por conta do vestido. Me perguntei mentalmente qual o motivo para tal preocupação. Afinal, Sai já havia me visto de roupas íntimas. Senti meu rosto queimar só pela lembrança.

— Então, feiosa...

Fechei os olhos e sorri discretamente ao ouvir aquele apelido idiota.

Sai se sentou ao meu lado. Tínhamos toda a visão da praça, que devido ao evento estava pouco movimentada.

— O viciadinho tem razão? — o olhei confusa — Tudo isso é pra mim? — perguntou debochado.

— Sai! — o repreendi sorrindo, o empurrando levemente com meu ombro.

— Você tá linda, Sakura — talvez notando a careta que eu fazia, continuou — Não sei porquê não consegue acreditar quando te elogiam.

— Talvez porque não seja verdade. Não consigo ver a verdade nisso — soltei.

— Alguma vez já menti pra você? — neguei — Então acredita no que tô te falando. Você é linda. Feiosa e só um apelido carinhoso.

Assenti, sentindo o sangue atingir minha face.

— Desculpa, sakura — começou depois de um tempo — Eu mandei mal ao contar sobre o que rolou entre a gente naquele dia.

— Não, cê não me deve desculpas. Eu deveria te agradecer — levantou uma das sobrancelhas, me questionando — Depois daquilo, finalmente, o Sasuke se afastou de mim.

— E isso é bom?

— Não sei — e eu realmente não sabia — Talvez.

E era a verdade. Depois da quase briga entre os dois, Sasuke não falou comigo uma vez sequer. Nossa relação, se é que existia uma, se restringia a olhares. Olhares esses que eu não sabia dizer o que transmitiam.

— Por quê você contou pra Tenten l sobre o beijo? — a pergunta saiu antes que eu a controlasse. Durante o último mês, a dúvida que mais me afligia era essa

— Eu não sei — pareceu sincero — Lembro que começamos a discutir pelo fato de eu ter sumido da festa — baixei meus olhos. Não tendo coragem de o olhar — Ela te viu e começou a falar que eu a deixei pra ficar com você. Falou mais um bocado de coisas e, talvez por raiva, eu acabei soltando, o que me rendeu um belo de um tapa. Sasuke como estava por perto, deve ter ouvido tudo, e o resto cê sabe.

Suspirei cansada. Escorreguei até sentir meus pés encontrarem o chão.

— Não é culpa sua, sakura. Não ouse se culpar — pediu, sério. Ele se levantou e ficou em minha frente — Sei que você se afastou por isso. Por se sentir culpada — seus dedos foram até meu queixo, o levantando.

Pensei em responder, mas meus olhos encontraram um casal no meio da praça. Sai pareceu perceber meu olhar, e o seguiu.

— Eles estão juntos? — perguntei à ele enquanto observava Tenten e lee. Os dois se beijavam como se não houvesse amanhã. Sabia o motivo para ela estar ali, logo ali. Queria mostrar a Sai que seguira em frente, sem ele.

— A Puca pareceu encontrar seu príncipe — riu sem humor — O branquelo nunca foi suficiente.

— Ei, — minhas mãos encontraram seu rosto — Você vai encontrar alguém melhor.

— Vou? — seus olhos pairaram sob meus lábios. E naquele instante, percebi o quão perto estávamos.

Além da culpa, aquele era um dos motivos para eu não procurá-lo. Temia aquela aproximação repentina. Temia o rumo de qualquer conversa que tivéssemos.

— Porque me beijou? — perguntei, fazendo com que os olhos do moreno encontrassem os meus.

— Você me beijou, feiosa! — acusou sorrindo.

— Sim — confirmei — Mas dep —

— Eu quis — me cortou — Eu quis te beijar — sussurrou, se aproximando um pouco mais. Seus braços cercaram minha cintura, me prendendo em um abraço.

— Você tá fazendo isso para fazer ciúmes na Tenten? — meus braços cercaram seu pescoço em um impulso. Ele pareceu surpreso, mas apenas sorriu.

— Talvez.

— Ela está furiosa — sussurrei sorrindo. A morena nos lançava olhares mortais.

— Isso é bom — um arrepio percorreu meu corpo ao sentir o nariz de Sai roçar meu pescoço. Juro que, naquele momento, não tinha ideia do que ele falava.

— Isso é perigoso — corrigi em um sussurro, mas sem me afastar.

— É perigoso — concordou — Mas é bom.

Meus olhos revesavam entre seus olhos e sua boca. A pele macia roçava minha bochecha, me fazendo perder um pouco da sanidade que ainda me restara

— É errado — minha voz estava arrastada.

— É errado — me encolhi ao sentir seus lábios roçarem minha orelha — Mas ainda assim, bom.

E como era.

Sem paciência, minhas mãos puxaram alguns fios de seu cabelo com uma força desnecessária. Sai tombou a cabeça para trás e um sorriso maroto prendeu em seus lábios.

Ele era lindo.

Sem pensar em nada e sem me importar se alguém nos veria, meus lábios encontraram os dele. Pondo fim naquela distância incômoda e desnecessária.


Notas Finais


Até amanha


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