História Ya Me Enteré - Ele não é meu namorado...

Eu não podia estar mais surpreso com o que aconteceu, eu sabia que Kagami tinha ciúmes da Momoi mas não pensei que a ação dela o faria entrar na zona fora da quadra. Momoi em contrapartida se agarrou em mim temendo o ruivo, e não era pra menos, a aura da sala estava extremamente pesada e o ruivo tinha aquele olhar de quando entrava na zona, era assustador pra qualquer um, mas não pra mim.

Menos é claro, pra mim. Era excitante.

Nós 3 nos levantamos da posição confortável em que estávamos, eu levantei com Momoi grudada em mim, ela parecia com muito medo.

Momoi olhou para mim com um olhar confuso, não entendo o que acontecia, bom, ela sabia do ciúme de Kagami, afinal, Momoi e eu eramos quase irmãos e por isso pedi ajuda a ela pra fazer um ciúme básico.

- Dai-chan – sussurrou ela olhando para mim, eu abaixei o olhar para mirá-la – Você também está na zona....

Só então eu me toquei, eu também havia entrado na zona, involuntariamente. Levantei o olhar e mirei Kagami.

- Parece que a minha zona responde involuntariamente à sua, interessante, não? – Falei deixando Satsuki atrás de mim e andando devagar até o ruivo, ficando à menos de um metro de si.

Kagami arregalou os olhos e piscou várias vezes, logo os fechou colocando o dedão e o indicador da mão direita no olho, quando o abriu novamente, sua zona fora desativada, ele nm sentiu que havia entrado na zona.

- Você está bem? – Perguntei, não por maldade, mas nunca o havia visto desse jeito. Desativei minha zona também.

- E-estou eu só... – Colocou a mão na cabeça – o que é que foi isso? – sussurrou pra si mesmo, porém consegui ouvir.

- É uma boa pergunta... não sabia que podia desativar a zona fora da quadra – Eu disse e cocei o pescoço, talvez eu tivesse levado aquilo meio longe demais? Eu não sabia dizer, queria que ele sentisse um pouco de ciúme apenas para me certificar de que havia algum sentimento ali por mim, mas o tiro meio que saiu pela culatra, ele parecia chateado. Eu detestava ele assim.

- Eu também não sabia, mas pelo visto você também consegue. – Ele disse olhando pra qualquer canto menos pra mim.

- Eu só entrei porque você entrou, acho que como jogamos muito um contra o outro, quando um de nós entra na zona o outro acaba entrando no automático – Constatei, parecia uma teoria lógica no fim das contas. – Como um mecanismo básico de defesa.

- É... pode ser. – Ele olhou para a entrada do corredor e deu dois passos para trás.

Himuro apareceu do corredor com Murasaki e Riko.

- Está tudo bem por aqui? – Perguntou o arquiteto de suspiro, ele olhava para mim, para Kagami e para Momoi – Aconteceu alguma coisa?

- Iie (iie = Não em japonês) – Eu disse e virei pro ruivo – estamos marcando um mano a mano, faz um certo tempo que nossas zonas não se enfrentam – ergui a sobrancelha – Semana que vem está bom pra você?

Ele me olhou com uma cara indecifrável, mas ainda assim, era Kagami, não fugia de um bom jogo.

- Eu representando o Bulls e você o Cleveland? – Ele perguntou.

- Não, você representando você e eu a mim, jogar com você fará bem aos meus treinos. – Eu disse e me virei em direção à saída – Obrigada pelo convite, a comida estava ótima como sempre – eu disse olhando por cima do ombro – só espero que o jogo também seja.

Ele assentiu com a cabeça e viu Himuro levar Murasakibara e Riko até a porta, Momoi foi caminhando de costas até a porta, virada para Kagami, ele havia conseguido assusta-la.

- A-agradeço o convite Kagami-kun, estava tudo ótimo – E saiu pela porta quase correndo.

Himuro ergueu uma sobrancelha.

- Ela está bem? – Perguntou o menor – parecia um pouco... assustada? – Disse incerto?

- Acho que o termo certo é “emocionada” – Disse o ruivo fazendo aspas com as mãos e se virando para o corredor deixando um Himuro sem entender nada para trás. – Vou lavar a louça.

Ao chegar à pia se apoiou nela com ambas as mãos e respirou fundo, após isso, pegou a esponja e começou a lavar a louça.

“Caramba.... o que foi que aconteceu aqui? Como eu ativei a zona por ver ela fazer carinho nele? Tá certo, não qualquer carinho mas, ainda assim, a zona? Eu mal sabia que era possível! A zona só pode ser ativada por alguém que ama o basquete, na teoria é por amor... será que pelo mesmo motivo pode ser desperta por outro tipo de amor?... AH QUE DROGA AOMINE! MINHA VIDA ESTAVA ÓTIMA ATÉ VOCÊ DECIDIR FAZER DELA UM INFERNO! Eu já senti ciúme do Himuro mas... nunca a esse ponto... saco, o que isso quer dizer?”

Milhões de perguntas se passavam pela cabeça do ruivo, porém, nenhuma resposta.

- Kagami – Chamou Himuro entrando na cozinha – tem certeza de que está tudo bem?

- Ah... tenho sim – Disse saindo de devaneios e resolveu mudar de assunto – Então, Murasaki e Riko ahn? Quem diria que eram tão íntimos.

Se Kagami estivesse virado poderia ver o músculo superior da ponta direita dos lábios de Himuro subir, indicando claramente descontentamento e coisas mais fortes, porém, é uma reação involuntária do corpo e só acontece em nano-segundos, alguém que não conhecesse expressões faciais talvez nem tivesse notado.

- Não acho que são tão íntimos assim – Disse o moreno cruzando os braços e olhando pro lado – acho legal da parte dela ajudar Murasaki a dar um jeito na lesão, poderia ter custado a carreira dele, a força principal dele vem das pernas pra sustentar todo o seu corpo gigante.

- Ah eu achei – Disse ainda lavando a louça – Salinha reservada longe de todos, ficar à vontade, isso e aquilo.

- Ela só quer ajudar – Frisou o moreno, mas não sabia se tentava convencer Kagami ou a si mesmo.

- Ta bom... logo logo eles aparecem assumindo um relacionamento. – Disse Kagami, inocente e alheio aos sentimentos confusos do homem atrás de si.

- Acho que não, ela é muito baixinha pra ele.

- Qualquer um é muito baixinho pra ele, resta ele escolher a baixinha que pode aguentar – Disse rindo do próprio comentário. – Qual é você viu o cara dividir a comida dele com ela, quer mais confirmação do que isso?

Himuro virou os olhos e foi para o quarto, sentando-se na cama olhando para o chão, que raio acontecia consigo? Ficava cheirando a jaqueta do maior sempre que podia, ficava desconfortável com a ideia de ele estar com outra pessoa e aquele papo de massagem sempre que ele quisesse e onde ele quisesse não agradava, sentia-se completamente confuso com relação as coisas, com relação à Murasakibara, com relação à Kagami e com relação à si mesmo.

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Eu ia dirigindo com Murasakibara ao seu lado e Riko e Satsuki no banco e trás.

- O que aconteceu lá? – Perguntou o maior.

- Satsuki encostou na minha perna, no mesmo lugar onde você teve a sua lesão e fez um carinho básico, quando olhamos pra frente, Kagami tinha ativado a zona. – Eu disse não muito animado.

- Não brinca... – O maior se impressionou com esse fato. – E depois?

- A Satsuki agarrou em mim com medo e nós 3 nos levantamos, quando ela olhou pra mim ela disse que eu também havia entrado na zona... – Suspirei – Eu acho que reagi à ele. Logo depois deixei ela pra trás e fui falar com ele sobre a zona, ele desativou e eu também. Só sei que a cena toda foi bizarra. O próprio Kagami não parecia ter entendido muita coisa.

- É... e ele me detesta – Disse Satsuki no banco de trás, na teoria o carro era dela mas como ela era minha vizinha e não estava muito legal decidiu não dirigir, combinamos que eu deixaria Murasaki e Riko em casa e levaria o carro depois pra casa dela.

- Ele não detesta, você foi bem Satsuki, talvez eu tenha levado tudo meio longe demais, desculpe, eu falo com ele semana que vem. Vamos jogar um mano a mano – Eu disse e sorri, mal podia esperar.

- Gostaria de aproveitar para agradecer sua ajuda Riko – Disse Murasakibara.

- Não foi nada, e diferente da Satsuki não tenho medo que o Himuro me deteste, se ele me detesta é porque gosta de você – Ela sorriu – Torço por Kagami e Aomine, se Himuro gosta de você as coisas ficam mais fácil, ajudarei com prazer!

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Quando estacionei o carro na frente da casa de Satsuki, ambos descemos e nos despedimos, ela entrou na dela e eu na minha.

Ao entrar, peguei o celular e enviei uma mensagem, logo abaixo estava a mensagem que Murasakibara havia me enviado.

“Aomine, não sei o que está fazendo e nem me importo, mas, se estiver perto demais se separe, Takao chegou e está indo pra cozinha”

Murasakibara era bom no fim das contas, talvez Takao tivesse pego a mim muito próximo de Kagami, e como aquele ali é difícil pra segurar a língua, as coisas poderiam ter acabado bem piores do que já acabaram.

Suspirei pesadamente ficando de cueca e deitando na cama, eu havia feito ciúme em Kagami com louvor, mas passei disso, eu o havia deixado chateado, o havia magoado e isso não era bem o que eu queria, o ruivo era uma pessoa boa demais para ser magoada e eu o amava, logo, se vê-lo triste era ruim, ter feito com que ficasse era pior, sempre detestei ver ele assim.

- Ah... Será que passei dos limites? – Respirei fundo perguntando para mim mesmo, uma crise de consciência martelava meu cérebro, talvez ele só ficaria mais bravo comigo, ou chateado, nós nunca conseguimos conversar sobre o que aconteceu desde que voltamos, esse assunto nunca foi resolvido. – Talvez eu deva me desculpar? Não... ele vai sacar que foi um plano... – Eu não sabia o que fazer pra não dar na cara. Talvez só deixar acontecer?

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Kagami havia terminado de lavar a louça e foi para seu quarto, onde encontrou um aéreo Himuro, jogado na cama olhando para o teto.

- Você está bem? – Perguntou o ruivo ao moreno.

- Estou Kagami, mas acho que eu quem deveria perguntar isso – O menor se sentou e encarou o ruivo. – Sentiu alguma coisa quando viu Satsuki tão próxima à Aomine?

- Sentir alguma coisa? – Bancou o desentendido, não seria uma boa ideia deixar transparecer o quão agitado ficou e menos ainda que Himuro soubesse que ele ativou a zona fora da quadra.

- Se sentiu desconfortável? Sentiu ciúme? – Perguntou sério.

- De onde veio isso agora? – Indagou o maior.

- Você sempre sentiu ciúme dela, porque até onde Murasakibara falava pra mim na época de Yosen, Aomine era um fã assíduo de peitos, você naturalmente como homem não tem, mas ela tem e até sobra – Ele disse e Kagami respirou devagar para não sair do controle, da boca de Himuro só saiam verdades.

- Ele e Satsuki são quase irmãos – Disse o ruivo ainda parado.

- Então porque sentia ciúme antes? – Perguntou.

- Pelo exato motivo que você ressaltou, mas à essa altura já não faz diferença – Disse e finalmente começou a se mover, andando até o banheiro para escovar os dentes.

- Bem, talvez não faça mesmo... não botei nenhuma expressão sua – Himuro disse e mordeu os lábios, sequer havia reparado em Kagami, estava tão absorto com Murasakibara e aquela sem sal que não via mais nada além daquela cena.

Kagami estranhou, enquanto escava os dentes lembrou-se que havia entrado até na zona pelas cenas que presenciou, se Himuro que era seu namorado e tinha ciúme de seu ex não havia notado, ele estava prestando atenção no que?

Após pensar um pouco apenas revirou os olhos, era melhor não saber, achava que alguém lá em cima gostava de si o suficiente para fazer com que Himuro não notasse o que acontecera de baixo de seu próprio nariz.

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Após um tempo ambos se deitaram, mas diferente do habitual, cada um deitou virado para o seu lado, suas costas sequer se encostavam, estavam absortos cada um em seu mundo, crises de consciência e confusão dominavam a mente de ambos.

Kagami acordou no meio da noite, Himuro ressonava atrás de si calmamente, o ruivo pegou o celular e viu que havia uma mensagem, de Aomine.

“Oe Bakagami, vamos realmente jogar aquele mano a mano na sexta, se inventar de me dar bolo eu vou ai te buscar.”

O ruivo apenas revirou os olhos, estava chateado demais para falar com Aomine e sequer o respondeu, apenas visualizou a mensagem, fechou o aplicativo e desligou o celular, nem lembrando o que iria fazer antes, apenas tentou dormir de novo. Estava sem saco para qualquer coisa que tivesse haver com o azulado. Se bobeasse nem iria nessa porcaria de mano a mano inventado.

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No outro dia, apareci na casa de Murasakibara, ele estava comendo pra variar e até me ofereceu comida, é, isso era um progresso.

- Tudo bem Aomine? – Ele perguntou-me.

- Não muito, dormi meio mal.

- Você não dormir? Ah, que milagre.. Deixa eu adivinhar, está com peso na consciência? – Perguntou.

- Eu mei oque estou, nem sei se ele vai jogar comigo na sexta  -Eu disse e coloquei a mão atrás do pescoço – acho que exagerei.

- Sei que não gosta do seu ruivinho magoado, mas tente ver pelo lado bom, se ele está assim, é porque gosta de você – Disse sentando no sofá ao meu lado.

- Não sei não, deve estar passando pela cabeça dele se ele não estava certo todo esse tempo de não gostar da minha relação com Momoi, e ai vai tudo por água abaixo. – Digo me jogando no encosto, totalmente desleixado.

- Não... acho que ele esquece – Disse o maior.

- Ele entrou na zona, duvido que vá esquecer, espero conseguir algo nesse mano a mano. – Digo sem muita animação, eu acho que pisei na bola legal com ele.

- Vamos fazer assim, eu vou chamar Himuro para um passeio, ele comentou que precisava de algumas coisas e vou ver se ele não quer comprar na Black Friday (não é propaganda, porque eu acho que nessas coisas você paga a metade do dobro). – Ele disse pegando o celular e enviando uma mensagem para Himuro.

- Pelo menos ele não está puto com você, Kagami zisualizou minha mensagem e ignorou bonito. – Digo revirando os olhos.

- Vamos ver se ele realmente não está – Disse enviando a mensagem. – acho que vaidar certo.

- Espero mesmo – Digo fazendo um biquinho de criança.

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Himuro estava em casa varrendo a sala enquanto Kagami arrumava as roupas no guarda-roupas, eles viviam arrancando tudo de qualquer jeito, o que bagunçava tudo muito rápido. Logo, o celular de Himuro vibra e ele vê que é uma mensagem de Murasakibara.

“Bom dia Tatsuya, assim como você eu estou precisando de algumas coisas, quem sabe não podemos ir juntos ao shopping na sexta? Assim nós nos divertimos um pouco enquanto Kagami e Aomine se matam na quadra. Black Friday tá ai.”

Himuro ponderou um pouco, por um lado estava desconfortável com o fato de ele ser tão “próximo” da ex-treinadora de Kagami, por outro lado ele realmente precisava comprar algumas coisas. Quanto ao ruivo estaria em uma quadra com o moreno, estariam em público e não parecia haver problema, ainda mais que teria a companhia do arroxeado e ele havia chamado a si e não a sem sal. Logo, respondeu a mensagem.

“Tudo bem, nós iremos.”

Ao marcarem o horário e tudo cada um foi cuidar da sua vida.

- Kagami – Chamou o moreno.

O ruivo estava no quarto, havia achado a foto e a bola de basquete, lembranças doces e boas que havia escondido ali. Com o grito de Himuro, guardou no fundo baixo do guarda-roupa e continuou arrumando as coisas, quando por fim o menor entrou no quarto.

- Kagami, sexta eu vou com o Murasakibara pra comprar umas coisas enquanto você e o Aomine se matam em alguma quadra por ai – Disse sentando na cama.

- Eu não sei se vou jogar com o Aomine. – Disse o ruivo e naquele momento as anteninhas do radar de Himuro apitaram, Kagami Taiga estava abrindo não de um bom mano a mano?

- É o que? Você adora jogar com aquele peste. – Disse – E nunca abriu mão de um bom jogo. O que está acontecendo.

- Eu só to meio desanimado, acho que sinto falta dos jogos da liga. – Disse, havia falado besteira, como logo ele não queria jogar, principalmente como AOmine? Deveria apenas ter ficado quieto.

- E sentindo falta você não vai jogar com o idiota de cabelo azul? – Perguntou cruzando os braços.

- Primeiro que falando desse jeito parece até que quer que eu saia de casa e veja ele – Kagami disse e Himuro arregalou os olhos por um segundo, sim, ele queria que o ruivo saísse para poder ficar em paz com o arroxeado por um tempo, ficar na rotina era um pouco chato as vezes -  segundo, eu tenho direito de escolher se quero ou não fazer alguma coisa, eu só não to afim de ter problemas por causa dele.

- Vocês vão jogar em alguma quadra em público, eu não ligo muito. – Disse o menor, o que até que era verdade, achava mais aceitável.

- Então eu jogo – Disse e fechou a porta do armário. – Vai ás compras?

- Vou sim, vai ser bom até porque roupas vão estar em promoção. Quer alguma coisa?

- Preciso de umas camisas novas, mas compra no meu cartão. – Disse Kagami. – Passa no meu cpf, ganha desconto e devolve uma porcentagem no fim do ano.

- Sabia disso não. As minhas se eu comprar no meu cpf devolve? – perguntou curioso.

- Devolve, tudo o que comprar peça CPF na nota (verídico gente, não é muito mas... verídico)

- Bom saber – Comentou.

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Sexta feira havia chegado muito rápido para Kagami e demorado demais para Himuro, que já estava pronto pra sair, ele vestia uma camiseta preta, em conjunto à uma calça jeans de lavagem escura e all star preto.

- Himuro você está o perfeito emo – Disse Kagami.

- Você não deveria estar se trocando pra jogar com Aomine? – perguntou o menor, ofendido.

- Ele vive atrasado, não vou me preocupar com isso. – Mentiu, ele vivia atrasado sim, mas não queria ver o azulado, logo não iria jogar com ele, apenas quis tranquilizar Himuro.

Batidas puderam ser ouvidas na porta.

- É o Murasakibara, estou indo.

- lemba da senha do meu cartão? – Perguntou o ruivo largado no sofá.

- Lembro.

Assim que abriu a porta o gigante estava ali, com uma camiseta branca, e calça jeans clara, com m t~enis preto de basquete pra completar;

- Oi... Himuro, poderia pegar minha jaqueta que deixei aqui? – Pediu e o menor foi procurar. – Oi Kagami.

- Oi Murasakibara, vão fazer compras? – Perguntou olhando o maior.

- Sim, estou precisando, minhas roupas estão apertadas, acho que estou crescendo ainda... – Disse sem muita emoção.

- Eu duvido um pouco mas boa sorte, deve ser difícil achar roupa pra você. – Disse olhando-o de cima abaixo, ele era muito grande.

- De fato é, mas eu sempre vou numa loja muito boa, eles tem camisetas pra gente grande, você é grande pra outras pessoas, deveria ir qualquer dia – Disse enviando uma mensagem no celular.

- É justo – pensou o ruivo e logo o moreno voltou com a jaqueta entregando-a à Murasakibara, que logo vestiu.

Himuro deu um beijo em Kagami, o arroxeado apenas virou os olhos pra cima. Ambos se despediram e saíram para comprar o que precisavam.

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Murasakibara havia ido de carro até o apartamento de Kagami mas decidiram ir a pé, pois o estacionamento estaria lotado.

Ao chegarem no shopping, que não ficava exatamente tão longe, uns bons 3 kilometros andando, seguiram para a loja e começaram a procurar, logo uma atendente veio os ajudar, toda solicita, principalmente para Murasakibara. Himuro apenas revirou os olhos para a cena, a loira peituda enrolava uma mecha de cabelo na não e a outra estava na cintura, que tinha que admitir, era fina. Saco, nessas horas odiava o fato de ter nascido homem, não era atrativo ou interessante. O moreno apenas se virou e começou a olhar algumas araras, vendo roupas bem interessantes ali.

- Essa ficaria boa em você – Sussurrou o maior abaixado perto do seu ouvido, arrepiando o menor – Desculpe, te assustei?

- N-não exatamente, você é bem grande ainda quero entender como consegue aparecer do nada sem te notarem, aprendeu com Kuroko foi? – Disse com um leve rubor nas bochechas, Murasaki estava com a cabeça apoiada em seu ombro. “Perto demais” concluiu o menor.

- Deveria experimentar essa – Pegou a camiseta da arara e se levantou voltando ao seu tamanho natural – Vamos lá!

- Desculpe gracinha – disse a loira com voz enjoada – Está tudo lotadíssimo, vão ter que dividir o provador, se importam?

- Claro que não, já dividimos o vestiário várias vezes quando jogamos – Disse o arroxeado sorrindo para a loira, levando Himuro a mais uma vez revirar os olhos, porque raios todo mundo decidiu naquela semana dar em cima de Murasakibara, era o universo querendo dizer algo a ele?

Entraram no provador não era pequeno mas a presença de Murasakibara deixava parecendo menor do que era por seu tamanho. O gigante logo retirou sua camisa exibindo seu belo conjunto de “quadradinhos” e seu tórax largo.

“E eu achando que ele não podia ficar mais gostoso” Pensou Himuro, Murasaki havia evoluído mais seu físico desde a época de Yosen, fazendo Himuro reparar em tudo, a coisa piorou quando o maior desafivelou o cinto, ele iria experimentar camisas e calças, logo, Himuro virou de costas.

- Himuro, você está bem?

- Estou, claro, só um pouco envergonhado... – Disse o moreno com o rosto tão vermelho que o cabelo de Kagami ficaria com inveja.

- Sempre nos trocamos juntos no vestiário e você nunca ficou assim – Disse retirando a calça, Himuro pôde ouvir quando a fivela do cinto bateu no chão.

- É que nunca nos trocamos á menos de meio metro de distância – riu nervoso, mas decidiu tentar mascarar. – Você está ótimo.

- Eu diria o mesmo de você se você se trocasse logo.

- Não – começou a rir e retirou a camiseta e a calça, decisão horrorosa ter feito isso de costas, pois Murasakibara olhou pra sua bunda e não parava por nada, aproveitando que o menor não estava vendo. Observou também suas costas, haviam ganhado um pouco de músculo, não tanto quanto o maior mas havia – Não sou o que se chama exatamente de atraente, sou bem magro e pequeno comparado à você, Kise, Midorima, Kagami e... Aomine.

- Por que fala dele com esse tom? – Perguntou o maior.

- Ele é o ex do Kagami e eu não entendo porque ele está comigo, eu o Aomine somos diferentes demais e por mais que eu deteste admitir, o Aomine é bonitão e desafiador, do jeito que o Kagami sempre gostou. Já eu sou... bom... eu. – Disse abraçando o próprio corpo ainda de costas para o gigante.

- O que há de errado em ser você? – O maior perguntou e abraçou Himuro por trás – Eu gosto do que vejo, pra mim você está ótimo. – Disse no pé da orelha do menor, que ficou vermelho e embasbacado.

- Hahaha – riu nervoso – não precisa me consolar, está tudo bem – Controlou o rubor e se virou, decidou horrorosa novamente pois deu de cada com o corpo do maior à milímetros do seu, céus, se tivesse chocolate respingado ali, lamberia aquele tanquinho de fio à pavio.

- Não estou consolando, estou dizendo o que eu vejo.

Himuro ficou sem fala, apenas olhou para o lado corado.

Ambos vestiram várias coisas e pediram a opinião do outro, sincero, Murasaki achou Himuro bem em algumas, mas sensacional em outras. Para Himuro, por ser grande e as roupas destacarem muito bem os músculos de Atsushi, ele parecia maravilhoso em todas elas.

Ao pagarem, Himuro fez conforme Kagami pediu, levando algumas que achava que ficariam boas pra ele, levando Murasaki à virar os olhos, mas é a vida, ele ainda não havia desprendido do ruivo, mas tudo bem, só começara a jogar o jogo do amor agora, tinha que ter paciência.

- Vamos comer algo, estou com fome – Disse Murasaki olhando para os lados procurando um lugar para comer.

Himuro apenas riu e balançou a cabeça negativamente, logo seu cabelo cobriu os 2 olhos – droga... – Tentou arrumar para que voltasse ao normal.

- Acho que alguém precisa cortar o cabelo. Vamos ali, tem um salão ótimo, eu aparo as pontas de vez em quando.  – Disse o maior apontando para o lugar ao longe.

- Nem parece, seu cabelo esta um pouco abaixo dos ombros – Disse o menor o reparando.

- Eu deixei crescer um pouco, mas não muito, gostou? – Colocou a mão na ponta de uma mexa.

- Você está ótimo. – Disse sincero.

Ao chegarem lá, Himuro foi rapidamente atendido, era de se esperar por ser um jogador e um time famoso, assim como Murasaki. Este último se sentou em um sofá largo sem braços aguardando que Himuro cortasse o cabelo.

- Menino – Disse a cabelereira – Seu namorado é um gato, você tem muita sorte.

- Ele não é meu namorado... – Disse

- Então avisa isso pra ele, porque de vez em quando ele olha pra você da-que-le jei-to – Disse pausadamente enquanto terminava de cortar o cabelo dele.

Quando terminou olhou para o maior, que agora tinha uma mulher de cada lado dele e 3 atrás do encosto das costas, todas se derretendo por ele enquanto ele digitava inocentemente algo no celular, provavelmente nem notando que aquelas encalhadas estavam de olho nele.

- Caham.... Atsushi.. o que achou? – O cabelo dele havia voltado à como estava nos tempos de Yosen, o que fez o gigante sorrir.

- Eu gosto dele assim, valoriza seu rosto – Disse e levantou, logo ouvindo um “ahh” de tristeza e olhou para trás, se assustando com a quantidade de mulheres que estavam ali. Chegou nos ouvidos do menor e perguntou – Há quanto tempo elas estão ali?

- 5 minutos depois que você sentou, todo mundo deu pra ficar suspirando e dando em cima de você essa semana – falou tentando não deixar transparecer seu descontentamento e falhando miseravelmente.

- Que seja, nenhuma atirada dessas me interessa – Disse e saiu andando com Himuro ao seu lado.

Quando estavam passando pela cadeira onde Murasakibara estava, Himuro não conseguiu evitar de mostrar a língua para aqueles oferecidas, andando feliz ao lado do gigante.

Murasakibara sorriu terno com a cena, ora ora, seria isso ciúme? Pelo menos acabou melhor do que a tática de Aomine que conseguiu deixar Kagami bem magoado, mas isso era detalhe.

- Ai droga... – Disse o maior – Eu esqueci...

- O uqe? – perguntou o moreno, já fora do salão.

- Na loja que estávamos, eu ia ver umas cuecas.

Himuro corou dos pés à cabeça, ele iria ficar totalmente pelado na frente dele, àquela distância? Deuses...

- Vo-vo-você vai querer voltar lá? – Perguntou Himuro olhando pra todo o lado.

Murasakibara decidiu que já tinha torturado o menor o suficiente àquele dia, não podia simplesmente ficar peladão na frente dele e mostrar seus atributos na primeira saída, já que na época de Yosen ele não ficava pelado no vestiário, sempre de toalha ou de cueca.

- Não precisa, não é nada urgente, eu só pensei em comprar logo, mas posso voltar depois. – Disse – Se não quiser não precisa vir, eu chamo a Riko pra me ajudar, e também não ligo muito pra roupa íntima, quase ninguém vai ver mesmo – Disse olhando de canto para o menor.

- Eu acho que eu entendo mais de cuecas do que ela, pode me chamar – Disse emburrado.

- Combinado então! Vem, vamos comer! – Disse animado.

Himuro pela milhonésima vez aquela semana revirou os olhos, “Riko e Murasakibara de cueca” não soavam nada bem juntos na mesma frase.

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Assim que Himuro e Murasakibara saíram, Kagami foi para seu quarto e sentou na cama abrindo a conversa com Aomine, que na verdade era só a afirmação dele sobre o jogo. A porta do apartamento abriu e fechou, chamando a atenção de Kagami.

- Esqueceu alguma coisa? – Perguntou para Himuro, porém, ao olhar para a porta do quarto teve uma constatação surpresa, não era Himuro.

- Olá Kagami. – Eu disse com a maior cara de pau como se não tivesse invadido o apartamento dele.

 

- O que é que... – Ele estava atônito, nem conseguiu terminar a frase.

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- Eu disse que eu vinha te buscar.