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História You know I do - Avatrice - Capítulo 7 - Jó 39:18


Escrita por: kcatwarrior

Notas do Autor


"Quando ela se levanta para a fuga, zomba do cavalo e do cavaleiro."
- Jó 39:18

Boa leitura!

Capítulo 8 - Capítulo 7 - Jó 39:18


7

 

BEATRICE

 

- Wow, vamos com calma – Ava levantou as mãos. – Será que eu sou a única que acha isso uma péssima ideia? Quero dizer, eu quase morri para essas coisas e Lilith literalmente foi arrastada para sabe-se lá onde por uma delas.

- Todas nós achamos que é uma ideia terrível, Ava – seus ombros subiram ao respirar fundo. – Mas infelizmente essa é nossa única opção.

- O nosso único e maior problema... – começou Madre Superiora. – É o Papa Duretti. Estou tendo que enviar relatórios a cada três dias sobre o que acontece na Ordem. Ele pede explicações detalhadas de tudo que fazemos e creio que não demorará para ele descobrir que temos um plano que vai literalmente levá-las ao inferno.

O celular de Mary apitou com a chegada de uma mensagem.

- É a Dra. Salvius. Ela está no portão do convento, disse que precisa conversar conosco.

- Peça que ela dê a volta e entre pelos fundos – a mulher mais velha ordenou. – Faça com que ela passe despercebida pelas outras.

Quando Mary retornou com Jillian em seu encalço, a doutora tinha uma expressão confusa e até mesmo surpresa. Talvez trazê-las como se estivesse entrando em um terreno perigoso – o que realmente era –, tinha a deixado perturbada. A loira olhou para todos os cantos da sala e Beatrice entendeu o fato dela nunca ter entrado em um convento.

- Tem um buraco na sua parede.

Ela levou a mão a boca, tentando não rir, mas Ava não se aguentou, soltando um alto som gutural que se expandiu para se tornar uma gargalhada espalhafatosa.

- É uma longa história – a pagã explicou secando o canto dos olhos.

- Ainda não entrou na minha cabeça que realmente existe uma Ordem que cria freiras guerreiras.

Ava arfou. – Bem vinda ao time.

- Vamos direto ao ponto, por favor – a inglesa pediu.

- Claro – Jillian tirou seu laptop da bolsa. – Eu recebi esse e-mail hoje de manhã – apoiou o aparelho sob a mesa para que todas pudessem ver.

- Oh, merda – Ava arregalou os olhos.

As autoridades locais tinham contatado Jillian, pois chegou ao conhecimento deles que ela possuía um vídeo das câmeras de segurança da empresa. O vídeo em si era de Beatrice lutando contra os seguranças do local e literalmente acabando com ele. O e-mail relatava que a polícia tinha aberto uma investigação para descobrir os responsáveis pelo ataque ao Vaticano, e que o vídeo seria de grande ajuda para eles.

- Eu os respondi que as gravações da câmera foram apagadas, assim como todos os dados que eu tinha sobre freiras assassinas, mas não sabia o responsável por apagar – a doutora avisou.

- A polícia não consegue rastrear esse tipo de coisa? Digo, já assisti várias séries investigativas, sei como isso funciona – Ava arqueou as sobrancelhas.

- Eu simulei toda uma invasão tecnológica e não deixei rastros para que descubram algo. Vão achar que foi algum hacker – a loira se apoiou no braço da cadeira. – Mas eles têm testemunhas de que freiras estavam lutando contra um homem no pátio do Vaticano, assim como as gravações desse dia. Eventualmente vão descobrir vocês.

- Será que vamos ser excomungadas? – Camila perguntou preocupada.

- O Papa Duretti não fará isso. Chamaria muita atenção e descobririam não apenas vocês como toda a OCS. Isso o colocaria como culpado – Madre explicou.

- O importante agora é que vocês sumam do mapa até conseguirem todo o divinium que precisam – disse Jillian ao tirar um cartão da bolsa. – Esse enderenço é de um cháteau que um amigo meu costumava coordenar. Fica em uma antiga vinícola perto de Saint-Émilion. Vocês estarão seguras lá.

- De quanto divinium estamos falando? – Beatrice perguntou, pegando o cartão.

- O escudo de Adriel quase não foi capaz de manter uma pequena brecha aberta – Jillian gesticulou. – Como vocês disseram, esses monstros não são feitos de divinium, apenas a armadura que os envolve. Para manter um portal maior aberto por um grande período de tempo, vamos supor uma hora, precisaremos de... – ela franziu o cenho. – Qual é mais ou menos o tamanho dessas coisas?

- Uns três metros.

- Então, como garantia, precisaremos da armadura de pelo menos três deles.

- Espera, espera! – Ava se colocou em frente a todos. – Eu entendi a parte de fugir para França e tentar acabar com três monstros fodidos, mas talvez vocês tenham esquecido que eu não tenho controle algum sobre o Halo.

- Linguagem – Madre reprendeu. – Você só precisa liberar uma quantidade de energia significável para que ele te perceba e venha até você.

- Claro, por que eu sei muito bem como fazer isso – a pagã ironizou. – Isso só acontece quando eu estou com raiva, ou assustada.

Ou a uma conexão emocional. Beatrice pensou, lembrando-se das palavras de Camila.

- Eu posso ajudar com isso – a inglesa se intrometeu.

- Você vai chutar a bunda dela até que ela fique com raiva? – Mary perguntou rindo.

- Na verdade, eu planejo continuar as sessões de meditação com ela. Na última vez ela conseguiu usar o Halo para acessar as próprias memórias, talvez dê certo para o que precisamos dessa vez.

- Justo que Beatrice a ajude – disse Madre Superiora. – É aparentemente a única aqui que consegue aturar Ava por uma grande quantidade de tempo.

- Isso era para soar ofensivo? – a portadora perguntou segurando a risada.

- Continuando... – a mais velha respirou fundo. – Lilith se encarregará de treiná-la fisicamente.

- Onde eu assino meu atestado de óbito? – Ava curvou as costas, provavelmente pensando em toda a tortura que sofreria.

- Duretti enviará um novo Padre para supervisionar a OCS – Madre avisou, ignorando a pagã por completo. – Vocês têm até sábado, exatos dois dias, para se organizarem e irem embora. Eu vou cuidar de tudo por aqui.

- E eu vou continuar trabalhando no portal – disse Jillian. – Vou pedir para que entreguem celulares aqui amanhã, todas as ligações são criptografadas e difíceis de rastrear, mas mesmo assim peço para que tenham um limite de uso.

- Ok – Mary bateu palmas uma vez. – Vamos colocar tudo em prática.

 

*

 

Beatrice acordou assustada com as fortes batidas em sua porta. O relógio indicava que ainda era quatro da manhã do dia em que partiria para a França. Antes que pudesse ascender o abajur, as batidas soaram de novo por todo o quarto. Ela se levantou rapidamente para que pudesse atender o chamado, mas assim que abriu a porta, foi empurrada para trás pelos ombros.

- Temos problemas – Mary sussurrou. – Madre Superiora está nesse momento lá embaixo lidando com o novo Padre.

- São quatro da manhã – ela resmungou.

- Exatamente. Ele não deveria estar aqui nesse horário e muito menos com quase vinte pessoas fazendo guarda – Beatrice encarou Mary confusa. – Resumindo, estão aqui a nossa procura. O Papa aparentemente acha que, para não ter acusações nas costas, o melhor seria sumir conosco.

- Ele pode fazer isso?

- Enquanto ninguém souber que foi ele... sim. Ele pode.

- Mary! – Lilith entrou no quarto de supetão. – Eles estão começando a vasculhar tudo. Nós temos que ir agora!

A negra não esperou uma resposta de Beatrice, apenas analisou o quarto até achar a mala que a inglesa tinha deixado pronta na noite anterior, jogando-a para Lilith que saiu correndo pelo corredor.

- Eu não encontro Ava em lugar nenhum, você tem alguma ideia de onde aquela idiota está?

Sua boca abriu, tentando dizer algo enquanto ela pensava, até arregalar os olhos.

- Sim, eu sei – ela vestiu uma jaqueta preta por cima do pijama que usava. – Escute, leve a van até a rua do próximo quarteirão e nos espere lá. Caso eu não apareça em exatos dez minutos, vão sem a gente.

- Beatrice...

Vozes altas interromperam Mary. Pelo ecoar delas, os agentes já estavam acessando os corredores dos dormitórios.

- Nós daremos um jeito de chegar até vocês qualquer coisa. Agora vão! – sussurrou.

Mary tomou as mãos de Beatrice, colocando um celular nelas. Era um dos dois aparelhos que Jillian tinha dado a elas, haviam somente dois contatos salvos na lista telefônica, o da doutora e o do outro celular que aparentemente estava com uma das outras garotas.

A guerreira correu na direção contrária à de Mary, chegando até o quarto da portadora do Halo e entrando, trancando a porta atrás de si com cuidado.

- Ava! – tentou não soar tão alarmada. – Ava, pelo amor de Deus saia daí! – começou a dar tapas na parede.

A pagã apareceu confusa, mas sua expressão mudou ao escutar os profundos e numerosos passos nos corredores.

Beatrice a empurrou pelos ombros, chocando as costas alheias contra a parede e tapando sua boa. Os olhos da menor se arregalaram e ela soltou o ar com força pelo nariz. A inglesa a soltou devagar, mas ao tentar se afastar Ava a segurou pelos braços.

A porta começou a receber fortes socos.

- Abra a porta ou nós vamos derrubá-la – o aviso veio abafado.

Os dedos da garota se apertaram em seus braços. – Você confia em mim?

Ela assentiu rapidamente, fechando os olhos quando Ava a puxou para si, inclinando-se para trás e atravessando a parede. O susto de Beatrice levou as duas ao chão, mais especificamente a ela caindo sobre a portadora.

- Como sabia que podia fazer isso? – seu coração batia acelerando com Ava ainda abaixo de si.

- Eu não sabia – o peito da garota subia e descia, ofegante.

- Você está bem? – ela perguntou em um sussurro ao sair de cima dos quadris da garota.

- Sim, mas o que está acontecendo?

- O Papa está tentando nos capturar para garantir que a culpa do ataque ao Vaticano não caia na Igreja.

- Ok... – ela pós as mãos na cintura.

Olhando ao seu redor, Beatrice pode finalmente ver o que Ava fazia naquela sala. Haviam lanternas em cima da mesa central, cera de vela derretida pelo chão, mas as paredes eram o que mais chamavam sua atenção. As superfícies estavam repletas de cópias de livros, pesquisas e fotos.

- Ava, o que...

- Olha, eu não queria ter feito tudo isso sozinha e sem contar a vocês, mas todo mundo estava tão focado em descobrir os próximos passos de Adriel que eu não queria distrair ninguém com uma investigação sobre mim.

- Você achou alguma coisa?

Antes que pudesse responder, as duas se sobressaltaram com o barulho de móveis sendo arrastados no quarto. Beatrice sacou o celular do bolso da jaqueta e tirou foto de todas as informações na parede.

- Acha que consegue fazer isso de novo? Atravessar duas pessoas pela parede?

Ava deu de ombros. – É melhor tentar do que continuar aqui.

Era o suficiente para ela, que correu até uma das paredes, virando-se para a portadora do Halo em seguida.

- Essa leva até o jardim lateral, o problema é que estamos no terceiro andar.

- O que tem abaixo de nós? – ela se agachou, tocando o chão.

- Uma capela, por quê? – perguntou confusa.

- Eu não sei atravessar apenas paredes – disse ao esticar o braço para tomar a mão de Beatrice.

Soltou um grito abafado pela travessia no solo, perdendo o ar que tinha em seus pulmões quando suas costas atingiram o concreto do chão da capela. Ela tossiu, apoiando-se nos cotovelos e tentando focar a visão que estava meio turva. Ava que a ajudou a levantar.

-  Vamos só lembrar que eu não tenho poderes de cura, ok?

- Desculpa – pediu ao se certificar que a inglesa estava bem.

- Temos que descer as escadas rápido, mas todas as saídas devem estar sendo vigiadas. Você vai ter que usar o Halo mais uma vez, então, por favor, tente não se machucar para não o esgotar.

- Sim, senhora – a guerreira revirou os olhos.

Correram pelas escadas tentando fazer o mínimo de barulho possível. Ao chegarem no salão principal, arregalaram os olhos ao ver uma equipe completa analisando o local.

- São elas! Peguem-nas!

Ava agarrou sua mão, puxando-a para que pudessem correr sem rumo pelo salão, tentando despistá-los. Beatrice que tomou a dianteira para guiar a pagã até a parede certa para atravessarem. Uma vez no jardim posterior, elas correram como nunca para chegarem aos portões dos fundos que, infelizmente, também tinha uma completa equipe de vigia, forçando Ava a atravessar mais uma parede, levando a inglesa junto.

Quando chegaram à rua onde Beatrice tinha combinado com as outras, apenas alguns carros estavam estacionados ao meio fio, mas nada da van. Ela tirou o celular do bolso só para verificar que tinham extrapolado o horário combinado. Ava estava ofegante não apenas pela corrida, mas por todo o uso do Halo para atravessar as paredes. Os homens do convento iriam chegar ali a qualquer momento o que levou Beatrice a quebrar o vidro de um dos carros, soando o alarme. Ela abriu a porta para Ava, correndo para sentar-se no banco do motorista em seguida.

O barulho agudo e repetitivo já estava a irritando, assim como os múltiplos xingamentos que a garota ao seu lado direcionava ao novo Padre e seus guardas. Portanto, quebrou o acabamento de plástico para acessar a caixa de fusíveis, retirando aquele que desativaria o alarme.

- O que acontece com o “Não roubarás” nessas horas? – a garota perguntou enquanto ela tentava fazer a ligação direta.

- Não temos outra escolha, acho que Deus sabe disso – tomou o volante em mãos assim que o motor ligou, não hesitando em dar a marcha e pisar no acelerador. – Vamos ter que trocar de carro assim que chegarmos a França. Esse será rastreado com toda certeza.

- Onde estão as outras? – sua voz estava lenta e preguiçosa.

- Nós vamos encontrá-las na vinícola, não se preocupe, você pode dormir.

Ava colocou as pernas para cima do banco, acomodando o corpo na porta e apoiando a cabeça sobre as mãos na janela. Ela fechou os olhos e se entregou em um sono profundo em poucos minutos. Beatrice a observava a cada momento que conseguia tirar sua atenção do asfalto, pensando em como as coisas haviam mudado drasticamente de um dia para o outro.


Notas Finais


Olá, halo bearers!
O que vocês acharam desse capítulo? Deixem suas opiniões e perguntas nos comentários.
Gostaria de agradecer a todos que estão votando, comentando e dando visualizações, as quais inclusive faltam pouquíssimas para atingirmos 1000.
Como de costume aqui está o nome do próximo capítulo: Gálatas 5:13-14. Um simples conselho sobre ele? Preparem o coração.
Nesta vida ou na próxima,
Maluh x.


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