História You are my light - Capítulo X

Eijirou

– Aconteceu há quase 2 anos atrás...

"Era o início de um ano novo e eu tinha 13 anos de idade. Logo iríamos mudar de cidade, pois minha mãe havia conseguido um emprego novo. 

Eu, apesar de aceitar a mudança, fiquei triste pois eu tinha um grupo de amigos a qual eu era muito apegado. 

Éramos um grupo formado por 7 garotos (incluindo eu); Sero Hanta e Kaminari Denki, que também eram meus colegas de classe; Tomura Shigaraki, Monoma Neito, Todoroki Shoto e, por fim, seu irmão mais velho que era conhecido apenas pelo nome Dabi. Eu nunca soube seu nome verdadeiro e gostaria de esquecer até mesmo seu apelido.

Três dias antes da minha ida, nosso grupo decidiu se reunir no depósito abandonado, que era nosso ponto de encontro, uma última vez já que as famílias de Sero e Denki viajariam por alguns dias e eu iria me mudar logo. 

Dabi, sendo o mais velho do grupo, propôs jogarmos aquele jogo que sempre mexia com as pessoas de certa forma, sendo de um jeito mau ou bom:

Verdade ou desafio

Eu não gostava nem um pouco daquele jogo, mas acabei me deixando levar pelo momento de 'despedida' e pensei que não havia nada de errado responder aquela pergunta tão clichê de forma sincera. Eles eram meus amigos, né? Não iriam me julgar, né? 

Me enganei

– Olha só, parou no Eijirou-kun – Dabi me olhou com certa malícia, já imaginava que pergunta ele faria – Verdade ou Desafio? 

– Verdade – Eu disse apreensivo já tendo ideia de que tipo de pergunta ele faria. 

– De quem que você gosta? – perguntou – Ou melhor, tem alguém que quer foder pra caralho? – refez sua pergunta com palavras mais agressivas. 

– Dabi, isso foram duas perguntas... – Shouto tentou alertá-lo. 

– Fica calado ai seu merdinha. –  Vi Shouto revirar os olhos e me encarar com certa dó no olhar. Nunca fui muito amigo de Shoto, pois Dabi havia me dito que ele era alguém tóxico que não deveria se aproximar de ninguém. 

Eu, iludido e ignorante que era, acreditei e sempre ignorei Shoto por mais que ele tentasse ser meu amigo. 

– E aí Eijirou – o de cabelos negros se voltou para mim – Quer comer alguma puta? 

– N-não – Respondi quase me engasgando com a forma que ele falou – Na verdade, eu... – Tentei falar, mas as palavras ficaram presas em minha garganta. 

Todos incrivelmente ficaram em silêncio esperando que eu respondesse a pergunta, eu via certa curiosidade em seus olhares e compreendo o porquê já que eu nunca fui muito de falar de garotas. 

Respiro fundo e repito em minha mente que não seria nada másculo se eu desistisse agora. Então eu disse. 

– Na verdade, eu gosto de você, Dabi... – digo e sinto minhas bochechas esquentaram enquanto também me sinto extremamente nervoso com minha revelação. 

– Puta merda, outro viadinho... – Dabi comentou. – E ainda por mim.

– Outro? – Denki, que parecia nada mais que surpreso com minha revelação, questionou. 

– O outro doente é esse merdinha aqui – apontou para Shoto, que ficou pálido na hora recebendo encaradas. 

– Que merda Eijirou, pensei que fossem só rumores, mas tu é um viado de bosta também. E ainda é por mim, tu quer morrer mesmo né? Seu filho da puta. Me respeita. – Dabi diz irritado e eu me vejo obrigado a segurar o nó que se formava em minha garganta. 

Os outros se mantinha calados com expressões indecifráveis. 

Mesmo agindo feito babaca, Dabi havia me acolhido e de certa forma, ele  me inspirava. Eu tinha grande admiração por ele. Então foi extremamente doloroso para mim ser humilhado daquele jeito. 

Seria doloroso de qualquer forma, mas vindo de uma pessoa que amo doeu bem mais. 

– Foi mal, cara – digo arrependido – Eu só quis ser sincero e dizer logo isso de uma vez. Mas você não precisa gostar de mim também sa-

– Só o fato de ter um viado do caralho gostando de mim já me dá nojo. 

– Então finge que não aconteceu, por favor – imploro, ignorando meus próprios sentimentos que eram esfaqueados por aquelas palavras odiosas direcionadas a mim. 

Ele, por sua vez, nem fez mais questão de responder ou olhar na minha cara. 

Ele já me odiava e isso era minha culpa. 

Ou ao menos era o que eu queria pensar. 

[...]