A porta se destrancou devagar, sendo aberta por uma figura mediana com uma katana presa ao coldre na cintura.
Era comum Chris chegar em casa naquele horário, afinal era uma das responsáveis pela caça e pela ronda local. Remexeu os fios, tomando rumo ao quarto – seu pequeno ninho de puro aconchego e gelo.
Esticou os braços e bocejou, regulando a temperatura do ambiente e sorrindo na direção de Soren, seu urso polar, que dormia calmamente no carpete azulado perto da cama. Depois de um banho longo e uma troca de roupa, sentou-se na cômoda e puxou um de seus livros favoritos.
“Paz, finalmente”, pensou. E foi interrompida minutos depois por três batidas na porta esbranquiçada.
O cenho franziu, mas mesmo com muita preguiça foi em direção ao barulho. Girou a maçaneta e puxou a limiar apenas para observar a surpresa mais adorável de sua madrugada conturbada: Makoto embrulhada em um pijama de algodão, os cabelos ruivos amarrotados e um pano rosa preso aos dedos. As orbes esverdeadas cintilavam diante a silhueta da filha de Quione, como se estivesse implorando por algo.
— Ina... — Choramingou o apelido da ‘irmã’ — Tive um sonho ruim, muito ruim!
Não teve tempo de reagir a pequena se agarrando as suas pernas, se contentando em pegá-la no colo e levar até o conforto dos edredons e travesseiros que cobriam sua cama. Outro bocejo escapou logo que iniciou um cafuné na garota.
— Um pesadelo...
— Sim! Eu não conseguia achar papa ou mama, você e Erik também. Ninguém tava lá! — Agarrou o tronco da filha de Quione, que acariciava o couro cabeludo devagar.
— Mako, quando estiver com medo, lembre de que não importa o que aconteça nós nunca estaremos longe de nossa estrelinha.
Sussurrou, sentindo a garota se encolher em seus braços. Murmurando uma canção, Christine reafirmava que ela ficaria bem, tudo ficaria bem. Mesmo quando a criação perecesse, faria de tudo para que aquela criança de cabelos alaranjados permanecesse bem.
Não demorou muito para que Makoto retornasse ao mundo dos sonhos, com um semblante sutil e lábios cobertos por uma curvatura gentil. Sorriu para ela, que para sempre seria sua irmã caçula, e deixou que adormecesse ali mesmo.
Não demorou para que o cansaço remanescente de uma longa noite caísse sobre o corpo, se deleitando com o ar gélido e presença da pequena. Cedeu aos encantos de Hypinos por fim.
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