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História Xeque-Mate - ONE: Provocações baratas


Escrita por: pocxyo

Notas do Autor


05 de setembro de 2021, 23:55.

ÓTIMO HORÁRIO PRA POSTAR HOT 🥳🥳

oi, xuxus, espero que estejam bem. aqui estou eu, mais uma vez, trazendo histórias para abençoar sua noite.

agradecendo a @oikaways pela capa belíssima (e olhe q ela não é a maior fã de texturização vius), sério, muito muito muito obrigada 💖💖

P.S.: Capítulo não betado, perdoem os possíveis erros.

sem enrolação, boa leitura ✨

Capítulo 1 - ONE: Provocações baratas


De fato, aquela situação era atípica. Qual o motivo dele estar fazendo isso? Por que diabos ele a ignorava?

Essas e tantas perguntas rondavam a mente de Son Haneul, que irritava-se ao recordar do belíssimo vácuo de duas semanas que Kim Taehyung estava lhe dando — coisa que nunca fora de seu feitio. Sinceramente, não sabia o motivo disso e, em consequência, lhe deixava impaciente para descobrir o que aconteceu. 

Ela e Kim se conheciam bem, muito bem. Em encontros casuais, saciavam os desejos pecaminosos que surgiam em meio aos dias corridos de suas rotinas em longas madrugadas de gemidos preenchidos de luxúria. Era algo de momento mesmo: se estavam com vontade, contatava o outro em busca de “ajuda”, e se estivesse disponível — e com vontade também —, prontamente encontravam-se no apartamento alheio em meio a cigarros mentolados, copos de whisky pela metade e muitos fetiches.

Em um dia qualquer, Haneul decidiu beber sozinha em sua casa. Comprou alguns petiscos e garrafas de soju, colocou uma série qualquer para assistir, e degustou dos alimentos industrializados. Estava tudo bem até perceber que a terceira garrafa já se encontrava vazia, suas bochechas morninhas, e seu juízo não estava exatamente coerente. Na televisão, uma cena de teor sexual se passava em volta do casal principal, acendendo uma chama esquecida pela correria do dia-a-dia. Quanto mais assistia aquilo, mais crítica sua situação ficava.

Céus, ela estava quente. Muito quente.

De início, Haneul começou a passear suas mãos pelo seu corpo timidamente, apertando e acariciando lugares estratégicos, ainda com os olhos vidrados na tela e seus ouvidos aguçados atentos nos sons emitidos pelo eletrodoméstico. Os dígitos se firmaram na pele da sua coxa desnuda — pois estava vestindo uma camisola —, deixando vergões avermelhados que sumiam poucos segundos depois. A cena na televisão estava realmente picante, era literalmente um pornô no meio da série. 

Sem mais delongas, adentrou a destra na calcinha, acomodou-se melhor no estofado, e abriu as pernas para lhe dar mais acesso ao seu íntimo. Ainda estava com o cobertor por cima da parte inferior do corpo, a impossibilitando de vê-la se dando prazer, o que instigou ainda mais sua imaginação. Sentindo sua própria umidade, deleitou-se da sensação dos seus dedos passeando por sua intimidade encharcada e a estimulando de todas as maneiras que conhecia. E mesmo após atingir seu ápice em meio a um gemido sôfrego, não foi o suficiente para apagar aquela chama.

Como se fosse uma luz na sua cabeça, lembrou-se do seu "pau amigo". Não que Taehyung servisse apenas para transar, eles conversavam bastante, tanto por mensagem, quanto pessoalmente, eram realmente bons amigos, mas os benefícios daquela amizade, sem dúvidas, eram os melhores.

Levantou-se, foi ao banheiro lavar a mão e passar uma água no rosto, seguindo para o quarto, onde seu celular se encontrava carregando. A última mensagem do chat com o Kim havia sido enviada por ela há 17 horas atrás. Não se importou por não ter resposta já que o assunto havia acabado, e tratou de digitar uma nova, animando-se ainda mais por vê-lo online.


Haneul:
Tae, estou com tanta saudades… 
E estou tão, tão quente. Acho que vou explodir a qualquer momento.
Será que eu poderia ir aí ainda hoje?
[23:10] — enviada.


Sabendo que era quase certeza a resposta positiva do Kim, deixou o celular na cama, e foi ao banheiro tomar um banho morno rápido, perfumando-se com um de seus óleos favoritos, e hidratou bem sua derme. Vestiu uma lingerie branca e colocou uma calça preta junto a uma camiseta de cor vinho. 

Mas o balde de água gelada que levou ao pegar seu telefone foi impagável.

Não havia nenhuma mensagem de Taehyung, apenas o status do aplicativo indicando que aquelas frases anteriores haviam sido lidas, porém, ignoradas. Mandou mais algumas, mas tiveram o mesmo resultado. Chateada, a Son colocou novamente sua camisola e deitou-se na cama.

"Ele deve estar ocupado." Pensou ela, dando de ombros, fechando os olhos em seguida, esperando o sono chegar.

Acontece que depois de uma semana, Taehyung não havia respondido nenhuma de suas mensagens rotineiras, e foi aí que Haneul começou a se irritar. Ele postava stories com os amigos, outros dizendo que estava no tédio, até mesmo vídeos fazendo vários "nadas" no seu apartamento, mostrando estar bem e disponível. Mesmo assim, questionou a Park Jimin, seu amigo e melhor amigo de Taehyung, se ele sabia de algo. Jimin, sabendo do caso dos dois e como bom fofoqueiro que era, só confirmou a suspeita de Haneul: Kim estava a ignorando de propósito.

Obviamente, Haneul não se prestou a mandar mais qualquer coisa ao dito cujo, tampouco se preocupou com o babaca. Estava com raiva, e se esse fosse seu objetivo com essa brincadeira, conseguiu atingir com êxito.

O dia atual era sexta-feira e a mulher se arrumava para uma social que Jimin havia organizado em sua casa, mesmo sabendo que Taehyung com certeza estaria lá, não ligou nem um pouco em confirmar sua presença na mesma hora. Precisava realmente de seus amigos e não dava a mínima se o mais velho estava a ignorando. Ele estava fazendo aquilo por que queria e ela já deixou de tentar encontrar um motivo plausível em sua mente para Kim estar com essa "ceninha", não iria ficar remoendo.

Sua preocupação era quando desse cara com o cretino, não sabia se poderia controlar seu impulso de acabar questionando, mas se manteria forte.

Direcionou-se para a garagem, entrando em seu carro preto e indo em direção ao bairro onde seu amigo residia. Ela estava sendo irresponsável em ir em seu próprio carro sabendo que iria beber, mas não pensou muito nisso. 

Quinze minutos depois, estacionava em frente a casa de Park, vendo muitos carros ali também. Verificou se via a moto de um certo alguém entre os automóveis, e suspirou aliviada em não vê-la ali. 

— Argh, eu odeio estar agindo fora do meu controle. — resmungou, fechando a porta do carro e travando-o em seguida. Ajeitou seu shorts jeans claro, dando uma rápida avaliada no look pelo reflexo do automóvel. Vestia uma blusa de gola alta preta, ensacada dentro do jeans de cintura alta, adornado com um cinto também preto, nos pés calçava botas de um cinza mais escuro sem salto, além de sua argola e relógio prateados de acessório. 

Tocou o interfone e não ouviu nenhuma resposta, já que a porta abriu segundos depois. Visualizou um Jimin já meio alto de álcool e com o rosto vermelho, sorrindo para ela e a abraçando assim que reconheceu Haneul.

— Minha Honey chegou! — disse apertando sua amiga. Ela sorriu e retribuiu o gesto afetuoso. Honey era uma maneira carinhosa e implicante que o Park havia arranjado para chamar Haneul, já que “Honey” lembrava “Hani”, seu apelido mais popular. 

— Sabe que eu detesto esse apelido, não é? — ele confirmou com a cabeça e isso a fez rir novamente. — Oi Jimin. — disse, se afastando do corpo alheio.

— Nossa, garota, que 'oi' seco. Você precisa beber, vem cá. — fechou a porta, agarrou o braço de Son e caminharam para onde os amigos estavam.

Bom, o que Park disse de ser “Uma social pequenininha, só para curtir com os chegados" nas mensagens de texto, estava um pouquinho — para não dizer o contrário — mais numerosa do que o previsto por Haneul, visto que tinha gente por todo canto. Por sorte, o sistema de som do interfone está acoplado em alto falantes que ficam espalhados pela casa e são acionados em caso de festas, sendo assim, não haveria problemas com relação ao som alto que ecoava firmemente pelo local e correr risco de deixar alguém esperando no lado de fora. 

Alguns de seus amigos estavam na sala e saudaram a garota assim que Jimin anunciou a sua chegada. Ela cumprimentou cada um com um sorriso no rosto e logo pegou uma Heineken bem gelada, se acomodando no sofá e conversando com os outros.

Infelizmente, sua felicidade não durou tanto.

Pouco mais de meia hora que havia chegado, ouviram o interfone tocar novamente. Como o anfitrião da festa estava ocupado organizando umas comidas na cozinha, gritou para que alguém fosse atender. Ela estava voltando do banheiro, e já que estava de pé, foi fazer o favor ao amigo. 

Ao abrir a porta, deu de cara com a última pessoa que gostaria de ver. Vestido com uma camisa de botões cinza, com as mangas arregaçadas até o cotovelo, uma calça jeans azul escura e um relógio prateado adornando seu pulso. Segurava o capacete preto em uma das mãos e uma sacola cheia de snacks em outra. 

Ele a olhou e sorriu.

Haneul nada disse, pois se falasse algo, iria acabar quebrando a cara do meliante. Deu espaço para que ele entrasse, sentindo seu aroma marcante ao passar pela mesma. Droga, ele sempre foi tão cheiroso. 

Fechou a porta, desprezando qualquer pensamento que estivesse passando por sua mente, voltando ao lugar que estava antes.

— Não vai falar com ele? — Soora, sua amiga, disse ao ver que ela sequer cumprimentou o Kim.

— Não. — bebeu um gole da cerveja — Ele está me ignorando, por que eu deveria falar com alguém que me ignora? 

— Você deveria deixar de ser tão orgulhosa, vejo nos seus olhos que está louca pra falar com o Taehyung.

— Nunca. Sou orgulhosa mesmo, se eu falasse com o babaca ali seria como ir contra os meus princípios. E eu odeio isso.

— Princípios esses, que vieram do orgulho. — tomou um gole da bebida.

— Que se dane!

— Mas que você está com vontade, está sim. — soltou um risinho.

— Podemos parar de falar dele? — suspirou, vendo a amiga levantar as mãos em rendição. Poderia estar parecendo uma criança birrenta, mas pouco se importava. Estava decidida a fazer o mesmo que Taehyung fez com ela por todo esse tempo.

Continuaram a conversar sobre outro assunto, mas sua alegria não durou tanto. Pouco tempo depois, Haneul começou a se sentir incomodada com a sensação de alguém lhe observando, correu o olhar pelo local e encontrou um par de orbes castanhas escuras lhe encarando fixamente e com intensidade suficiente para mexer consigo. 

Sentado um pouco desleixado sobre a poltrona do outro lado da sala, Taehyung segurava o copo com chopp cheio com uma das mãos e deixou a outra sobre sua coxa farta. Ele não desviava seu olhar nem por um segundo e nos lábios carregava um sorriso ladino um tanto quanto zombeteiro. 

Como Haneul queria socar aquele rostinho lindo e tirar aquele sorrisinho barato dali.

Antes que perdesse seu controle, levantou-se dizendo que iria tomar um pouco de água, caminhando até a cozinha em seguida. Chegando no cômodo, procurou algum copo em um dos armários, e logo quando achou, foi até o bebedouro o enchendo por completo. Sinceramente, aquela situação toda a deixava irritada, mal podia curtir a festa direito, e tudo isso é culpa inteiramente do Kim. Ignorá-la por semanas e ainda flertar com a mesma na cara dura quando se encontraram a pouco era estúpido demais. 

Bem a cara dele.

Em algum momento, sentiu novamente aquele incômodo de alguém estar lhe queimando com o olhar e percebeu não estar mais sozinha no local. Virou seu um pouco corpo, encontrando nada mais, nada menos que o idiota encostado no balcão, de braços cruzados, a observando beber água. “Ele tinha que ser clichê o suficiente para fazer isso? Sério?”  Debochou em sua mente. Fingiu não o ver, terminou de tomar o líquido e zarpou para a sala.

Ou ao menos, era isso que queria.

"Ah, claro, ele tinha que completar a fanfic." Zombou em seus pensamentos ao ter seu braço segurado pelo mais alto.

— Oi Hani! — a chamou pelo apelido, como se nada tivesse acontecido. O sangue da Son rapidamente borbulhou, entretanto, respirou fundo, contando até dez mentalmente, se contendo. Tudo para não acabarem chamando a polícia por ela ter cometido um assassinato naquela cozinha.

— O que você quer? — respondeu seca, ainda virada na direção da sala, decida a deixar o diálogo mais curto que pudesse para ir para longe do Kim o mais rápido possível. 

— Tudo bem? — ignora (mais uma vez) sua pergunta.

— Cara, na boa — o olhou de soslaio —, me solta. 

— Docinho… — fez manha. Docinho era outro apelido de Haneul, mas este, apenas Taehyung usufruía. “Para combinar com o apelido do Jimin e sua personalidade tão doce quanto limão” ele justificou, quando o falou pela primeira vez.

— Kim Taehyung! — finalmente o encarou, levantou sua destra para o alcance do rosto de Tae, onde seu indicador e seu polegar estavam em formato de pinça, mas não estavam se tocando por um espaço mínimo entre eles. 

— O que é isso? — questionou, confuso.

— Falta isso aqui — deixou o mínimo espaço entre seus dedos em evidência — para eu te arrastar até aquela pia e enfiar sua cara de cínico naquele triturador até você precisar de cirurgia de reconstrução.

— Opa, calma lá, sua psicopata! — arregalou os olhos, sabia que tinha aborrecido a Son o suficiente para isso, e juntando com o seu gênio forte, não duvidaria que acontecesse.

— Vá se foder! — Haneul esbravejou, mas não queria arrumar alguma briga na casa de Jimin e em meio aquele ambiente descontraído de sua festinha. Por isso, virou-se para finalmente sair de perto da presença de Kim, ação esta que foi novamente impedida da mesma maneira que antes.

— Você não quer saber o porquê te ignorei todo esse tempo? — estranhamente, ele tinha baixado um pouco o tom de voz, como se estivesse acuado, parecia um tanto arrependido. Até poderia acreditar, se não conhecesse a peça o suficiente para saber que ele estava se acabando de rir por dentro, e faria de novo se tivesse oportunidade.

Haneul o encarou impaciente, iria negar, o mandaria para merda e o xingaria de todos os nomes possíveis, todavia, sua maldita indignação junto com a sua curiosidade falaram mais alto que seu orgulho — o que era um fenômeno extremamente raro de acontecer. Então, apenas ficou calada, esperando que ele dissesse logo. 

Ele entendeu o recado e sabia que ela havia dado a brecha para se explicar. 

— Então, eu estive pensando esses tempos, e percebi que estava cedendo meu corpinho lindo fácil demais para você. Você me chamava, e eu ia. Parei para reparar que deveria fazer uma experiência para ver se valia a pena mesmo ceder isso tudo aqui — apontou para si, descendo a mão pelo seu tronco. — Tão rápido. Decidi fazer você sentir minha falta. — finalizou com um sorriso infantil pintado em seus lábios, deixando-o com ar inocente. O que, definitivamente, Kim Taehyung não era.

As palavras cessaram entre eles.

— Você… Não vai falar nada? — Tae tentou de mansinho, sabia que Son estava uma fera.

— Estou esperando você dizer que é brincadeira e me dizer o real motivo. — Haneul respondeu.

— Mas eu disse o motivo. 

— Você só pode estar de sacanagem comigo…

— Pior que não, meu doce. E julgando pela sua expressão, acho que não foi uma boa ideia. — coçou a nuca.

— Boa ideia? — riu com escárnio, indignada — Em que momento você achou que isso fosse uma boa ideia?! — colocou as mãos na cintura, sentindo seu sangue ferver em suas correntes sanguíneas.

— Você não sentiu minha falta? Se está irritada assim, acho que sentiu.

— Vai se foder, cara. — e saiu dali, indo para a sala com passos duros.

— Qual é, Hani, foi brincadeira... — Continuou falando enquanto ia atrás dela. Haneul prosseguiu passando pelas pessoas como um cão raivoso, e quase derrubara Jimin, que estava no corredor no momento.

— Opa! Calma lá, honey. Por que que- — iria questionar o motivo da garota ter passado como um furacão, mas bastou olhar para o lado que entendeu a situação. — Ah. — deu risada — Hoje tem.

Para não quebrar a cara do Kim, pegou a primeira cerveja que viu pela frente e virou. Estava sendo muito incopetente, mas poderia dormir na casa do Park caso estivesse bêbada demais para voltar para casa.

Kim, por outro lado, ainda se divertia com a situação, porém queria achar um jeito de se redimir com Son. Ele adorava quando ela ficava brava — não em uma situação séria, obviamente — pois sua personalidade forte lhe instigava e considerava um charme em Hani. Vendo a garota terminar a latinha de cerveja em instantes, segurou um riso ladino ao vê-la lhe encarar enquanto amassava com toda sua força o metal. 

Ele não poderia ser hipócrita ao negar que fora bem difícil ficar longa e ignorar Haneul por esse tempo, mas nunca diria isso em voz alta. A verdade, é que aquela brincadeira apenas fora uma deixa para tentar pensar melhor nos sentimentos que tinha por Son, ao notar que o mesmo estava cada vez mais viciado na acastanhada e seus gemidos deliciosos ao pé do ouvido nas sua aventuras rotineiras, mais apegado ao som de sua risada espontânea depois de alguma piada de péssima qualidade, mais envolvido em sua vida ao ajudá-la em alguns problemas pessoais e sentindo mais necessidade de tê-la ao seu lado o tempo todo.

É, Taehyung estava bem ferrado e tentava se convencer a todo custo que era apenas carência. Porém, no momento, pouco se importava com isso, já que seu maior problema era tirar a raiva que Haneul estava sentido de sua pessoa.



O relógio digital neon de Jimin marcava exatamente meia-noite. Haneul já havia parado com a bebedeira, por mais que não tivesse ingerido mais nada além daquela latinha depois da discussão com o Kim. Sentia seu corpo cansado depois de tanto ter dançado com as pessoas ali, decidiu se apoiar no balcão e observar a movimentação da casa, enquanto recuperava suas forças.

Não havia visto Taehyung depois do momento da cozinha, e ela agradecia por isso mentalmente. O efeito do álcool do seu corpo já era quase nulo por causa do seu organismo forte para bebidas, já se sentia bem melhor depois de ter dançado horrores e não se preocupar com uma possível ressaca no dia seguinte — talvez algumas dores no corpo por causa da dança, mas não é como se ela ligasse. 

Seu momento de paz acabou assim pousou seus olhos no canto da sala, e sim, lá estava ele. Ela passou várias vezes pela sala e não tinha percebido o meliante naquele canto. Sério, deveria parar de se abalar tanto por causa de um homem, qual é, onde estava sua autoestima? 

Tae sorriu quando, finalmente, suas orbes se encontraram com os da acastanhada. Ele ansiava colocar seu plano de se redimir em prática, e o primeiro passo já havia sido dado: receber sua atenção. Kim indicou com a cabeça para seu lado direito,onde estava uma mesinha de centro. Hani ficou confusa no primeiro momento, mas ao reparar mais no móvel, entendeu o recado e riu incrédula ao notar o que ele sugeria. A mesinha possuía duas tábuas, a de cima estava com alguns copos e tigelas de petiscos pela metade, porém, embaixo, ficava o tabuleiro de xadrez clássico de madeira de Park, que o mesmo disse que só comprou por decoração.

Seria apenas uma tiração de sarro qualquer, se não fosse pelo fato de Haneul ser bicampeã no campeonato de xadrez da cidade. Não era algo exatamente grandioso, mas provava que Son não brincava em serviço. Por outro lado, Taehyung também havia sido bicampeão no jogo, porém, na sua própria cidade, Daegu. Eles já jogaram algumas vezes, e terminava sempre um emburrado e o outro testando a paciência do perdedor. 

Mas dessa vez, seria diferente.

Taehyung se levantou de onde estava depois de pegar o tabuleiro. Como se tudo tivesse ficado em câmera lenta e o barulho estivesse abafado, Hani observava cada passo dado pelo mais velho, curiosa para saber o que ele queria em uma partida de xadrez no meio de uma festa. Quando tinha apenas um passo de distância, eles se encararam e logo Kim tornou a falar:

— Você já deve imaginar o que eu quero. 

— Você não está em posição de querer nada, Taehyung. 

— Depois que ouvir minha proposta, duvido que não pense nela. — colocou sua mão livre no bolso.

— Não tenho a noite toda, desembucha logo. — disse, arqueando a sobrancelha. Sim, estava lentamente cedendo, porém, já tinha dado ao Kim a deixa de se explicar anteriormente, mesmo dizendo a si mesma para mandá-lo para o quinto dos infernos se tentasse falar consigo.

Por isso, ignorou seu orgulho espancado pedindo arrego. 

— Sempre tão apressada… — debochou.

— Fala logo, porra... — revirou os olhos, mas na verdade, seu interior é que estava revirando ao pensar nas possibilidades que aquela cabecinha diabólica poderia propor.

— Faz tempo que não jogamos uma partida de xadrez, não é? — dizia em voz arrastada, levemente afetada pelo álcool e pelo tesão que lhe consumia pouco a pouco ao pensar no quão divertido seria se ela aceitasse. — Me deixe te fazer um convite. — a encarou de volta, olhando em seus olhos. — Vamos jogar xadrez, quem ganhar poderá fazer o que quiser com o perdedor, e você sabe muito bem que eu quero dizer com "fazer o que quiser", não é, meu doce?

— Ainda não lhe perdoei pelo o que fez, Taehyung. 

— Não seja por isso. — riu, tirando a mão do bolso e apoiando no balcão atrás da mais baixa, chegando perto o suficiente do seu ouvido. — O jogo não irá definir apenas o resto da noite, como também os próximos dias. Caso ganhe, será sua chance perfeita para se livrar de mim. — aproximou o seu corpo ainda mais do corpo menor, os deixando praticamente colados. — Já que eu estou totalmente disposto a não largar do seu pé até você me desculpar. 

Haneul pensou bem por segundos tortuosos. Sua mente ficou nublada, a impossibilitando de ter qualquer pensamento coerente vindos de sua razão. As emoções falaram mais alto, a luxúria foi a protagonista da vez, juntamente com o anseio do desafio que acabara de receber. Ela nunca recusava desafios, ainda mais se viessem justo do acastanhad

— Tudo bem. — olhou bem no fundo das orbes castanhas encobertas de segundas intenções quando se voltou para frente da garota, em uma distância patética entre as bocas. — Espero que esteja preparado para uma boa derrota, TaeTae.






Notas Finais


se preparem para o próximo, beijinhos 🥳


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