1. Spirit Fanfics >
  2. Xeque-Mate >
  3. União

História Xeque-Mate - União


Escrita por: ShewantsCamz

Notas do Autor


Veja só quem está de volta!

Dessa vez ficamos muito tempo longe, eu sei. Mas tive motivos, e um deles foi ter ficado sem computador por mais de um mês! Mas enfim, sem muitas explicações, estou de volta.

E tenho que admitir que estava morrendo de saudade de vocês. Tive certa dificuldade pra escrever esse capitulo, por conta do tempo que fiquei sem atualizar, o que me causou certo bloqueio. Por isso, esse capitulo está mais suave, para gente voltar para nossa rotina bem estilo Xeque-Mate. Vamos interagir bastante, para que no próximo, as coisas esquentem mais rs

Estamos muito perto do fim, então, vamos aproveitar bastante cada momento daqui pra frente.

Esse capitulo conta como os últimos esclarecimentos com flashback, apesar de que vamos ter um pouquinho no próximo.

Indico algumas musicas para esse capitulo: A primeira é Ride- SoMo, ou IDFC - Blackbear, ou We can make love - SoMo (sim, outra vez) Escutem nessa primeira parte, vou indicar. A outra é Fairly Local - Twenty One Pilots, que será necessaria no final.

Sem mais papos, aproveitem, meus anjos.

Capítulo 35 - União


- Eu estou me entregando a você agora, delegada. Estou lhe dando todas as provas necessárias para me colocar atrás das grades pelo resto de minha vida. Mas antes que o faça, quero que saiba. Eu nunca; nunca quis engana-la. Nunca quis magoa-la.  – Disse em um suspiro.

- No início você foi sim um maldito escape carnal, para minha sede por me sentir superior. Mas eu me deixei levar por esses malditos olhos verdes, por suas investidas...

Meu peito subia e descia em uma respiração cada vez mais pesada. Eu sentia minha pele aquecer diante do seu olhar, de suas confissões sobre mim. Em um ato impensado, ergui uma das mãos até seu pescoço, tocando sua pele.

- Por seu toque... – ela sussurrou, seguido por um suspiro surpreso.  - E me perdi. Eu me perdi em quem me tornei, por você. Me perdi no que me fez sentir. – Ela desviou nossos olhares, e recuou um passo, mas eu a segurei.

- O que sente, Camila? – Perguntei, ofegante.

Seus olhos que até então encaravam o nada, voltaram aos meus, balançando-me o interior com vigor.

- Eu sinto que sou perdidamente apaixonada por você, agente Jauregui.

Havia uma batalha no interior de minha cabeça. Meus sentimentos confrontavam violentamente os meus ideais. Me render diante aqueles sentimentos, seria abrir mão de um código de ética profissional por qual lutei por longos anos, mas ir contra o que sentia, seria me enganar, e perder o que eu realmente precisava para ser feliz. Camila Collins poderia ser a mulher menos indicada para se relacionar, mas foi por ela que me apaixonei. Eu precisava dela, mais do que de minha carreira como policial. Eu precisava mostrar para ela que ainda existia a possibilidade de uma vida feliz. E que eu daria isso para ela outra vez.

Fechei os olhos por alguns segundos, sentindo meu corpo inteiro estremecer.

- Faça o que tem que fazer. Eu realmente não aguento mais... – ela sussurrou fraca.  – Eu preciso disso.

Eu sabia que Camila esperava uma reação negativa, eu sentia isso.

- Eu preciso acabar com isso. – Sua voz soou embargada outra vez.

Eu respirei fundo, e puxei seu corpo com força para junto do meu. Camila suspirou em surpresa, quando meus lábios foram de encontro aos seus. Foi como um toque sutil de fogo em um montante de pólvora. A latina quase gemeu em alivio, quando nossas línguas entraram em contato em uma sintonia perfeita. Eu me via perdida, sem escapatória. Eu não poderia ir contra aquilo, não contra o que sentia. Eu a amava, e me via no dever de resgata-la de uma vida desgraçada como a que tinha.

- Lauren... – sussurrou contra meus lábios.

- Nós vamos acabar com isso juntas, Camila. 

- Não posso... – ela se afastou, deixando-me confusa.

- Do que está falando?

A morena virou de costas, afastando-se de meus braços. Ela parecia um pouco confusa, quase perdida. Vi seus ombros se erguerem em uma respiração funda, como se buscasse forças.

- Eu não posso envolver você nisso, não mais do que está. Não do meu lado.

- Camila... – murmurei.

- Lauren, você quanto policial tem uma ética profissional, eu sei. Sei o quanto valoriza isso. Pode achar que não, mas observei você em todo esse tempo. Vem de uma família de princípios e virtudes.  Eu não posso ser ainda mais egoísta para te fazer ir contra eles.

- Você não pode me impedir.

- Se eu te contei tudo isso agora, foi para saber que eu nunca quis engana-la, e que sempre houve um motivo mais forte por trás de tudo. – Ela virou de frente para mim, encarando-me intensamente. – Me deixa fazer uma coisa certa.

Aquele momento definia um ponto crucial em nossa história. Um marco entre seguir em um caminho desconhecido, de futuro incerto, ou voltar para rota onde tudo parecia mais tranquilo, e sem emoção. De repente, um flash de lembranças invadiram minha cabeça, desde aquela maldita noite em Mount Vernon, quando informei a Vero que havia enviado nossos currículos para o departamento de polícia em Nova Iorque. Desde o início, minha sede por uma vida movimentada era o impulso para me fazer correr atrás de meus objetivos como profissional. Eu queria ser alguém diferente, alguém melhor. Queria sair da pacata cidade do interior para viver uma vida, que me fizesse sentir feliz. Eu ansiava por emoção, por adrenalina, ansiava por me sentir realmente viva e completa.

- É isso... – Sussurrei para ela, que franziu o cenho.

- Isso o que? – Indagou confusa.

De forma inusitada o destino tratou de me fazer enxergar o que me faltava. Não estava em minha profissão; não era o departamento de polícia, e seus casos difíceis que me faziam sentir realmente viva. Eles me desafiavam, me instigavam a ser uma profissional melhor, mas não me completavam. Não como ela fazia.

- Lauren...

O que me faltava? Eu sabia aquela resposta; sabia desde o primeiro instante em que coloquei meus olhos sobre a bela mulher misteriosa que ocupou um lugar ao meu lado naquele bar. Hoje, eu sabia compreender todos aqueles sinais. Tudo que ela me fazia sentir com sua presença. Agora não existia mais confusão, negações ou incertezas. Eu sabia, e tinha certeza. Era Camila o que me faltava. Era ela que me fazia sentir realmente viva. Era sobre seu olhar e seus toques que eu me sentia completa.

- Eu não posso deixar que faça isso. – Falei ao me aproximar dela novamente.

Ela fechou os olhos assim que uma de minhas mãos foram de encontro a sua nuca. Parecia tão sensível agora, tão exposta e frágil. Eu a via como um todo, eu enxergava sua alma.

- Eu não quero destruir sua vida. – Murmurou ao tentar se desvencilhar.

Assim que a latina me deu as costas, eu a abracei, unindo meu corpo ao dela em uma tentativa de faze-la ficar. Camila tinha a respiração irregular, como se lutasse contra si mesma para ir.

- Você me faz sentir realmente viva, Camila.

Por alguns instantes tive a sensação que nossas respirações entraram em sincronia. Eu sentia seu corpo ansiar pelo meu, assim como eu precisava do dela. Meus braços envolveram sua cintura, enquanto meu rosto foi de encontro a curva de seu pescoço, dando-me a chance de sentir o aroma adocicado e sutil de sua pele.

- Eu não sei mais ficar longe de você. Não sei mais não pensar em você. – Ela suspirou nervosa, enquanto meus lábios deslizavam por sua pele. - Estou presa a ti.

- Tem certeza do que quer?

Virei o corpo de Camila, obrigando-a a me encarar. Seu peito subia e descia em uma respiração pesada, enquanto seus olhos castanhos me fitavam receosos.

- Eu tenho certeza. – Afirmei séria. – Eu quero você.

Camila permaneceu parada a minha frente, mantendo aquele olhar intenso sobre mim. Aquela imensidão castanha agora revelava todos os segredos e sentimentos que se mantiveram ocultos por tantos anos. Hoje, eu sentia que não havia mais segredos entre nós. Eu finalmente conhecia o interior sombrio de Camila Collins.

- Eu sou sua, Lauren. – Sussurrou ela, encarando-me. – Sou sua desde o primeiro instante.

Senti meu coração esmurrar o meu peito com suas palavras, atingindo-me tão fortemente, a ponto de me fazer perder o ar. Ela era minha.

- Só minha. – Sussurrei, antes de puxa-la para mim.

Beijar Camila agora me proporcionava uma sensação diferente. Tudo era mais intenso e envolvente. Não existia apenas desejo, paixão. Tê-la em meus braços agora representava algo além de tudo que um dia pensei em sentir. Eu mantive meus olhos fechados, enquanto me deliciava de sua boca. Sentia sua língua deslizar sobre a minha devagar, fazendo-me sentir a maciez quase que viciante. Segurei em sua cintura, apertando vez ou outra, a cada espasmo de desejo emanado por meu corpo. A latina tinha os olhos fechados, enquanto minha boca descia lentamente em direção ao seu pescoço.

- Senti sua falta... – ela sussurrou perdida.

- Eu também senti a sua. – Murmurei contra sua pele, deixando-a ainda mais nervosa.

- Lauren...

- Hum?

- Eu quero que hoje seja diferente. – Disse ela, fazendo-me encara-la.

- Já fizemos isso antes, lembra?

Camila sorriu de canto, provavelmente lembrando de nossos momentos mais românticos.

- Eu sei, eu quero assim...Mas dessa vez, eu quero amar você.

Nós nos encaramos por uma fração de segundos que pareceram durar mais do que o normal. Camila parecia decidida, seu olhar expressava isso através de suas pupilas dilatadas.

- Eu quero que sinta, apenas sinta.

Fechei os olhos no exato instante em que senti seus lábios delicados virem de encontro a minha pele, deslizando com uma calmaria que me deixava perdida. As mãos da morena subiram por meus braços, apertando-me, puxando-me contra si. Camila queria que eu me entregasse da mesma maneira como ela fez enquanto estávamos na Suíça.

- Deixe-me mostrar o que eu sinto, e se permita sentir.

Um arrepio percorreu por minha coluna, fazendo meu coração palpitar veemente.

- Eu deixo...

Eu poderia jurar que ela sorria satisfeita contra meu pescoço, quase que em alivio. Senti seus dedos se entrelaçarem aos meus; e através de um simples olhar, ela deu a deixa do que queria. Caminhamos juntas em direção ao meu quarto, mesmo em meio a dificuldade de nos largar entre um beijo e outro.

- Tem certeza que quer assim? – Perguntei, fazendo ela sorrir.

- Tenho, você vai gostar. Eu prometo.

Camila queria me fazer sentir as mesmas sensações que lhe proporcionei em nossas noites mais intensas. E apesar de ter compartilhado dos mesmos sentimentos em todas as vezes, eu me permitiria à sua maneira. Ela me deixou parada diante da cama, enquanto retirava minhas roupas lentamente, como se buscasse prolongar aquele momento o máximo que poderia. Sua boca distribuía beijos a canta canto despido, provocando-me aquele maldito calor que me incendiava o ventre. Ela prontamente retirou as peças que a cobria, agora ficando totalmente nua, assim como eu. As persianas baixas, deixavam o quarto mergulhado em uma escuridão parcial, trazendo um clima mais aconchegante, mesmo a luz do dia ao lado de fora. Fui induzida a deitar em minha cama, enquanto recebia o olhar faminto, carregado de desejo daquela mulher. Eu poderia ver naquela imensidão de tonalidade castanha, todo o tesão que nutria por mim.

- Vem logo, eu preciso de você. – Murmurei ao me remexer sobre os lençóis.

Arfei forte quando seu corpo veio de encontro ao meu, fazendo-me sentir sua pele quente deslizando sobre a minha. Minhas mãos subiram por suas costas, deslizando suavemente de baixo até em cima, seguida vezes; enquanto sua boca fazia questão de se deliciar de meu corpo. Seus dentes apertaram meu queixo, e tão logo sua boca subiu até minha. Os lábios perfeitamente desenhados de Camila se moviam em uma sincronia perfeita e viciante contra os meus, sua língua serpenteava de forma pretenciosa, obscena. Ela a chupava devagar, sem parar, enquanto seu corpo se remexia contra o meu. Minhas mãos subiram até sua nuca, perdendo-se entre os fios de cabelo que foram pressionados em meio ao tesão. Eu vi ela sorrir satisfeita, antes de voltar a chupar minha língua em um vai e vem gostoso. Sentia meu corpo em chamas, sedento por seus toques, e por qualquer coisa que me fizesse liberar toda aquela vontade.

- Poderia fazer isso com você pelo resto da vida...

Camila acomodou uma das coxas contra minha perna, pressionando meu sexo com certa força, enquanto sua língua deslizava avidamente pelo lóbulo de minha orelha. Eu segurei firme em seu cabelo, em uma tentativa de faze-la continuar. Movi meu quadril devagar, criando mais atrito entre minha boceta e seu corpo.

- Ah...

Meu peito subia e descia em respiração ofegante, enquanto minhas terminações nervosas pareciam ainda mais sensíveis. Ela desceu com os beijos por meu pescoço, entre algumas mordidas e chupadas. Mantive os olhos fechados, permitindo-me apenas sentir o que ela poderia me proporcionar. Sua língua deslizou por minha clavícula, enquanto uma de suas mãos percorriam meu corpo, apertando-me vez o outra.

- Lauren... – Chamou. – Olhe para mim, eu quero que permaneça olhando para mim.

Abri os olhos, e a encarei. Confesso que me sentia ainda mais exposta diante daqueles olhos. Camila tinha um magnetismo único neles, como se pudesse nos desvendar, sem precisar sequer de uma palavra. Ela sorriu, fazendo-me sorrir em resposta.

- Isso... – Disse ela ao beijar meus lábios. - Não tire os olhos de mim.

As mãos delicadas da latina percorreram meu corpo, desde meus seios, descendo por meu abdômen até chegar ao meu sexo. Ela me fazia assistir a tudo aquilo, em movimentos lentos e torturantes. Camila parecia fascinada com meu corpo, fazia tudo com tanta vontade e desejo que me rendia suspiros desesperados. Fechei os olhos por breves segundos, quando senti sua boca se fechar ao redor de um de meus mamilos. Sua língua quente deslizou lenta e molhada sobre minha pele, provocando-me um espasmo em meu sexo. Minha mão foi de encontro a seu cabelo, conduzindo-a a me chupar, e assim ela fazia. Sem deixar que nosso contato visual se perdesse.

- Você vai me deixar louca, oh.

Camila desceu com os beijos, mas ocupou suas mãos com meus seios, ela os apertava de uma maneira tão gostosa, tornando cada vez mais difícil segurar os gemidos que se formavam em minha garganta. A visão que eu tinha de seu corpo, deixava-me ainda mais em chamas. Karla possuía um corpo de dar inveja ou tesão a qualquer um. Seus cabelos longos e escuros, se espalhavam por suas costas delicadas, até o elevado de sua bunda. Através da máscara de cílios, pude encarar seu olhar intenso, a cada instante em que ela se aproximava mais de meu sexo. Me remexi sobre a cama, inquieta e repleta de desejo. Minha boceta pulsava, ansiava pelos toques daquela mulher. Havia algo diferente ali, não só no ato, mas no que ele nos fazia sentir. Hoje, eu me sentia totalmente entregue, como nunca estive antes em toda minha vida. Meu corpo todo estava sendo tomado por um turbilhão de sensações quase que enlouquecedoras.

- Você é tão linda, Lauren... – Camila falou com uma voz arrastada, rouca. – Tão linda, e minha.

Em um ato totalmente involuntário, eu gemi. Gemi quando ela por fim me tocou. Os dedos de Camila deslizaram por minha boceta devagar, umedecendo-os quase que por completo.

- Diga que é minha. Diga. – Ordenou, enquanto esfregava seus dedos.

- Por Deus, eu sou sua, Camila. Sou completamente sua.

Me encontrava ofegante, mergulhada em um mar de desejo e tesão que impedia de sequer pensar. Não que eu fosse responder algo diferente, eu já havia aceitado o fato de que pertencia aquela mulher, e que nada, e nem ninguém poderia mudar isso. Mordi o lábio inferior, assim que a vi se aproximar mais de meu sexo. A morena inclinou a cabeça, e soltou uma pequena lufada de ar contra minha boceta, fazendo-me fita-la. Nossos olhares se cruzaram, e se fixaram por todo daquele momento. Interrompendo somente quando ela por fim me fez sentir sua boca. Minhas mãos foram de encontro aos lençóis da cama, cravando as unhas em puro instinto. A boca quente de Camila envolveu meu sexo, deslizando a língua tão lentamente que me fazia gemer baixinho.

- Oh, isso...

Minhas mãos se fizeram inquietas, assim como meu corpo. Eu queria mais, precisava de mais. E ela sabia disso, mas faria do seu jeito, e eu sabia que seria bom. Sua língua macia e quente deslizava por minha boceta, pressionando sobre meu clitóris vez o outra. Eu gemia, entregue a ela.

- Camila... – murmurei baixinho, enquanto pressionava meu quadril contra sua boca.

Ela me chupava de forma tão gostosa, que me fazia sentir a beira de um precipício. Meu corpo inteiro se fazia quente, e sedento por sua boca, por sua língua e pelo que ela poderia me proporcionar. Movi meu quadril, enquanto ela aumentava os movimentos de sua língua sobre minha boceta. Vez ou outra eu recebia seu olhar, que fazia questão de gravar minhas expressões de prazer. Sem pensar duas vezes, levei uma de minhas mãos até seus cabelos, e o segurei firme, quase que em um pedido implícito para que continuasse.

- Eu vou goz...Oh, Camila!

- Shhh... – ela se afastou. – ainda não.

Ela escalou meu corpo, se colocando sobre mim rapidamente. Eu não tive tempo de protestar, sua boca veio de encontro a minha, dando-me a chance de sentir meu próprio sabor vindo de sua língua. Minhas mãos deslizaram por suas costas, arranhando-a devagar; enquanto eu me rendia a seu beijo viciante. Ela se movia sobre mim, fazendo com que nossos corpos roçassem insistentemente. Nossas respirações se confundiam, em meio aos nossos gemidos contidos.

- Eu quero que faça isso comigo... – Disse ela, enquanto uma de suas mãos descia rumo ao meu sexo.

Camila me deixava a flor da pele, em todos os sentidos possíveis. Naquele instante, sob seu olhar, me sentia entregue. Meu corpo era seu, e meu interior também. Era por ela que minha pele ansiava, era sob seus toques que meu corpo estremecia. Era diante do seu olhar que meu coração palpitava. Reprimi os olhos em um impulso, quando senti os dedos da latina sendo mergulhados em minha boceta.

- Ah, porra... – gemi em seu ouvido.

Ela voltou a me encarar, Camila sentia prazer em me ver daquela forma. Seus olhos brilhavam ao me ver sendo tão sua. Cravei minhas unhas em suas costas, a cada estocada de seus dedos em meu sexo.

- Sou tão louca por você...

- Repete. – Ordenou a latina em meio a uma respiração pesada.

- Sou louca por você, Camila. Oh! 

Meu quadril ia de encontro a sua mão quase em desespero. Aquela maldita sensação se construía em meu ventre, em uma suplica pelo ápice. Arrastei minhas unhas pelas costas da morena, sentindo sua pele suada, até uma de minhas mãos adentrarem entre os fios de seu cabelo. Eu a segurei com firmeza, obrigando-a a me encarar. Eu estava prestes a gozar, e queria que ela me olhasse no fundo dos meus olhos agora.

- Olhe para mim. – Ordenei, recebendo aqueles olhos castanhos diante dos meus.

Eu me esforçava para encara-la, quando meu corpo quase me suplicava para me deixar levar por aquelas sensações.

- Diga que você me ama. Diga enquanto eu te faço minha. – Camila pediu, multiplicando o estado descontrolado de meus batimentos.

Nós ficamos em silencio por alguns instantes, enquanto nossos corpos se mantinham conectados. Eu sentia a respiração ofegante de Camila vir de encontro a minha, misturando-se perfeitamente. Eu poderia jurar que seu coração batia tão descontrolado quanto o meu. Mesmo em meio aquele turbilhão de sensações, onde meu corpo caminhava para onde eu mais ansiava, eu olhei no fundo daqueles olhos castanhos tão brilhantes e intensos, e me entreguei.

          - Eu te amo, Camila. Eu sou apaixonada por...Oh! por você.

Aquelas simples palavras nos levaram de uma só vez para o ápice. Camila se entregou comigo, junto a mim. Eu fechei os olhos, enquanto meu corpo inteiro estremecia com o dela. Sentia-me completamente fora do controle, enquanto me deliciava o orgasmo que ela me proporcionava.

- Eu também te amo, Lauren. – Foram suas palavras assim que seu corpo repousou sobre o meu.

[...]

 

- Não podemos ver isso depois? Vamos para cama. – Resmunguei, fazendo ela rir.

- Não, temos que ver agora. Logo preciso ir embora, estamos no meio do dia.

Camila estava sentada sobre a mesa de escritório, usando apenas sutiã e calcinha, enquanto se mantinha totalmente concentrada nos relatórios policiais recolhidos no início do caso Collins. Agora que ambas estávamos do mesmo lado, não havia problema algum em abrir todas as minhas provas e evidencias dentro daquela operação.

- Acho que aqui tem material suficiente para ela se enrolar. Entregue tudo, menos os que tem naquela sala. – Apontou para meu escritório particular.

- Não acho uma boa ideia engana-la.

- Está com pena da sua namoradinha? – Indagou ela com um tom sarcástico, que me rendeu uma boa risada.

- Não, só não acho justo.

- Lauren! Por Deus! Ela não esperou um segundo para pegar esse caso. Não teve a menor consideração com você.

- Eu sei, mas eu não sou assim. – Retruquei.

Camila suspirou, e sorriu.

- Você é boa demais. – Ela pousou a ponta do pé entre minhas pernas, apoiando no acento da cadeira no qual eu estava sentada.

- Sou?

Perguntei ao levar minhas mãos ao seu tornozelo, subindo lentamente até alcançar sua coxa. Camila permaneceu com os olhos fixados em mim, como se buscasse me manter ali. Ela estava linda, como de costume. Suas peças intimas de tonalidade negra, se destacam em sua pele bronzeada e macia. Seus cabelos longos, e agora um tanto revoltos pendiam para um único lado, dando-lhe um ar mais sensual. No entanto, agora ela carregava um sorriso preguiçoso, e desleixado que me deixava hipnotizada.

- Muito. Preciso te ensinar a ser má.

- Me deixe assim, acredito que nos damos bem dessa forma.

- Certo, vem aqui. – Murmurou ao me puxar pela camisa.

Ergui meu corpo da cadeira, recebendo as pernas de Camila ao redor de meu quadril, ao mesmo tempo em que seus braços envolveram meu pescoço. Eu agarrei sua cintura, recebendo um beijo rápido em meus lábios.

- Eu não confio nela, mas sei que meu histórico também não é nada confiável. – Ela deu de ombros, e eu assenti. – Nós não vamos fazer nenhum mal a ela, a não ser que mereça. Só vamos colocar você de volta nesse caso, como a estrela principal. Só vamos fazer ela caminhar para direção oposta do grande enigma.

- Você controla tudo, fico pensando como fazia isso comigo.

Camila fez uma careta engraçada, quase em um pedido de desculpas.

- Me desculpe, só eu sei o quanto minha consciência pesou. Eu não quero que ache que não é uma boa policial. Você é incrível, Lauren. – Disse ela, enquanto deslizava o polegar pelas maçãs de meu rosto. -  Eu me aproveitei de você, mas avia um motivo sério para isso. Hoje, eu quero consertar o mal que lhe causei.

- Sabe que não precisa fazer isso...

- Eu quero. Você é a única que pode fazer isso por mim. Tem ideia do quão importante é sua missão? Você vai colocar o homem que mais odeio na vida atrás das grades. Vai fazer justiça da maneira correta por mim, e por Charlie.

- Eu só quero que isso acabe, Camila. Quero ver você livre dele, e de todo esse mal.

A morena suspirou de forma tensa.

- Eu só quero me ver livre de todo esse sentimento ruim que ainda existe em mim.

- Vou mudar isso.

- Confio em você, Lauren.

 

Flashback off

- Eu sou inocente, agente. Estou tão espantada quanto vocês. As acusações contra meu marido são tão fortes. -  murmurou ela de forma melancólica.

- São sim. Seu marido tem uma ficha criminal bem vasta, sra. Collins. Me custa acreditar que nunca desconfiou de nada.

O olhar do investigador se mantinha fixo sobre latina como se quisesse analisa-la por completo. Ele não sabia com quem estava lidando, sabia? Ela poderia passar horas ali, e continuaria da mesma forma.

- Quando amamos alguém sempre enxergamos o melhor lado, talvez tenha acontecido isso.

Ele assentiu, enquanto olhava para o bloco de papeis repousados sobre sua mesa. Camila havia errado em meio ao depoimento, se contradisse ao falar sobre Charlie, o que para mim, parecia totalmente normal, levando em conta o peso que aquele nome tinha em sua vida. Mas sabia que para Travis, aquilo seria uma boa entrada.

Flashback on

Depois da saída de Camila, que tratou de reclamar durante longos minutos sobre Keana. Estava enciumada, revirava os olhos a cada instante em que lembrava que eu teria que continuar meu envolvimento com ela se quisesse que nosso plano desse certo.

- Se você for para cama com ela outra vez, eu acabo com sua vida.

Eu ri de sua cara emburrada, recebendo outro resmungo.

- Sempre muito ciumenta.

- Me odeio por isso. – Ela suspirou, e me encarou. – Eu preciso voltar, vou passar na galeria com Dinah.

- Tudo bem.

- Espero que as coisas fluam bem para nós daqui para frente.

- Espero também.

Aquele era um recomeço. Camila e eu agora estávamos em um outro nível. Minha cabeça ainda estava perdidamente bagunçada, deixando-me um pouco confusa. Era o momento de confiar em Camila, mesmo quando seu histórico como um todo me dava sinais para fazer o contrário. Eu havia enxergado verdade em seus olhos, em suas palavras e em seus toques. Ela não poderia estar mentindo, poderia?

- Vamos manter contato, sem que ninguém saiba.

- Certo, se cuida. – Falei ao beijar seus lábios.

Vi Camila se afastar pelo corredor de meu prédio. Ela parecia cansada, apesar de um tanto mais aliviada do que quando chegou. Era notável agora os sinais de exaustão com toda aquela história, foram muitos anos em uma transformação guiada pelo ódio. Ela merecia algo melhor.

Voltei para o interior de minha casa, mais precisamente o meu pequeno escritório. Camila e eu ficamos por cerca de uma hora vasculhando todos os documentos, verificando todos os detalhes. Perdi mais alguns minutos ali, montando toda a historia que agora eu já sabia. O organograma ganhou um novo rosto, e um novo topo. Agora no centro estava ela, interligando todos os pontos.  Sendo a grande mandante daquele jogo.

- A rainha. – Sussurrei para mim mesma ao tocar sua foto exposta no quadro pendurado na parede.

Ouvi o toque da campainha ecoar ao lado de fora, lembrando-me que agora, eu era uma peça mais forte. Ter a visão ampla sobre todas as peças do tabuleiro, prevendo suas possíveis jogadas, me dava certa adrenalina em continuar a jogar, até que meu lado fosse o grande vencedor. Respirei fundo, inalando o ar para dentro de meus pulmões, enquanto controlava minha mente para tudo que estava por vir. Apaguei as luzes do escritório, e me retirei daquele lugar, trancando para que ninguém mais tivesse acesso. A campainha continuou a tocar insistentemente, e tão logo me aproximei, recebendo a primeira peça que eu teria que ultrapassar.

- Lauren.

- Entre, Keana.

 

[...]

 

Senti a brisa fria bater contra meu rosto, enquanto caminhava em passos apressados pela rua escura. Estava em um bairro distante do centro de Nova Iorque, a caminho de uma das casas utilizadas por Camila, e suas cumplices. Havia deixado meu carro em uma esquina qualquer, evitando qualquer ligação com o local escolhido pela latina. A madrugada deixava aquele setor totalmente vazio, sem qualquer tipo de movimento de moradores ou visitantes. Segui pela calçada, até alcançar a casa indicada pela morena há horas atrás. Olhei para ambos os lados, e me contive a caminhar pela área mais escura, até adentrar a lateral da casa. Me aproximei da porta estreita, e antes que eu pudesse bater, a porta foi aberta.

- Estava ansiosa para te ver. – Camila murmurou com um sorriso cumplice assim que me encarou.

- Eu prometi que viria.

Envolvi sua cintura com os braços, recebendo um sorriso seguido por um beijo rápido. Camila sorriu novamente, e se afastou, caminhando pelo interior da casa simples e aconchegante. Estávamos na cozinha, mas ela me guiou até a sala de estar. O interior daquele lugar contava com toda mobília de uma casa qualquer, como se fosse realmente utilizada por alguém no dia a dia.

- Aonde estão as outras?

- Devem estar chegando, eu pedi para vir mais cedo, queria ficar um pouco com você. – Murmurou ao se sentar no sofá.

- Está com más intenções, Karla? – Arqueei uma das sobrancelhas, ao me sentar ao seu lado.

- Eu? Jamais, você mais do que ninguém sabe que minhas intenções são as mais inocentes possíveis.

Seu tom de voz revelava seu cinismo tão característico. Se não houvesse cinismo, não era Camila Collins, certo? Meneei com a cabeça em um sinal negativo, tentando evitar o sorriso que preenchia meus lábios. Me inclinei em sua direção, enquanto levava uma das mãos até seu cabelo, afastando para o lado, deixando assim seu pescoço totalmente livre para meus lábios.

- Tem certeza disso, sra. Collins?

Camila arfou assim que meus lábios e minha língua entraram em contato com sua pele. Vi ela fechar os olhos em puro instinto, fazendo-me sorrir contra seu pescoço. Me aproximei mais, agora levando uma das minhas mãos para sua coxa, por cima do tecido de sua calça escura; apertei ao mesmo tempo em que beijava sua pele lentamente, e subi com a mão rumo ao seu sexo.  

- Te-tenho. – Gaguejou.

- Nervosa, rainha? – Sussurrei em seu ouvido com um tom debochado.

- Jamais.

Ela tentou se recompor, afastando-se de minhas garras; no entanto, me adiantei a segura-la com firmeza, deitando-a sobre aquele sofá. Me inclinei para frente, me debruçando sobre seu corpo, que se encaixou bem ao dela.

- Pois eu acho que está. – Falei ao começar a beijar seu pescoço devagar.

- Acho que te ensinei coisas demais. Inferno. – Resmungou fingindo indignação.

- Me ensinou?  - Voltei a encara-la, agora retirando a pistola dourada presa no coldre utilizado pela mesma.

Camila deu de ombros, e sorriu cínica. Eu meneei com a cabeça em um sinal negativo, deixando a arma sobre a mesinha de centro.

- Claro! No início de tudo você me disse que não sabia jogar xadrez, lembra? Estávamos no escritório de minha casa. – A morena falou, enquanto brincava com a gola de minha blusa. – Mas agora, vejo que sabe muito bem como articular suas estratégias de jogo.

- Caminhei muitas casas desse tabuleiro, sra. Collins.

Depositei outros beijos em sua pele macia, deixando que meus lábios deslizassem lentamente para seu decote. Uma de minhas mãos apertava a coxa de Camila, descendo até sua bunda.

- Pode se tornar tão poderosa quanto eu.

Camila arfou pesado quando minha língua deslizou entre o vale de seus seios.

- Eu já sou tão forte como você, rainha.

Senti uma das mãos da latina ir de encontro a meu cabelo, entrelaçando os dedos em meios aos fios longos e escuros, antes de puxar com certa firmeza, obrigando-me a encara-la.

- Agora você é, Lauren. Uma rainha, como eu.

Um sorriso satisfeito e um tanto malicioso nasceu no canto de seus lábios. Confesso que vê-la falando de tal maneira, me fazia sentir tão forte e poderosa. Ela tinha esse poder, sabia o que fazer ou dizer no momento preciso. Camila era dona de uma malícia apaixonante. E eu tinha que admitir, era um dos grandes atributos para me deixar tão perdidamente louca por ela.

- Por que está me olhando assim, Jauregui?

- Estava pensando que sou fodidamente apaixonada pela mulher que tem a mente mais criminosa e diabólica dessa Nova Iorque.

Camila riu, e me puxou pela gola da camisa, aproximando nossas bocas.

- Você gosta de mim assim, não gosta? Toda errada.

- Eu não sei o que você fez, Camila. Mas eu gosto até mais do que deveria.

- Eu sei, mas manterei isso em segredo. – Murmurou ela antes de me beijar.

Suspirei contra seus lábios que se moveram lentos e gananciosos contra os meus. Camila tinha um beijo viciante. Seus lábios tão milimetricamente desenhados pressionavam contra os meus, enquanto sua língua pedia abertura para serpentear sobre a minha com habilidade. Me movi devagar, encaixando-me melhor a seu corpo naquele sofá tão pequeno. Uma de minhas mãos escorregavam com vontade em sua coxa, enquanto nosso beijo ganhava proporções maiores. Ela soltou meus lábios por alguns instantes, puxando a respiração para então me provocar. Mordeu a ponta de meu lábio inferior, puxando-o devagar, antes capturar minha língua e chupar devagar, em um vai e vem que estava deixando-me em chamas.

- Camila... – Sussurrei assim que desci com os beijos para seu busto, próximo aos seus seios.

 Ela fechou os olhos, arfou enquanto nossos quadris passaram a se esfregar com mais força.

“Sexo na nossa reunião não! ”

Ouvi a voz de Dinah que me fez me afastar do corpo de Camila de uma só vez.

- Porra, Dinah! – Exclamou a morena, enquanto tentava se recompor. – Que susto.

Normani riu baixinho, e virou o rosto. Me sentei no canto do sofá, enquanto sentia meu coração bater na garganta.

- Medo de serem pegas?

- Pela polícia? – Indaguei ao encarar a loira.

Dinah ergueu a cabeça, e me fitou com um olhar nada amigável.

- Eles não são confiáveis.

- Nem vocês.

- Vamos focar na reunião? – Normani sugeriu.

Encarei o olhar de Camila que me pedia tranquilidade. Eu respirei fundo e assenti, antes de me levantar do sofá. Dinah não confiava em minha lealdade, para a loira, eu estava ali com o único intuito de acabar com os planos das mesmas. No entanto, ela se mantinha quieta em respeito as ordens de Camila. A reunião se iniciou, as mulheres começaram a expor seus pontos de vistas a respeito de todas as próximas jogadas. Era incrível como a mente de ambas se conectavam para manter o crime perfeito. Cada mínimo detalhe era programado, para que nada saísse do controle. Tudo partindo originalmente da mente de Camila, e aperfeiçoado pelas outras.

- Não acho uma boa ideia. Ela não vai contra ele, eu tenho certeza.

- Talvez devêssemos dar uma oportunidade. – Normani retrucou.

- Concordo com Normani.

Vi Camila revirar os olhos, enquanto tomava um gole do whisky presente em seu corpo.

- Eu conheço mulheres como ela. Ela tomou o seu lugar nesse caso, sem te deixar recorrer. Você ainda quer dar uma chance para ela sair como vitoriosa?

- Você é a menos adequada para julgar o que fizeram comigo, Camila.

- Eu tive um motivo, Lauren. – Rebateu furiosa.

- Eu disse que era uma péssima ideia colocar essa mulher aqui. – Dinah exclamou ao se levantar. – Ela está do lado da polícia.

- Dinah, só estamos tentando não ser injustas. – Normani ponderou séria.

- Vamos dar pistas a Keana. Será o teste perfeito para saber o que ela pretende. Se esconder tudo, estará cometendo um crime, e assim, você poderá fazer o que quiser no final de tudo.

- Está disposta a perder a oportunidade de ser a grande estrela desse caso? – Camila indagou.

- Prometi que faria isso por justiça.

Camila me encarou desafiadora, ela odiava ser contrariada, mas sabia que aquilo era o melhor a se fazer. Nossos olhares se cruzaram no meio daquela sala, criando uma áurea mais intensa. Apesar de todo ciúme, ela sabia que não se tratava de Keana, mas do que eu acreditava. De repente, um sorriso nasceu no canto dos seus lábios; ela remexeu o liquido no interior do copo, e o levou até os lábios, bebericando devagar.

- Tudo bem, Jauregui. Nós vamos fazer assim, mas só porque eu tenho certeza do que vai acontecer.

- Vamos fazer o melhor, rainha.

Flashback off

Camila Collins point of view

- Tudo bem, sra. Collins. Acredito que por enquanto, o que temos é o suficiente. Você está liberada. – O investigador falou, enquanto batia com a ponta da caneta sobre o papel em sua mesa.

- Certo, espero ter ajudado de alguma forma a sua investigação, agente Travis.

- Toda informação é válida. Vamos saber aproveitar muito bem o seu depoimento, Camila.

Eu assenti tranquilamente, antes de lançar um olhar para Lauren que parecia perfeitamente estável. Ergui meu corpo da cadeira, enquanto segurava um dos lenços oferecidos por minha policial. Assim que caminhei em direção a saída, estagnei meus passos, e voltei os olhos ao grupo policial no interior da sala.

- Eu queria pedir uma coisa.

Lauren franziu o cenho, assim como o investigador.

- Diga.

- Quero ver Christopher.

- Eu não acho uma boa ideia, sra. Collins. – Lauren respondeu quase de imediato.

- Eu preciso. – Respondi, olhando no fundo de seus olhos. Lauren suspirou a contragosto, e nada respondeu.

- Posso conceder isso a você. – O investigador interviu.

- Obrigada, agente Travis.

 

Lauren não deu sequer uma palavra, estava totalmente contra minha decisão. Notava-se por sua expressão fechada, e carrancuda. Nós saímos da sala em um repleto silencio. No instante em que o investigador se afastou, seguindo para a sala de visitas, eu me aproximei dela.

- Por que está assim? – Sussurrei, sem colocar meus olhos sobre ela.

- Eu não quero você se arriscando mais.

- Lauren, eu preciso disso.

- Não percebe que isso ainda não acabou totalmente?

Seus olhos me encaram com firmeza, evidenciando o quão preocupada ela estava. Lauren sabia que mesmo dentro daquela delegacia, Christopher ainda tinha poder contra mim.

- Está acabando.

- Ele ainda não foi condenado, Camila.

- Mas será, nós faremos isso.

- Sra. Collins?

Ergui a cabeça, e encarei o olhar do investigador na entrada do corredor. Ele fez um breve sinal com a cabeça, indicando que eu deveria me aproximar. Assim que dei o primeiro passo, Lauren me acompanhou como uma guardiã.

- Não precisa fazer isso. – Murmurei disfarçadamente.

Recebi seu olhar penetrante, e ainda raivoso.

- Estamos juntas nesse jogo.

 

[...]

 

Depois de alguns pequenos processos, fui guiada por Lauren e mais alguns policiais até uma área mais restrita. Só então me dei conta, que a visita não aconteceria na sala padrão, como todas as outras pessoas. Eu teria uma espécie de passe livre para adentrar o setor aonde os criminosos ficavam.

- Quer que eu acompanhe você? – Ouvi a mulher indagar.

- Não, deixe isso comigo.

Ela assentiu.

- Estão liberados. – Ordenou aos oficiais que tão logo se afastaram.

Lauren destrancou um dos portões que oferecia passagem livre para caminhar diante das celas. Eu respirei fundo, e a encarei por breves instantes. Sentia vontade de beija-la, mas sabia que fazer aquilo ali seria nos condenar a acusações que mais tarde renderiam problemas; então eu apenas assenti.

- Ele está na cela de número 7. Não faça nada que vá se arrepender.

- Não estou armada, Jauregui. – Pisquei para ela, seguido por um sorriso. – Infelizmente.

- Karla...

- Delegada. – Retruquei ao girar sobre meus calcanhares e virar em direção ao corredor extenso.

Eu sentia meu coração bater cada vez mais rápido, como se a qualquer instante fosse sair por minha boca. Aquele momento representava tudo que sempre almejei durante longos e torturantes anos. Era sentir e presenciar o final daquela batalha, ou melhor, daquele jogo, onde eu era a grande vencedora. Naquele momento, eu me deliciava da derrocada do tão poderoso rei, Collins.

Ouvi os assovios e falatórios de outros presos que se alvoraçam com minha presença. Ambos os homens se levantaram, e se aproximaram das grades grossas para me fitar.

- Uau, que beleza. Está aqui para me visitar, madame? – Um deles falou.

- O que essa gostosa está fazendo aqui? – Outro.

- Estamos recebendo presentes? – E mais outro.

- Vocês vão receber um belo tiro se continuarem com isso! – Ouvi Lauren exclamar  firme ao fundo, fazendo-me sorrir.

- Desculpe, senhora. Não está mais aqui quem falou. – O primeiro se adiantou a dizer.

Eu olhei para eles, lhes oferecendo uma pequena piscada em provocação, antes de continuar a caminhar. O lugar era parcialmente escuro, frio; as cores acinzentadas colaboravam para a imagem de um ambiente sombrio, e solitário. O silencio ali presente fazia o barulho de meus saltos ecoarem pelo corredor extenso, o som perfeito para minha chegada. Deslizei as mãos por meu vestido tubinho negro, para em seguida arrumar meu cabelo. Precisava está simplesmente impecável para aquele momento.

- Finalmente... – Sussurrei.

Caminhei graciosamente, aproveitando cada segundo daquele momento. Queria gravar em minha memória para levar de recordação o sabor de minha vitória contra o rei. Meus saltos batiam lentos, torturantes contra aquele piso frio. Aspirei o ar com vontade, erguendo minha cabeça em um ar superior antes de enfim ter a visão que me engradeceu o interior.

Um sorriso maldoso nasceu no canto de meus lábios ao presenciar aquele momento. A sensação era simplesmente inexplicável, eu sentia meu coração bater tão forte, aumentando o fluxo de sangue em minhas veias.

Satisfação, prazer, vitória.

Em um estado deplorável, lá estava ele, Christopher Collins.

- Está gostando de suas novas acomodações, rei?

 

 

 

 

 


Notas Finais


Até o proximo.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...