— Hmm... Argh... Hmm... Tão bom, Sanji... M-mais forte. - Zoro sussurrava baixinho.
Zoro abriu os olhos assustado.
“Puta que pariu!” Estivera sonhando, pior ainda, com Sanji. Ambos deitados juntos numa cama e nus. E após transarem Sanji descansava em seu peito. A respiração de Zoro começava a se regular, ele estava suado.
“Que caralhos de sonho é este? O cara me oferece abrigo e eu retribuo dessa forma? Sonhando esta porcaria? Acalme-se Zoro, foi só um sonho. Ele não sabe, e não é como se isso fosse acontecer de qualquer forma.” Roronoa repetia para si mesmo essa frase como se fosse um mantra. E finalmente olhou para o relógio e viu que horas eram.
— Eu vou matar você! - Grita estressado. Nem parece que há alguns minutos atrás estava sonhando com Sanji.
— Promete? - Sanji junta as mãos e faz uma carinha de cachorrinho pedindo algo para o dono.
Zoro não resiste a isto é logo seu estresse se esvai.
— Para de falar isso! - Bradou. — Suas piadas depreciativas só são engraçadas para você.
— Então por que você ri?
— Pena.
Eles riem de novo. Dois dias seguidos rindo de coisas estúpidas? Que incrível. Vinsmoke Sanji, o cara mais chato do mundo. Raramente sorria, e ainda reclamava quando faziam piadas idiotas. Quase ninguém sabia que ele tinha esse lado, inclusive. Nami, Lancelot, eram os únicos... e agora Zoro... Nem sabia porque o havia mostrado a ele. Estava apenas tentando ser gentil com um cliente? Já que sabia qual personalidade Zoro queria de si.
Mas apenas pessoas importantes...—
— Por que você vai me matar então? - Perguntou para tentar se distrair de seus pensamentos, classificados por si como “sem fundamentos.”
— Não me acordou! Estou atrasado para o trabalho!
— 1) Não sou sua babá, 2) Você não me disse para acordá-lo, e 3) Talvez eu tenha uma parcela de culpa, porque vi você dormindo tão pacificamente e não quis acordá-lo e voltei a dormir também. Para me redimir, vou levar você ao trabalho e depois peço para levarem seu carro no conserto.
“Por que ele estava sendo gentil além da conta?”
Zoro ficou paralisado ao ouvir a informação de que Sanji já havia acordado e visto ele dormir. Será que... Ele fizera algum som enquanto dormia? Ou disse algo? Na pior das hipóteses, os dois, e Sanji ouviu? Ele não poderia ficar com essa curiosidade...
— Han... Ok. Er... Eu sempre tive uma dúvida... - Começou Zoro fingindo desinteresse. — Eu falo dormindo? Já que você tipo... Me viu dormir.
Ele corou.
— Bem, eu vim rápido aqui em baixo, não vi nada. Mas caso eu veja você em outro momento dormindo, irei me certificar de permanecer mais tempo e aí eu respondo.
Zoro estava dividido em: Isso significa que ele quer que eu durma aqui de novo? Calma, ele disse talvez. E, em: Eu sei que falo enquanto durmo, já me disseram isso. Se isso acontecer e eu sonhar com ele... Não quero nem pensar nisso. Quando eu finalmente faço um amigo, eu arruino desse jeito?
— Haha, ok, vamos? - Zoro disse envergonhado.
Sanji não estava entendendo aquela reação, e nem mesmo porque ele próprio falara aquilo.
Deixou Zoro no seu trabalho, e foi para o seu. Ele era o próprio patrão, então, chagava a hora que quisesse, mas costumava ser pontual e chegar na mesma hora que os outros funcionários, caso se atrasasse, alguma coisa havia acontecido. Ele ligou para um amigo e pediu para que levasse o carro de Zoro na oficina.
— Bom dia, patrão, por que se atrasou?
Sanji revirou os olhos.
— Luffy! Me chame de Sanji.
— Está bem. Algum problema com a louca?
— Meu Deus! Kalifa!
Sanji checou o celular e tinha várias chamadas perdidas e mensagens da loura perguntando se já podia ir para casa. Ele até esqueceu da existência dela, não ter a presença dela em casa era tão reconfortante, ele mal podia esperar para que isso fosse duradouro. Tentaria mais uma vez terminar com ela. Ele teria que ter força para colocar um basta nisso. Ela não era dona dele, se ele não queria mais, ela deveria aceitar. Mas... Ele tinha medo. Como se algo o prendesse...
— Ela ainda diz coisas como “Se você terminar comigo eu mato você e depois me mato?” - Perguntou Luffy. Sanji negou balançando a cabeça.
— Luffy, volte ao trabalho.
— Ok. Mas você sabe que ela não vai fazer isso, não sabe? Eu e o Law temos uma coisa para contar para você depois do expediente.
A curiosidade de Sanji despertou.
— Ok. - Ele fingiu não estar interessado e Luffy voltou ao trabalho.
O louro voltou a pensar em Zoro na sua casa. A presença de Kalifa mesmo em outro cômodo o deixava desconfortável, mas Zoro estando ali, parecia que trazia paz. Claro que não havia nem comparação entre uma pessoa maluca que insiste em não te largar, para uma pessoa que até o primeiro momento parece ser divertida e amigável.
O dia passou lentamente.
O restaurante como sempre, cheio. Horário de almoço.
“Merda, tinha que esquecido que tenho que buscar o Zoro!”
Leu uma mensagem de Kalifa pedindo para ele ir buscá-la. Merda! Ele não iria colocar os dois no mesmo carro. Pensou que deixaria a namorada com ciúmes, mas na verdade, não queria incomodar Zoro.
“Kalifa, por que não vem no seu carro? Vou me ocupar agora.” Sanji respondeu a mensagem e foi buscar Roronoa.
— Seu carro vai estar pronto daqui há pouco, e já vai poder voltar para o trabalho de carro. Meu amigo vai trazer aqui. - Comentou Sanji empolgado.
— Droga, eu estava gostando de ter um chauffeur. - Reclamou Zoro em tom brincalhão.
— Se me pagar, posso me tornar seu motorista particular, mas tem que me dar mais do que o restaurante. Se não, nada feito!
Os dois riram.
— Obrigado, Sanji. Por estar fazendo isso por mim. Sei que malmente nos conhecemos...
— Ah, é verdade... Já que não tivemos o nosso encontro... Que tal a gente sair para beber... Para conversarmos sobre aquele assunto?
— Pode ser. - Disse Zoro.
“Ele pretende ter a minha companhia por mais tempo?” Zoro estava animado com seus pensamentos, e sorrindo, e logo seu sorriso se apagou quando chegaram ao restaurante ao mesmo tempo que Kalifa. Ela correu até Sanji e o abraçou, Sanji claramente desconfortável e Zoro notava isso. Por que ele permanecia com ela se nem gostava dela? Por que ele se incomodava com isso? Por que isso o afetava? Não é como se tivessem algo, mas após aquele sonho... Isso pareceu... Ciúmes?
— Meu amoooor! Eu estava morrendo de saudades de você, quero dizer, desde ontem a gente não se vê... Por causa da sua reunião... Ah, oi! - Ela acenou para Zoro.
— Era com ele? A sua reunião.
Sanji suspirou.
— Vamos almoçar?
— Vai almoçar comigo? - Ela perguntou. O plano dele era almoçar com Zoro para falarem sobre o carro.
— Na verdade, vou ficar na cozinha, Kalifa, tenho trabalho a fazer, mas, sinta-se em casa.
— Claro, logo eu serei uma Vinsmoke também quando a gente casar, eu já me sinto em casa.
O sangue de Zoro pareceu ferver e Sanji o olhou com uma expressão confusa ao notar aquela reação.
Eles estavam dentro do restaurante, Law serviu Kalifa e Sanji foi até a mesa de Zoro.
— Vim rapidamente para saber se vive está bem. Você não parecia muito... Satisfeito lá fora.
— Não gosto muito da sua namorada.
— É, eu também. - Sanji brincou mas havia um fundo de verdade.
— Ela fica me olhando... Me deixa desconfortável. Preciso ir...
— Não! O seu carro?
— É aquele o seu amigo?
— Franky!!! Que bom tê-lo aqui. Quer almoçar?
— Não, obrigado, Robin preparou algo em casa e vim só te devolver o favor e trazer o carro até aqui. - Ele deu as chaves para Zoro.
— Obrigado. - Disseram em uníssono.
— Viu? Você não precisa se preocupar mais.
— Tudo bem. Mas vamos sair para beber qualquer dia desses, né?
— Claro, só marcar. Você tem meu número, não tem?
— Certo. Vou voltar para a cozinha.
— Por que você não termina com ela? - Zoro sussurrou, mas Sanji ouviu e virou-se de volta para ele.
— Acredite, eu já tentei...
Zoro partiu dali e voltou para o trabalho, ou sabe-se lá para onde ele iria, Sanji suspirou cansado, agora Kalifa afastava até seus amigos?
— Benzinho, podemos ter outra noite daquelas hoje?
— Khalifa, estou cansado. Vá em casa hoje.
Ela já sabia o que viria a seguir.
— De novo isso, Sanji? Quando você vai entender que eu sou a melhor pessoa para você? E por que aquele cara dormiu na sua casa? Por que ele ficava te olhando daquela forma como se... Como se estivesse apaixonado por você? Você é meu, entendeu? MEU!
Como ela sabia que ele dormira lá?
— Kali... - Disse Sanji baixinho, pacificamente, com toda a classe que tinha. — Você é uma mulher elegante, sofisticada, educada, estudada, entre outras inúmeras qualidades... Então, por favor, não faça escândalo no meu restaurante, não eleve a voz.
— Ok, desculpa, benzinho. Há tempos você não me chamava de Kali. - Ela disse agora toda manhosa.
— Mais um detalhe. Eu não sou seu, eu não sou propriedade de ninguém. Eu não sou de ninguém e sou do mundo. Isso faz sentido? Resumindo, eu nunca vou ser de ninguém. Por isso -, ele disse seriamente. — Vá na minha casa e me ouça. Não quero nenhuma desculpa, nenhum escândalo, nem que fale besteiras nenhuma. Afinal, você sabe do que se trata, não sabe?
A loura revirou os olhos.
“Vou fazer a mesma coisa de sempre e ele não vai levar isso para frente, não por enquanto, pelo menos.” Pensou Kalifa.
— Sanji! - Gritou Luffy.
O louro olhou para trás e viu Law e Luffy.
— Oi. Ah, tanta coisa que eu havia esquecido de vocês dois. É muito importante?
Ambos balançaram a cabeça que sim.
— A gente quer te ajudar. - Disse Luffy.
— Pode ser na minha casa? Estou um pouco exausto do dia de hoje.
— Honestamente, não seria seguro. Quero dizer, para o que vamos te falar, é melhor agirmos normalmente, irmos a um pub, sei lá. - Disse Law que estava calado até então, de sua maneira fria.
Sanji começou a se preocupar.
— C-como assim? - Perguntou o louro.
— Veja bem, não costumamos ir na sua casa, exceto se tiver algum evento, então, pelo bem de todos nós...
— Certo... Vamos ao pub que Nami trabalha. - Sugeriu Sanji.
— Ótima ideia, Sanji-ya.
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