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História You. Me. Bed. Now. - Podemos ser exclusivas?


Escrita por: WoundedBeast

Notas do Autor


Olá, você que acompanha essa fanfic.

No capítulo de hoje, Emma mostra seus dotes como empresária e Regina faz de tudo para provar que se importa com detalhes.

Boa leitura.

Capítulo 16 - Podemos ser exclusivas?


Regina




Eu sabia qual era o medo da Emma em assumir uma relação comigo. Mas não sabia que ela estaria tão relutante depois desses meses morando juntas. Confesso que me sinto desanimada quando ela parece achar normal que a gente transe duas vezes por semana e troque carinho os cinco dias restantes. Você deve estar se perguntando, por que de repente eu pretendo resolver o problema? Porque raras vezes eu resolvi os meus problemas pensando muito a respeito. E se eu pensasse muito neles, certamente eu mudaria de opinião e perderia as melhores oportunidades, como foi o caso do trabalho na produtora de filmes eróticos onde sou modelo agora.

Caramba, eu gosto da Emma desde a noite do ménage e ela sabe disso. É como se a cada dia que passasse eu estivesse mais apaixonada por ela e quisesse que a gente funcionasse como um casal, que fossemos exclusivas uma da outra. Talvez as experiências passadas dela a traumatizaram de uma maneira que eu não consiga imaginar, apenas supor, e, como ela mesma pediu, ela precisa de um tempo. Acho que no fundo, eu também preciso do meu tempo, diferente, é claro, porque é nesse tempo que vou conquista-la. Tenho uma ideia!

E, bem, ela foi contratada para ser a minha empresária, o que dá acesso ao meu celular e todas as mensagens e e-mails de trabalho que eu recebo. Ela também tem acesso a minha vida particular que se resume a uma pessoa, ela mesma. Por isso, quando minha primeira tática foi a de colocar uma foto nossa na tela de descanso do aparelho. Toda vez que deixava o celular na mão dela, eu via como aquilo a assustava. Tiramos uma foto juntas no restaurante, aquele onde tivemos uma breve discussão sobre se relacionar porque ela estava tendo um surto. Foi a mesma foto que usei na tela do celular e algumas vezes durante os ensaios eu a peguei olhando para aquela imagem com um semblante de dúvida, como se ela estivesse fazendo uma prova muito difícil e dependesse dela para passar no exame da faculdade.

— Vamos ao shopping? Preciso de roupas novas. — pergunto, me ajoelhando diante dela que se sentava em uma banco exclusivo no estúdio. Eu ainda estava vestida com o mínimo de roupa do ensaio e ela olhou meu corpo com desejo, afinal, nós evitamos fazer sexo por uns dias. Eu não procurava, nem ela.

— Também preciso de roupas novas, agora eu sou uma empresária e ainda estou vestindo a mesma calça jeans Colcci de sempre. — Ela responde, guardando o celular no bolso.

— Não vejo problemas com a sua calça. Eu conheço empresários que andam de bermuda e chinelo.

— De onde eles são? Do Havaí? — A pergunta dela me faz rir e ela ri junto.

Quando o ensaio acaba, saímos juntas para o shopping e no meio do tour pelas lojas de grife paro na porta de uma grande loja de brinquedos. Emma com várias sacolas nas mãos fica sem entender e fecha a cara.

— O que está olhando, senhorita vulcão? — Ela nunca deixou de me chamar do jeito carinhoso.

— Tenho que comprar um presente para alguém especial.

Entramos na loja e procuro um vendedor.

— Como posso ajudar a senhora?

— Oi, você tem brinquedos de dinossauro?

Emma me cutuca, ela já entendeu o que eu quero fazer.

— Você não vai comprar um dinossauro pro Henry, vai?

— Sim, eu vou e tenho certeza de que ele vai adorar!

O vendedor me trouxe um dinossauro da metade da minha altura, que se mexia através de um controle remoto e que fazia barulho. Emma arregalou os olhos achando impossível que eu fizesse algo do tipo, mas eu o comprei porque era o maior brinquedo da loja.

Então levamos aquele bicho gigante para casa e eu queria mostra-lo ao meu filhinho. Apesar de ser um agrado ao filho da Emma, eu queria que ela soubesse o quanto aquele menino importava pra mim. Isso não era compra-la com regalos ao filho, mas uma das minhas maneiras de demonstrar que sou a pessoa mais indicada para o papel de segunda mãe do Henry, coisa que eu acho que ele iria gostar muito de ter. A senhora Hearted atendeu a ligação de vídeo e Emma estava ao lado do brinquedo, tentando entender os controles que faziam ele mexer.

— Mãe, você não acredita no que a Regina fez! Ela comprou um dinossauro na loja de brinquedos do shopping que quase consegue falar.

Mary Margaret solta uma risada.

— Minha nossa, o Henry vai adorar isso!

— A propósito, onde ele está? — Pergunto, me intrometendo na conversa.

— Ele está na escola, vou busca-lo dentro de meia hora. Como você está Regina? Trabalhando muito? — A mãe da Emma pergunta.

— Ah, bastante. Sua filha já contou que ela é minha empresária?

— Não! Você trabalha para a Regina agora, Emma?

— É, eu tô trabalhando como empresária, e isso me lembra que temos um contrato para assinar, não é? — Emma responde a mãe e me olha com advertência. Era verdade que eu tinha uma proposta de uma empresa que vendia brinquedos sexuais e não podia perder a chance, porque eu poderia pedir o valor que quisesse.

Coço os cabelos e faço que sim.

— Vamos conversar sobre isso na hora do jantar, Coração.

Mary Margaret fica sem saber como reagir diante da advertência de Emma para comigo, ela espera enquanto discutimos na frente do telefone, igual um casalzinho de fato o que deixa mais evidente que temos mais que amizade nessa história.

— Nada disso, você tem que pensar grande! Se o estúdio te paga 700 dólares semanais, essa empresa tem que entender que deve te pagar o dobro para fotografar para eles. Sem contar que parte do seu dinheiro vai para a E&C, pelo menos uns 30% é deles. Agora, quanto acha que vai sobrar? Dá para você lucrar, mesmo dando a parte obrigatória da E&C, é só pedirmos um valor que sabemos que eles darão para ter você como modelo.

— Mas, Emma, eu acabei de estourar nas revistas, talvez eles não pensem desse jeito.

— Podem não pensar, mas isso uma empresa não faria que é pensar pequeno. Se querem lucrar, precisam investir. Você é um investimento e dos bons. Ainda não sabe se dar o verdadeiro valor, né? Mesmo com tanta gente de olho em você.

— Okay, Emma, eu não sei me dar o verdadeiro valor porque talvez eu queira ser valorizada por outra pessoa. — Isso foi uma bela alfinetada.

Mary Margaret interrompe o que a loirinha vai dizer e nos mostra as horas em seu relógio de pulso.

— Bom, meninas, eu tenho que buscar o Henry. Até logo.

— Até logo, Mary.

— Até logo, Mãe.

Para você ver como são as coisas, antes eu queria ser valorizada pela minha mãe que me renegou a vida toda, agora eu queria ser valorizada por Emma que estava com receio de assumir que éramos namoradas. E ainda por cima, minha aposta em seu talento como empresária estava surtindo efeito. Ela se levantou e buscou em uma gaveta os papéis do meu contrato com a E&C, grifando as partes que eu deveria ler. Após isso, Emma me entregou o papel e me fez ler em voz alta tudo aquilo. Ou seja, ela estava certa.

— “30% de todo trabalho externo às instalações da empresa contratante pertencem ao contratante”. Tudo bem, mas quanto vou pedir por essas fotos? — Pergunto.

Emma anda de um lado para o outro e pensa.

— Vamos pedir 10 mil pelas fotos e lucro de trezentos dólares por semana caso o produto atinja determinada quantidade de vendas.

— Eles nunca vão aceitar fazer isso, Emma. É muito dinheiro.

— Vai por mim, Regina, eles vão aceitar. Confie em mim, eles vão.

Fui eu quem teve a ideia de contratá-la para me agenciar, então devia dar meu braço a torcer para tudo o que ela falasse.

Apesar do medo de ser rejeitada por pedir tanto dinheiro, fui ao encontro dos empresários que queriam meu corpo expondo seus produtos sexuais. O almoço foi em um restaurante de Beverly Hills e Emma estava comigo, obviamente, já vestida como uma empresária importante. Estava tão linda de blazer azul-céu e cabelos presos no alto. Ela não era mais a Emma que eu conheci na casa do Bolota, com vestidinho e batom cintilante. Tinha presença, sabe? Estava esticada, séria e quando descemos do Uber, emprestei meus óculos escuros para ela. Limpei as lentes rapidamente e entreguei.

— Toma, assim ninguém vai duvidar de que é uma empresária muito importante.

— Obrigada. Como estou?

— Excelente para uma primeira reunião contratual.

— Ótimo! Então vamos. — Ela segura no meu braço e andamos juntas para dentro do restaurante, informando nossos nomes na entrada. Os homens já nos esperavam sentados à distância.

Nós os cumprimentamos, pedimos nosso almoço e após uma conversa sobre a minha breve carreira de modelo, Emma tomou as rédeas da negociação.

— Minha cliente tem um contrato com os estúdios E&C, o que lhe obriga a fornecer 30% do cachê por qualquer trabalho externo ou de outros produtores. Para garantir que o produto dos senhores venda, propomos um acordo de 10 mil dólares pela propaganda e 300 dólares semanais se o somatório de vendas atingir 40% desse valor. — Emma não teve vergonha de jogar as cartas na mesa, foi a hora em que meu coração se apertou e achei que ouviríamos um não, mas surpreendentemente...

Os homens se olharam, pediram um minutos para cochicharem entre si e chegaram a um veredito.

— Certo! Nós aceitamos. — E tiraram de uma pasta um papel para que eu assinasse.

Isso era impressionante! A Emma conseguiu um contrato e tanto para mim, não tinha como não me sentir em êxtase!

Quando os homens foram embora Emma e eu começamos a gritar e gargalhar alto do feito. Nós conseguimos!

— Nós conseguimos! Nós conseguimos! — A gente dizia rindo ao mesmo tempo.

Mas rimos ainda mais quando o dinheiro caiu na minha conta. Era bastante para quem há dois meses vivia de uma reserva na poupança. Eu devia bastante aquela loira sem vergonha. Tá vendo por que me intriga que ela não assuma um namoro comigo? Essa mulher faz tudo por mim, quer me ver decolando, não necessariamente sendo sua provedora de dinheiro para sustentar o filho e a mãe, mas me ajudado de uma forma inimaginável. Não posso deixar de gostar dela e nem quero. Se uma pessoa se dispõe a te fazer bem como Emma faz comigo, ela só pode me amar, concorda?



Emma é o tipo de pessoa, a meu ver, que não teve a devida atenção dos homens. Eu explico; quando se é garota de programa, os caras que comumente pedem seus serviços até te pagam o jantar ou o drinque no bar do hotel, mas ao invés de ouvirem a sua conversa, estão conversando com seus peitos ou suas coxas. Me lembro de ouvir uma cantada esdruxula de um bigodudo que me disse assim: “Você deve vender cachorro-quente, porque sabe deixar uma salsicha no ponto”. A quantidade de conversinha fiada para comê-la deve ter sido tão ruim ou ainda pior do que essa cantada, mas como a loira precisava do dinheiro, ouvir besteira era o de menos e, para somar a sua experiência com o pai do Henry, ela se acostumou a ser vista apenas como objeto. É natural que se sinta confusa quando alguém a faz se sentir diferente. O que eu preciso então é provar que ela é muito mais do que a ex-garota de programa. Que pode ser feliz comigo, independente de eu ser mulher e que esse fator só nos ajuda ao invés do contrário. Mulheres são carinhosas, eu posso ser carinhosa, ela é carinhosa, mas será que ela gosta de carinhos que não sejam os meus toques em seu corpo? Vamos ver.

Depois da sessão de fotos dos 10 mil dólares, chegamos em casa e a surpresa estava feita. Eu pedi a Lily que fosse ao apartamento durante a tarde para arrumar meu esquema romântico. Escondida de Emma comprei balões e um champagne, mas não era qualquer champagne e Emma saberia disso quando o encontrasse na cesta com as taças. Para melhorar, encomendei muitas flores e pedi que Lily as espalhasse pelos cômodos, preenchendo a cama onde a gente dormia fazendo um caminho da porta do apartamento até o quarto. Emma ao ver tudo aquilo ficou impressionada e sem fala. Eu tremia na base, esperando o pior, mas estava enganada de novo. Ela andou, largando a bolsa em cima do sofá e seguiu as pétalas de rosa pelo apartamento que escurecia no final da tarde. Então ela andou, e andou, seguiu as pétalas do chão até o quarto e a cama, deu para ouvir seu suspiro de apreensão. Ela viu também a cesta sobre a cama com o balde de champagne no gelo e os balões que se pareciam muito com cabeças de E.T. Mas ela não notou esse detalhe, felizmente. No centro da amarração dos balões, tinha um maior e vermelho cor de sangue em formato de coração. Emma foi direto para aquele balão e o segurou, me olhando parada na porta a observando. Ela estreitou os olhos, me perguntando sem dizer uma palavra se eu tinha feito mesmo aquilo. Assenti e deixei que desamarrasse os balões, que olhasse as taças e o champagne dentro da cesta.

Ela viu qual era a marca do espumante e sorriu levemente, se sentindo livre para abrir a garrafa e nos servir. Ela andou até mim e me entregou uma daquelas taças. Agora eu tinha de me explicar.

— O que estamos comemorando? — me pergunta.

— A felicidade que você me traz. — digo entre um suspiro e faço com ela um brinde.

Trocamos olhares e depois de terminar seu gole, ela põe a taça sobre a cômoda e afasta os meus cabelos de cima dos ombros. Quando dou por mim, ela está envolvendo as mãos em meu pescoço e me beijando na boca. O beijo dela tem um gosto de cera de batom e champagne, está agradável e eu pressiono mais os meus lábios nos dela. Deixo minha taça em qualquer canto e a empurro na direção da cama. A gente cai ali em cima e continua o beijo. Emma se vira e fica por cima de mim, se sentando e puxando sua blusa para cima, mas eu a olho e seguro sua ansiedade.

— Não, Emma, deita. — Peço e ela fica sem entender.

Eu a viro de novo na cama e passo a mão em seu rosto assustado, de repente não era o que ela esperava que fossemos fazer. Estamos há bastante tempo sem sexo uma com a outra e isso deixa tudo mais combustível entre nós, mas existe uma forma de dar prazer a ela sem ser a convencional.

— Feche os olhos e não abra antes que eu mande. — Imponho e ela faz. Sei que vai ficar apreensiva, que vai pensar que trouxe algum brinquedo sexual do ensaio, mas não se trata disso hoje.

Eu passo um tempinho a olhando, vendo seu rosto lindo e seus cabelos escorrendo para os lados da cabeça. Faço carinho neles, nela e pego uma daquelas pétalas de rosa que ficaram espalhadas na cama. Eu a deslizo em sua bochecha como um fio de seda e a cócega que provoca nela lhe arranca um riso. Me ajeito em cima dela para não ficar desconfortável e me concentro em dar carinho àquele rosto lindo, o mais lindo do mundo. Deslizo a pétala por seu nariz, por cima dos seus olhos, pela boca delicada dela. Ah, Emma, você é uma desgraçada linda!

Ela finalmente se rende aos meus carinhos e relaxa. Só a pétala de rosa não é suficiente para amar Emma do jeito que eu quero. Uso minha boca para descer seu queixo e ombros, o busto e o abdome. Tudo isso é lento e demorado demais para os nossos padrões, mas Emma não reclama e continua me obedecendo de olhos fechados. Sinto sua respiração e volto ao seu rosto, dizendo que ela já pode abrir os olhos se quiser.

— Abra os olhos, Coração.

— Isso é algum jogo pra me conquistar?

— Se quer chamar assim, tudo bem. Eu só estou sendo fofa com você.

— Sabe de uma coisa, Vulcãozinho? Nunca alguém me fez isso antes. Sobre o champagne... Eu entendi tudo.

— O dia em que nos vimos pela primeira vez, ou melhor, a noite.

— Você se importa com os detalhes e acho que descobri sem querer que gosto disso. — Ela sorri e eu levo minha mão a dela, mostrando a minha garra de dinossauro. É outra referência.

— Eu sempre vou me importar com você. Não acredito que exista um sentimento tão grande e bonito quanto o que eu experimentei com você naquele pedaço de sofá em Santa Barbara. Aquela noite também faz parte de mim.

Ela sorri novamente e olha meus dedos posicionados de maneira estranha como o Henry me ensinou a fazer. Ela mostra a garra dela e entrelaça nossos dedos. Depois disso, sua resposta e me beijar na boca de novo, com intensidade, mas calma que se instaurava entre nós todos esses dias. Emma se soltou de mim brevemente para abrir sua calça. Eu a ajudei a se livrar daquilo, sem qualquer pressa, porque queria curtir o momento. Então, quando ela finalmente estava sem a roupa, a mão dela fez a minha viajar até dentro da sua calcinha. Ela está molhada e quente, me assanhando. Deslizo o dedo para sua entradinha, mas ela me segura e para.

— Não, não entre em mim. Eu quero que vá devagar hoje, como você estava fazendo antes. Não entre em mim, porque você é boa o suficiente sem me penetrar, consegue me dar prazer sem entrar em mim.

Eu a beijei e fiz como ela estava pedindo. Acabei masturbando seu clitóris como se estivesse cuidando do meu. Rodeava por dentro da calcinha dela, arrancando gemidos e suspiros longos. Deve ter levado um tempão e quando Emma gozou eu sentia meus lábios dormentes e os dedos enrugados de massagear o molhado dela. Emma se agarrou em mim e sofreu com o prazer, desabando em seguida na cama.

— Me beija, vai. — Ela me segura e me puxa para cima e a gente passa mais umas duas horas na cama.



 


Na manhã seguinte, com os balões espalhados pelo apartamento e a garrafa de champagne vazia em cima do balcão da cozinha, terminei de fazer o café da manhã da Hearted com direito a uma florzinha de margarida que roubei da janela do vizinho. Ora, estava dando sopa, ninguém viu! Da próxima vez eu compro um vaso. Pego uma folhinha do bloco de anotações e escrevo para Emma: “Tenho que sair para resolver um assunto importante. Eu não demoro. Hoje é sábado, aproveite e fique mais um pouco na cama, Pãozinho de mel. Ass: O vulcão que você fez questão de acordar!” Deixo a bandeja com o café e o bilhete e saio depois de apanhar meus óculos escuros. Emma está toda enrolada debaixo do edredom. Quando acordar vai se dar conta da bandeja aos pés dela.

O que tenho para fazer foi a ideia de última hora mais maluca que pensei na vida. Primeiro dou uma passada no restaurante das meninas e Lily quer saber se deu tudo certo.

— Como foi ontem? Deu certo?

— Tudo perfeito! Tenho que te agradecer muito pela ajuda. — Respondo, chamando o Uber para me levar umas cinco milhas até uma loja de automóveis.

— Imagina. O importante é a Emma reconhecer que te ama, né?

— Ela já sabe que me ama, Lily. Ela já sabe. — O carro chega e eu me despeço.

Na loja de automóveis, escolho um modelo pratico e sem muito luxo. O vendedor fica chocado quando digo que vou pagar à vista e arregala os olhos quando tiro as notas presas da minha bolsa. Saio da loja dirigindo o Mitsubish e rindo à toa ao pensar na cara que Emma vai fazer quando me ver dentro daquele carro. A ideia era comprar um carro novo para a mãe dela, mas fiquei com medo disso parecer uma obrigação para que ela acabasse me pedindo em namoro. Então, era mais fácil leva-la até Santa Barbara com certa facilidade do que parecer sedenta por uma resposta. Um carro para dividirmos era uma grande ideia e além de me ajudar a aproximaria do Henry, de quem ela tinha muita saudade e eu também. Eu queria mostrar que me importava com os detalhes, especialmente o mais importante deles, o Henry.

Estacionei rente a calçada do prédio e buzinei quase embaixo da janela do apartamento. Uma, duas, três vezes. Até que precisei gritar para ela.

— Emma!! Emma!!

A vizinhança inteira olhava a cena e a barulheira que eu estava fazendo finalmente chamou atenção da loira. Ela colocou a cabeça para fora da janela e tomou um susto.

— Regina, que gritaria é essa?

— Põe uma roupa e desce com o dinossauro do Henry, nós vamos a Santa Barbara, baby! Anda logo! — grito e ela leva uns dez segundos para entender. Então ela entra e faz tudo em cinco minutos.

Emma chega no carro com dinossauro e seu semblante descabelado. É tão engraçadinha! Ela observa tudo dentro do veículo, coloca o bicho/presente do Henry no banco de trás e me belisca de levinho no braço.

— Que carro é esse?

— O nosso carro, Coração. Convenhamos que um carro como esse está dentro do meu orçamento e além de ir com mais conforto para o trabalho, poderemos visitar o nosso garoto todos os fins de semana.

— Mas... Mas... Mas... Regina... — Ela abana a cabeça e no final começa a rir.

A gente sai com destino a cidade dela e durante o trajeto, explico como tive aquele brilhante ideia. Já em casa, assim que chegamos no bairro onde morava, vimos Mary brincando com Henry na entrada do imóvel e quando Emma desce do carro, o menino abre o sorriso mais doce do mundo. Ele vem andando até ela e Emma o pega no colo. É uma coisa linda de se ver e que eu facilmente poderia transformar em um quadro.

Henry descobre o super dinossauro dinâmico que trouxemos e fica encantado, esquecendo completamente da nossa existência depois disso. É claro que ele me cumprimenta com a garra do dinossauro e agradece na linguagem dele, mas como eu já sabia, isso é ao modo dele. Ver o menino feliz me deixa feliz.

— O que deu em vocês para virem de surpresa? — Mary nos recebe.

— A Regina comprou esse carro e quis trazer o dinossauro do Henry. Agora nós vamos visitar vocês sempre que possível. — Emma não quer entregar, mas está radiante.

— Hum... Que beleza de carro, hein? — Mary o olha de longe.

— É, sabe como é... Carros japoneses estão na moda. — Brinco.

Henry passa o dia brincando com seu amigo dino T-Rex o colocando inclusive sentado na mesa conosco na hora do almoço e todo mundo deve seguir o ritual do dinossauro, se comunicando com as garras.

À noite, quando Henry parece exausto para continuar brincando e apesar de querer colocar o dinossauro junto com ele na cama como se fosse um bicho de pelúcia, ele me pede para contar uma história. Me lembro da fábula da lebre a da tartaruga que meu pai me contava quando eu era menina. Termino o conto que é bem rápido e Henry não me pede para contar outra história.

— Regina, você gosta da minha mãe, não gosta?

A pergunta dele é a última coisa que eu esperava ouvir e como ele espera, não respondo diferente.

— Gosto. Eu gosto muito da sua mãe, Henry. — Falo, sentada na beira da cama dele.

— Então eu posso te pedir uma coisa... Você e ela são Braquiossauros, da mesma espécie, por isso poderiam viver juntas. — O escuto atentamente. — Quando minha mãe voltar a viver comigo e com a vovó, você pode vir também.

Ele me arranca um sorriso e me sinto emocionada de verdade.

— Bem, querido, você é o dono da casa, só venho com a sua permissão.

— Mas você tem. — Ele se senta na cama e estica a mãozinha, colocando ela sobre a minha cabeça. — Eu, Henry Hearted, o chefe Tiranossauro Rex permito que a Regina, Braquiossauro, venha viver na família. Agora você faz parte da família.

Agradeço e faço uma reverência.

— Estou muito orgulhosa de fazer parte da família, senhor T-Rex.

Ele volta a se deitar e vira para o lado, entendo que vai dormir.

Deixo o quarto e encontro Emma sentada no sofá da sala, pronto para ela dormir. A cama de solteiro no chão parece um enfeite.

— O meu filho é a coisa mais importante da minha vida, logo tudo o que importa pra ele, importa pra mim. — Emma começa, de cabeça baixa, mexendo em suas unhas. — Você é importante para ele, importante pra mim, e, tudo o que eu sempre quis, bem no fundo foi alguém que me entendesse estando longe dele.

— Você sabe o que ele acabou de me pedir lá dentro?

— Não sei.

— Ele quer que eu venha viver com você quando voltar em definitivo para cá, afinal, somos da mesma espécie, você entende...

— Ele quer que a gente viva juntas? — Ela levanta os olhos.

— Foi o que eu entendi.

Emma fica de pé, parece sem jeito de dizer alguma coisa, ansiosa com um anúncio de uma decisão. Ainda mexe nas unhas e olha as mãos vez ou outra.

— Você está há dias tentando me mostrar como é incrível, né, Vulcão? Eu sei o quanto você é incrível e o quanto é capaz de conseguir o que quiser.

— É o meu jeito de dizer que quero ficar com você de uma maneira mais séria. Essas são minhas condições. Não aceito menos que um namoro sério para continuar vivendo com você. Uma hora eu posso me cansar e eu não gosto de esperar muito, porque a minha vida toda foi de espera. Espera pela melhora das pessoas, espera para ser reconhecida, espera para que a mulher que eu amo entenda que amar outra mulher não é um problema.

— Pois então não espere mais, Warmed. Dane-se o meu preconceito, a minha falta de entendimento, eu também mereço ser feliz. Por que não aproveitar uma chance que a vida está me dando? Eu vim pensando, depois daquele bendito orgasmo de ontem, um orgasmo que você me deu, outro não é? Que a gente funciona tão bem. Você gostou de mim desde o momento em que pôs os olhos em mim e por uma implicância idiota eu quase estraguei tudo. Pois então saiba, Regina, que você me causa uma coisa ótima, um sensação que me leva da terra ao céu em segundos e não vou abrir mão disso. Eu não vou falar de você porque vivemos juntas, eu vou falar de você porque te sinto. — Ouço um estalo enquanto ela fala e ela chia. — Ah, merda, minha unha... Esquece. — Ela pega meu rosto com as duas mãos e me olha nos olhos. — Com você eu descobri que amar é um momento. É quase um vício ou um costume do romance. Você é meu dia, minha semana e nem sempre tá tudo bem, mas é você quem eu vivo todos os dias. Agora me diz... Podemos ser exclusivas?

Estou olhando para Emma sem conseguir acreditar, parece um sonho. Fecho os olhos por um breve momento e um filminho se passa na minha mente. Os momentos com Emma, aquela madrugada em que ela me acolheu do meu pior pesadelo, as coisas que sabemos uma da outra. Ai, sério! É muita coisa. Baixo a cabeça e respiro fundo.

— Sim, podemos. Isso significa que a gente namora sério. — Quero rir, quero gritar, mas tá todo mundo dormindo.

— Hey, guarde essa euforia pra amanhã! Anda logo, me abraça, me beija, vem fazer sua namorada feliz! — Ela me aperta e eu a agarro caindo com ela sobre o sofá. Ela me enche de beijos e carinho no rosto, e isso é tão bom. É dela, é da Hearted que finalmente entendeu que uma mulher pode fazê-la feliz. É essa a Emma que eu queria pra mim e tenho agora.


Notas Finais


Ela conseguiu! Regina e Emma estão namorando! Até que enfim! O que esperar desse amor a partir de agora? Será que tem como melhorar? Vamos conversando sobre isso nos comentários. Eu espero vocês.

Retorno o mais breve possível.
Um beijo enorme e fiquem bem.


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