Ontem o dia foi tenso, desde nossa conversa, Bruno só saiu do quarto para comer. Eu sinceramente não entendo, mesmo. Bruno claramente disse que amava Jessica no telefone, mas não gostou de eu não querer continuar. Ele queira o que? Todas? Não faz sentido, isso não é comportamento do Bruno que eu conheço. Hoje já era véspera do ano-novo, mas eram 11h e eu ainda estava deitada na cama, estava tão desanimada. Odeio ficar brigada com quem eu gosto, ainda mais uma situação chata assim. Bruno é muito importante para mim, e isso me afeta, mesmo eu não querendo. Ouço batidas na porta, já imaginando que seja minha mãe.
- Entra! - a porta abriu lentamente e quando vi quem entrara, me surpreendi. Bruno trazia uma bandeja de waffles.
- É... bom dia - Bruno sorriu de lado rapidamente e colocou a bandeja na minha cama
- Bom dia - sorri ainda surpresa e um pouco sem graça.
- Bom... trouxe os waffles da paz. Lembra disso? - logo um flashback de uma memória veio em minha mente. Quando éramos crianças e eu ficava chateada com Bruno, ele sempre fazia waffles para mim como desculpas. Se eu aceitasse, dividíamos e comíamos juntos. Eu dividir waffles é uma tarefa complicada, mas eu gostava muito de Bruno, então sempre fazia. Um ponta de culpa logo bateu, eu não deveria ter sido tão dura com ele, eu que deveria ter levado os waffles da paz. Sorri para ele, um tanto feliz pelos waffles. Peguei o mel da bandeja e ergui para ele, na intenção de mostrar que aceitei as desculpas, exatamente como eu fazia quando era criança. Ele sorriu, pegou o mel da minha mão, passou no waffle e deu uma mordida, comemos tudo juntos.
- Bruno, olha, me desculpas. Não devia ter sido tão dura com você... - abaixei a cabeça, olhando para baixo
- Ei, tudo bem. É... aconteceu. Confundimos, né? - confundimos. Pensei que na verdade, não tivesse confusão nenhuma, mas pude ver que ele estava falando isso mais para si mesmo do que para mim.
- Sim, confundimos. - ele abaixou a cabeça, provavelmente também sentindo o peso da palavra “confundimos”. - Está tudo bem, né? Não gosto de... ver você mal, e nem quando ficamos brigados.
- Eu também não gosto... Agora está tudo certo, né? - ele perguntou, com os olhos de cachorrinho de rua
- Claro - sorri, o abraçando bruscamente. Ele demorou uns segundos para me abraçar, mas logo o senti apertar o meu corpo e depositar um beijo no topo da minha cabeça.
- Te amo, baixinha... - ele falou tão baixo, que se eu não estivesse tão atenta, não iria ouvir
- Te amo, baixinho. - apertamos o abraço e logo saímos. - Ok, preparado para o último dia do ano mais foda?
- Nossa, o que a senhorita pensou? - ele ergueu uma sobrancelha.
- Piscina, tequila e dança. Muita coisa?
- Perfeito - ele sorriu. - Só um segundo - ele tirou o celular do bolso e digitou algumas coisas. - Pronto, daqui a mais ou menos uma hora eles estarão aqui.
- Beleza. Vou falar com meus pais e... - Bruno me interrompeu
- Eu já fui ao mercado com eles, já compramos tudo e sua mãe disse que faria uns doces... é... caca marirou? - rimos dele tentando falar português.
- Caça marido? - falei meu português sem sotaque nenhum, perfeito
- Isso, exatamente. O que é?
- É um doce de banana em baixo, aí por cima tem um creme branco e depois um suspiro caseiro em cima. Muito bom, sério.
- Nossa, deve ser muito bom mesmo. Acho que nunca comi, ela nunca fez quando morávamos aqui?
- Não, acho que não. Vou ajudar ela nos doces, vou fazer brigadeiro, que tal? - sorri para Bruno que logo ficou feliz
- Uhul - ele levantou os braços, e me abraçou
- Obrigada pelos walffles Bruno - apertei o abraço
- De nada baixinha - logo sai do abraço e fui direto para a cozinha ajudar minha mãe. Logo a família de Bruno toda foi chegando, as meninas nos ajudaram a fazer a ceia para mais tarde, enquanto Bruno e os meninos, faziam o churrasco para o almoço. Após tudo estar pronto, guardamos e fomos almoçar. O churrasco de Bruno era uma delicia, ele realmente tinha talento, mas nunca que íamos concordar, porque sem falar nada, ele já fica se gabando, imagina elogiando. Após o almoço, subi as escadas para colocar o biquíni. Dessa vez, não estava tímida, já desci pulando na piscina e aproveitando com as meninas. O dia estava lindo, e a felicidade pairava nesse lugar. Eu e Bruno estávamos como sempre, a única diferença é que agora, parece que a atração tomou o lugar da inocência. Vejo o Bruno com outros olhos agora, e é muito difícil não vê-lo dessa forma, por mais que eu tente, não consigo. No final da tarde, todos nós reunimos na praia, como nos velhos tempos, tio Peter e Bruno com um violão, enquanto todos nós cantávamos. O talento pairava nessa família, as meninas sempre cantaram bem, super talentosas, assim como todos os Hernandez na verdade. Cantamos musicas antigas, músicas que nos trouxeram tantas lembranças boas, era como se a vida toda se passasse aqui, nos nossos olhos. Esse ano foi uma loucura, cheio de coisas boas e surpresas. Eu comecei a namorar, ganhei um cachorrinho, tive a companhia da minha melhor amiga sempre, fui chamada por uma proposta incrível, estou trabalhando com a Beyoncé, meu melhor amigo de infância e de agora é o Bruno Mars, os Hooligans são meus amigões e agora aqui estou eu, com as melhores pessoas da minha vida, reunida com a minha família, no melhor lugar do mundo. Um tempo depois, todas nós fomos nos arrumar. Aquela velha tradição de colocar a roupa nova para ficar dentro de casa. Tomei um banho para me vestir. Coloquei um conjuntinho de cropped e saia rosa claro, e chinelos mesmo, já que iríamos ver os fogos na praia. Passei uma maquiagem leve, e deixei meu cabelo com os cachos definidos. Brincos, meu colar de conchinha e estava pronta. Desci as escadas e todos já estavam prontos reunidos, até meus olhos encontrarem Bruno. Tomei cuidado para não acabar babando. Bruno estava lindo, logo meu corpo se aqueceu, lembrando dele me pegando no colo e nosso corpo se encaixando... foco Moana, foco. Bruno usava uma blusa azul claro de botões e uma bermuda preta, seu cabelo estava perfeito com quase um black. Correntes no pescoço e um relógio dourado, claramente de ouro. Seu cheiro amadeirado invadiu meu nariz, e quase suspirei ao senti-lo. Sorri para ele que me fitava. Nos preparamos para a ceia, e jantamos. Estava tudo tão gostoso, e logo a melhor parte, a sobremesa, todo mundo atacou o “caça marido” que minha mãe fez. Depois da sobremesa, Bruno tomou a iniciativa
- Presley, pega os limões e o sal na cozinha - Bruno falou, saindo da sala de jantar e voltando com uma garrafa de tequila, junto com Presley, que carregava os limões e sal. - A festa vai começar agora. - cortamos os limões e preparamos o sal. Dos irmãos de Bruno, apenas Tiara quis beber, então nós preparamos. Separamos 3 copos de dose e bebemos. Já era a nossa 5ª dose, quando começamos a dançar. A família toda estava dançando, as coisas já estavam meio que rodando, e estava tudo tão engraçado, não conseguia parar de rir. Bruno que também estava como eu, rindo atoa, começou a dançar comigo, tropeçamos, caimos umas 3 vezes no chão, mas continuamos dançando.
- Bruno onde tem mais tequila, me leva lá que é lá que eu vou ficar - falei meio lerda, já com vontade de rir
- Vamos lá, vou te levar no paraíso - eu e Bruno gargalhamos. Bruno pegou a garrafa de tequila que já estava no final e fomos bebendo na boca da garrafa, enquanto tentávamos subir a escada. Fui um sacrifício, mas conseguimos. Bruno entrou em algum quarto e nele tinha varias bebidas, tentei reparar e focar a atenção, mas não conseguia. Bruno pegou uma garrafa e bebemos na boca, eu nem sabia que bebida era. Estávamos deitados num tapete felpudo enquanto o teto girava.
- Você tá vendo? Esta rodando - ri daquela sensação
- Que tecnologia é essa que eu comprei? Doideira - ele gargalhou. Logo eu também comecei a rir e ficamos gargalhando por um tempo. Olhei para Bruno, que estava deitado do meu lado, e vi dois dele até a visão focar, logo pude ver que ele me encarava. Rimos um do outro. Ainda olhando um nos olhos do outro, senti uma excitação tão grande, meu corpo ficou quente. A boca dele parecia me chamar... ri por estar pensando muitas coisas sujas com Bruno nesse momento. Num relance, era como se tivéssemos combinado, nos agarramos com tanto fogo e sintonia de uma forma que nunca tinha sentido. Sem comando no meu corpo, segurei seu cabelo com força enquanto subia em cima dele. Nossas línguas se entrelaçavam, enquanto Bruno apertava minha bunda. Logo ele segurou minha cintura, e fez movimentos esfregando minha intimidade na dele, por cima da roupa, já estando ereto. Minha respiração estava ofegante, não conseguia raciocinar e nem focar em nada, muito menos no que eu estava fazendo. Enquanto eu mordia seu pescoço, Bruno colocou a mão embaixo do meu cropped apertando meu peito com força, me fazendo gemer de prazer. Até que...
- Ei, vocês estão aí? Vem logo! - uma voz que agora eu não conseguia saber de quem era, chamou por trás da porta. No susto, pulei para longe do Bruno, caindo no chão
- Nós já estamos indo - gritei do chão, já começando a rir, normalizando minha respiração, enquanto Bruno fazia o mesmo. Nos encaramos novamente e rapidamente começamos a gargalhar um do outro. Levantamos e com muita dificuldade conseguimos abrir a porta. Descer as escadas foi um desafio, mas também conseguimos. Dançamos mais algumas vezes, e a onda forte da bebida estava passando, me fazendo tomar mais consciência das coisas que eu estava fazendo. Logo estávamos todos na praia, assistindo à queima de fogos, após desejar um feliz ano novo para todos, meio tonta, era a vez de Bruno.
- Feliz ano novo! Uhul! - Fui gritando até Bruno e pulei em seu colo, que me segurou com as pernas envolta de sua cintura.
- Uhul! Feliz ano novo! - ele gritou também, desci de seu colo e nos abraçamos. Depois de um tempo me despedindo de todos, fui para o meu quarto, me joguei na cama com a mesma roupa e apaguei em segundos.
...
Hoje era o dia em que iríamos voltar para L.A. Meus pais pegaram o avião ontem cedo para o Brasil, já eu, voltaria com Bruno de jatinho. Chique, não?
Sobre o ano novo, não consigo lembrar de quase nada. Até hoje tento me lembrar, já perguntei para Bruno, mas ele também não lembra, é muito doido, porque lembro de irmos para o quarto das bebidas, mas não lembro se bebemos mais lá dentro e muito menos como saímos, depois disso, só me recordo dos fogos. Não que eu me importe, mas é muito ruim não lembrar das coisas.
Fomos quase a viagem toda dormindo no jatinho, mas o tempo que fiquei acordada, estava pensando em Billie. Mesmo que eu não vá continuar com Bruno, precisava ser honesta com ele, não poderíamos continuar. Estava pronta para terminar com ele assim que eu chegar. Logo chegou a hora de me despedir de Bruno, tenho certeza que sentiria saudades dele. Chegando próximo para me despedir, pude ver seu celular que estava em sua mão, “ligação de Jessica”. Respirei fundo, engoli seco e sorri forçado.
- Tchau Bruno, obrigada pela viagem... foi incrível - sorri tentando jogar o pensamento sobre a ligação de Jessica para longe, enquanto ele colocava o celular no bolso.
- Tchau baixinha. Foi inesquecível... Te vejo amanhã no ensaio?
- Amanhã no ensaio - sorri e pedi um táxi para casa. Quando cheguei, Amy já estava me esperando em casa com Blecaute. Acho que nunca gritamos tanto quanto agora que nos reencontramos. Ela tinha preparado waffles para mim, comemos juntas e logo depois ela estava me ajudando a desfazer as malas.
- Amy, preciso de um conselho - respirei fundo, já me preparando para o que ia contar
- Me diz, amiga. - ela parou de dobrar uma roupa e me olhou
- Primeiro, sem surtar. Okay? Preciso que me escute primeiro, antes de qualquer comentário... - ela fez que sim com a cabeça, já um pouco assustada. - Ok. - respirei fundo tomando coragem para falar - Eu... é... eu meio que... - fechei os olhos e falei tão rápido que nem senti - Eu fiquei com Bruno no Hawaii.
- Que? - ela parou me olhando boquiaberta
- Isso mesmo. - respirei fundo
- AH! Eu sabia! Vocês dois foram feitos um para o outro... - a interrompi
- Espera, não foi bem assim... - expliquei para ela tudo que aconteceu, inclusive as partes de Jessica, e perguntei como faria com o Billie.
- Na minha opinião... sei lá, tem algo de errado aí. Eu tenho certeza que Bruno gosta de você, Moana. - revirei os olhos - Mas ele precisa, sei lá, esquecer essa Jessica.
- Amy, eu não vou ficar com ele. Já era, e nem era para acontecer.
- Ok... você vai ter que falar com Billie, o mais breve possível.
- Sim, eu sei... hoje?
- Hoje. - ficamos o dia todo conversando, assim que Amy foi embora, mandei mensagem para o Billie pedindo para que viesse. Meu corpo tremia, estava ansiosa, não sabia como falar isso com Billie, tenho certeza que isso será muito difícil. 30 minutos depois, Billie chegou.
- Oi meu amor - ele me abraçou e tentou me beijar, mas desviei - O que foi?
- Billie, precisamos conversar... - respirei fundo - Quero terminar - meu coração parecia que iria sair pela boca.
- O que?
- Isso mesmo. Eu... eu quero terminar
- Por que? Como assim, Moana?
- Olha, algumas coisas aconteceram no Hawaii. Preciso ser justa com você, eu... eu gosto de você, mas depois dessas coisas... não podemos ficar juntos
- Moana? O que? O que aconteceu?
- Eu prefiro não dizer. - pensei muito, e realmente, prefiro não contar isso para mais ninguém além de Amy. Ainda mais por Bruno ser uma pessoa pública
- Moana, você... eu não consigo acreditar. Foi tão grave assim?
- Sim. - respirei fundo sentido meus olhos enxerem e a uma pontada culpa no coração. Billie ficou um bom tempo olhando para o nada, depois de muito tempo decidiu falar.
- Ok. Olha... eu prefiro mesmo não saber o que aconteceu lá. Vamos... vamos só... esquecer isso, ok? - Ele passou a mão no rosto e respirou fundo - Eu sei que não tenho sido um bom namorado, e isso conta muito. Moana, eu amo você, não quero te perder, independente do que aconteceu, é passado. Vamos deixar isso para trás. - abaixei a cabeça respirando fundo, pensando em como Bruno ama Jessica, e que talvez as coisas deveriam ser exatamente assim. Meu lugar é ao lado de Billie. - Vamos dar mais uma chance para a gente. Eu prometo que vou mudar, vou te dar toda atenção... - respirei fundo e levantei a cabeça olhando para ele
- Eu... eu... eu aceito. Ano novo, vida nova, certo?
- Certo.
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