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— Sabia que era você. — Kirishima bufa indignado.
— Hum, decidiu não me deixar em paz mesmo, né? Não tem outra pessoa pra encher o saco não? — Bakugou fala ao ruivo parado em sua frente.
— Na verdade eu tinha planos de não te ver de novo hoje, mas como você tá incomodando todo mundo com essa barulheira, eu vim te pedir POR FAVOR pra baixar o volume, pode fazer isso? — Pediu.
Bakugou revira os olhos.
— Já te falaram que você é insuportável?
— Não, essa é a primeira vez. — Eijiro responde com um sorriso sarcástico.
— Entendi. Pra tudo tem uma primeira vez, não é mesmo? - Um sorriso malicioso surge em seu rosto e ele continua:
- Inclusive, falando em primeira vez, você já-
Ele é interrompido por Kirishima.
— OK, já chega. Eu já resolvi o que tinha pra resolver aqui, o resto é com você.
Ele fala nervoso só de imaginar o que sairia da boca do garoto se o deixasse terminar a frase.
O mesmo vira em direção ao seu quarto que fica a três passos curtos dali, na intenção de ir embora, mas agora é a vez de Bakugou interromper.
— Ei. — ele chama e segura no braço de Kirishima. — Entra nessa merda, eu preciso falar com você.
Eijiro estremece.
— Fazer o quê? — Ele pergunta em meio a agitação do seu corpo.
— Eu finalmente lembrei de onde conheço você, a sua imagem caindo no chão fica vindo na minha cabeça de três em três segundos, como um loop infinito.
— Tá muito emocionado, cuidado não se apaixonar. — Ri sarcástico, tentando tomar vantagem da situação.
Bakugou ri alto, fazendo piada das palavras do garoto.
— Na verdade, a vontade que eu tenho é de fazer a mesma coisa de novo, pra você deixar de ser tão idiota, essa sua carinha de anjo me irrita.
— Ah, que pena... sinto muito em dizer, mas sua cara também me irrita, com licença. -— Kirishima diz se soltando de Katsuki.
Instantaneamente, Bakugou corre e aumenta o som, provocando o ruivo.
Ele abre os braços e grita:
—ENTÃO EIJIRO KIRISHIMA, O QUE VOCÊ VAI FAZER AGORA? — Ele ri ironicamente.
Kirishima automaticamente adentra no quarto e desliga o equipamento. Segurando os braços de Bakugou, sai o empurrando até o loiro esbarrar e sentar por acidente na escrivaninha que ficava logo atrás dele.
— Deixa de gracinha, você se acha o fodão por ficar fazendo essas brincadeiras, né? Você na verdade tá sendo só um pé no saco. — Fala irritado, olhando profundamente nos olhos de Bakugou.
Katsuki que sorria em tom de deboche, agora, estava com a cara fechada, suas expressões eram de decepção.
As mãos de Kirishima estavam apoiadas na escrivaninha, lado a lado das pernas de Bakugou, e seus rostos estavam perto demais. Podiam escutar a respiração acelerada de ambos.
— Eu espero que você tenha entendido, eu não sou igual ao seu amigo que você fica fazendo de palhaço. — Disse repreendendo o loiro.
Katsuki desviou o olhar e apenas ignorou Eijiro, que saiu batendo forte a porta do quarto.
Ambos estavam com as emoções a flor da pele. Nenhum dos dois estavam em seus estados normais nos últimos dias.
Kirishima que sempre foi calmo e compreensivo, não conseguia se conter as provocações de Bakugou.
Já Katsuki, que mesmo sempre tendo uma personalidade forte, sabia que estava agindo como criança que precisava de atenção, a atenção de Kirishima.
De um lado, estava Bakugou pensativo sobre as coisas que Eijiro falou, o mesmo geralmente não ligava para os comentários dos outros em relação ao seu jeito, mas com ele foi diferente.
Do outro, estava Kirishima, que mesmo irritado estava apreensivo pelo seu estado de estresse e se culpando por ter brigado com o rapaz por causa de uma coisa tão fútil.
O seu peito gritava pedindo que se desculpasse o mais rápido possível.
...
Naquela noite, os amigos se encontraram na sala que ficava no bloco dos dormitórios. O grupo se reuniu para a ligação de Todoroki.
Bakugou e Midoriya chegaram ao local e observaram de longe os amigos que riam e conversavam animados, enquanto saia uma voz baixa do computador.
Katsuki olhava de longe o garoto de cabelo avermelhado que estava com um sorriso largo estampado no rosto.
— Kacchan, vamos sentar perto deles? Acho que se a gente ficar em silêncio, não vai atrapalhar. — Izuku sugere.
— Tá, pode ser. — Concordou.
— Você tá bem? _ Midoriya pergunta impressionado com a calmaria localizada em sua voz.
— Você que eu comece? — Ele fecha a cara como de costume.
—K-KACCHAN, não. Era só brincadeira. -— Dá um sorriso fraco só pra tentar quebrar o clima.
Ao se aproximarem, o grupo acena para o computador, um aceno de despedida à pessoa do outro lado da tela.
_ A gente espera você amanhã, Todoroki.
A voz de Denki falando o nome de Shoto ecoa nos ouvidos de Izuku, o que faz o garoto automaticamente arregalar os olhos.
— Todoroki? Só pode ser coincidência, não é ele. É só outra pessoa com o mesmo nome, tem que ser... — Ele fala sozinho no mínino tom de voz possível.
— O que diabos você já tá resmungando, Deku? — Bakugou perguntou irritado.
— Anh, nada... É besteira. — Mentiu.
Podia jurar que seu coração poderia saltar pela boca à qualquer momento.
Depois de notarem a presença de Izuku e Katsuki, o grupo chamou os dois garotos para sentarem ainda mais perto. Era o primeiro contato direto que eles teriam com os alunos novos.
Kirishima olhou de canto para Bakugou lembrando do acontecimento de mais cedo.
Enquanto todos tentavam puxar assunto, Bakugou se mantinha quieto, e Midoriya apesar de interagir, estava com um olhar de preocupação, sua mente parecia estar em outro lugar.
— O que você tem? — Bakugou pergunta discretamente enquanto toca a sua mão.
— Nada. Anh, porque você tá seguran-
— Cala a boca, só deixa. — Mandou.
— Tudo bem.
Midoriya que há poucos segundos estava pensando em tirar a mão de Katsuki, agora estava segurando ela mais forte.
Um detalhe que não foi ignorado por Kirishima, que olhou desconfiado.
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