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História You were mine - You could break my heart in two


Escrita por: ellasanto

Notas do Autor


Olha quem voltou???? ♥♥

Capítulo 6 - You could break my heart in two


Girls Just Want to Have Fun – STRFKR

Era uma dose boa de Priestly para um dia. Andy, que saiu do escritório sentindo a pele queimar, mal teve tempo de se preparar para receber dois furacões de cabeça vermelha. Ela sabia que as garotas estavam ansiosas, mas não imaginava que elas seriam tão abertas ao diálogo e deixariam suas emoções rasgando o rosto.

Cassidy estava quase explodindo, os olhos azuis buscavam por cada mínimo espaço do Teatro, tentando captar cada essência, cada minúscula coisa que transformava aquele espaço em algo mágico. E quando ela olhava para Andy, nem mesmo tentava disfarçar o tamanho do sorriso. Era doce, e a atriz se viu conectando ainda mais com aquela na qual deveria esquecer.

Caroline era mais fechada, mas mesmo assim um poço de curiosidade. Ela mantinha a postura e se assemelhava bem mais a Miranda do que Andy se lembrava, mas os traços da juventude e os resquícios de criança ainda marcavam presença. Deixava Sachs com uma vontade de ver tais reações no rosto da mãe, e ela riu por simplesmente pensar nisso.

Elise foi, como sempre, o carinho de sempre, recebendo as duas meninas com os braços abertos e respondendo todas as perguntas iniciais que elas tinham. Mas, como sabiam, a ruiva tinha de ir para o preparo da peça que estava em cartaz, e, com beijos suaves na cabeça de cada uma, se afastou.

— Eu juro por tudo que é mais sagrado na vida da minha mãe, por nós e por Runway, que eu vou ficar quieta! — Cassidy implorou para Carol, depois que Andy contou que teriam casting em poucos minutos. — Por favor, Carol, por favor!

A diretora artística arqueou uma sobrancelha e, depois de oferecer uma curiosa olhada para Andrea, voltou-se para a mini-Priestly. — Se não fosse esses olhos azuis e esse nariz arrebitado, eu diria que é filha de Andrea Sachs. — Brincou. — Quanta expressividade, criança!

A mais nova revirou os olhos. — Por favor! — Abriu aqueles sorrisos enormes e cintilantes.

— Precisa melhorar seu poder de persuasão, Cassidy. — Carol riu, tocando suavemente o queixo da garota. — Você dará conta, Andrea? Prestar atenção no casting e nos dois dragãozinhos?

As duas meninas se viraram para Andrea, com expressões angelicais que quase convenceram a atriz. — Você se comportará, Cass? — Andrea olhou para o rosto da mais nova, tendo o cuidado de tratá-las como indíviduos e não um par. — E você, Caro?

As duas assentiram rapidamente. Carol riu, concordando com tal companhia e, enquanto as duas crianças se embolavam em ansiedade, aproximou-se de Andy.

— Você é mais esperta do que pensei, Sachs. — Piscou, se divertindo com o olhar confuso da mais nova.

Carol não deixou espaço para resposta, e, assim que saiu da sala de Elise, Emma entrou com um sorriso enorme. Caroline e Cassidy quase explodiram de felicidade, voando para os braços da loira que ria com tantas perguntas que recebeu.

— Mas como é estar casada com uma mulher? — Caroline perguntou mais interessada. — É muito diferente? Você se sente bem? As pessoas te olham muito?

Andrea percebeu um comportamento curioso vindo da primogênita de Miranda, e cerrou os olhos em observação. Cassidy questionava mais o fato dela voltar aos palcos, já que estava seguindo os caminhos de Carol e, também, como era ter de cantar na nova peça.

Emma foi muito atenciosa, era algo herdado de Elise e aos poucos momentos que teve junto de Caroline e Cassidy em visitas esporádicas a casa de Carol. Mas, aparentemente, ser gay e ter um cansamento com uma mulher linda – como as gêmeas disseram – foi o ápice para virar estrela das duas. “Que demais!”, elas comentaram uma vez.

— Andy, Andy! — Cassidy correu em sua direção, com o caderno aberto em diversas anotações sobre arte, teatro e outros pontos que foi escutando desde que chegou na Fourth Wall. — Você pode me ajudar com isso? — Franziu o cenho ao apontar para um dos tópicos.

— É claro que sim... — Respondeu com um sorriso doce, deixando seus dedos traçarem caminhos suaves pelos cabeos longos e ruivos. E, quando levantou o olhar para o sorriso zombeteiro de Emma, revirou os olhos. — E você não comece a agir como filha de Carol Aird agora!

— Oh, você sabe o que dizem, Andy... Eu sou a filhinha da mamãe! — Zombou, recebendo o revirar de olhos da morena. — Mas eu não esperava essa jogada... Realmente? Ela te confiou essas meninas? Sabe quanto tempo Cass e Caro querem vir aqui?

— Eu só me predispus a ajudar, Emma. — Rebateu.

— Claro, sempre disposta a resolver os problemas de La Priestly. — Sorriu docemente, segurando a mão de sua nova amiga. — Bem, eu fico feliz por isso.

— Agora, hum? — Cassidy a chamou da porta, já impaciente. — Carol já está indo, vamos perder tudo!

Andrea e Emma riram de toda empolgação e se deixaram levar com aquela energia renovadora que as duas meninas proporcionavam. Sachs não podia reclamar, era bom ter suas mãos puxadas por um par de cabelos vermelhos, cheios de sorrisos, perguntas e vontade de estar ao seu lado – ou Fourth Wall, que seja.

*

Leaving Port – James Horner

Foi uma nova experiência, e, para piorar o pobre coração de Sachs, uma que ela via repetindo por muitas e muitas vezes. O casting foi cansativo, se fosse julgar pela forma como Carol estendia o pescoço. Mas, para as gêmeas, não havia nada mais fantástico.

Elas se sentaram empoeiradas no chão, sem se importar em querer ocupar uma cadeira de um diretor ou seu assistente. Na verdade, Andy achou adorável quando o rosto de Caro ficou no mesmo tom que seus cabelos e ela disse baixinho que não era o espaço delas.

Andy conhecia aquelas meninas de anos atrás, quando ainda eram crianças e cheias de travessuras para chamar a atenção da mãe. Mas agora, com a adolecência apontando no horizonte, elas começavam a se enquadrar mais como partes de uma sociedade e não como filhas de Miranda Priestly. Era curioso, maduro e surpreendente.

Os olhos de Cassidy brilhavam intensamente e ela quase nem piscava enquanto via as encenações de atores em seus testes. Caroline parecia ter medo de que, qualquer mínimo movimento, fosse atrapalhar a persormance, então se encolhia e controlava sua respiração.

Quando estavam para ir para a última do dia, Cassidy relaxou os ombros, demonstrando o desgaste de sua posição por tempo demais. Ela olhou para trás, buscando qualquer tipo de apoio que pudesse ter, mas a única coisa que encontrou foram as pernas de Andrea.

Sachs notou o rubor nas bochechas da menina, e sorriu quando observou ela voltando para frente rapidamente. Ela cutucou a menina com a ponta de seu pé, observando-a saltar em seu lugar e olhar para trás.

— Vem, encoste aqui.

O olhar desconfiado, a procura para ver se alguém notaria aquele seu momento de fraqueza, mas, aparentemente, ninguém se importava. Cassidy rastejou até a perna de Andy e se escorou educadamente, tentando manter-se em toda pose que sua mãe sempre ensinou. Mas, quando a atriz mergulhou seus dedos em seus fios ruivos, Cass suspirou e desmontou.

Não demorou dois minutos para que Caroline percebesse e, com o mesmo olhar desconfiado, mas carente, pediu o mesmo tipo de atenção. Andrea não recusou, pelo contrário, apenas deixou que sua outra mão mergulhasse nos fios macios e cheirosos da primogénita.

Carol ia pedir Andy para pegar as anotações, mas quando observou a cena ao lado dela, deixou um pequeno sorriso escapar e anotou ela mesma. O mais sutil dos toques no braço de sua assistente e um aceno negativo, para que ela não se preocupasse. Afinal, havia cupido maior e mais competente do que Carol Aird?

 

— Meninas, eu realmente não acredito que seja válido, está ficando tarde. — Andy rebateu cuidadosamente, enquanto observava aqueles pares de olhos pedintes.

— Por favor, Andy, é só um pedaço! A gente assume a culpa completamente! — Cassidy retrucou.

— Sim, Andy! Mamãe não vai brigar. — Caroline reforçou.

— Apenas o primeiro ato, assim elas ficam curiosas e têm de voltar mais vezes, hum? — Agora foi Carol quem ajudou, recebendo um olhar assustado de Sachs por sua fala.

— Okay... — E antes que pudesse completar, as duas saltaram em puro êxtase. — Mas só o primeiro ato, lembrem-se disso.

As meninas correram para os assentos indicados, se perdendo no meio do Grand Teatro da Fourth Wall. E Carol sorriu daquele jeito que Andrea tanto odiava ao ficar ao seu lado.

— Primeiro os filhotes, depois a Mãe. Inteligente, Andrea. — Carol sorriu, apertando o ombro da morena. — Espero que a Mamãe Dragão não se importe de suas filhas comerem batatas fritas e milk shake, hum?

— V-voc... — E lá se foi Carol, entregando uma piscadela e pegando, das mãos de um dos funcionários do teatro, os sacos quentinhos com batatas e os milk shakes. — Oh, merda.  

Um pequeno discurso que aquilo era apenas por serem convidadas especiais de Carol e que nunca, nunca, entrariam comendo para uma apresentação real, e as duas garotas tiveram o melhor dia delas. Elas sorriam em agradecimento para Andy, como se tivesse sido ela a bem feitora de todas as maravilhas do dia, e se voltaram para frente.

Cassidy quase gritou quando as luzes se apagaram, quando as cortinas se abriram e o cenário foi revelado. Ainda não era o finalmente, havia muitas coisas fora do lugar e mais algumas que apenas marcavam espaço. Mas, ainda sim, era extasiante.

As explicações, obviamente ficariam para depois, e Andy sabia que ela teria de, pois os punhos de Cassidy rabiscavam sem parar o caderno. Mas era bom ver que, seu primeiro momento com as gêmas Priestly, estava se saindo muito bem.

Sem nenhuma interrupção de Carol no primeiro ato, as meninas se encolheram em seus assentos, e Andy, percebendo a movimentação cumplice daquelas três, deixou passar para o segundo. Mas, assim que as cortinas se fecharam, e Carol teve de fazer seu trabalho, Andy olhou rumo os dois olhares baixos.

Não houve discussão, apenas uma breve despedida com a diretora artística, que os prometeu mais vezes e foi o suficiente para que novos sorrisos nascessem. Cassidy apertava as mãos e, depois de olhar para Andrea pela quinta vez, se aproximou da atriz.

— Ei, Andy...

— Sim, Cass... — Olhou para a mais nova depois de conferir se Roy já havia avisado sua chegada.

— Nós demos trabalho?

Andy juntou as sobrancelhas e, confusa, olhou para a mais nova. — Correu tudo bem. — Assegurou. — Não tivemos nenhum problema lá.

— Mesmo? — Questionou agora Caroline. — Sabemos que não é fácil, que somos os monstrengos Priestly. — Zombou em seu tom.

O tom foi baixo e suave, havia resquícios de inocência e medo, até mesmo chateação pela imagem que carregavam, o que fez o coração de Andrea se quebrar um pouco. Ela sabia que, naquela situação, a ida das meninas à Companhia dependia completamente dela. Sabia que, por mais doces que fossem, elas estavam se esforçando ao extremo para não estragarem tudo – o voto de confiança da mãe.

— Ei... — Andy tocou suavemente o rosto da mais nova, dando um sorriso doce, quando recebeu aqueles olhos tristes. — Vocês foram incríveis. — Acarinhou, percebendo Caroline se aproximando mais, e também recebendo seu suave toque. — Vocês são incríveis, e nunca deixem de acreditar nisso. Agora... — Arranhou a garganta. — Se estarem aqui é o que realmente querem, eu vou ajudar vocês.

— Mesmo? — Agora o tom era entusiasmado e esperançoso, e quando Andy afirmou, ela se surpreendeu com os dois corpos batendo no dela num contato que ela nunca imaginou ter.

— Sim, sim... — Ela riu. — Vamos lá, antes que sua mãe coloque o FBI atrás de nós.

*

Rolling in the Deep – Contact Light

Andy achou que o caminho da Fourth Wall até a casa da cidade seria o mais fácil de lidar depois de todo aquele dia. Mas o mar definitivamente não estava para peixe.  

Foi assim que as meninas soltaram seus braços, com sorrisos enormes e olhos brilhantes, que o mais estranho aconteceu. Ela deu dois passos na calçada, rindo com algo que Caroline contou, que seu corpo trombou com de um rapaz e impediu que as três seguissem até Roy.

— Me des- — Então ela engoliu as palavras quando olhou para o rosto daquele rapaz. — Nate... — Ela disse lentamente, deixando os olhos grudarem naqueles velhos conhecidos olhos verdes. — Me desculpe, eu... não vi você. — Disse por fim.

Ele não tinha mais aqueles cabelos desmazelados e grandes, o corte apenas deixava uns fios maiores no topo da cabeça. Os fios negros estavam perfeitamente alinhados, quase como um topete bem feito – se ela não conhecesse o mais deles. O sorriso ainda continuava o mesmo, mas surpreso e, estranhamente, contemplador.

— Ei, Andy. — Ele disse tão suavemente, que Andrea se pegou deglutindo em seco. — É bom ver você.

Foi quando ele se aproximou, que Andy arregalou os olhos, ela não esperava que ele ainda mantesse algum tipo de sentimento por ela, ainda mais como as coisas acabaram. Mas ele se mostrou um tanto quanto apaixonado pelo seu primeiro amor, ao menos era condizente em como o beijo descansava em sua bochecha.

Andrea respirou fundo, sentindo a loção invadir suas narinas, o conforto dos braços de seu ex circundarem sua cintura em um desajeitoso abraço, e esperou sentir tudo que um dia sentiu. Mas se lembrou de Therese e seus incontáveis conselhos para que deixasse o passado ir, que Nate nada mais podia oferecer.

Eles terminaram. Viveram um tempo de recaídas. E aquilo tinha que ter sido suficiente.

— E como estão as coisas? — Ela perguntou casualmente, agradecendo pela sua voz tão ter saído engarrafada.

— Voltando para Nova York. — Ele contou, observando os traços de surpresa em Andrea. — Boston foi excelente, mas meu lugar é aqui.

— Entendo... — Ela sussurrou, espremendo os lábios no que acreditava ser um potencial sorriso.

— Ei, Andy? — Cassidy quem chamou dessa vez, livrando a atriz de qualquer embaraço por não saber o que dizer.

Sachs notou a forma como os lábios da caçula se firmavam em um mimado bico, nos braços cruzados e no pé batendo impacientemente na calçada. Ela quase riu, porque era óbvio o desgosto de Cass pela interrupção da maravilhosa noite, mas ela não sabia se era demais ter notado ciúmes naqueles olhos azuis – tal como a mãe naquele mesmo dia.

— Só um momento, huh? — Pediu em seu tom carinhoso, e observou que a menina segurou o revirar de olhos, mas se moveu e se colocou entre ela e Caroline – quase protetoramente.

— Oh, olá! — Nate cumprimentou as duas garotas de cabelos vermelhos, dando um sorriso charmoso – ou que Andy acreditou no tempo em que eles estavam juntos. — Eu sou Nate. — E estendeu a mão.

Cassidy emburrou ainda mais, trombando seu corpo com o de Andrea, enquanto Caroline – que mantinha a mesma postura herdada de sua genitora – o cumprimentou. Os lábios da primogênita se abriram como os de Miranda, num sorriso falso que chegava a doer para quem o conhecia.

— Caroline. — Ela disse naquele tom cortante e frio, apertando com firmeza a mão do rapaz. — Caroline Priestly. — Reforçou.

Oh, garoto. Foi tudo o que faltava para o dia, e Andy quase definhou.

O sorriso de Nate tremeu, ameaçando sumir de seu rosto. Os olhos não negaram o espanto e todos os questionamentos caíram sobre Andrea assim que ele a encarou.

— Entendo... — Ele murmurou, com os olhos cheios de acusação.

— Nate deve ser o diminutivo para algum nome, sim? — Caroline puxou, impedindo que Andrea se embolasse em alguma justificativa estúpida.

— Hum, sim? — Ele piscou repetidas vezes, encarando as duas meninas – Cassidy, que se enrolava na cintura de Andrea, e Caroline que o ameaçava com um olhar.  — Nathaniel, eu acho.

— Eu acho... — A menina zombou. — Certo. Então, Nathaniel, o que você faz?

— Eu sou Chef. — Ele disse, mudando sua postura para um olhar orgulhoso. — Estou abrindo meu próprio restaurante em Nova York.

Foi Andy quem piscou dessa vez, e, mesmo com todas as coisas que passaram, todas as coisas que ele uma vez disse, ela sentiu orgulho por seu crescimento. Mas engoliu em seco quando notou o olhar franzido de Caroline, e o sorriso que nascia morreu rapidamente.

— Entendo, espero que tenha sucesso com seu negócio. — Caroline desejou cordialmente. — E, falando em restaurante... — Voltou-se para Sachs. — Mamãe não vai gostar que você se atrase para o jantar, Andy.

Cassidy não segurou seu sorriso satisfeito, e entrou na onda da irmã rapidamente ao segurar a mão da atriz. — Vamos, Andy. Mamãe fica um horror quando está com fome. — E a levou para longe de Nate e o que é que ele significasse.

— E-eu... — Andy se viu puxada, girando o pescoço para ver um estiloso, mas perdido, Nate para trás. — Bem, eu tenho que ir. Foi bom ver você, Nate. Se cuida.

— Andy! — Ele interrompeu antes que a mulher deslizasse pelo couro do banco da Mercedes.

— Sim?

— Eu... Eu posso te ligar depois?

— Hum. — Ela olhou para dentro, pegando o questionamento nos olhos também das meninas. — Sim, claro. — Ela respondeu rapidamente e entrou.

Roy as cumprimentou, mas não houve um só suspiro de nenhuma das meninas. Elas nem mesmo olhavam para Andy, era como se estivessem chateadas com o que é que tenha acontecido naquele curto encontro. Andrea até mesmo agradeceu por não ter dito muita coisa, pois sabia que um simples “apenas estou acompanhando-as para conhecer Fourth Wall”, poderia quebrar a confiança com as duas.

As meninas se entregaram a ela genuinamente. Confiaram, abraçaram e a protegeu de quem é que fosse aquele homem. De alguma forma, Andy sabia que as meninas tinham ainda a carência de uma figura amiga, por mais próxima que Miranda tentasse ser não era a mesma coisa. E se ver naquele papel, na primeira vez que fica com elas, foi enlouquecidamente satisfatório.

Andrea sabia que não haveria jantar, porque em momento algum isso foi acordado. O porquê de isso ter sido usado como desculpa ainda era um mistério, mas ela não podia se importar menos no momento. Sua mente deu um giro, Nate estava de volta, Miranda estava de volta. E ela se viu repetindo o passado. Isso a assustou como um inferno.

Ela pegou o olhar de Cassidy, que desviou assim que ela se virou. E, quando ia tentar puxar algum tipo de assunto, a Mercedes parou e as duas adolescentes saltaram do carro.

— Eu posso levá-la, Andy. — Roy se predispôs.

Andy respirou fundo, olhando pela janela e observando a casa a frente. Ela cerrou o punho e deu meio sorriso a Roy. — Obrigada, mas você pode ir descansar, eu pego um táxi. — Ele afirmou gentilmente, e Andy saltou.

As meninas não pareciam felizes e Andy se sentiu a pior das pessoas por ter estragado tamanha empolgação. Mas, quando a porta se abriu, e Miranda se fez presente, as duas garotas saltaram com sorrisos enormes.

— Mamãe! — E correram até trombarem com o corpo da mais velha.

 

Back to you – The Mayries

Andrea sorriu, e, sendo privilegiada em poder ver um momento como aquele, seu coração bateu forte dentro do peito. Não havia passado com Nate que fosse maior do que aquele sentimento que ela guardou por tanto tempo. Uma vez ele disse que ela estava em um relacionamento com quem ela atendia as ligações, e quando miranda ligou, ela desejou que fosse verdade.

Andrea desejou por muito tempo que pudesse ser muito mais do que uma assistente. Desejou que seus sentimentos fossem recíprocos. Desejou que Miranda pudesse olhá-la com amor nos olhos, que a convidasse para ficar, não por ter de passar uma agenda inteira, mas porque sua presença era agradável o suficiente.

Mesmo com tudo que passou naqueles últimos dias, nas trocas afiadas entre elas, na tensão quase explodindo seu corpo, parecia longe o bastante para que ela fizesse parte. Então, observar de longe Miranda enrolada em seu robe cinza, cercando suas filhas nos braços e beijando o topo da cabeça, fez seu coração apertar.

Empolgadas com todas as novidades, Cass e Caro puxavam sua mãe para dentro de casa, que não se opunha ao desejo das filhas. As meninas nem mesmo se deram conta que não foram acompanhadas, e, talvez, estavam chateadas demais com Sachs para que desse mais de suas atenções.

Mas Miranda não. Bastou um olhar, um único maldito olhar, e Andrea sabia que ela deveria seguir para dentro da casa da cidade. E nem pode contemplar o sorriso que Miranda dedicou a ela quando a viu se mover e sair de sua estagnação.

Seria possível fazer parte?

Andy fechou a porta, olhou para o foyer e sentiu um bolo na garganta crescer. A decoração havia mudado um pouco, mas a nostalgia abateu de qualquer forma. Doía, porque ela lembrava o quanto se quebrou da última vez, e, pior, a força que Miranda tinha para quebrá-la mais uma vez.

Sua mão deslizou pelo casaco de Miranda pendurado no armário, o cheiro do perfume que permaneceu no tecido e dominou cada centímetro daquele espaço. Era tudo tão intenso e confuso, que desejou não pensar mais. Apenas tirou seu casaco e o pendurou ao lado do de Miranda.

Ela seguiu para as luzes acesas, dando acesso a cozinha. E seu coração tropeçou nas batidas com a cena caseira. Apenas as luminárias de cima da ilha da cozinha estavam acesas, e marcava os rostos das três Priestly. Era confortável e calmante, ainda mais com o som da voz de Cassidy contando tudo que ela viu. O deslumbre da peça, as cores, luzes, estrutura...

— E você, Caroline?

— Você sabe, mãe. — Ela começou, com seu tom baixo e menos entusiasmático que o de Cassidy. — Eu gostei muito, é um universo muito bonito e cinematográfico, mas não é para mim. Arte, definitivamente, é para Cass. — Ela riu.

— Sim, Bobbsey. Mas fico feliz em saber que se divertiu junto de sua irmã. Tem algo que ame fazer? Algo que queira conhecer mais?

— Hum, talvez. — Ela disse pensativamente.

— Quando souber, você sabe que pode falar comigo. Certo?

— Sim, eu sei. — Ela afirmou confiante.

O olhar de Miranda encontrou Andrea escorada no batente da cozinha, com os braços cruzados frente sua camisa Armani, e sorriu brevemente. — Então, vão lavar as mãos e irei servir o jantar.

Mas sem nenhuma movimentação, apenas o silêncio acompanhando Miranda, ela tirou o vasilhame do forno e voltou para os três rostos confusos a sua frente. As duas garotas voltaram para Andrea, como se implorassem por proteção e ajuda e Miranda acompanhou o caminho.

— O que está acontecendo?

— Nós comemos, mãe. — Caroline quem falou, assumindo a responsabilidade desde quando elas prometeram isso à Andy. — Carol nos deu batata frita e milk shake.

E quando os olhos frios de Miranda bateram nas suas filhas e caminhou lentamente rumo à Andrea, Cassidy se apressou. — Não foi culpa de Andy, mamãe! Nós que quisemos e Andy até nos alertou, mas...

— Mas não é como se pudessem recusar um lanche tão saboroso quanto esse. — Miranda completou, descansando a travessa no meio da mesa. —  E você, Andrea? Também ingeriu essa comida nutritiva?

— E-eu... Não. — Ela respondeu, deglutindo em seco.

Seu estômago embrulhou tanto quando viu Carol oferecendo aquela comida as meninas, que até mesmo perdeu a fome. Era óbvio que a diretora tinha intimidade o suficiente para provocar o Dragão, mas ela não. E, bem, aqueles dois filhotes estavam em sua responsabilidade.

— Então, imagino que não será incômodo me acompanhar? — Miranda levantou o olhar para a mais nova. — Apenas se já tiver outros compromissos, não quero comprometer você mais do que já fiz por um dia.

Andrea olhou para os dois pequenos espectadores sentados a frente de Miranda. Caroline tinha o olhar mais atrevido, quase se gabando da verdade em que disse mais cedo: “Boba, era óbvio que mamãe ia te chamar para ficar.”, imaginou Andy. Cassidy era mais esperançosa, quase gritando um “Sim, ela quer” para sua mãe.

Elise um dia falou: as meninas sentem falta de uma presença amiga, sente falta de momentos tranquilos com a mãe e mais alguém. É assim comigo e com Carol, elas se apegam e demonstram todo o amor que podem para que nós não a deixemos. “Mamãe está mais feliz, Lis, não deixe mamãe de novo.”, Pellerin repetiu a fala de Cassidy.

— Acho que a aparição do namoradinho deixou ela desnorteada, mãe. — Cassidy quem comentou, fazendo Andrea engasgar e Miranda arregalar os olhos.

— Namorado? — Miranda perguntou, mantendo sua voz tão baixa como sempre. — Não sabia que estava em um relacionamento, Andrea.

— Não! — Arranhou a garganta, controlando o tom alto que escapava de sua boca. — Digo, não há nenhum namorado.

— O Chef... — Caroline zombou. — Eles mal conseguiam falar uma frase completa, foi terrível de acompanhar. — Revirou os olhos. — Atrapalhamos, Andy? Você gostaria de ter tido mais tempo com... Nate?

— É só... Eu só não esperava. — Se explicou, apertando seus braços mais firmemente.

— Então o cozinheiro ainda está ao redor, hum? — Miranda murmurou, e Andy observou a postura da mais velha enrijecer.

— Não, ele não está. — Andy se adiantou, dando mais passos para dentro da cozinha. — Quer dizer, ele está voltando para Nova York, mas isso não quer dizer que ele está ao meu redor ou o que vocês entendem com isso. — Se explicou rapidamente. — E, sim, Miranda. Eu gostaria de me juntar a você para o jantar.

Ela recebeu três olhares surpresos e agradáveis para ela. Aparentemente, a firmeza foi apreciada pelas três Priestly. Cassidy abriu um enorme sorriso e, quando ia comentar alguma coisa, Caroline a cutucou.

— Vamos Cass, precisamos de um bom banho. Desculpe mamãe, não sabíamos que nos esperaria para o jantar. — E quando se levantou, olhou diretamente para a atriz. — Obrigada pelo dia, Andy.

— Obrigada por ficar. — Cassidy comentou mais baixo, dando um sorriso doce.

As meninas desapareceram, o som dos passos rápidos logo desapareceu, restando apenas ela e Miranda.

— Então, quer dizer que você deu porcaria para minhas filhas?

Oh garoto. A morte seria lenta e torturosa, porque sabia que se tinha algo não tolerável era a vida de suas preciosas Bobbseys. Andrea desejou, pela milésima vez em menos uma semana, a morte de Carol Aird. Mas, quando encarou Miranda, assustou com a quão divertida ela parecia.

Andy soltou sua respiração, a hiperventilação tomando espaço por outro motivo. Miranda gargalhou. E o som que retumbava por cada canto daquela cozinha, atingia em cheio Andrea.

No conforto de sua casa, enchendo duas taças de vinho, Miranda estava absurdamente bonita, muito mais do que qualquer dia que a tenha visto embonecada para o trabalho. O natural era bonito, muito bonito.

A pele pálida, sem nenhum traço de maquiagem, mas sem os círculos escuros de Paris, foi uma das coisas mais bonitas que Andy viu. Os olhos azuis brilhavam muito mais sem toda vermelhidão de choro, sem as cores que sempre aconchegavam as pálpebras. Além do robe perfeitamente aconchegado em seu corpo, amarrado tão suavemente que parecia que a qualquer movimento ele se desfazeria e revelaria o que é que a mulher usava por baixo.

E Andy ofegou. Miranda era sua ruína, e ela percebeu que não via a hora de se entregar, mesmo que isso a quebrasse novamente.

— Garota boba, venha até aqui. — Miranda a tirou de toda apreciação. — Ao contrário do que dizem, eu realmente não costumo beber sangue de jovens bonitas no meu covil.

— Hum... — “Jovens bonitas...” Andy deglutiu em seco e, sem muita confiança no sustento de suas pernas, se aproximou da ilha. — Explicaria muita coisa...

Miranda levantou o olhar e ergueu uma sobrancelha, curiosa com a colocação. — Sim? E o que seria? — Estendeu a mão com a taça.

— Você e... — Desviou o olhar rapidamente depois que aceitou a taça, deixando sua mão rolar no ar por todo o corpo da mais velha. — Tudo que isso significa.

— É uma tentativa de elogio, Andréa? — Miranda abaixou os decibéis de sua voz.  

— Miranda, eu quero dizer, que... — O olhar assustado da mais nova, fez Miranda arquear ainda mais sua sobrancelha. — Oh, merda, olha só pra você, você é absurdamente linda!

Andrea arregalou os olhos, como se tomasse consciência que realmente tinha dito aquilo, e seu rosto corou profundamente. Miranda riu, afirmando com a cabeça e pegando sua própria taça.

— Agradeço, de qualquer maneira. — Sorveu o líquido lentamente.

Andrea, que estava escorada na ilha, a um braço de distância de Miranda, não conseguiu deixar de observar o movimento da garganta engolindo o vinho, nem mesmo a quantidade de pele exposta sob aquele robe. Era enfurecedor o quanto isso a atingia, mas desconcertante de como não conseguia afastar seu olhar.

Miranda sorriu como um predador ao observar a atenção descarada da mais nova em seu corpo, sentindo uma onda de confiança reverberar por ele. Esqueceu-se dos insultos de Stephen. Esqueceu-se da diferença de idade, de seus divórcios e como ela havia se tornado a “velha frígida”.

Esqueceu-se de todas as vezes que se deteriorizou diante a tantas imagens de beleza a sua frente. Esqueceu-se de como tinha que manter uma alimentação rigorosa e o pilates em dia para conseguir se manter razoavelmente bem. Esqueceu-se de tudo, porque nunca, ninguém, a olhou com tanto desejo como aquela bonita jovem a sua frente.

Andy tinha os cabelos mais curtos, tocando os ombros e com ondas mais aconchegantes por toda sua extensão. Foi uma pequena transformação na semana anterior, mudança que só naquele momento Miranda teve tempo para apreciar.

— Estou faminta, Andrea. — Ela disse em seu tom rouco, atraindo os olhos mergulhados em chocolate piscando repetidas vezes. — E, se realmente não se alimentou precariamente com minhas filhas, também deve estar.

Andrea arranhou a garganta, ainda sem saber ao que de fato Miranda tinha fome, e se convenceu que era ao prato a frente. Então, se ajeitou no banco e respirou fundo.

— Sim, Miranda.

Andy olhou para a travessa e sentiu seu estômago reclamar brevemente com a beleza da massa ao molho pesto. Mas quando seu olhar se voltou a mais velha, seu estômago deu cambalhotas. A mulher estava mais próxima, os lábios molhados do vinho e os olhos mais escuros do que Andy se lembrava. Definitivamente, estava faminta.

— Parece delicioso.

— Sim... — Miranda sussurrou. — Deixe-me servir você.

Andrea prendeu a respiração quando sentiu o corpo de Miranda encostar em suas costas, quando pode sentir o calor emanar por cada partícula, atingir sua pele e a fazer queimar. Sentiu a mão da mais velha apoiar em seu ombro, enquanto debruçava sobre a ilha e servia seu prato.

Ali ela soube que era seu fim e não tinha como olhar em outra direção.

 

Kiss me (Live Acoustic) – The Macarons Project

Seu coração batia forte, sentia as pernas trêmulas e agradecia por estar sentada. Mas quando a mão de Miranda deslizou por suas costas, largando o toque, foi como se uma parte de Andrea caísse junto com a perda. Ela prendeu a mão da editora que estava sobre a ilha, apertou os dedos e soltou sua respiração.

O peito doía com a força das batidas. A mente ficava turva com a temperatura alta de sua pele. Andy fervia. Ela esperou alguma repulsa de Miranda, algum tipo de atitude que mostraria o desejo de se afastar. Mas não houve nenhum movimento, apenas o resvalar suave da seda contra seu braço, que intensificou com a respiração rápida da mais velha.

Então ela virou seu rosto, encontrando aqueles olhos azuis tão próximos e acima dos seus, que seus dedos afundaram no punho de Miranda, implorando por tudo aquilo. Seu pedido foi atendido quando, a mão livre da editora, aquela que antes estava em seu ombro, achou o caminho de volta, deslizando suavemente por cada centímetro até encontrar a nuca e emaranhar em seus cabelos negros.

Andy suspirou, sentindo um gemido escapar de sua garganta e os olhos fecharem involuntariamente. Miranda observou aquela jovem a mercê de suas vontades, entregue ao menor dos toques e sua fome quase rasgou seu estômago. Ela queria, e como queria.

Então, ela se aproximou da boca de Andrea, deixando suas respirações se encontrar, seus lábios roçarem e, antes que a mais nova tivesse um lapso de consciência, tomou toda aquela carne em sua boca.

Gemeram juntas, estremeceram com o menor dos toques. Sentiram as bocas se fundirem, os lábios grudarem e as línguas encontrando o caminho para dentro. Molharam-se, derreteram em meio ao calor de um toque que era esperado por anos.

Andy torceu seu corpo, abrindo suas pernas e trazendo Miranda para entre elas. Suas mãos pousaram na cintura da mais velha, agraciado com maciez do robe; e, deslizando por toda lateral do corpo, sentiu a inexistência de qualquer peça por baixo.

Oh, garoto. — Andrea gemeu.

Miranda subiu suas mãos, segurando a lateral do rosto de Andrea e deixando que sua boca aprecisasse os lábios carnudos e macios da mais nova. Soltando um suspiro quando chupou o inferior e Andy reagiu fincando os dedos contra sua pele.

A atriz deslizou suas mãos, apertou mais firmemente o corpo de Miranda contra o seu, explorou toda a boca da mais velha e deixou que os lábios caíssem para seu queixo, escorregando até sua orelha. Miranda estremeceu, deixando as mãos caírem nos ombros de Andrea, e suspirando de prazer com a boca úmida sugando seu lóbulo.

— Você cheira maravilhosamente bem, Miranda. — Andrea murmurou, deixando seu nariz escorrer pela lateral do pescoço, roçando os fios macios e prateados da nuca. — Tão bem... — Gemeu, salivando de desejo em provar mais daquela pele.

Miranda deixou os dedos brincarem pelo decote da blusa, sentindo a pele febril da mais nova brincar em seus dedos. As pontas roçaram o interior da blusa, fazendo Andrea engasgar e, como recompensa, fincar os dentes em sua jugular.

— Andréa! — Tremeu, apertando a mais nova e se contorcendo com a sensação efervescente daquela língua brincando em sua carótida.

Era um jogo perigoso, ambas sabiam disso. Mas estavam fartas de fugir. Estavam cansadas de negarem o quanto se queimavam por um maldito toque. Cansadas de terem de brincar com a existência do não, enquanto se afogavam em tamanho sentimentalismo.

Foi por um barulho vindo do andar de cima, que as duas se afastaram assustadas. Elas se olharam. Os lábios avermelhados, a pele corada, os cabelos despenteados e as roupas amassadas. E ela nunca imaginou que “adorável” acompanharia tão bem Miranda.

A mais nova apreciou a forma como o robe caía por um ombro, os mamilos entumecidos realçavam no tecido fino, e faziam com que seu centro se apertasse ainda mais. Apreciou a respiração desregulada de Miranda, e, percebendo que ainda permaneceriam a sós, a puxou de volta para seus braços.

Estava acontecendo de novo, as línguas se enrolando, as mãos se apertando e as duas mulheres espremendo seus corpos como se quisessem entrar dentro da outra. O beijo bem mais lento, tornava-se ainda mais erótico e elas quase não conseguiam respirar. Mas os passos rápidos nas escadas as fizeram saltar em distância.

Miranda se recompôs rapidamente, ou ao menos ela acreditava que sim. Enquanto Andrea mantinha um olhar abobado, observando a mais velha ajeitar seus cabelos, sentar na ponta da mesa e se servir com um pouco de massa.

— Andy! — Cassidy soltou exasperada, invadindo a cozinha com seus cabelos soltos e esvoaçantes. — Você não vai acreditar!

Miranda sorriu, enchendo a boca com a massa e se atentando a forma como a atriz se virou para dar toda atenção a sua filha. Os olhos de Andrea, tão cheios de luxúria anteriormente, tornaram-se chocolates derretidos, e Miranda suspirou ridicularmente por aquela cena.

— Então, conte-me!

Cassidy se aproximou o suficiente. — Carol me chamou para aprender na escola de artes cênicas, que ela está abrindo uma outra turma! — Os olhos azuis brilhavam tanto que Andrea piscou, rindo do quanto a menina se empolgou com toda a situação. — Mas ela disse que só se você aceitar, porque é você quem vai lecionar. Você deixa, Andy? Por favor! Eu prometo que vou me comportar e serei a melhor aluna de todos os tempos!

Andrea piscou, ainda sem entender como, de repente, ela se tornou professora de artes cênicas da Fourth Wall. Obviamente, sua não comunicação com Aird não era algo que Cassidy deveria saber, mas ela acabou agradecendo mentalmente por aquilo. Talvez, e só talvez, Carol realmente tivesse observado o quanto ela tinha interesse com aquelas outras crianças.

— Sim, Cass, é claro que eu aceito. — Andy afirmou e Caroline saltou com um “Yes!”, apertando as mãos de Sachs. — Hum, mas antes de confirmar comigo, você não acha que primeiro deveria pedir sua mãe?

Cassidy arregalou os olhos, endireitou sua postura e olhou para Miranda na pont da mesa. Ela sabia que aqueles olhos frios não estavam tão gélidos como quando ela estava brava, observando-a podia até dizer que estava era muito feliz e, bem, ela não errou no final de tudo.

— Posso, mãe?

— Se seus deveres estiverem sempre em dia. — Observou a garota acenar rapidamente. — E se isso, de forma alguma, interferir nos seus estudos...

— Eu prometo, mamãe! — Ela disse bravamente, quase como se voltasse a ser uma criança. — Estará tudo em dia e meu quarto arrumado.

Miranda arqueou as sobrancelhas, surpresa com tal acordo e sorriu. — Isso só pode ser um sonho! — Brincou, arrancando uma risada de Andrea.

— Então, isso é um sim?

— Sim, Bobbsey. Você pode ter aulas com Andrea.

A garota saltou novamente, correndo ao redor da mesa e se jogando nos braços de sua mãe. Ela despejou milhões de agradecimentos e disse que precisava contar para sua irmã e Carol.

E, da mesma forma que entrou, ela saiu da cozinha.

— Vejo que você está conseguindo o que quer, Andrea. — Miranda disse baixo, enrolando a massa em seu garfo. — Conquistando primeiro os filhotes do Dragão. — Brincou, recebendo uma gargalhada de Andrea como resposta.

— Oh, você se surpreenderia o quão esperta posso ser. — Brincou.

Miranda riu, acenando em concordância. — Não tenho dúvida alguma, apenas curiosidade. — Disse suavemente, deixando seu olhar se prender aos achocolatados. — Mas você me deixa sem saída, porque se eu me afastar de você, serei a maior vilã de todos os tempos.

— Oh, querida. Isso você realmente será. — Ela se levantou, ignorando qualquer tentativa de um jantar tranquilo e afastado do toque da mais velha. — Eu sou um partido irresistível, e você perderia muito se me afastasse.

Miranda revirou os olhos para a petulância, mas abriu suas pernas para que a morena se encaixasse em seus braços. — Temo estar em sérios problemas. — Sussurrou.

— Começando por eu ter viciado em seu beijo... — Andrea disse suavemente.

— Oh, é bom saber. — Miranda comentou, roçando os seus aos da mais nova. — Se isso te manter afastada do cozinheiro e de minha assistente... Não vejo problema algum em alimentar seu vício.

E, antes que Andrea pudesse retrucar ou tirar sarro do transparente ciúmes, Miranda a beijou bravamente.


Notas Finais


E então? Devo continuar ou posso finalizar aqui?


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