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História Life Sucks - Adeus


Escrita por: Eclipsedoamor

Notas do Autor


Perdão pela demora, mas aí está!!! Boa leitura 😘😘

Capítulo 2 - Adeus


Fanfic / Fanfiction Life Sucks - Adeus

7 anos depois, Nova York

Sakura 

Triiiiimmmm, triiiiiimmmm, triiiiimmmm.

Peguei o bendito despertador e o desliguei antes de quebrá-lo da mesma forma que fiz com o anterior. Olhei para o pequeno, porém barulhento relógio, seus ponteiros marcavam o começo de um novo dia.

"Será que mais cinco minutos faria muita diferença?"

Pensei, sentindo as pálpebras pesarem. 

- SAKURA!! LEVANTA ESSA BUNDA DAÍ SE NÃO VAI SE ATRASAR PARA A ESCOLA!!!.

"Sim, faria".

Buscando forças que não tinha no momento, me levantei sentindo o cobertor caindo e o frio do ambiente me arrepiar inteira. 

Coloquei minhas pantufas de coelho e fui até a porta do quarto pegando a toalha estendida lá por mim na noite passada. Pus a cara no corredor verificando o movimento, nenhum por sinal. 

Segundos depois, meu pai saiu de seu quarto parecendo um zumbi. Arrastava os pés e espremia os olhos pela repentina claridade e pelo sono não tê-lo abandonado ainda.

- Pai, cuidado com a port...

Tentei em vão avisá-lo antes de ver meu progenitor bater a cara na porta do banheiro que ficava no fim do corredor. A dor pareceu ajudar para despertar por completo, será que ele deixaria eu passar na frente?.

- Argh, porque banheiros precisam ter portas?.

Resmungou meu pai enquanto masageava o local atingido. Mesmo sendo óbvio que era uma pergunta retórica, respondi assim mesmo, pois sou um amor de filha.

- Não sei. Mas o nosso com certeza tem para não vermos você pelado.

Imediatamente, meu pai virou a cabeça lentamente parecendo a mulher do exorcista. Jesus!! Pernas pra quem te quer. Sorri amarelo e fechei a porta do quarto correndo. Vou tomar banho depois dele mesmo. 

Deixei a toalha em cima da cadeira da minha mesa de computador. Arrumei a cama e guardei o cobertor no baú que ficava nos pés da cama, antes de socá-lo lá dentro no meio da bagunça, dei uma olhada nos meus "tesouros". Fotos de infância, meus desenhos que fazia nas horas vagas, discos de vinil (músicas preferidas minhas e dos meus pais) com minha fiel vitrola vintage e uma caixinha de música. Coloquei o cobertor por cima de tudo e fechei o baú. 

Fui até o guarda-roupa pegando o uniforme de verão. Apesar de estar frio agora, com certeza mais tarde esquentaria, como sempre. O uniforme constituía em uma mini saia com preguinhas, xadrez verde e uma regata branca de malha com o emblema da instituição no lado esquerdo. Peguei minha sapatilha nude com laço na lateral e um casaquinho de mangas curtas da mesma cor.

Organizei tudo em cima da cama e fui a penteadeira escolhendo um arquinho com arranjo de lírios plastificados e um batom rosa claro.

Eu escolhia um modo de prender meus longos cabelos quando ouvi o celular vibrando.

Nem precisava ver pra saber quem era, peguei meu celular e vi a notificação.

"Amor: Bom dia, amor. Durmiu bem?".

Naruto me mandou bom dia. Eu deveria estar feliz com isso, ele era sempre tão atencioso. Semana que vem completariamos 6 meses de namoro. O único problema? É que eu, diferente dele, não estou nem um pouco animada para a data.

No começo desse ano eu estava completamente normal, ou seja, sendo retardada e feliz com meus dois melhores amigos. Até claro, a idiota aqui, cismar de se declarar para Sasuke, dizer o quanto eu gostava dele. Obviamente, fui rejeitada.

O maldito Uchiha me olhou bem nos olhos e disse que não me via como uma garota. Que para ele eu continuava sendo aquela pirralhinha babona de cinco anos. Oras por favor! Tínhamos a mesma idade, não é como se ele fosse um daqueles caras velhos e gostosões da Universidade. E pra piorar no dia seguinte Sasuke não só começou a me ignorar, mas ficou com duas meninas da minha sala, como também estava ficando com as garotas do ano dele e garotas do resto da escola.

Em uma semana, Sasuke Uchiha conseguiu quebrar não só meu ingênuo coração mas quebrou algo muito mais importa te. Sasuke havia conseguido acabar com todo o meu carinho e consideração por ele. Sakura Haruno, experimentou o primeiro coração partido aos 12 anos de vida.

Uma semana depois de minha fracassada declaração, eu me sentia vazia e triste. Até Naruto se declarar para mim. Meu primeiro pensamento após ouvi-lo dizer que gostava de mim, foi rejeitá-lo. Mas enquanto Naruto se declarava com o maior empenho do mundo, só conseguia pensar que ele acabaria como eu se fosse rejeitado. 

Sasuke acabou com meus sorrisos sinceros, com meu entusiasmo e minha vontade de fazer qualquer coisa, eu não queria carregar o peso de fazer o mesmo com Naruto. Diferente de Sasuke, eu me importava, eu não queria vê-lo sofrer. Depois de dizer tudo o queria, meu melhor amigo suspirou aliviado quando eu disse sim ao seu pedido de namoro.

Foi a maior fofoca quando aparecemos de mãos dadas e trocando beijos no dia seguinte. A família do loiro passava por uma situação difícil financeiramente falando, alguns meses atrás havia se mudado para uma escola do subúrbio, onde agora morava também. Mas isso nunca impediu de Naruto passar na minha escola, a mesma que ficava totalmente fora de rumo da sua, para me ver e a Sasuke também. E hoje, era um desses dias. Eu simplesmente odiava quando descia do carro e via Naruto no portão da escola acompanhado de Karin.

 Chega a ser irônico me lembrar da ruiva, a mesma agora, estudava com Naruto e se aproveitava desse fato para ir com ele a minha escola e ver seu amor platônico, Sasuke. A parte irônica é que no começo desse ano, o moreno praticamente corria de Karin, dizia o quanto ela era irritante e não sabia como Naruto a suportava. Hoje, os dois só faltavam se engolir pelos corredores do colégio enquanto não chegava a hora dela ir para o seu próprio.

Não odiava que Naruto fosse me ver. Apesar do namoro esquisito que tínhamos, nunca deixamos de ser amigos, era reconfortante conversar com ele, vê-lo, abraçá-lo e algumas vezes quando eu não aguentava toda a dor que ainda reprimia por Sasuke, beijá-lo também. Mas era apenas isso, reconfortante. 

Um namoro não deveria ser apenas confortável.

Toc, toc. 

As batidas na porta me tiraram dos pensamentos.

- Sakura, já pode ir tomar banho.

- Tudo bem, pai.

Respondi Naruto rapidamente e fui tomar banho.


•••


Entrei na cozinha sentido o cheiro delicioso do café de mamãe. Meu pai lia o jornal enquanto comia uma montanha de panquecas, minha mãe, Mebuki comia sua salada de frutas como todas as manhãs, e como todas as manhãs, sorriu ao me ver.

- Bom dia, filha. Durmiu bem?.

Assenti sorridente enquanto ia a fruteira em cima do balcão e pegava uma maça verde. Meu velho estava tão concentrado em sua leitura que apenas sinalizou para mim com a mão.

Sentei entre os dois e desfrutei das companhias silenciosa de meus pais.


•••


- Pai, vamos nos atrasar!! Anda logo!!

- JÁ TO INDOOOO!!!!

Minha mãe riu levemente ao ouvir o berro do meu pai no andar de cima. Mebuki lavava as vasilhas rapidamente antes de sairmos para mais um dia exaustivo. 

- Sakura, precisamos conversar.

Confesso que eu estava morgando no meio da cozinha, pensando na morte da bezerra quando minha mãe disse isso. 

- Claro, aconteceu alguma coisa?

Perguntei nervosa, por que né. Pra mim apanhar aqui e agora é em dois tempos queridos.

- Quando você vai conversar com Naruto e dizer a verdade?

Minha boca teria ido ao chão se não fosse fisicamente impossível.

- Do que você está falando mãe?

Já sei, ela tá jogando verde pra ver se colhe maduro. Te conheço Dona Mebuki, a mulher diva e esbelta que é minha mãe se virou para mim, enxugando as mãos no pano de prato sorrindo cinicamente. 

- Não se faça de sonsa, garota. Não foi assim que eu te criei. Apenas responda.

Suspirei derrotada. Se até minha mãe sabia, não demoraria muito para Naruto descobrir também.

- É complicado, mãe. Não quero magoar Naruto, ele é tão fofo comigo. 

- Sakura, você pode ter certeza que quanto mais tempo você demorar, mais bravo ele vai ficar quando descobrir. Eu não me preocuparia com a mágoa dele, mas sim com a raiva que Naruto terá de você e do Sasuke também.

- Mas mãe, eu ainda posso gostar dele. Talvez um dia eu me apaixone por Naruto!

Minha mãe veio até mim me abraçando, e só agora percebi que chorava. Apertando-a entre meus braços como se o mundo fosse acabar a qualquer instante, como eu era boba nessa época, não fazia ideia do que era dor de verdade. Mebuki afagou meus cabelos carinhosamente.

- Eu te entendo, filha. Você nunca quis magoar Naruto e tenho certeza que até pensou que se apaixonaria por ele como se apaixonou por Sasuke. Mas filha, vai fazer seis meses. Já teve tempo o suficiente para ver Naruto mais do que um amigo, se não aconteceu até agora, não irá acontecer mais. Você só tem que ser sincera com ele e com você mesma, ele vai ficar bravo mais um dia vai te perdoar. Afinal de contas, mesmo que não seja do jeito que Naruto queria, você o amou e só quer vê-lo feliz.

Concordei com a cabeça e limpei o resto das lágrimas. Minha mãe me afagou os cabelos e sorriu divertida. Olhando aquela mulher sorrindo percebi que talvez por muito tempo eu tenha feito caso de algo que era simples de se resolver, em seis meses eu finalmente tinha esperança de um futuro melhor.

- Vamos logo, estavam me apressando e agora estão paradas aí?.

Meu pai passou afoito por nós. Ri junto com a mãe antes de segui-lo para fora. Peguei minha mochila e entrei no carro.

Minutos depois e ainda estávamos presos no engarrafamento. Sinceramente,  o trânsito de Nova York é uma merda. Eu não reclamo tanto assim, sempre era gostoso esse trajeto de casa pro colégio. 

No rádio, Elton John nos agraciava com Bennie and the jets. Meu pai cantarolava, acompanhando o ritmo com leves batidas no volante, diferente de minha mãe, que nunca foi uma pessoa "leve". Sempre fazia as coisas com uma intensidade impressionante Acho que era por isso que meu pai a amava tanto. 

Mebuki cantava junto de Elton, pegava seu batom o usando como microfone e cantava balançando a cabeça e chacoalhando os cabelos loiros, o mesmo loiro platinado que herdei. Kizashi com seus cabelos flamejantes aos poucos era contagiado pelo ritmo animado de mamãe. E logicamente, eu não podia ficar para trás.

 Hey kids, shake it loose together,

The spotlight's hitting something

That's been known to change the weather.

we'll kill the fatted calf tonight

So stick around,You're gonna hear electric music,

Solid Walls of sound.

Say, Candy and Ronnie, have you seen them yet

But they're so spaced out,

Bennie and the Jets,

But they're weird an they're wonderful,

Oh, Beannie she's really keen

She's got electrice [eletric] boots a mohair suit,

You know I read it in a magazine,

Oh! Bennie and the Jets.

E então como acontecia quase todos os dias, em meio aquele engarrafamento, taxicistas bravos e ciclistas tendo sua pista invadida, nosso Vectra 2011 chegava a ir pra cima e pra baixo, o som no último estremecendo os vidros e nós, cantando como se fosse a última vez.

Buh Buh Buh Buh Bennie and the Jets.


•••


- Eu venho te buscar pra almoçarmos juntos tá meu amor?

- Tudo bem, pai.

- Tchau, querida! Tenha uma boa aula.

- Tchau!!.

Abanei a mão enquanto esperava o carro sumir na rua. Nada como vinte minutos de uma boa música para me alegrar. Virei as costas olhando os portões grandes e ridiculamente vermelho do escola, nunca gostei desse portão, era tão grande quanto chamativo, podia ver de longe essa coisa pavorosa.

E falando em coisas pavorosas, bem ao lado dos portões, Sasuke e Karin estavam em uma troca nojenta de saliva e, se Deus quiser, herpes. Alguns metros de distância do casalzinho saliva, estava Naruto. O pobre coitado estava vermelho, com certeza com vergonha alheia por ver a intimidade do casalzinho.

Com as mãos no bolso da blusa de frio com orelhas de gato no capuz, fones de ouvido, rosto corado e cabeça baixa percebi o quanto sentiria falta de Naruto. Porque eu já havia me decidido, terminaria com ele, mesmo que isso o magoasse.

Fiquei mais alguns segundos absorvendo aquela cena, odiando cada vez mais Sasuke por colocar Naruto naquela situação, antes de me aproximar do loiro envergonhado.

Naruto parecia distraído, mas levantou a cabeça ao ver meus sapatos. Ele sorriu e já tirava os fones de ouvido para conversar quando sem aviso prévio, resolvi devolver na mesma moeda a infantilidade de Sasuke.

Sim, ele fazia essa droga de propósito, não era a primeira e com certeza nem a última que ele ficava com alguma garota bem na minha frente. Era um lembrete, um aviso mudo. 

"Você pode namorar com ele, mas sou eu quem você quer."

Reunindo a coragem que não tinha, levei minhas mão ao rosto de Naruto, o segurando delicadamente, ignorei a expressão confusa do loiro, se não me concentrasse não conseguiria fazer nada.

Apesar da pouca diferença de altura entre nós dois, ainda sim era algo considerável. Levantei um pouco os pés e puxei Naruto pra baixo, lasquei o beijo e foda-se porque o amanhã só a Deus pertence. Mesmo que eu ainda não soubesse beijar direito, afinal só tenho 12 anos, mas tentávamos né.

 Beijei, mas gente beijei bonito!! Nossas línguas se enroscavam, calmas e delicadas, uma acariciando a outra. A minha melhor iniciativa de beijo, podem esquecer o que eu disse no parágrafo atrás. 

Não sei por quanto tempo ficamos ali, só sei que quando nos separamos sorri sem jeito e vermelha. Era a primeira vez que nos beijávamos em público, Naruto me encheu de selinhos pela boca e o rosto, acompanhado de cosquinhas. 

- Para seu idiota!! Você que eu não aguento. 

E não aguentava mesmo, minhas pernas já estavam bambas e a única sustentação que eu tinha eram os braços de Naruto. Apesar de pedir que parasse, não fazia muito esforço para sair de seu abraço.

 São esses momentos que me impedem de tomar a decisão final, ou pelo menos era, porque eu amo Naruto, não da forma que ele quer, mas amo. E por isso, não podia continuar prendendo ele a falsas esperanças, quando ele podia dar tudo isso a outro alguém, que merecesse mais do que eu.

" De hoje não passa, força Sakura!!".



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