História You are my angel (Sendo reescrita) - Friends: ok

- Dani! Você tem que aprender a abordar as pessoas, amiga. Observe como a especialista faz - a loirinha interrompe a primeira, jogando o cabelo minimamente para o lado, enquanto ria do que disse - Essa doida é Dani, eu sou Laura, e você? - estica a destra para que eu aperte, lançando uma piscadela à amiga que apenas revira os olhos.

- Yoona, Kim Yoona. Prazer.

- Ironia você dizer que sou oida, não? - a suposta Dani, que até então estava quieta, se pronuncia enquanto cruza os braços, logo percebo que provavelmente vive na Coreia a pouco tempo, já que além de aparência ocidental - cabelos muito ondulados e num tom castanho escuro, assim como os olhos, mas estes sendo grandes, diferente do padrão asiático - , meu nome sai de forma engraçada com seu sotaque.

- Mas enfim, vai jogar conosco, Yoona?

- Irei sim, e pelo jeito seremos apenas nós três, não é? Achei que fosse obrigatório todos jogarem...

- Uhum, era obrigatório, mas o professor decidiu que se elas querem ficar sem nota, então ficarão. E fico aliviada por saber que finalmente alguém ficará perto de nós não apenas para pedir respostas de lições - diz Laura com um sorriso meigo - Você vai ficar com a gente, né? - exclama empolgada, mas após receber um cutuco de Dani, acrescenta - Se quiser, é claro...

- Não irão se incomodar com minha presença? - perguntei, estranhando a falta de honoríficos em suas falas.

- Convivemos todo dia com as bonequinhas ali - aponta com a cabeça para o grupo que saia do vestuário - Ter outra pessoa que não seja como elas por perto, será um paraíso.

Rio nesse momento, tenho certeza que não. Não será como no paraíso. Essa escola está longe disso.

Ficamos vendo os meninos jogarem, enquanto conversamos sobre fatos da vida, consegui duas amigas em apenas um dia!

Descubro que Dani veio do Brasil e está a apenas um ano aqui na Coreia, veio contra a própria vontade, devido ao emprego dos pais, disse que sua salvação nessa escola era Laura e, agora, eu. Laura veio da Inglaterra, mas está nesta escola desde pequena, então sabe quase tudo sobre todos, apesar de conversar com quase ninguém. Ela costuma cumprimentar todos com aperto de mãos e não curvatura de corpo, ri quando disse não gostar desse gesto e de muitos outros costumes coreanos.

As duas se conheceram justamente aqui, na quadra, quando uma garota discutia com Dani por ter derrubado seu kit de maquiagem e Laura, que já conhecia a garota, se intrometeu e arrastou Dani para a quadra, alegando que ela acabaria entrando em mais confusões se continuasse ali. Olhei desconfiada para ela e a mesma confessou que foi a única oportunidade que encontrou para conversar com a morena baixinha.

Dávamos risadas como loucas quando o professor nos disse para entrar na quadra, obedecemos e logo estávamos jogando. Era a única garota no meu time e para piorar, o único garoto que eu conhecia estava no time adversário.

Me arrependo de não ter colocado um topper, agora sinto dor. Mas logo o jogo acaba, admito que não joguei tão mal.

- Ai, eu estou muito cansada - exclamo e encosto no ombro de Jin, que devido ao cansaço estava com as costas curvadas por estar se apoiando sobre os joelhos com as mãos.

- Você joga bem, Yoona! - Jin sorri enquanto me elogia, quase o deixo sem resposta ao observar aquele sorriso e ficar em transe.

- Somente basquete, meu caro, somente basquete.

Conversávamos sobre as falhas dos jogadores quando vimos quatro dos amigos de Jin se aproximando.

- Vou apresentar você a eles, ok? - murmuro um "Mas Jin..." e logo sou interrompida com Jin sussurando "Calma, eles não vão te morder" em meu ouvido segundos antes dos meninos chegarem cumprimentando o garoto a minha direita - Meninos, essa é Kim Yoona, aluna nova do primeiro ano.

Jin faz um sinal e cada um vai dizendo seu nome, seguido de uma curvatura de corpo em sinal de respeito.

- Jeon Jungkook, seja bem vinda a esse manicômio - achei que esse garoto fosse um poste, mas que belo poste ele seria, hein? Quase dois metros de pura beleza.

- Sou Park Jimin, mas me chame apenas de Jimin, ou amor da sua vida mesmo - diz o melhor jogador de basquete daquela quadra, o observei durante a partida. O garoto tem cabelos pretos e bochechas gordinhas. Acho que é esse o tal amigo de Busan. Tão fofo!

Reflito um pouco e tento localizar uma informação na minha cabeça que agora parecia conectar com o serzinho em minha frente. Será esse o tal Jimin mencionado pelo professor? Não entendia a desconfiança do mesmo antes, vendo ele agora me sinto muito mais perdida...

- Já te conheço e você me conhece, próximo - estou me acostumando com o azedume de Kim Taehyung.

- Meu nome é Jung Hoseok, mas me chame apenas de Hope. Muita satisfação em conhecê-la - diz o garoto de topete, com um sorriso que aparenta um coração e que, me atrevo a dizer, é lindo.

- Err - sinto minhas bochechas esquentarem assim que Hoseok as aperta - Yoona, prazer em conhecer vocês - tiro suas mãos do meu rosto educadamente e me curvo.

- Satisfação, Yoona. Satisfação - me corrige e lança uma piscadela - Prazer é o que eu posso lhe dar em outro lugar.

Estranho o tom de sua fala, o que Hope quer dizer com isso?

- Yah, Hoseok!! - Jin e Taehyung gritam, assustando a mim e aos outros, que apenas riem e fazem caretas engraçadas.

- Ok ok, estou só brincando com ela.

- Claro - semi-cerro os olhos, desconfiada, sem entender o motivo do alvoroço.

- Yoona!

- Oh, oi meninas! - digo ao avistar Laura e Dani vindo em minha direção, que para assim que percebe os olhares dos garotos sobre elas.

- O sinal já vai bater, vai subir conosco?

- Ah, claro. Até mais, meninos - aceno sorrindo gentilmente e me junto a elas, sem esperar por uma resposta.

- Não sabia que fazia parte da turminha da bagunça, Yoona - Laura murmura enquanto passa o braço no meu, colando os dois como amigas fazem, bem, eu acho que é assim. Vi várias garotas andando desse jeito aqui na escola.

- Os meninos? - rio nasalmente - Não, não faço parte. Jin disse que iria me apresentar a eles, apenas isso - sorrio com os olhos.

- Toma cuidado, eles são mestres na arte de fazer merda. A principal é se aproximar de pessoas para depois humilha-las com piadas infantis... - Dani solta com o olhar fixo ao chão em que caminha.

- Eles fizeram isso contigo, não é?

A mesma fica em silêncio, encaro isso como um sim, então pendo a cabeça para baixo, olhando para seu rosto que havia sido escondido pelo próprio cabelo.

- Isso não irá acontecer enquanto eu estiver por perto, ok? - Abraço a menina que já considero como uma amiga. Ela não retribui, mas também não recua. Faço carinho em suas mechas onduladas, não me importando por não receber uma resposta.

Eu não conheço as pessoas daqui, mas já sinto vontade de proteger todo mundo. Acho que é instinto de anjo.