1. Spirit Fanfics >
  2. Yes, Daddy >
  3. H o p e f u l

História Yes, Daddy - H o p e f u l


Escrita por: deppgirl

Notas do Autor


Olá! Queria deixar claro que Johnny Depp nessa fanfic não é um ser famoso, mas suas características estaram bem presentes. Ele será um magnata cheio de poder, mas com problemas no coração. Já seu par, Samantha, é fictícia, você pode se imaginar no lugar dela ou inventá-la na sua cabeça. Ambos serão opostos e passaram por momentos tóxicos, admito. E essa fanfic terá cunho sexual fortíssimos!

💛 boa leitura 💛

Capítulo 1 - H o p e f u l


Fanfic / Fanfiction Yes, Daddy - H o p e f u l

s a m a n t h a  w a l e s

Quando o doutor de cabelos grisalhos me contou que a minha mãe, senhora Jade Wales, morreria em breve se não fizesse um tratamento particular avançado, e que custava uma fortuna todo o mês, até se curar, meu chão sumiu, metaforicamente dizendo, e eu desabei em um desespero sobre o quê eu poderia então fazer para evitar que eu e o meu irmãozinho de seis anos, Edward, perdêssemos-na assim, covardemente.

Eu só era mais uma garota pobre e caipira da cidade da Califórnia, bem no inferior, na verdade. A mamãe sempre cuidara de mim e de meu irmãozinho sozinha, às vezes, tendo ajuda de nossa avó, Lizzie.

As coisas para nós nunca eram fáceis demais. Ser pobre era um problema grande. Mamãe, quando boa, trabalhava como camareira em hotéis ao centro da cidade, e também era uma perfeita costureira, a maioria dos meus vestidos eram feitos por suas mãos.

O Eddie sempre esteve na escolinha, ele era esperto, e eu no colégio, terminando os estudos. Certos dias, eu trabalhava lavando pratos e limpando cafeteiras grandes numa cafeteria bem agitada e ruim nos arredores do meu bairro, para ajudar nas contas.

Eu odiava ver a minha mãe lutando com tantas dívidas inacabáveis. Certas vezes, comiamos a mesma refeição por semanas. Éramos humildes.

Antes de adoecer tão gravemente, ela era forte como uma árvore, e sempre queria proteger eu e Edward à todo o custo. Ela era uma excelente mãe, não existia duvidas, e eu à amava como nunca amei ninguém, assim como o meu irmão eu amava. Eles eram tudo para mim.

O meu pai... Bom, havia sofrido um acidente feio quando Edward tinha dois anos de idade e eu treze anos. Esse dia foi o mais terrível para nós, e a mamãe ficara devastada, quase sem rumo, pois ela o amava demais, era o pai de seus dois filhos.

Nossa família, como primos e tias não era das ricas, viviam como pudiam. Tipica familia do interior e alguns viviam até bem longe da cidade grande, em fazendas humildes por Nevada. Quando souberam do estado enfermo de minha mãe, ficaram preocupados, pensaram em fazer uma vaquinha de dinheiro, porém, não era tão simples como uma vaquinha.

Tal doutor, que cuidava de minha mãe durante os meses internada após desmaiar de tanto vomitar numa quinta-feira à noite, explicou para mim que os exames semanais eram caros, o os enfermeiros eram caros, a estadia dela para um hospital particular seria árdua e cara, e o tratamento era infelizmente caro na situação da doença infeliz dela.

Eu, portanto, me sentia inútil, horrível e sem saída. Mal tínhamos uma casinha própria num bairro tão pacato, e o grande dinheiro para um tratamento de tal nível seria impossível de se arranjar sozinha e tão rapidamente.

Minha mãe precisava ser transferida urgente para um hospital adequado. Onde ela estava, a equipe médica apenas podia medicá-la contra dores agudas e estudar os avanços de seus sintomas.

Ela de volta para casa, como um dia internada me suplicou para acontecer, estaria fora de cogitação. Não poderia ser tratada em casa, não numa casa como a nossa e sem enfermeiros.

O pior era que eu estava pensando em futuramente cursar medicina, ou começar a servir como voluntária. Mas aquele situação toda envolvendo mamãe me fazia ficar traumatizada e até com certo medo. Droga, eu não queria perdê-la assim! Ela era tão jovem ainda, tão boa e tão próspera.

Eu roía as minhas unhas já todas roídas, pensando seriamente, como uma adulta, em como resolveria sua situação.

Tão doente, ela mal conseguia as vezes conversar nas horas da visita. Seu estado debilitado me fazia ficar sempre com nós na garganta. Evitava até mesmo de levar Edward para vê-la, porque ele já sentia muitas saudades dela em casa, dela o levando pro parque do bairro para brincar no balanço e na areia.

Tantas pessoas ruins que mereciam um castigo, e logo a minha mãe, uma mulher tão sinceramente do bem, doente e quase morrendo...

Eu precisava logo dar um jeito, mesmo sozinha. Eu tinha esperanças.

Odiava procurar por nossos familiares também, apenas a vovó, que, pobrezinha, estava muito preocupada com a mulher viúva de seu filho falecido.

A vovó Lizzie era doce como morango, e, se não fosse ela, eu estaria fraquejando e o nosso Edward estaria à mercê.

Começava a ficar um tanto pesado para mim.

Eu estudava, depois ia para a cafeteria junto com Mia, a minha melhor amiga. Após terminar o meu horário, ia buscar Edward na casa da vovó, que ficava há duas quadras longe da nossa e, à noite, eu ia até o hospital, conversava com as enfermeiras e o doutor que cuidava da minha mãe, e também tentava vê-la, nem que de longe... O dia voava. Eu cada vez ficava mais exausta e entediada.

Mia visitava mamãe também, levava flores, margaridas na verdade, porque mamãe amava elas. Era uma boa amiga Mia, estava me ajudando a pensar em como poderia eu pagar o tratamento de minha mãe antes que o pior ocorresse.

Eu tinha uma certa noção de que eu era uma idiotinha num mundo tão vasto e egoísta. Eu não era nada ainda, era só uma garota pobre e sonhadora, porém, eu queria muito achar um jeito. E eu iria, porque eu precisava salvar a minha mãe.

Ela, sem dúvidas, faria o mesmo por mim e por Eddie.

Se eu precisasse correr da Califórnia até o México eu correria por ela, eu só precisava de uma oportunidade para fazer.

Mas o dinheiro que eu ganhava no final das contas no meu trabalho na cafeteria não chegava nem perto do tanto que era necessário pro tratamento ser feito com sucesso. E nem por isso eu perdia as minhas esperanças.

No colégio, muitas vezes eu ia mal nas provas, parecia que eu só estava existindo pelos corredores naqueles últimos tempos. A verdade era que eu só tinha Mia de amiga para desabafar, sempre havia sido o tipo de menina tímida e estudiosa demais... Bom, o meu estudiosa estava indo com Deus por conta do meu cansaço emocional e até físico.

Minhas notas estavam um horror, pelo menos para mim. Outros estariam satisfeitos com o meu boletim, mas eu jamais. Odiava ganhar B ou um B-.

Só que, sabe, mamãe estava ocupando minha mente, eu perdia total concentração. Se ela soubesse, ficaria triste e se culparia. Eu tentava deixar tudo camuflado para ela quando conversavam nos horário de visitas. Tentava ser do tipo otimista, mesmo estando rachada por dentro.

Pensava já em vender alguns dos nossos móveis de casa para pagar seu tratamento, ou até mesmo vender a nossa casa com tudo dentro e me mudar para talvez a casa da vovó com Edward durante o processo de mamãe pelo hospital... Mas mamãe iria odiar descobrir tal loucura de venda.

E eu odiava hospitais. Esperar na recepção deles muitas das vezes me era atormentador, ainda mais quando eu estava cansada, sonolenta.

Era frio, me fazia imaginar a cena de mamãe partindo. Não queria pensar, na verdade. Contudo, cada dia que o doutor vinha conversar comigo, ele me parecia preocupado, e sempre enfatizando a necessidade de começarmos um tratamento logo, me fazia ter receio de ouvir a notícia de seu falecimento repentino.

O doutor dizia que minha mãe era forte, estava aguentando bem, era até estranho, dado que outros pacientes até mais jovens já estariam nas últimas definitivamente esperando o tratamento pago nunca chegar.

— Mamãe... — a chamei logo que abri a pesada porta.

Estava eu dentro do seu quarto agora, pois era um dos horários de visita.

Mas era de manhãzinha, eu havia faltado as aulas, porque, bom... Eu estava nervosa, ansiosa, a aula não iria me ajudar a salvar mamãe, então, eu aproveitei em ir vê-la.

E ela, que estava repousada naquela grande maca, dormia tranquilamente e profundamente. O seu rosto pálido demostrava que sua situação só se agravava.

Engoli à seco e quase chorei sem nem antes chegar perto de seu leito frio. Suas veias recebiam soro e mais soro, era o tempo todo assim.

Aquele quarto era tão frio, sabe, as janelas sempre se achavam fechadas e com cortinas escuras. E não havia nenhuma tv. Ela adorava ver programas de culinária na tv aberta...

— Oi, mãe — murmurei, não querendo de fato que ela despertasse.

Eu não iria acordá-la, porque eu já estava querendo correr dali. Aquilo estava me sufocando tanto.

Edward também não aguentaria em vê-la como se encontrava por aquela cama.

— Bom, só vim te ver, e eu estou tão nervosa ultimamente com tudo isso... As coisas ficaram tão estranhas! Não quero te perder pra essa doença... Não quero! — ia conversando baixinho com a mulher enferma, mesmo esta dormindo profundamente sem talvez me ouvir. Ela estava com sua cabeça tombada para o lado esquerdo, num sono bom. — Eu vou achar um jeito de conseguir o dinheiro. Por favor, mãe, só aguente firme aqui... Não importa, eu vou achar um jeito de te fazer ficar tão radiante como o Sol, saudável como nunca!

E, quando dei por mim, lágrimas caiam dos meus olhos, rolando as minhas bochechas.

Merda... Eu era difícil de chorar, só chorava quando eu já estava sendo forte por tempo demais. E prometer à ela, estando naquela maca e tão magra e doente, foi a coisa mais pesada em questão de responsabilidade que eu já tinha prometido, e eu iria de fato cumprir — só não fazia ideia de como e quando.

Talvez um anjo pudesse aparecer na minha vida, não importava para mim se tal fosse do bem ou um anjo caído, ele poderia me guiar e salvar a mamãe. Não mereciamos tanto sofrimento.

Por que diabos a droga do dinheiro às vezes é o que decidi se você vai viver com dignidade ou irá morrer sem esperanças?

Eu odeio o dinheiro, mesmo necessitando dele.

— Eu não vou deixá-la morrer. Eu e o Edward amamos a senhora...

Assim que terminei, me aproximei dela na maca e depositei um leve beijo cheio de carinho em sua testa morna e macia. E aquelas minhas lágrimas ainda saíam, molhando o meu rosto em silêncio. Eu era do tipo silenciosa para chorar, até mesmo para rir eu era tímida. Mamãe dizia que eu parecia com o papai nessa parte.

— Vai ficar tudo bem, mãe — acariciando levemente o seu cabelo, com a outra mão minha tentei secar as lágrimas, e sorri timidamente, observando a enferma que dormia.

Sua respiração estava tão fraca e lenta, me preocupando mais um pouco. Tive, mesmo assim, que sair do quarto e deixá-la lá, dormindo, pois o horário de visitas durante a parte da manhã para pacientes graves era curtissimo, e, assim que saí, avistei uma das enfermeiras que cuidava de mamãe, injetando remédios... Essas coisas...

Me aproximando desta enfermeira pelo corredor branco e gelado, sorri e fui pedindo para tal observar a minha mãe durante aquela manhã e parte da tarde, porque algo em meu coração, assim que sai do seu quarto, me intuiu para pedir isso para alguém.

— Ah, é claro, menina! Eu sempre estou de olho na senhora Wales... — disse a enfermeira à mim, me confortando um bocado.

— Muito obrigada, e até logo! — exclamei, sorrindo um pouco e andando para fora do corredor.

Quase todos que trabalhavam por lá já me conheciam. Às vezes, alguns me davam lanches quando eu permanecia horas pela recepção, sentada no sofá de espera, esperando realmente o doutor com notícias ou eu simplesmente em poder vê-la fora dos horários das visitas.

Havia faltado aula também porque Mia havia me indicado um lugar no qual estava necessitando de pessoas para trabalhar, e o salário era um tanto que melhor que o da cafeteria. Mesmo eu não achando não ter chances, eu fui ate o endereço com minha bicicleta, estava meio esperançosa, como de preste. Porém, quando parei de frente aquela construção alta, no meio do centro da cidade, pessoas passando, muitos veículos chiques rondando por perto, eu prendi o meu ar e fui querendo dar meia volta.

Era simplesmente um dos hotéis cinco estrelas mais chiques dale lá. Ele era tão grande, bonito e brilhante. Eu jamais conseguiria pagar por uma estadia. Nem dinheiro pra um café dele eu tinha. Também existia um toque sensual em sua volta, e parecia ter saido de um filme.

Eu olhava para toda a sua extensão, o seu hall de entrada e as pessoas que saíam e adentravam nele me deixavam com o sentimento de fracasso. Eu e a minha bicicleta ficamos miúdas.

Pessoas que jamais andavam perto de mim no dia à dia, nem mesmo durante meu trabalho na cafeteria eu via então por toda a parte.

O mais estranho era que aquele havia sido um dos hotéis onde a minha mãe fora por mais tempo uma camareira, e, quando foi demitida, chegou a chorar pois, sim, o salário era ótimo e o trabalho era gratificante, dizia a mesma naqueles tempos de vasta saúde.

— Mia, eu vou te matar! — resmungando enfim, eu parava com a minha admiração de menina boba sobre o hotel de cinco estrelas e na movimentação altamente poderosa em volta dele resolvendo descer de minha bicicleta, estacionando a pobrezinha perto de uma moto e uma van preta.

Eu não sabia que tipo de trampo estavam precisando por lá, Mia também não, apenas sabia que precisavam. Provavelmente, algum funcionário de longa data dele iria lembrar de minha mãe ou do nome dela. E eu não sabia se, adentrando lá vestida como uma caipira do interior da Califórnia iria assustá-los.

Estava envergonhada, tudo era muito grande e bonito para mim, não estava acostumada com glamour. Mal viajava, ou já tinha vivido como uma garota mimada.

As pessoas começaram a me olhar, os seguranças também me examinavam inteira e a minha respiração ficava torta. Odiava atenção demais, ainda mais num momento como tal.

Logo ignorei tudo - ou tentei -, e adentrei definitivamente no saguão, sendo a tal recepção.

E só o lustre daquele lugar já iria pagar todo o tratamento de minha mãe e sobraria.

Aquele hotel não era para qualquer um assim como euzinha. Desconfiava que somente ricassos(as) se hospedavam por ele.

Se a entrada era tão “uau” imaginava eu gomo deveria ser os quartos...

Eu nem sabia o que iria dizer e para quem dizer. No grande balcão da recepção existiam três mulheres, todas bem vestidas, maquiadas e muito lindas.

Pareciam iguais até para mim, e os seus sorrisos doces soavam formais demais, mesmo de longe.

Droga, eu não devia ter entrado lá, pensava...

Eles iriam achar que eu estava lá para pedir talvez esmola. E basicamente eu estava mesmo para pedir um tipo de esmola.

— Posso ajudar, mocinha? — uma voz feminina e muito suave soou atrás de mim, e eu me assustei, me virando na mesma hora em que a ouvi.

— Ah, puxa! Olá... — exclamei, olhando sem jeito para a alta senhora elegante e que usava um batom vermelho vintage nos lábios finos.

Ela logo sorriu um pouco para mim, e foi me observando também. Depois, ela arqueou as sobrancelhas finas, estudando o meu vestido feito à nais por mamã. Seu nariz era pontudo e grandinha, charmoso diria. Ela estava com as mãos para trás, era bem confiante e provavelmente tinha um cargo importante lá dentro. A lôgo do hotel estava bem sobre seu peito direito no blazer escuro de cetim que usava. Cheirava a gente rica e estava curiosa comigo dentro daquele... Digamos, palácio.

— Está perdida? — perguntou, sem ser rude.

— Hã... Não — respondendo, eu evitava dizer para que havia ido lá tão de cara.

— Muito bem, sua família está hospedada aqui, talvez? — perguntou de novo, sugerindo.

— Também não...

Sorrindo abóbada, perguntou mais uma vez:

— Ora, então, por que está aqui? Quer um quarto?

Demorei uns segundos, pois pensava se dizia ou não para ela. Eu estava tímida, talvez insegura.

— Querida? Tudo bem? — percebia esse meu incômodo.

Ela era meio agradável até, mesmo parecendo imponente para mim.

— Bem... É que eu... — eu semi cerrava os olhos, pensando. — A minha mae trabalhou aqui há alguns anos atrás, foi camareira...

— Uh, que interessante ora uma moça — comentando, ela arqueava as sobrancelhas, e eu senti vontade de me explicar mais.

Estávamos bem no meio do saguão, ela de frente para mim e me dando bastante atenção, e eu até que me vi esperançosa. Atrás dela existia a entrada, onde várias pessoas e funcionários saíam e adentravam. Uma música suave de fundo tocava, eu me sentia na europa talvez.

— Hoje ela está muito, muito doente... Eu vim porque uma amiga minha indicou aqui, eu nem viria aqui porque isso não é pra mim e...

— Como se chama, menina? — ela me interrompeu, seu tom sempre suave.

— Samantha Wales.

— Wales...?

Assenti com a minha cabeça, a mulher sorrir de lado, parecendo ficar tranquila com algo e também esclarecida.

— E sua mãe, como se chama?

— Jade Wales...

— Muito bem, senhorita Wales — começando, ela me olhava bem os olhos. — Suponho que esteja aqui dentro para pedir ajuda?

— Definitivamente.

Pensando um pouco, a mulher olhou pro nada e, depois, regressou com seus olhos negros em mim, dizendo:

— Eu poderia ajudá-la, mas parece nova ainda para trabalhar aqui.

— Eu vou fazer dezoito daqui há cinco meses... E eu já trabalhei antes.

— Oh, mesmo! Que interessante. E o que você gostaria de fazer num lugar como este

Eu me sentia já como numa entrevista imprevista de emprego.

— Posso ser como minha mãe, que foi camareira. Não acho difícil.

— Bom, o serviço de camareira requer disposição e coerência, principalmente em nosso hotel, senhorita Wales — ela disse, como uma professora. — Bom, eu me chamo Odette Grace, sou uma das gerentes daqui...

Eu arregalei sutilmente meus olhos ao ouví-la dizer que era uma das gerentes de lá.

— Nossa... — soltei baixinho, ela sorriu e suspirou levemente pelo nariz pontudo.

— E você, querida, possui experiência como camareira? Sua mãe te ensinou algo?

— Eu dobro lençóis que é uma beleza! — eu tentei.

— Esse trabalho não é só dobrar ou esticar roupas de cama dos quartos, querida... É também atender aos pedidos dos hóspedes em qualquer hora!

— Eu acho que conseguiria.

— Precisa tanto desse tipo de serviço? Você é tão jovem e bonita, facilmente poderia ser uma modelo.

— Eu quero apenas salvar a minha mãe, senhora. Precisamos de dinheiro, e eu não me importo se o trabalho é difícil ou fácil, eu só preciso.

Num tempo em silêncio, após me ouvir, a gerente ficara me olhando. Eu, logicamente, achava que ela iria me expulsar à qualquer instante daquele hotel. Sua quietação me deixava ansiosa. Eu só queria ouvir ela dizer: “está contrada!”, mesmo com o fato de eu ser menor de idade e sem alguma boa experiência.

Talvez aquele meu jeito sincero a assustara. Eu deveria ser menos sincera.

E no curto período do silêncio de Odette Grace, atrás da mesma, adentrando o saguão com mais dois homens altos e vestidos de terno preto, todos usando óculos escuros e com um tipo de áurea intimidadora, eu vidrei simplesmente no homem ao meio dos dois mais altos. Este puxou minha atenção como um imã. Foi deveras estranho quando ele passou por aquela porta, ajeitando o cabelo como se fosse um astro.

Suas roupas eram diferentes, mas formais demais também. Nos pés haviam um par de botas altamente usadas, e ele tinha brincos nas orelhas. O seu rosto, mesmo contendo óculos nos olhos, era chamativo. A expressão seria e de soberania me deu frio na barriga, e foi espantoso para mim o quão tal homem aleatório, adentrando aquele hotel, me chamara a atenção.

Eu não era de ficar secando homens, até mesmo garotos. A timidez em mim me fazia chegar a esquecer da raça chamada machos.

Sim, eu era muito, muito virgem. Eu era uma virgem em todos os sentidos. Podia ser madura em certas questões, podia ser corajosa, como muitos diziam, mas eu era travada para romances.

Uma adolescente estranha nessa parte eu era. Mia dizia que não iria demorar para que eu encontrasse alguém que me deixasse sem fôlego.

Eu jamais havia perdido o fôlego por alguém. Mas, droga... Aquele homem apareceu, andando como se estivesse em uma cena de filme em câmera lenta. Ele era bonito demais e exibia um jeito erótico... Sim, um jeito erótico que me deixara diferente.

Reparei que ele carregava na pele das suas mãos desenhos, sendo tatuagens. Sem contar nos anéis de prata pelos dedos.

Ele fez o meu mundo sofrido simplesmente ficar lento e bom. Aquele seu rosto pareceria-me familiar, e de longe eu podia ver o quão já era velho para mim.

Esse homem sequer estava me vendo. Passou ele tão rapidamente perto de mim e da gerente simpática junto dos dois brutamontes, me fez ficar com saudades...

Saudades de um estranho eu senti ao perdê-lo de vista.

Ele me lembrava aqueles homens poderosos de filmes de crime. Droga, seu cabelo era bonito também, e eu senti vontade de passar minhas mãos em cada um dos fios.

Oh, céus! Quem seria aquele homem? Por que aparecera justo naquele momento? Por que me fez ficar boba? Ele me viu também pelo saguão? Como o chamavam? Ele era um hóspede? Por que diabos eu estava querendo saber tanto?

— Senhorita Wales! — e Odette Grace exclamava risonha, chamando-me de volta a minha vida real.

Puxa, o homem havia sumido para dentro do hotel, e eu havia ganhado não só um tipo de excitação inexplicável pelo mesmo, mas um emprego de salário agradável.

— Aparece aqui amanhã às seis da manhã em ponto! Eu direi para Martha te ensinar como trabalham as camareiras aqui...

Gradativamente feliz, eu falei:

— A senhora quer dizer que...

— Que você trabalhará aqui, mocinha — sorrindo, ela piscou um olho, e eu suspirei por satisfação, sorrindo também.

Então, eu disse adeus ao salário horrível da cafeteria naquela manhã. E também, naquela manhã, eu havia visto de longe o meu futuro malicioso, porque ele seria como um tipo de dragão indomável me tratando como a princesa de seu castelo assombrado. Nada mais seria inocente em minha vida, e isso aconteceria por sua culpa. 


Notas Finais


Comentários e críticas construtivas sempre são bem vindas aqui. Atualizarei em breve ✨


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...