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História XO (Jeon Jungkook) - Fora de órbita


Escrita por: guqui

Notas do Autor


oi gente 🐸☔️ sejam bem-vindos e espero que gostem! ✨🌙

Capítulo 1 - Fora de órbita


Fanfic / Fanfiction XO (Jeon Jungkook) - Fora de órbita

Meu irmão estava gritando pela casa, eu não diria que era uma situação de briga, estava mais para desespero. Não era confiável deixar a cozinha em suas mãos, mas ele era teimoso, e eu o ajudaria, só que mesmo ainda com 18 anos eu sabia apenas fazer macarrão — e outras vezes queimava, então eu estava no mesmo ramo dele. Eu morava com Junghyun: meu único irmão (e mais velho), 27 anos, casado e futuro papai. Também um homem que precisava ficar longe da cozinha. Minha cunhada, agora Jeon Sayuki, estava grávida de 3 meses e meu irmão como um grande protetor, mantém longe sua esposa de quaisquer ambientes, atos perigosos e prejudiciais à sua gestação, a impedindo de várias coisas, o que deixava a mulher irritada, pois Yuki não gostava de ficar parada. De vez ou outra eles discutiam por isso, e mais uma vez a teimosia de Junghyun ganhava. A relação deles era um tanto humorada… estranha; tampouco eu gostava de conviver com eles. Embora Yuki estivesse com raiva, ela compreendia fácil; estava se esforçando para a melhor saúde do meu futuro sobrinho, e já o amava muito.

Eu não entendia como era isso, ela conversava com a barriga, Junghyun também, eles não sabiam o sexo da criança e já estavam enfeitando um quarto para ele. Na verdade, o bebê iria ficar no mesmo quarto que o meu, pois só tinha dois naquela casa. E eu percebi que eu precisava encontrar um emprego e talvez comprar ou alugar um apartamento. Meu irmão já ia ter um filho e eu não poderia ficar invadindo a privacidade do casal. E o meu quarto futuramente se tornaria do meu sobrinho, obviamente, já que claro, eu não vou viver eternamente sob o teto e as despesas do meu irmão. Eu já sou um recém-adulto. Uau… o que está acontecendo? Há muitas coisas para pensar e fazer. Mas tudo bem, ainda restam 6 meses para a criança nascer e decidir como vai ser. O casal não se incomoda com minha presença, mas eu sinto que sim, já estou decidido em procurar emprego e um apartamento para quando meu sobrinho nascer, já me chutando para fora da casa de Junghyun. O ano começou, uns meses atrás completei 18 anos e tudo está acontecendo tão rápido que minha mente está muito confusa e não me recordo do que estava pensando após acordar com o grito do meu irmão.

Céus… meu celular não despertou? Minhas aulas voltam hoje e já estava me atrasando. Sinceramente, eu não entendo como me aceitam ainda como presidente do grêmio, mas eu não posso discordar que eu sou a pessoa mais inteligente daquela escola. Não diria que isso é da boca para fora, todo mundo diz o mesmo! Sou preguiçoso, mas ainda sim me esforço.

— Você… você tá louco? — eu perguntei cambaleando, ao chegar na cozinha, me levantei muito rápido da cama para ver o que estava acontecendo, e eram 7 horas da manhã ainda.

— Não, tá tudo bem. Bom dia! — sorriu, se virando pra mim. — Apenas queimei um pano. Será que a Yuki acordou?

— Bom dia — bocejei. — Talvez sim, seu grito ecoou pela casa e está tudo silencioso. Mas ela tem sono pesado, não?

— É — deu de ombros. — Enfim, vou comprar café da manhã, o meu não deu certo. E é melhor ser rápido, você parece acabado e dê um jeito na sua cara, você vai se atrasar pra aula. Vai querer que eu te leve?

— Acabei dormindo tarde jogando videogame — ri sem vontade. — Mas já vou, e sim, me leva, não posso me atrasar. Ainda vou ter que passar na sala do grêmio. Inclusive, quando eu chegar, preciso da sua ajuda para algo.

— Se for sobre você se mudar, não…

— Não é — menti.

Claro que era. 

Já tinha falado com ele um dia sobre isso, que foi quando me disseram que eu não incomodava, mas eu precisava mesmo arrumar mais minha vida. Eu completaria esse ano 19 anos e estava mais que na hora. Sou jovem-adulto já, então posso sair sim e decidir isso. Também me sentiria envergonhado por nesta idade ainda viver às custas do meu irmão. Eu entrei em uma nova fase de vida, então agora tenho que me virar. Junghyun ainda vai tentar me impedir, só que assim como ele é teimoso, eu sou decidido e não vou voltar atrás do que eu quero. Eu não tomo uma decisão na hora, penso bastante antes em qual será o benefício futuro e se será melhor para mim. E… eu confesso que vou sentir saudades de morar com esse casal, eles me alegram bastante. Então quando me mudar, vou viver mais sozinho; mas eu posso chamar meus amigos para ficar comigo. É, é isso.

Bem, como disse, ainda restam 6 meses, muito tempo para organizar.

Só que fiquei agoniado. 

Meu futuro sobrinho vai dormir no quarto dos pais dele já que os dois decidiram novamente que agora que eu sou adulto, eu tenho que ter minha privacidade e talvez eu queira fazer outras coisas. Ah… eu não entendi. Espera… Ah!

Acredito que eles também queriam privacidade, então vou ser mais rápido para eles arrumarem o quarto do bebê no meu para não terem muita dor de cabeça ao passarem do deles para o meu. E, nossa, essa casa era tão grande, por que só dois quartos? Talvez quando meu irmão comprou fosse um deles, e o meu para um futuro filho? Ou hóspedes? Eles poderiam ter uma vida planejada e eu estava atrapalhando. Ótimo. Bufo ao lembrar que eu estava aqui porque nossos pais passaram a viver viajando e não lembravam que tinham filhos, e como menor de idade, eu não poderia ficar sozinho. Eles me jogaram para meu irmão e eu aceitei, assim como ele. Minha relação com meu irmão era melhor do que com meus pais, que nem aos meus pequenos aniversários vinham mais.

Junghyun saiu de casa rapidamente e assim como ele eu tomei um banho gelado para despertar e corria despido pelo quarto atrás do meu uniforme. Já passavam das 7 e meia e teria de ser mais rápido, os portões se fechavam às 8 horas e se eu ficasse de fora não sei nem o que aconteceria, era a primeira vez que isso me ocorria. Eu culparia Taehyung, eu estava jogando com ele, ele me convidou, me manipulou para jogar e nem me falou que horas eram. Em parte era verdade, mas eu aceitei pois jurava ser sábado. Talvez eu estivesse meio perdido no tempo. Não estou gostando da maneira que o universo está agindo contra mim esses dias.

— Bom dia, Yuki! — beijei sua bochecha ao ela sair do seu quarto no mesmo momento que eu, acabara de acordar e eu ajeitava meu uniforme no corpo e a mochila.

— Bom dia, Jeongguk. Atrasado? — riu, cruzando os braços. — Você não penteou seus cabelos, menino!

— Céus! Hoje não é meu dia. Obrigada por avisar! — voltei para o quarto, apressado, procurando o maldito pente que não estava no banheiro. Eu estava ficando afobado e ajeitei com a mão mesmo em frente ao espelho.

Tudo bem, eu sou bonito. Genética Jeon’s, certo?

Desci as escadas pela segunda vez e Junghyun e Yuki já estavam comendo na cozinha, e próximo deles uma sacola ainda embalada. Talvez fosse o meu.

— Hyung! Coma quando voltar ao me deixar. Vamos, vamos! Estou atrasado de verdade agora — falei rápido, pegando meu café da manhã para comer na escola. Junghyun se assustou e quase se afogou com o café. Hoje definitivamente não era o melhor dia, geralmente nos primeiros dias de aula o dia de 98% das pessoas é bom. Pela primeira vez na vida fiquei entre os 2%. Eu acho. Certo, o dia ainda está começando, apenas manter a calma.

Me despedi de Yuki rapidamente e segui para o carro do meu irmão. Ele estava desesperado como eu para que eu não atrase mais. Tudo bem que eu tenho uma relação boa com Junghyun, mas às vezes nós parecemos cão e gato, gato e rato, e assim vai. Nesses momentos ele não parecia ter a idade que tinha, já comigo tinha como me salvar, não? Tenho 18 anos, ainda estou aprendendo a como viver. Agora estou no início da vida adulta e vou entender como é que meu irmão passa tanta dor de cabeça na empresa — não definitivamente que eu vá trabalhar naquele lugar. Em falar nele, acho que ele vai trabalhar hoje e Yuki irá para a casa da mãe. Eu ficava sozinho naquela casa até de noite (e meus amigos às vezes iam ficar comigo), mas tinham dias que Yuki ficava comigo também. Ela era uma boa pessoa, em outros momentos dava uma de mãe, ou uma de irmã mais velha, melhor amiga. Minha cunhada era dois anos mais velha que meu irmão, tinha seus 29 anos, mas ainda sim parecia até que eu era o mais velho por conta de aparência e personalidade — personalidade talvez bata na mesma.

Yuki era alguém muito divertida que eu contava com ela pra tudo, como Junghyun. Quando estamos os três juntos é como se fôssemos adolescentes novamente, querendo curtir a vida e falando nada com nada. Realmente, sou grato por ter pessoas como eles e os meus amigos do colégio em minha vida. Embora eu sinta que precise de mais algo nela, e eu não sei o quê, todavia eu vou saber. Eu ainda tenho muito o que desvendar por aqui. Mesmo que eu goste e me contente com o que já tenho — e talvez uma esperança de ter meus pais “de volta” —, não vou parar minha vida; acredito que ainda é apenas o começo e posso conquistar uma vida melhor com o tempo (típico clichê que quero o melhor para mim e quem amo no futuro). E agora que já estou retornando à vida acadêmica, a primeira coisa será: Ainda vou continuar sendo presidente do grêmio depois desse atraso?

Às vezes era chato, mas eu gostava. Só que sentia que não merecia só por ser inteligente. Ó… eu sou inteligente e educado, sou uma boa pessoa, sim, talvez tenha sido por isso que fui chamado. E minhas notas altas, sempre altas, mesmo, e a interação com professores e sempre ajudando quem precisa. Parando pra ver, eu realmente sou um aluno bom, embora fora de aula eu seja totalmente diferente (?) — não como se fosse ruim, eu acho —, pois eu tenho o direito de bagunçar e ser feliz, certo? Só que não é nada grave — não como Taehyung (e todo mundo tem defeitos). Minha idade não diz nada, é apenas um número. Ok, antes eu tava falando que eu preciso aprender a viver sozinho e agora falo que idade não diz nada. Acho que preciso mesmo tomar meu café da manhã, não compreendo-me agora. Me dizem que eu sou meio louquinho, talvez eu esteja começando a entender o porquê me acham estranho. Mas tudo bem, eu vivo com Yuki e Junghyun, meus outros amigos e é uma aglomeração que se contaminou. Todos temos um lado doido em nós, sim? Quem sabe seja até de nascença, eu sempre fui assim.

— Acorda! — um tapa foi depositado na minha nuca. — Se você continuar dormindo aí, vai atrasar mais do que já está.

— Certo, obrigado, hyung!

Meio desajeitado, saí do carro. Eu não percebi que estava dormindo durante o trajeto. O banho gelado ainda não ajudou muito, eu queria dormir mais e comer…

 Ah, não... Meu café ficou no carro do hyung.

Eu sinto que minha cabeça vai explodir, há tantas coisas para fazer na escola hoje, eu estou completamente perdido e não sei pra onde ir primeiro. Aqui na frente não tinha mais ninguém, somente aqueles que chegavam atrasados, e ali também vi o Taehyung. Esse maldito. Não era surpresa ele chegar atrasado, mas era surpresa para muitos eu estar naquela hora ali. Já disse, nem todo mundo é perfeito, uma hora eu atrasaria para a escola, não? Eu ficava meio-termo, não gostava da escola, mas gostava ao mesmo tempo. Estudar era meu hobby favorito, eu gostava de aprender e ajudar, só que eu não gostava de vir para a escola porque era um tédio. Eu não entendo também qual a diferença de estudar na escola ou em casa. Ou talvez fosse por causa dos alunos. Nem todos que me pediam ajuda queriam realmente ajuda. Estar no cargo de presidente do grêmio era ter que aguentar outras coisas como: garotas assanhadas, brigas, alunos encapetados e todo tipo de aluno que se tem em uma escola. Realmente era um negócio complicado, me pergunto como aguentei estes tempos.

Talvez se não fosse por pessoas assim, a escola seria um lugar bom.

(Mas um outro ponto é que acordar 6 horas da manhã não está na minha lista de coisas favoritas)

Era “comum” todos saberem quem eu sou, tentarem algo, se aproximarem e essas coisas. Não só por interesse para ajudar a subir as notas, era dinheiro também.

Eu achava que me conheciam pelo meu esforço de se dedicar aos estudos e saberem disso ao me anunciarem como presidente do grêmio, mas era por ser filho do meu pai, que fundou uma grande empresa de entretenimento, e meu irmão cuida dela hoje, pois nosso pai decidiu passar o cargo para ele quando completou 25 anos. (E embora eu receba muita atenção por fazer parte da família, eu não gostava tanto disso; era constrangedor) Eu sentia orgulho dele, e de todo seu trabalho, meu irmão era uma grande inspiração. Eles criavam jogos on-line, brinquedos e em uma subsidiária trabalham com atuação, que eu gostava bastante. Jogar era outro hobby meu, eu era viciado; os filmes também que produziam me deixam eufórico, além de trabalharem muito bem com ação — meu gênero favorito. Eu gostava de tudo que a empresa da família produzia, tínhamos quase os mesmos gostos (pelo menos eu e meu irmão). Eu poderia tentar um emprego lá, mas não quero me envolver com as coisas da família, porque não quero desconhecidos em cima de mim e ser conhecido como filho de um “grande nome” como se eu não soubesse fazer nada e somente isso (a.k.a. filhinho de papai).

Ah… seria uma vergonha envelhecer e ainda ter status como: “filho do senhor Jeon que não quis nada com a vida e só usa seu dinheiro”. Eu não duvidaria, a mídia é um demônio.

É, talvez eu tenha entendido uma pequena parcela de como é frustrante a maioridade, ainda mais tendo sangue Jeon com as caras por todo lugar do país. E talvez eu deseje voltar à adolescência. Mas se a vida adulta não fosse tanta dor de cabeça assim com vida financeira eu não reclamaria. Por que a vida tem que ser assim? Crianças são fofas então optaram pelo preconceito só com os adultos. Eu não apoio isso. Dinheiro deveria cair do céu, já que dizem que lá é o paraíso. Minha mãe falava que ele não cai de lá, mas deveria, o universo não entende o “não”. Cadê ele manifestando isso?

Tudo bem, meus pensamentos são um tanto bipolar. Eu já disse que sou preguiçoso, mas agora com a maioridade, se eu não fizer por mim, ninguém faz, então tenho que agir.

Eu só não sei o que eu quero ser ainda — e há tantas coisas que quero fazer. Apenas quero ter meu próprio dinheiro. Orgulhar a mim mesmo e meus pais, assim como o hyung orgulha eles (mesmo que eles não liguem tanto).

— Você realmente é Jeon Jeongguk? — Taehyung se aproximou, desconfiado.

Eu já sabia que ele iria me zoar e achar estranho ao me ver chegando atrasado, porque eu levava em consideração meu cargo no colégio e meus estudos.

— Olha, você não fala comigo hoje, por sua causa eu dormi tarde e quase perco a aula, e a diretora pode até chamar minha atenção — esbravejei.

— Não coloca a culpa em mim, você que não se organizou e nem sabia que hoje seria segunda. E eu te perguntei se realmente ia querer jogar.

Ok. Ele tem razão.

— Tá — me rendi, acabando com a discussão. — Você tem dinheiro aí?

— Que isso, Jeongguk? O que aconteceu contigo?

— Para de zoar minha cara. Eu estava apressado que não deu tempo de tomar meu café. Hyung comprou e eu ia comer aqui, mas esqueci no carro. Cara, eu tô meio fora de órbita hoje.

— Tô vendo.

— Será que o tio deixa eu entrar? Eu preciso ir pra sala do grêmio — disse, e Taehyung começou a rir. — O que foi?

— Jeon, você tá realmente boiando — zombou. — Você esqueceu que seu último ano como presidente do grêmio foi ano passado? Esse ano você volta a ser um “aluno normal” — fez aspas.

Ó… como eu pude me esquecer? Minha cabeça está tão lotada que nem me lembrava. Estava acostumado com minha rotina. Por impulso, soltei um suspiro de alívio. Ia ser melhor, até, agora. 

— Aliviado?

— Acho que sim — fiz careta. — Era legal, mas eu devo admitir que era cansativo e eu nem sei mesmo porquê eu fui escolhido.

— Pela influência do seu pai, né — estapeou minha testa. — Mas como tem prazo, você teve que sair. No antigo presidente eles nem deixaram o coitado terminar o dele e te colocaram quando tu entrou. E mais um ponto para isso foi quando viram suas notas. Só que eu confesso que você realmente não serve pra isso, mesmo que seja inteligente e bondoso, você não é tão comportado e não tem postura, por mais que tente.

— E você tem?

— Não, porém nem se eu tivesse não aceitaria ficar no seu lugar. Não tenho paciência pra esse pessoal.

— Mas eu me esforçava…

— Eu sei — olhou ao redor. — Mas parece que tem outra pessoa que eles acharam melhor que você — suspirou… bobo? — Bem, não importa se você fazia certo ou não, seu tempo acabou e quem entrou agora no seu lugar foi minha crush.

— Crush? Desde quando você tem crush? — franzi as sobrancelhas.

— Desde que eu descobri a existência dela.

— E quando descobriu?

— Hoje.

— Você? Com crush em alguém? E alguém que conheceu hoje?

Isso era uma novidade. Conhecendo Kim Taehyung, ele nunca foi de gostar de alguém, embora seja um safado, que só provoca e deixa as pessoas na vontade. Ele definitivamente era uma criança. Mas, sério… ele estava se apaixonando…? Por alguém que conheceu hoje? Por acaso ele foi manipulado?

— Eu soube que ela sempre estudou aqui, mas eu nunca notei ela. Ela tinha passado agorinha aqui para ver quem chegou atrasado e se apresentou. Ela se chama Enny, Enny Wang, canadense com descendência chinesa e do segunda andar A. Ela é muito linda, tipo, muito mesmo… você precisa ver! Mas não tente furar meu olho.

— Como sabe tudo isso?

— Perguntei para um nerd que estava acompanhando ela — sorriu.

— E como você pode se apaixonar por alguém assim do nada? Você nunca se apaixonou.

— Você sabe o que é amor à primeira vista?

— Você é maluco, e não se aprofunde nesse assunto — desviei o olhar, e ele revirou os olhos. — Então… você tem dinheiro?

— Você sabe que não trago, eu como o que dão à nós. As tias fazem uma ótima comida — disse convencido. Suspirei. Eu estava com fome e queria algo agora para despertar. — Por que não pede pro seu irmão trazer dinheiro?

— Ah… você sabe…

— Jeongguk, você não trabalha e ainda mora com seu irmão, isso é normal, relaxa. Não faz tanto tempo que atingiu a maioridade, vai acontecer tudo no tempo certo. Como seu irmão já disse: ele não se importa que você peça dinheiro e não se incomoda com sua presença. Deveria aproveitar. Uma hora tudo começa a ter sentido.

— Você nem parece o Taehyung falando assim.

— Eu sei — riu. — Mas, e aí? Por que tá se martelando tanto pra sair de lá e à procura de um emprego?

— Eu só sinto que eles precisam de privacidade, e sinto que também preciso. Eu realmente não quero depender do meu irmão e muito menos não fazer nada na vida.

— E por que não trabalha na empresa do seu irmão?

— Eu não quero fazer parte dos trabalhos da família.

— Por quê?

— Não sei, hyung, só não quero gente caindo em cima de mim, me sufocando, e essas coisas. Eu já vejo o que meu irmão passa com essa fama por ser CEO da empresa e não quero isso. Passo quase o mesmo só por ser seu irmão e filho do senhor Jeon. Eu gosto de socializar, mas não assim, sabe? Eu estudo pra me dar bem na vida e porque eu gosto de aprender sobre tudo, eu quero ter meu próprio dinheiro e não depender da minha família. Eu quero fazer algo na vida, eu quero um futuro bom e saudável. Eu não sou e não quero parecer filhinho de papai.

— E o que você quer ser?

— Isso é algo que eu ainda não pensei — o encarei. — Você está vendo como tá complicando as coisas? Logo vou pra faculdade e não pensei em o que vou fazer. Taehyung, eu tô desesperado! — agarrei ele pela camisa quase gritando rente ao seu rosto.

— A vida adulta deixa a gente doido mesmo — se afastou estapeando minhas mãos. — Deveria pensar em como terminar o último ano acadêmico bem. A faculdade pode esperar, você sabe. E encontrar um emprego de meio período por aí. Tudo bem que pode não ter lugares com salários grandes, mas vai ser um bom começo, não? Enquanto moradia, escute seu irmão, ele não vai te prender lá, mas vai respeitar quando você puder ir. E você não vai conseguir sair de lá do nada para um novo lugar. A não ser que peça dinheiro dele. Hyung e noona gostam de você, eles não vão te expulsar de lá, seu bocó. E, um “problema” — fez aspas no ar, novamente — a menos você vai ter, que será o emprego. Ainda tem muito tempo para pensar na sua vida, meu amigo, acredite no seu mano. No começo sempre é assim, esse desespero. Mas vai passar.

Devo confiar na minha intuição, meus pais ou meu amigo, agora? Céus.

— Mas e você? Também já é adulto. Não está preocupado em ser jogado pra fora da casa dos seus pais ou que você precisa do seu próprio dinheiro agora? Não somos mais crianças.

— Talvez um pouco, mas vai dar tudo certo. Minhas condições não são como as suas, Jeongguk, mas eu me esforço, embora não pareça — sorriu fraco. — No momento o que tenho que fazer é estudar e meus pais entendem quando eu não posso. Digo, não estou em condições de encontrar um emprego, então eles me ajudam ainda e emprestam um dinheiro quando preciso. Ou então lugar pra morar, e eles deixam eu ficar em casa. Nós se ajudamos. Essas situações não são crimes, relaxa. Olha… o que colocaram na sua cabeça? Você já soube pensar melhor.

Taehyung parecia ter mais razão agora. Ah… não, eu realmente não sei o que devo fazer. É tudo tão confuso. Acho que eu não estaria tão desesperado assim. Tinha mesmo um motivo que me influenciou para “correr” com isso.

— Melhor falarmos sobre isso outra hora, e você vai me contar o que realmente aconteceu — cruzou os braços erguendo a sobrancelha e eu bufei. Isso parece ser tão difícil. Queria voltar aos 5 anos. — Agora vamos falar sobre essas pessoas. Você viu? Novos rostos, e bastante estrangeiros. Parece que tão esperando a Enny voltar pra apresentar a escola à eles, ela só está terminando de fazer o relatório dos atrasados.

— O que eu quero saber agora é onde que tem comida porque meus neurônios estão queimando.

— Nossa, ela é tão linda…

— Taehyung?

— O quê? — me olhou.

— Depois você paquera sua crush, você sabe se as tias fazem algo nessa hora? Eu sinto que vou desmaiar se não comer.

— Jeongguk, você é tão burro. Seu café não ficou no carro? Invés de pedir o dinheiro, pede pro Junghyun trazer de volta pra você.

— Não, ele já deve tá trabalhando. Não quero atrapalhar ele.

— Então vai se foder.

— Taehyung! — repreendi, como se adiantasse. — Só… me diz se elas fazem.

— Azar o seu, pois só abrem na hora do almoço mesmo — voltou a olhar para outro lugar. — Ela tá vindo pra cá! — estapeou meu braço, nervoso. Já era a terceira vez que ele fazia isso nessa manhã, e eu estava ficando frustrado. O dia ainda não estava melhorando.

Observei uma figura feminina vindo em nossa direção e me lembrei que ela fazia parte do clube de música comigo, mas nunca nos falamos. Eu nunca fui de reparar nas pessoas do colégio, eu só ajudava mesmo e quem ia falar comigo era eles, e quando eu ia falar com eles era mais no modo de presidente do grêmio. Não me recordo de ela me pedir ajuda alguma vez, pois aparentemente ela parecia ser muito inteligente e tirava notas boas. Olhei para o Taehyung e literalmente, ele babava. Ele caiu nos encantos do amor pela primeira vez e foi tão fácil, estou realmente desacreditado.

— Bom dia, Jeon Jeongguk — cumprimentou-me. — Acredito que chegou agora. Preciso do seu relatório enquanto seu atraso. E você — se virou para meu amigo —, pode seguir os demais alunos para suas salas.

Sem mais e nem menos, Taehyung foi, seguindo o que foi dito pela garota, como um cachorrinho. Eu realmente estou vendo meu amigo caidinho por uma garota. Isso é um momento histórico que preciso compartilhar com os meninos. Ele estava tão imerso olhando a morena que nem um “Até logo” me deu. Mas tudo bem.

Dei meu relato para a menina, totalmente grogue. Minha preocupação era perder a aula e em desmaiar do nada pela falta de alimento. Enquanto a aula, Jimin tinha a mesma que eu nesse horário, eu poderia pegar com ele depois… se ao menos ele tiver anotado tudo. A menina me liberou e fui apressado andando pelos corredores, mas diminuí os passos. Estava me sentindo tonto. Quando fui cruzar outro corredor tombei com um corpo fortemente, acho que isso foi o suficiente pra desmaiar de vez com a queda que levei.


Notas Finais


esse Jeongguk é quase completamente eu todinha hoje em dia com a vida

o capítulo tem vários “pontos abertos” de pequenos à grandes. a fic realmente vai ter um monte de coisa e eu estou muito ansiosa pra escrever. espero que fiquem comigo, essa pobre escritora 🥲

a capa e banner de XO foi feito por @Yimy-He no blog Elysium Edits. inclusive, fiquei apaixonada pelo design 💙


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