1. Spirit Fanfics >
  2. You Could Be Mine >
  3. Excesso

História You Could Be Mine - Excesso


Escrita por: SrtaRocketQueen

Notas do Autor


Oii, gente!
No capítulo anterior, que eu postei na quarta, disse para vocês que já tinha alguns capítulos prontos e só ia esperar os comentários para postar. Mas, eu realmente não esperava que tanta gente fosse comentar super rápido hahaha Vocês são incríveis!!! Como forma de agradecimento, já tô postando esse capítulo. Vejo vocês nas notas finais.

Boa leitura ♥

Capítulo 40 - Excesso


Fanfic / Fanfiction You Could Be Mine - Excesso

ALICE POV 

— Pense positivo, Izzy. Poderia ter sido bem pior. Você poderia ter sido atropelado, espancado, poderia ter tido um coma alcoólico, ou até mesmo... 

— Tudo bem, Duff. Nós já entendemos. — Dianna interrompeu-o, rolando os olhos. 

— Eu não estou reclamando, cara. Poderia ter sido bem pior mesmo. — Izzy suspirou. Eu ainda descobriria o motivo daquela briga. Fitei Axl, sua expressão não era nada boa. — Muito obrigado, todos vocês. Principalmente você Débora, por mais que eu já tenha agradecido. — Ele riu. Eu fitei minha prima e a achei estranha demais. Na verdade, ela estava daquele jeito desde que saiu do quarto de Jeffrey horas atrás. Estava calada, aérea e pensativa. Estranho demais para aquela garota. 

— Ahn... de nada. — Ela forçou um sorriso, voltando ao seu mundinho particular onde sabe-se lá quais eram os seus pensamentos. Semicerrei os olhos. 

— Eu... eu devia ter ajudado. — Steven começou, triste. — Me desculpe, eu não estava entendendo nada... 

— Você não tem culpa, Ste. — Falei. Ele sorriu tristemente. 

— Eu devia ter escutado o recado de Débora. Mas não fazia ideia de que isso estava acontecendo... Ainda bem que Axl estava melhor que eu. 

— Você é o nosso herói. — Duff brincou, abraçando Axl de lado. O ruivo ignorou-o completamente. Eu quis rir. 

— Bom, já está tarde. Vocês passaram o dia todo nessa merda de hospital. Podem ir embora. — Izzy disse. 

— Podem ir, eu vou ficar. — Pronunciei rapidamente. Ninguém nem ousou me contestar e eu sorri. 

— Voltamos amanhã para te pegar, Izzy. Bem cedo. — Meu pai disse, sorrindo. — Se cuide. 

— Ali, não deixe ele se esforçar. — Slash começou, encarando-me sério. — E passa pra cá esse maço de cigarro. 

— O que? Maço de cigarro? — Fingi-me de desentendida, rindo de nervoso. Slash riu, semicerrando seus olhos. 

— Você acha que eu sou imbecil? Eu sei que você comprou cigarros para ele. Ande, me dê aqui. — Não havia como fugir. Bufando alto, eu tirei os cigarros do bolso da minha jaqueta jeans e entreguei para ele de mal gosto. Encarei Izzy e pedi desculpa com o olhar. 

— Essa seria a minha única diversão. — Jeffrey rolou os olhos e Saul sorriu, dando de ombros. 

— Vamos, queridos. Todos vão comigo? Axl, você ainda está com aquele carro vermelho? — Meu pai perguntou. 

— Sim. 

— É roubado. — Duff disse e os meninos riram, menos o ruivo. 

— Tudo bem. Quem vai com Axl? 

— Eu. — Steven levantou a mão. 

— Eu também. — Débora murmurou e todos ficaram em silêncio. Logo ela dizendo que ia com Axl? Tudo bem, era só uma carona... Mas era estranho.  

 

Ela está toda estranha ultimamente. 

 

— Certo. Vamos, queridos. Boa noite, vejo vocês amanhã. — Papai Nicholas acenou para mim e Jeffrey, e saiu com todas para fora. Quando o quarto ficou vazio, eu sorri para o moreno. 

— Está com sono? 

— Sono é a coisa que menos estou sentindo no momento. — Ele sorriu. 

— Certo... — Eu ri. — O que quer fazer? 

— Você trouxe o baralho, pelo menos? 

— É claro. O plano inicial era jogarmos enquanto fumávamos um, mas Slash cortou nosso barato. — Mostrei a língua, pegando o baralho no meu bolso. 

— Mas não cortou totalmente. Vamos jogar. 

Aquele momento com Izzy era extremamente especial para mim. Eu sempre me sentia muito feliz em sua companhia. Eu sei, parece papo idiota de gente apaixonada, mas o que eu podia fazer? Era inegável os meus sentimentos por aquele cara. 

Eu cuidaria de Izzy e provaria para ele que o que eu sentia não era uma simples atração enganosa que passaria rápido. Quem me dera se fosse isso. 

ALICE POV OFF 

Eu esperava que o caminho de volta para casa fosse totalmente silencioso. Mas, na verdade, não foi bem assim que aconteceu. 

— Bom, agora que só tem nós três aqui, quero saber das novidades. — Steven começou, sorridente. Ele estava no banco de carona, já que eu havia recusado ir por lá. Sentar no banco de trás é mais seguro. Até agora não sei porque disse que ia embora no carro de Axl — de Axl não, seja lá de quem for —, imagina então se ainda por cima fosse ao seu lado. 

— Novidades? — Perguntei, confusa. 

— É claro. Vocês acham que eu esqueci do que aconteceu no elevador? — Eu gelei. Lembrei-me rapidamente da vez em que eu me peguei com Axl no elevador e o loiro viu tudo. Merda. 

— Não fode, Steven. Ninguém quer falar sobre isso. — Axl murmurou, mal-humorado. Estava assim desde que havia conversado com Izzy. 

— Você pode até não querer dizer nada, mas não sabe se Deb quer. 

— É obvio que eu não! — respondi rapidamente, bufando. 

— Ah, por favor... Eu nunca contei para ninguém. — Ele fez biquinho para mim. — É o nosso segredo. 

— Nunca contou para ninguém? Engraçado, Slash estava bem desconfiado sobre esse assunto. 

— O que? — Axl encarou-me com o cenho franzido. 

— Isso mesmo. Ele veio me perguntar o que nós estávamos tendo. — Virei-me para Ste. — Só você estava sabendo disso... 

— Pelo amor de Deus Deb, nunca contei para ninguém! Eu juro, juro, juro... — Sua cara era sofrida. Eu quase senti pena. Quase. 

— Você se importa de todos ficarem sabendo? — Axl perguntou, me encarando seriamente pelo retrovisor. 

— Mas é claro! Você não? 

— Por que eu me importaria com isso? 

— Bom, não seria estranho a gente ficar se pegando sendo que nós não damos muito certo? 

— Eu conheço vários casos assim. Podem não dar certo, mas na cama... Isso é totalmente esquecido. 

— Steven, cala a boca! Você não está ajudando. — Esbravejei. 

— Você me odeia, Débora? — Mais uma pergunta difícil que Axl resolveu fazer. Engoli em seco. 

— Por que? 

— Porra, eu só estou perguntando. 

— Eu não suporto você a maior parte do tempo. 

— Não se preocupe Deb, é assim com todo mundo. 

— Cala a boca, Steven. — Axl grunhiu. 

— A questão é: você acha que a gente dá certo quando não estamos beijando na boca? — Perguntei, fitando Rose pelo retrovisor. Ele demorou um pouco para responder, mordendo os lábios. 

— Você precisa melhorar muito pra gente começar a dar um pouquinho certo. 

— Ah, então agora o problema sou eu? — Quase berrei, indignada. — Você nunca é o problema, não é mesmo? 

— E por que eu seria? — Ele piscou os olhos de forma inocente. Eu quase ri de desespero. 

— Por favor Axl, não me faça rir.  

— Isso não importa. O que importa é que a gente se entende muito bem quando minha mão está tirando a sua calcinha. 

— Axl! — Eu fiquei vermelha de vergonha. Escutei a risada alta de Steven. — Isso aconteceu... só uma vez. 

— Por enquanto. 

— Não! Não vai acontecer de novo. 

— Nós dois sabemos que vai acontecer muitas vezes ainda. — Ele sorriu e eu fiquei mais nervosa ainda. 

— Que merda Axl, cala essa boca! 

— Vocês dois são muito complicados... — O loiro murmurou. 

— Porra Débora, como você é teimosa! — O ruivo rolou os olhos. 

— Você é muito mais. Está teimando que isso vai continuar sendo que eu não vou permitir. 

— Você nunca conseguiu resistir, loira. 

— Vocês são muito complicados mesmo... 

— Cala a boca, Steven! — Eu e Axl dissemos juntos. Eu respirei fundo quando o carro ficou totalmente em silêncio. Finalmente um pouco de paz aqui, ainda que eu estivesse extremamente nervosa. 

 

[...] 

 

As idiotices que passei com Axl e Steven no carro me fizeram esquecer brevemente do porquê do meu nervosismo. Mas quando cheguei em casa, me trancando em meu quarto, lembrei-me imediatamente do que tanto me atormentava: Izzy. 

Tudo bem, tudo bem... Talvez eu esteja sendo um pouco dramática, afinal, foi apenas um selinho. Mas eu não esperava que acontecesse novamente qualquer tipo de relação com ele daquele nível. Eu me lembrava constantemente de Alice chorando por Izzy e meu estômago revirava com tal lembrança. Eu sentia que era errado. 

Mas, por outro lado, não é como se eu quisesse me afastar do moreno. Eu tinha visto ele completamente ensanguentado e desacordado. Aquela imagem nunca sairia da minha mente e eu estava sentindo uma necessidade muito grande de cuidar dele. De cuidar de seus ferimentos até que eles sarassem. Por incrível que pareça, era uma vontade bem maternal mesmo, talvez porque fui eu quem o ajudou. 

 

Quando Izzy chegasse, eu ia ajudá-lo. Por mais que aquele selinho ainda atormentasse a minha cabeça... 

 

Ah, merda. Preciso me distrair. Respirando fundo, eu saí do meu quarto e desci as escadas, chegando na cozinha. Peguei um copo de água gelada e bebi rapidamente, me odiando por ainda estar pensando naquilo. Será que Alice havia desconfiado de alguma coisa? 

— Qual o seu problema? 

— O que? — Perguntei, confusa. Então vi Axl entrando na cozinha e vindo até a minha direção. Por um momento achei que ele ia me beijar e meu coração acelerou. Mas não era nada disso. Na verdade, ele foi fechar a torneira do filtro de água, aberto por tanto tempo atoa que já estava caindo no chão. — Ah, desculpe! Eu não percebi que não havia fechado... 

— Por que está assim? — Ele cruzou os braços, sério. Eu dei uma risadinha sem graça. 

— Assim como? 

— Distante. No que está pensando tanto que quase a fez inundar a casa? — Axl não estava brincando. Eu engoli em seco, olhando seus olhos verdes me fitarem com intensidade, pedindo por respostas. 

— Te responder isso é quase um suicídio. — Deixei escapar meus pensamentos e mordi o lábio inferior. Ele arqueou as sobrancelhas. 

— Por que? 

— Nada. 

— É tão grave assim? — Ele sorriu de lado, se aproximando. Pegou no meu cabelo, passando a mão pelos meus fios. — Tem algo haver... com Izzy? 

— Por que teria? — Respondi em um fio de voz, sentindo um frio na barriga.  

— Eu não sei... Está estranha desde que foi visita-lo a sós. Talvez tenha acontecido algo... 

— Não sei o que está querendo dizer. — Minhas repostas eram tão ridículas... mas era o máximo que eu conseguia falar com ele tão próximo, com seu perfume tomando conta de todo o meu olfato. Eu estava inebriada, como sempre ficava naquela situação. Pude ouvir sua risada. 

— O que aconteceu, Débora? — Eu fechei os olhos quando Axl começou a acariciar minha bochecha, enquanto sua outra mão fazia movimentos circulares na minha cintura. Arrepiei-me toda quando ele levantou minha blusa sutilmente e beijou a minha clavícula. 

— Eu... 

— O que aconteceu? 

— Eu beijei o Izzy. — Quando fui perceber as palavras que saíram pela minha boca, já era tarde demais. Arregalei completamente os meus olhos e senti Axl travar. Eu não queria nem olhar para sua cara, que estava escondida em meu pescoço. Esse era o momento da minha morte. — Bom... Não foi... Bem, foi só um selinho. Dessa vez. — Mas que merda Débora, cala a essa boca! Sempre que eu tentava concertar, apenas piorava! Engoli em seco e comecei a suar frio quando Axl, lentamente, foi virando e olhando para a minha cara. Sua expressão facial era um misto de surpresa e raiva. Talvez fosse ciúmes, eu não sabia distinguir. Só sabia que na minha cabeça piscava aquela luz vermelha indicando perigo. 

Me encolhi involuntariamente quando Axl fechou as mãos em punho, se distanciando. Mas ele não fez nada comigo. Apenas deu meia volta e saiu da cozinha em passos nervosos. 

— Axl, volta aqui... — Nem sei porque ainda estava tentando dizer alguma coisa para ele. 

— Peça para Izzy terminar o que eu comecei. — Pude ouvi-lo dizer antes de sair da casa, fechando a porta principal com força. Respirei fundo, me odiando mil vezes e me xingando mentalmente por essa minha impulsividade que não me deixava controlar o que saia pela minha boca. 

 

[...] 

 

— Alice ligou. É pra gente ir busca-los às 8:00am, amanhã. — Nicholas disse, voltando a se sentar. Eu, ele, Slash, Dianna e Steven estávamos na sala assistindo a um documentário sobre a Segunda Guerra Mundial. Na verdade, eu só estava ali no meio deles porque sempre me interessei bastante por aquele assunto. 

— Nicholas, você se importa se eu dormir aqui? Estou com preguiça de voltar para casa... — Dianna pediu, mansa. Meu tio sorriu. 

— Mas é claro que eu não me importo, querida! Você sempre será bem-vinda nesta casa. Mas, caso não se sinta confortável dormindo no sofá, terá que pedir Débora para dormir com ela. 

— Eu não preciso pedir, sei que ela vai deixar. — A garota olhou-me, sorridente. Eu semicerrei os olhos. 

— E se eu disser não? 

— Você não dirá isso para mim. 

— Ahn, tudo bem, você venceu. O lado direito da cama é meu. — Deixei claro. Dih riu e concordou. Ficamos todos em silêncio por um tempo. 

— Onde está Axl? — Steven perguntou, olhando para mim. Qual o problema dele? 

— Não saiu com Duff? — Dianna perguntou, arqueando as sobrancelhas. 

— Não, Axl saiu de dia e não voltou até agora. 

— Não sei porque estão pensando nisso. Quantas vezes Axl já não fez a mesma coisa... — Slash respondeu, concentrado em comer toda a sua pipoca. 

— Mas poderia ter avisado. — Dih murmurou, pensativa. Eu optei por ficar calada. Acho que não seria convincente conta-los que Rose saiu nervoso de casa porque eu o contei que havia beijado Izzy. É, não era uma boa ideia. 

— Ele nunca avisa. Só temos que esperar que ele volte para saber para onde tinha ido. — Slash deu de ombros, parecendo que estava bem acostumado com uma situação daquelas. Eles continuaram prestando atenção no documentário, mas eu, de certa forma não conseguia.  

 

Axl podia estar bebendo. 

Axl podia estar fumando. 

Axl podia estar em algum bar com alguns amigos. 

Axl podia estar em algum motel com algumas mulheres. 

 

Por que eu sentia essa vontade de saber onde ele estava? Era ridículo. Tanta coisa que eu tenho que me preocupar, não é justo que o idiota do meu cérebro escolheu logo esse assunto para me atormentar. A questão era: eu realmente não devia ter aberto a minha boca e contado aquilo para Rose. Logo para ele, a última pessoa que tinha que saber! É a mesma coisa deu contar para Izzy que havia deixado Axl me chupar... O que? Não, não. Isso era mil vezes pior. 

 

Axl podia estar em algum motel com algumas mulheres. 

 

Com certeza era isso. Eu não tinha dúvidas. Mas por que estava sentindo raiva dessa possibilidade? Que droga! 

— Eu vou... sair um pouco. — Disse, levantando-me. Precisava esfriar a cabeça e não estava conseguindo enquanto permanecia ali. 

— O que? Vai para onde? — Steven perguntou com a testa franzida. 

— Vou andar por aí. — Respondi calçando meu tênis rosa de plataforma. 

— Essa hora, querida? Já está tarde, não é aconselhável que você ande sozinha pelas ruas... As ruas são perigosas por aqui... 

— Tio, eu sei me cuidar. 

— Quer que eu vá com você? — Dih perguntou e eu neguei prontamente. 

— Não, eu preciso distrair um pouco. Só vou dar uma volta, não irei demorar. — Fechei minha blusa de moletom rosa bebê, e quando já estava pronta para sair, Slash me interrompeu. 

— Espere. — Ele procurou pelas gavetas das mesas da sala por um papel e uma caneta. Quando achou, anotou alguma coisa e me entregou. — Quando perceber que está perdida, ligue pra cá. Eu vou te buscar. 

— Eu não vou ficar perdida! — Contestei, mas mesmo assim, dobrei o papel e coloquei no meu bolso da calça. 

— Nós dois sabemos que você vai. — Ele piscou. Eu rolei os olhos e saí da casa, suspirando. 

Comecei a andar pelas ruas de Los Angeles, que estavam relativamente vazias. Eu observava toda a paisagem que me cercava, olhando o contraste medonho que os galhos das árvores faziam. Passei perto de alguns bares e pude ouvir as músicas de rock altas que fazia todo mundo se divertir. 

Por um breve momento, fiquei com um pouquinho de medo de estar andando sozinha e quis voltar para casa. Mas eu não faria isso. Apesar do medo, estava conseguindo parar de pensar em tudo. 

Continuei a minha caminhada. Foi quando passei em frente um bar colorido e movimentado, que escutei alguém chamando por mim. 

— Ei, garota! — Virei-me para trás e deparei com a garota ruiva de olhos castanhos escuros.  

— Stela? — Franzi o cenho. Ela sorriu se aproximando de mim.  

— Olá, lembra de mim? 

— É claro que eu lembro. 

— Que ótimo! Qual o seu nome? Quero pedir-lhe desculpas por ter ido embora daquela forma. — A garota suspirou, parecendo estar verdadeiramente arrependida. — Eu fiquei desesperada. Não ia conseguir agir sozinha, ainda bem que encontrei você. 

— Meu nome é Débora. Eu não gostei mesmo de ter me deixado, teria sido mais fácil se eu tivesse tido a sua ajuda. — Cruzei os braços. Stela respirou fundo, cabisbaixa.  

— Eu sei... Me desculpa mesmo. Eu fui... impulsiva! Me desculpe, estou mal com isso... — Eu não consegui continuar com minha pose de raiva pela vacilo dela. Respirei fundo, deixando meus ombros caírem. 

— Tudo bem... De certa forma, eu entendo. O importante é que agora Izzy está bem. 

— Mesmo? Como conseguiu achar alguém para ajudá-lo? 

— Ah, longa história... 

— Se não se importa, eu gostaria muito de saber. Meu expediente acabou agora, se não estiver fazendo nada... — Ela encarou-me. Só então reparei que ela não usava roupas provocantes como da última vez que a vi, e sim um vestido branco de renda simples e delicado, jaqueta jeans e um tênis preto. Estava mais bonita assim. 

Como eu não tinha nada para fazer mesmo e ficar andando com ela era mais legal que andar sozinha, eu acabei aceitando e nós começamos a caminhar meio sem rumo, enquanto eu contava toda a história de como eu havia salvado a vida de Izzy. Tudo bem, não fui bem a única responsável por isso, mas mesmo assim era bom me gabar. 

— Bom, foi isso. Amanhã de manhã vamos busca-lo. 

— Diga para ele que eu vou visita-lo qualquer dia. 

— Ok. — Fiz uma pausa, colocando minhas mãos dentro dos bolsos de minha jaqueta. — Você conhece todos eles? 

— Sim, bastante. Já fui em muitos shows da banda. — Ela sorriu. — São incríveis. Também já tive... um breve caso com Duff. 

— Sério? — Fitei-a, surpresa. 

— Sim. — Ela riu. — Não levávamos a sério. Nunca daríamos certo mesmo. 

— Por que? 

— Somos muito diferentes. Eu não tenho paciência para isso. — A ruiva rolou os olhos, rindo e eu acompanhei-a. Ficamos um tempo em silêncio. — Débora, o que acha de irmos em algum bar beber algo? 

— Acho melhor não. Eu não bebo. 

— O que? Isso é sério? — Stela encarou-me surpresa. Eu pensei por um momento se devia abrir o jogo com ela, mas decidi ser verdadeira. Uma hora ou outra ela saberia mesmo. 

— Bom, na verdade eu já bebi algumas vezes e gostei mais do que deveria... Mas não sei se devo continuar com isso. 

— Sabe como você saberá se deve? Bebendo. Nunca recuse algumas boas doses, querida. — Piscou para mim e eu suspirei. 

— Eu não... Além do mais, não trouxe minha bolsa. Estou sem nada aqui comigo. 

— Isso não é problema! Eu pago para você. 

— Oh, não mesmo! — Neguei prontamente. —  Não é necessário, eu não quero mesmo. 

— Débora, você não está fazendo nada mesmo! Não recuse o meu convite, vou levar isso como uma ofensa! — Stela fez biquinho. — Por favor, eu pago. Se pra você isso for o problema, é só depois me pagar. Ou não. Eu que estou fazendo o convite. 

— Ah Stela, eu não sou de beber mesmo... 

— É só um copinho ou outro, querida. — Ah, mas era esse o exato problema. Um copinho ou outro e depois de um tempo eu já estava no meu oitavo.  

Suspirei fundo, pensando no que responder. A proposta da ruiva era tentadora. Eu estava gostando da presença dela, por incrível que pareça, e queria continuar conversando. Além do mais, um copo de vodca seria bem legal agora, principalmente para esquecer os meus problemas... Se eu voltasse para casa ao recusar o seu convite, só ia deixar tudo voltar à tona. 

 

É, eu estou mesmo querendo não recusar uma vodca agora. 

 

Eu não sabia direito o que estava acontecendo comigo. Todo aquele repulso que eu sentia por bebida alcoólica estava se tornando cada vez mais insignificante. Eu estava vendo um copo de bebida como um bom amigo, que me ajudava esquecer das coisas ruins que pairavam em minha cabeça. Isso era normal? 

— Oh, você está muito pensativa. — Stela riu. — É só dizer sim. Ninguém vai morrer por causa disso. 

— Tudo bem, você me convenceu. Vamos. — Disse logo, antes que mudasse de ideia. Ela sorriu e me puxou para outra direção, entrando em uma rua relativamente movimentada. 

 

[...] 

 

— Débora, você quer outro copo? 

— Quero. — Respondi prontamente. Já havia terminado dois copos de batida de vodca com morango. Aquilo era maravilhoso. 

Estávamos em um bar mais tranquilo. Uma banda que eu nunca vi na vida estava fazendo um show acústico que estava até legal. Eu e Stela estávamos com mais dois amigos dela, Jack e Ken. Sem contar que Shannon apareceu por ali, e quando me viu, fez questão de se sentar conosco. 

— Aceita? — Jack perguntou para mim, apontando para seu maço de cigarro. 

— Não, eu não fumo. 

— Sabe do que você precisa para tirar o seu estresse? Maconha. — Shannon começou e eu ri. 

— Eu não preciso disso. 

— Mas é claro que precisa, todo mundo precisa. — Ele piscou para mim. — Eu já consegui parar uma crise nervosa de Axl com isso. 

— Ah, por favor, não me fale esse nome. — Eu rolei os olhos, puxando meus cabelos. Dei graças a Deus quando a garçonete trouxe meu tão esperando copo de vodca. 

— Por que?  

— Ele é chato. E está com raiva de mim. — Quando lembrei-me daquilo, senti uma frustração tão grande que virei o meu copo inteiro. Fiz biquinho quando percebi que havia acabado rápido demais. 

— Pode ficar com isso. Acho que você está precisando mais do que eu. — Jack disse rindo, entregando-me o seu copo cheio com uma bebida estranha. 

— O que é isso? 

— Whisky. 

— Oh, é muito forte. — Dei uma provada, e logo em seguida, fiz uma careta. Todos na mesa riram de mim. — Eu não sei se deveria beber isso. 

— E por que não? — Stela arqueou as sobrancelhas, tragando seu cigarro. — Estamos aqui para nos divertir. Se permita. 

— Se permita. — Eu repeti o que ela disse, concordando. Tomei mais um gole e não consegui evitar a careta. De novo. 

— Vamos voltar ao assunto, Débora. Me conte porque ele está com raiva de você. 

— Você definitivamente não vai querer saber, Shannon. 

— Oh, e por que não? É tão grave assim? — Ele arqueou a sobrancelha, parecendo estar se divertindo com aquilo. Eu também estava. Quase ria atoa. 

— Eu acho que quero mais disso. Poderia pedir para mim? — Virei-me para Jack, que sorriu de orelha a orelha. 

— É claro. Eu já volto. — Ele se levantou. E lá se foi mais um copo meu vazio. 

— Você gostou mesmo disso. — Ken, o mais quieto, finalmente disse alguma coisa. 

— Na verdade, não estou sentindo mais o gosto de nada. Está descendo igual água. 

— Aproveite essa sensação, é uma das melhores da vida. 

— Cale a boca, Shannon. Amanhã vai vim a pior sensação de todas. — Fiz biquinho, realmente triste por lembrar da maldita ressaca. Por que sempre depois do arco-íris vem a chuva? Ou seria o contrário? Eu não lembro. 

— É o preço por chegar ao paraíso. — O homem piscou para mim e eu gargalhei. Como aquele cabelo dele era engraçadinho... 

— Vou contar um segredo para vocês. — Cheguei mais perto dos três que estavam na mesa. Todos olharam para mim com atenção. — Todas as vezes que fui no show do Guns n' Roses, levei minhas bolsas falsificadas. Imagina se eu levasse a original e fosse roubada! Vocês sabem quanto custa uma bolsa da Prada? 

— O que é Prada? — Ken perguntou. Eu quis morrer. 

— Como você é burro! Eu me recuso a responder sua pergunta! — Esbravejei. Ken ficou envergonhado, encolhendo em seu canto. Não me importo. 

— Quanto custa uma original? — Stela quis saber. 

— A última que comprei foi 17 mil. — Todos olharam para mim como se eu fosse um ET. ETS existem? 

— Você está louca? Daria para comer muita prostituta! — Shannon disse, chocado. Eu ri alto, mesmo sentindo que no fundo aquilo era errado. 

— Aqui está seu whisky, Débora. Aproveite. 

— Você nem precisa falar de novo. — Sorri de orelha a orelha, pegando o copo como se fosse o prêmio Nobel. 

Eu não estava ligando para mais nada. Não me importava com o que bebia, só sabia que queria beber. As horas foram passando, as músicas foram ficando mais animadas e eu finalmente consegui ir para a pista de dança balançar meu cabelo ao som das guitarras. Shannon ensinou-me alguns passos de dança que eu não sei se fazia certo, mas atraia muitos olhares para mim. Eu devo ser muito bonita mesmo. 

As bebidas foram chegando em minha mão. 

Dois copos de whisky. 

Três copos de vodca com morango. 

Quatro copos de vodca com uva. 

Dois copos de tequila. 

Eu não sentia mais as minhas pernas. Horas? Quantas horas eram? Eu só sabia que estava passando da hora deu dançar mais. Tentei voltar para a pista, mas a visão estava completamente embaralhada. Acabei tropeçando em meus próprios pés e desabei no chão. Achei graça disso. 

— Débora? Você está bem? — Escutei alguém muito distante me perguntar. Alguém me pegou no colo e outras pessoas se rodearam em mim.  

— Eu... Eu tô ótima! — Murmurei, rindo das minhas piadas internas.  

— Débora, é o Shannon. Quer que eu a leve para casa? 

— Você... tá louco? Eu quero... beber... — Pude perceber que alguém agachado perto de mim estava com um copo de bebida na mão. Peguei a força e tentei tomar, mas minha visão foi se tornando cada vez mais turva e eu fui perdendo a minha consciência. Em questão de segundos tudo ficou escurecido e eu apaguei. 


Notas Finais


Gente, na real, eu não sei se gosto desse capítulo ou não HUEHEUH vocês gostaram? Me digam nos comentários por favooor, não desaparecem não!!
Mais uma vez, muito obrigada pelos comentários. Prometo não demorar para continuar, tem coisas muito legais vindo hahaha

Até em breve!

Xx


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...