1. Spirit Fanfics >
  2. Young Lady - Versão corrigida e reescrita (Parte 1) >
  3. Piper Chapman

História Young Lady - Versão corrigida e reescrita (Parte 1) - Piper Chapman


Escrita por: xGhostWriterx

Capítulo 3 - Piper Chapman


Fanfic / Fanfiction Young Lady - Versão corrigida e reescrita (Parte 1) - Piper Chapman

— Acorda, Pipes! Estamos atrasadas! - Polly a balançava, fazendo a loira resmungar. 

— Atrasadas para o que, porra? – Murmurou sonolenta, cobrindo o rosto com o lençol quando Polly escancarou as cortinas do quarto permitindo que a luz do sol entrasse. 

— Para a aula, ora! – Polly disse, puxando o lençol e recebendo um olhar furioso. — Para o que mais seria? 

— Ai, que merda! – Piper se sentou na cama, passando as mãos pelo rosto. — Minha cabeça está estourando! – Fechou os olhos novamente, evitando a luz ofuscante. 

Polly balançou a cabeça, a censurando. 

— Eu já disse para não beber com clientes, ainda mais durante a semana. – Advertiu, colocando um caderno dentro de sua mochila e alguns outros materiais. 

— Porra, aquele velho é nojento demais! – Piper franziu o cenho. — Eu precisava beber! 

Polly riu. 

— Quem era? 

Piper mirou o vazio, como quem pensa em algo distante. 

— Sam Healy. – Disse, uma expressão enojada no rosto. 

— Urgh! Que nojo! – Polly ria alto. — Ainda bem que ele só me contratou uma vez. – Fechou o zíper da mochila. — Não sou tão boa atriz quanto você. 

Piper semicerrou os olhos, a encarando. 

— Vai se foder, você é boa pra cacete! – Riu. — É que aquele velho gosta de loiras. – Se levantou, vestindo uma calça jeans que estava jogada sobre a escrivaninha. — Temos aula de que mesmo? 

— História do teatro, Piper. – Polly a olhou sem acreditar. — Já estamos na metade do semestre e ainda não decorou a grade? 

— Para que decorar a grade se tenho você para me dizer? – A loira ria enquanto vestia sua blusa. — Odeio aula teórica. – Revirou os olhos, calçando seus tênis às pressas. Deu uma olhada no relógio, estavam realmente atrasadas e o professor que lecionava a disciplina costumava pegar no seu pé. 

— Eu também, mas fazer o que? – Polly deu de ombros, colocando a mochila nas costas enquanto observava a amiga correr para o banheiro a fim de escovar os dentes. — Vamos, Piper! Aquele velho vai matar a gente! – se referia ao professor. 

— Calma! Estou quase acabando! – Piper disse como pôde, a boca cheia de creme dental. 

Piper havia se mudado de Ogunquit para West Hollywood a três anos a fim de cursar Artes Cênicas. Sempre havia sido muito boa em teatro e atuar era definitivamente o que fazia de melhor. Sua mãe sempre a incentivou a correr atrás de seu sonho, ainda que seu pai não fosse de acordo (insistia para que ela cursasse Direito). Por isso, mesmo que não tivesse condições de mantê-la em Hollywood, muito menos de pagar seus estudos, Carol entregou-lhe todo o dinheiro que haviam reservado para a faculdade de Direito e a incentivou a se inscrever na Universidade da Califórnia, aclamada no curso pela proximidade de Hollywood. Quando a carta chegou informando que havia sido aceita, não foi nenhuma surpresa: Piper era excelente aluna ainda que não estudasse muito. 

A loira então deixou a pequena cidade situada no Maine, e com muitas lágrimas e esperança, despediu-se de seus pais (Bill Chapman continuava a não estar de acordo, mas tinha pouca ou nenhuma autoridade dentro de casa; Carol não era fácil). Conseguiu um emprego de garçonete em um dos bares locais e lá conheceu Polly, sua fiel escudeira. Com o tempo, ficaram bem amigas e passaram a dividir um apartamento. Polly também havia saído do interior da Califórnia para seguir o sonho de estudar Artes Cênicas em Hollywood e tinha a mesma ou pior condição financeira que ela. Depois de algum tempo, o dinheiro que tinham, é claro, acabou e o que ganhavam no bar não era o suficiente para se manterem estudando e vivendo ali. Foi assim que, incentivada por Marisol (uma latina de pouco juízo que havia trabalhado no bar e também estudava teatro), mudaram de profissão. Piper relutou um pouco no início, diferente de Polly que aceitou imediatamente (já tinha trabalhado daquela forma algumas vezes e sabia como ser cuidadosa). Com o passar dos meses, Piper percebeu que precisaria fazer alguma coisa, do contrário teria que voltar para o Maine (e definitivamente, não era isso que queria), então pediu demissão do bar e começou a “trabalhar”. 

O início havia sido estranho, Piper não tinha muita experiência apesar de sempre ter sido muito “para frente”, o que sem dúvida facilitava parte do trabalho. Com o tempo e a ajuda de Polly e Flaca (essa era a forma como chamavam Marisol), foi “pegando o jeito” e agora poderia se considerar muito boa naquilo: era uma das favoritas do site. 

Quando chegaram ao campus da universidade, apertaram o passo. Estavam com vinte minutos de atraso e Piper não se surpreendeu quando foi chamada atenção pelo professor Howard ao descerem as escadas do teatro. 

— Srta. Chapman. – Ele disse, em alto e bom som, enquanto andava de um lado a outro do palco da forma pomposa como sempre fazia. — Terei que te presentear com um despertador? 

Algumas risadinhas se fizeram ouvir enquanto ela se tornava o centro das atenções. Piper deu de ombros e o ignorou, seguindo Polly por uma das fileiras e se sentando em uma das cadeiras ao lado de Flaca. Não costumava dar confiança para Howard, ele não gostava dela e tinha seus motivos; ela não podia o culpar. 

— Tira a cama das costas, Pipes. – Flaca sussurrou, implicando com ela. — Que cara é essa? – Disse, parando de escrever para olhá-la. 

— Estou com uma ressaca da porra. – Pegou o caderno e apoiou sobre o colo. — Atendi ao Healy ontem. 

Flaca fez uma careta. 

— Urgh, que merda! – Disse, mais alto do que deveria, ouvindo um sonoro “Shh” vindo da fileira de trás. 

— Ele ainda te chama? – A loira a olhou. 

— Às vezes. – Flaca mirou o slide e fez uma anotação. — Sempre penso em negar mas ele dá umas gorjetas fodidas. 

Piper ergueu uma sobrancelha. 

— E você acha que ainda o atendo porquê? – Disse, fazendo a outra rir. Logo passaram a prestar atenção a aula.

 

O tempo passou bem rápido; apesar de insuportável, Howard era bem didático e conseguia prender a atenção dos alunos. Assim que ele anunciou o fim da aula, as três saíram do teatro. Flaca se despediu, teria aula de Dramaturgia. Piper e Polly já estavam livres e seguiam para a saída do campus quando um certo rapaz se aproximou. 

— Ih, lá vem o corno. – Polly disse, observando Larry se aproximar com um sorriso bobo. 

Piper balançou a cabeça, rindo. 

— Você não presta. 

— Eu? – Polly ergueu as sobrancelhas, a olhando de soslaio. 

Larry então se aproximou, puxando a loira para um beijo e cumprimentando Polly com um aceno. 

— E aí, vai estar livre essa noite? – Larry perguntou, a olhando nos olhos. 

— Hmm... não. – Piper olhou para Polly, que a esperava pacientemente. – A Polly e eu temos de fazer alguns trabalhos. 

Larry fez uma cara triste, mas entendeu. 

— Que pena, tinha planos para nós dois. – A beijou no rosto. — Acha que estará livre amanhã? 

— É provável. – Ela sorriu para ele. 

— Me avisa. – Piscou para ela, sorrindo de volta. — Preciso ir, tenho aula agora. – Lhe deu um selinho e se afastou apressado, olhando o relógio. 

Polly balançou a cabeça em negativa, o observando se afastar. 

— Por quanto tempo vai continuar enganando esse babaca? 

— Eu não o estou enganando. – Piper disse, enquanto caminhavam para a saída do campus. — Eu só omito algumas coisas, mas gosto dele. É um cara legal. 

— Omite algumas coisas muito importantes. – Polly disse. — Já pensou se ele descobre, Piper? A merda que isso vai dar? Howard já não gosta de você, se descobre o que faz... meu Deus, vai fazer uma chacina nesse lugar. 

Piper riu. Namorava com Larry a alguns meses e até gostava dele. Não era um grande amor, mas era uma pessoa legal, uma boa companhia. Howard não aprovava o relacionamento. Dizia constantemente ao filho que havia algo de errado com Piper e que ela não parecia ser uma garota confiável. 

— Ele não vai descobrir, Polly, por favor! – Disse, passando a mão pelos cabelos. — Somos discretas pra cacete. 

Polly balançou a cabeça, a censurando. 

— Está brincando com fogo, Piper. – Disse. — Aliás, tem cliente hoje? 

— Tenho. – Pegou o celular, verificando o site. — É uma mulher. – Disse. A única informação que tinham sobre os clientes era o gênero. 

— Você sempre dá sorte. Vê se não deixa escapar igual a Paulson. – A alfinetou, rindo. 

Piper revirou os olhos. A amiga era uma Stalker da estilista e a estava importunando desde que ela contara que ela a havia contratado e deixado o quarto após um único (e quente) beijo. 

— Mas que merda, você nunca vai esquecer isso? – A loira a olhou, chateada, enquanto atravessavam a rua. — O que você queria que eu fizesse, obrigasse a mulher a me comer? 

— É o que eu faria. – Polly disse, rindo. — Ela deve ser um espetáculo! 

E era, Piper pensou.  

Quando abriu a porta do quarto de hotel e viu a elegante estilista vestida em trajes sociais, precisou recrutar todo o seu talento para parecer indiferente a sua presença imponente. Nos poucos minutos em que esteve com ela, sentia seu olhar queimar sobre seu corpo. Paulson sabia flertar e tinha consciência do poder que tinha, Piper notou. E o beijo... Deus, o beijo havia sido estonteante! Pensava em como tinha tirado a sorte grande quando, em um suspiro, Sarah anunciara que iria embora. Ficou tão atordoada no momento que não teve reação, a não ser observar a mulher deixar o quarto e se sentar em um dos bancos altos, procurando fazer sua respiração voltar ao normal. 

— Você é imoral! – Piper semicerrou os olhos para ela. 

— E você, não? – A amiga retrucou, rindo. 

 

Por volta das sete, Piper já estava pronta para trabalhar. Trajava um vestido branco, nem curto, nem longo demais. Usava saltos altos e tinha uma maquiagem marcante no rosto. 

— Está maravilhosa! – Polly disse, terminando de aplicar o batom vermelho na amiga. — Deus, essa mulher tem sorte. 

Piper riu, se levantando da penteadeira e se olhando no espelho. 

— Ela tem dinheiro! – Analisava sua imagem, passando as mãos pelo decote do vestido que um dos ricaços que as contratava lhe dera de presente. — É... nada mal. – Disse, com falsa modéstia. Estava deslumbrante e tinha plena consciência disso. 

Seu celular bipou com uma mensagem. O site havia comunicado o lugar escolhido pela cliente; se tratava de um bar não muito longe dali. Piper já havia ido ao local diversas vezes e sabia ser um ambiente muito requintado e discreto. 

— Hmm... The Spare Room. – Cantarolou em um sorrisinho. — O que será que a nossa ricaça quer? 

Polly riu. 

— Um esquenta. – Disse, lhe entregando sua bolsa. — Vai logo, vai se atrasar... precisa chegar primeiro. E por favor, se cuida! Qualquer coisa, me liga. 

— Pode deixar. – Beijou a amiga no rosto, deixando o apartamento. 

 

Ao chegar no luxuoso ambiente, deu seu nome ao recepcionista e caminhou graciosamente em direção a mesa reservada: era bem escondida. Definitivamente, quem a contratou queria discrição. Dispensou um homem que se aproximara dela com um sorriso ensaiado e olhou o relógio em seu punho. Oito e quinze. Sua ricaça estava atrasada.  

Então, observou uma linda morena alta vestida em uma saia lápis e um blazer se aproximar na meia luz. Não lhe era estranha, Piper teve a impressão de já tê-la visto em algum lugar. Parecia meio sem jeito, olhava para os lados como quem procura por conhecidos. Piper endireitou a postura, vestindo-se de sua personagem favorita: a sedutora. 

— Piper Chapman? – A mulher perguntou, se sentando a mesa. Mexeu nervosamente nos longos cabelos negros e a olhou nos olhos. Tinha lindos olhos verdes, Piper notou. 

— Em carne e osso. – Piper abriu o seu melhor sorriso, lhe lançando seu olhar provocante. — E então, como se chama? – Levou a mão elegantemente ao queixo. 

A mulher baixou os olhos para seu decote, sem conseguir disfarçar muito bem. Piper teve vontade de rir, mas se segurou. 

— Alex Vause. – Disse, mirando seus lábios e a olhando nos olhos em seguida. 

Piper sorriu, sustentando seu olhar. Aquela não lhe escaparia.


Notas Finais


O que mudou nesse capítulo?

- Tempos verbais e descrições;

- Correções gramaticais.

Até a próxima!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...