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História Young Royals - Princesa das Polêmicas.


Escrita por: MiniNicc

Notas do Autor


BOA LEITURA, AMORES!!!! Espero que gostem mt desse primeiro capítulo.

Edit1: Foto da Princesa da Inglaterra, Anya Marie.

Capítulo 2 - Princesa das Polêmicas.


Fanfic / Fanfiction Young Royals - Princesa das Polêmicas.

 

Anya Marie Saxe-Coburgo, também conhecida em sua extensão total como Anya Marie Victória Carlota Philipps Saxe-Coburgo, é a segunda e única filha do sexo feminino do Rei David II. Sendo assim, a única Princesa Real da Inglaterra. No auge dos seus 17 anos ela ocupa, de acordo com a árvore genealógica da família real britânica, a segunda posição na linha de sucessão ao Trono Inglês. Perdendo apenas para seu irmão mais velho James Saxe-Coburgo, filho primogênito do Rei. O Príncipe Herdeiro da Inglaterra já possuía 21 anos, e era casado com a Princesa de Gales Catarina Saxe-Coburgo. Porém o jovem casal não possuía filhos herdeiros, de modo que Anya ainda configura como 2ª na linha de sucessão ao trono da Inglaterra.

Não que a princesa ligasse muito para isso.

Desde criança, nunca imaginou-se sendo Rainha. Nem desejou. Tanto é que nunca chegara efetivamente a estudar para isso, ou se preparar adequadamente. Seu irmão era mais velho, mais maduro, mais capacitado e sempre fora instruído e preparado para se tornar o Rei um dia, estudando desde pequeno com os maiores mestres do mundo e trabalhando diretamente com o próprio Rei David. Enquanto Anya possuía apenas 6 anos e ainda gostava de brincar de bonecas, James já assistia as reuniões do parlamento com apenas 11. Ele era o filho de ouro, o herdeiro que sua mãe, a Rainha Alyssa, sempre sonhou em proporcionar para seu marido. James sempre foi o seu filho favorito, de forma que a Rainha sempre lhe deu mais atenção, mais amor, e mais carinho. Esquecendo completamente da filha, e tornando-se por consequência uma mãe completamente negligente com a educação e a infância da princesa.

Anya cresceu com babás, tutoras, sem ter uma figura materna para se apoiar e lhe exercer o exemplo. É claro que era compreensível, pelo fato da agenda da Rainha ser extremamente complicada e atarefada. Alyssa precisava viajar ao lado do Rei para todos seus compromissos, visitando todos os países da Commonwealth governada pela Inglaterra. Eram quase dez nações, que necessitam receber visitas periódicas do seu monarca, sendo essas viagens cheias de reuniões, burocracias, jantares, entrevistas, entre outros. O Rei e a Rainha passavam mais tempo viajando e trabalhando do que em casa, com os filhos. A diferença era que James, o Príncipe-Herdeiro, começou a acompanhar o casal real quando completou idade o suficiente para isso. Já Anya não. A presença da princesa não era necessária para absolutamente nada nos compromissos reais, então era dispensada. Ficando sempre no Palácio de Buckingham aos cuidados de suas babás e tutoras. E assim foi, durante anos e anos da sua longa e solitária infância.

Até que a adolescência de Anya Marie finalmente chegou, nas vésperas do seu aniversário de 15 anos. Os jornais britânicos não conseguiam mais esconder e remediar a mulher encantadora que a Princesa estava se tornando a cada dia que passava. Anya Marie beirava as características de uma deusa ancestral com um toque de ferocidade, com curvas generosas e bem delineadas. Aos quinze anos, a princesa definitivamente já não tinha mais um corpo de criança e tampouco traços de ingenuidade. Possuía uma personalidade extremamente forte, era decidida e tinha dentro de si um fogo capaz de incendiar florestas. Os longos cabelos loiros faziam-na parecer uma sereia das terras misteriosas do Oeste, tamanha era a sua beleza. E os olhos do mais fascinante e felino tom esverdeado eram capazes de hipnotizar e encantar qualquer um. Todo esse pacote, combinado com a forte negligência e descaso que sofreu dos seus pais, acabaram transformando Anya em uma garota rebelde, que precisou amadurecer muito mais rápido do que o esperado para uma menina da sua idade. Anya precisou aprender sozinha a se virar no mundo, precisou descobrir a maldade e a malícia por conta própria.

Por isso que, seus dois últimos anos na escola Winchester de Londres, uma instituição elitista, foram um verdadeiro inferno na vida da Princesa. Anya vivenciou tanta coisa terrível estando despreparada para isso, que chegava a ser doloroso de ver de fora. Enquanto outras meninas de quinze anos possuíam o apoio do pai ou principalmente da mãe para lhe apresentar aos assuntos adolescentes mais variados, Anya não. Ela foi aprender o que era sexo o dia que perdeu a virgindade. Foi aprender que garotos adolescentes não eram confiáveis o dia que foi traída por um. Foi aprender a se preservar e ser mais discreta o dia que suas fotos somente de sutiã vazaram para toda a imprensa britânica. O dia que um sextape lésbico seu vazou, muito embora não fosse possível realmente identificar a princesa no vídeo. Entre diversas outras polêmicas e situações constrangedoras que a princesa não teve culpa nenhuma de ter caído. 

Todavia, depois de passar por tanta coisa, depois de apanhar e tropeçar em tantos obstáculos, Anya amadureceu. É literalmente o que aquele ditado antigo diz. A vida ensina. E ensina mesmo. A princesa tornou-se dura, nunca mais entregou sua confiança na mão de ninguém. Aprendeu que as pessoas jamais lhe tratariam como uma pessoa ou uma adolescente normal. Todos sempre a veriam somente como a princesa da Inglaterra, se aproveitariam do seu status, do seu título, da sua família. Anya tornou-se fechada, madura, determinada, difícil de ser alcançada. Desapareceu da mídia e dos holofotes por meses, e deixou que o seu apelido de Princesa das Polêmicas caísse no esquecimento. Na verdade foi obrigada pelo Rei e pela Rainha a fazer isso, mas teria feito mesmo se ninguém lhe aconselhasse. Precisava de um tempo para si mesma.

Entretanto, durante esse tempo, a Princesa também acabou desenvolvendo transtornos psicológicos irreversíveis. Depressão, síndrome do pânico, transtorno de ansiedade e o principal: tendências suicidas. Tudo isso junto acabou se tornando insuportável para Anya o dia que a mídia britânica noticiou mais uma polêmica envolvendo seu nome. Levando o Rei e a Rainha a completa loucura, e fúria.

O The Mail publicou, com fontes não identificadas, que a princesa Anya e o Duque Erik di Marino estariam vivendo um affair proibido dentro do próprio Palácio de Buckingham. E que esse era o motivo das visitas frequentes do Duque ao local. Erik era seu primo de 2° grau, filho caçula da Duquesa Yolanna, tia mais velha do Rei David. Depois dessa publicação, o caos dentro da família real tornou-se inevitável, mesmo que ninguém tivesse a confirmação da veracidade da notícia. Os únicos que realmente sabiam a verdade eram Anya, e o próprio Erik. Ele estavam sim juntos, e se gostavam até. Na verdade Anya acreditava que era apaixonada pelo primo, porque durante muito tempo ele era absolutamente a única pessoa que conseguia lhe tirar um sorriso do rosto. Além do seu irmão James, com quem Anya milagrosamente também tinha uma boa relação. Erik lhe visitava de 15 em 15 dias no Palácio, e eles passavam o dia juntos. Caminhavam, cavalgavam pelos estábulos reais, até mesmo cozinhavam juntos na Cozinha Real. Depois transavam por horas seguidas no quarto da princesa, Erik sabia lhe proporcionar um sexo que lhe fazia enlouquecer de tanto tesão, e ambos possuíam uma conexão incrível. O Duque di Marino possuía 19 anos, cabelos escuros, pele clara e ainda era dono de lindíssimos olhos azuis. Porém, todos seus momentos bons se acabaram o dia que a notícia vazou e a mídia britânica inteira caiu em cima da realeza. Relacionamentos entre membros da mesma família real eram estritamente proibidos, mesmo que fossem primos distantes como Erik e Anya eram.

E a princesa acabou não aguentando a pressão, sucumbindo totalmente à tristeza. Não só pelo fato de ter sido separada de Erik, mas por tudo o que já havia vivenciado na vida. Todas as polêmicas, o abandono na infância, a escassez de amor familiar, a depressão, as crises terríveis de ansiedade sem remédios para lhe ajudar, porque sua Rainha lhe negava tratamento dizendo que ela deveria apenas ser forte. Ninguém chega perto de desistir sem motivos concretos para isso. Ninguém vê a morte como saída, a não ser que ela se torne uma válvula de escape. A não ser que morrer seja melhor do que continuar vivendo o inferno que Anya estava vivendo. Era isso o que a princesa pensava, dia e noite. No quanto queria que todo aquele sentimento tenebroso simplesmente parasse. Que toda aquela dor sumisse. Foi assim que, há exatamente 1 ano atrás, a Princesa decidiu abdicar da sua própria vida.

Anya acabou cortando os pulsos verticalmente dentro do banheiro do seu quarto. Tomou todos os cuidados para que ninguém pudesse lhe socorrer, como trancar a porta do seu quarto e ficar em silêncio até que já fosse tarde demais. Porém a princesa não fazia ideia do quanto doía cortar a própria pele daquela forma, e acabou não conseguindo segurar os gritos. Seus empregados e outros funcionários do Palácio ouviram, correndo para ver o que estava acontecendo. Como sua secretária possuía uma chave reserva do seu quarto, Anya foi ligeiramente socorrida pelos médicos do Palácio, e transferida às pressas para um hospital privado de Londres. Esteve perto de atingir o seu objetivo por causa da grandiosa perda de sangue, mas os cirurgiões foram rápidos o suficiente para repor o sangue perdido. E conseguiram, ainda, reparar a artéria braquial e a veia cava superior. Ambas veias iniciam-se no pulso, ligando-se ao coração e, se por algum motivo forem completamente estouradas, elas podem causar a morte de uma pessoa em até 5 minutos. Anya, felizmente, não teve forças o suficiente para fazer o corte profundo a tal ponto. De forma que, para a felicidade geral da nação britânica, sua tentativa de suicídio não fora um sucesso.

Sim, para a felicidade do povo inglês. Você leu certo. As pessoas se compadeceram completamente da situação da princesa, e tomaram o lado dela nessa luta. O povo saiu as ruas por dias a fio, protestando contra a crueldade da mídia britânica. Protestando contra o próprio Rei e a própria Rainha, cobrando-os pelo visível abandono emocional à Princesa. Cobrando até mesmo o Príncipe Herdeiro, que sempre parecia tão próximo da irmã, mas mesmo assim havia deixado que ela atentasse contra a própria vida. Uma garota tão linda, jovem, cheia de saúde. Como era possível que houvesse chegado a conclusão de que morrer era melhor? 

Essa resposta era relativamente fácil, pelo menos para os especialistas. Anya sim sempre teve de tudo. Dinheiro, beleza, fama, presentes, jóias, vestidos lindos, coroas. Sempre teve de tudo. Menos o amor. E o amor é o básico para que um ser humano sobreviva.

O mundo parou, e a Inglaterra mais ainda. Por meses e meses a fio não se falava em absolutamente outra coisa, a não ser sobre a recuperação da Princesa Anya. De princesa das polêmicas, a filha do Rei tornou-se a queridinha do Reino Unido. A princesa do povo. Para o completo descontentamento do Rainha Alyssa, que perdeu popularidade e começou a ser atacada não só pelo povo mas também pela mídia. Uma Rainha deveria ser o exemplo de absolutamente tudo. Não só de uma mulher elegante, educada e bem portada, mas também o exemplo de mãe. Coisa que ela definitivamente não era.

Alyssa, juntamente com o Rei David, decidiu que Anya deveria ficar por um tempo indeterminado em reclusão total. Para que toda a poeira dos recentes acontecimentos baixasse, e a mídia sossegasse. Alyssa, num primeiro momento, sugeriu enviar Anya para a Bélgica, em uma clínica privada para que ela pudesse receber um tratamento psicológico apropriado. Mas David Saxe-Coburgo, o Rei, decidiu que Anya moraria no Palácio de Inverno e Descanso da família real por um ano e a clínica seria trazida até ela. Lá, ela poderia viver livremente sua vida, e ainda receberia o tratamento necessário para aprender a lidar com seus severos problemas psicológicos. A princesa aceitou, não que tivesse outra escolha. E durante o último ano, viveu no Palácio de Sandringham, cuidando da sua mente e do seu corpo. Sua luta foi difícil, porém foi necessária. Nunca a princesa havia tirado tanto tempo livre para cuidar somente e si, para zelar pela sua própria saúde somente. Fora acompanhada pelos melhores psiquiatras de Londres, e pelo Médico Real, cedido pelo Rei. E hoje, um ano depois, sentia-se outra pessoa.

Obvio que ainda era a mesma Anya Marie Saxe-Coburgo, a mesma princesa, com o mesmo rosto e corpo estampado em todas aquelas polêmicas horrendas dos últimos anos, mas internamente agora sentia-se mais forte. Mais pronta para lidar com os problemas da vida, mais madura. Não iria ser qualquer um que iria lhe derrubar. Estava de volta ao Palácio de Buckingham há um mês e meio já, sua relação com seu pai havia melhorado em quase oitenta por cento. De acordo com seu irmão, quando Anya baixou hospital, o Rei ficou extremamente aflito. James o viu chorando sozinho na Sala do Trono por dias seguidos, enquanto não vinha a confirmação de que a princesa estava fora de perigo. E, após isso, seu pai passou a lhe dar toda a atenção e o carinho que não teve a oportunidade de dar durante sua infância. O Rei David II não era um homem ruim. Muito pelo contrário. Sempre fora amoroso com Anya, e demonstrava se importar com ambos os seus filhos de forma igual. As vezes até mimava mais a princesa do que o príncipe-herdeiro. O problema é que ele era o Rei de uma nação responsável por quase 11 países. O problema era que o Rei era um dos homens mais ocupados do planeta terra, e por consequência disso acabou se tornando um pai bem ausente. Diferentemente da Rainha Alyssa, por exemplo. Que era ausente somente para Anya, e de propósito. Não simpatizava com a filha, e não fazia de questão de ser sua mãe. Isso não mudou nem após a tentativa de suicídio da princesa. Alyssa continuou a ser indiferente, e até comemorou que Anya teve que ficar um ano reclusa e longe da vida na corte.

Porém sua relação com seu pai melhorou sim. E com seu irmão também. James provavelmente fora a pessoa que mais sofrera com o incidente da irmã. A amava mais do que tudo no mundo, e se culpou imensamente pelo que acontecera a ela. Durante o último ano, o príncipe herdeiro ia mais para o Palácio de Inverno da família do que qualquer outra pessoa. Passava dias com a irmã, e só saía de lá quando tinha compromissos reais e viagens a trabalho. Acompanhou-a por todo o seu processo de recuperação, e também dividia com ela suas próprias dores. James lhe contou que sua esposa, a Princesa de Gales Catarina, estava com problemas para engravidar. Ela já havia abortado duas vezes antes de completar o primeiro trimestre, embora esse assunto fosse extremamente confidencial e ninguém além deles soubesse. A pressão da mídia para que James apresentasse um herdeiro crescia cada vez mais, porque a monarquia precisa sempre estar visualizando um futuro. James seria o futuro Rei, mas e depois dele?

Por causa disso o próprio príncipe herdeiro se abatia cada vez mais, junto com sua mulher. Anya aconselhava o irmão dia e noite a deixar as coisas acontecerem com calma, sem se importar com a pressão que os jornalistas e os sites sensacionalistas faziam. Eles não regem a sua vida. Você quem faz isso, James. Você está no controle dela, mais ninguém. Hoje a princesa entendia o peso dessas palavras. Hoje ela entendia que era dona de si melhor do que ninguém. Precisou comer o pão que o diabo amassou para finalmente entender isso.

Tanta coisa havia mudado, tudo estava diferente.

Tudo estava realmente diferente. Ela própria, suas relações, as duas grandes cicatrizes que haviam no seu pulso, o comprimento do seu cabelo. Anya havia o cortado na noite anterior, deixando-o na altura do meio das costas e uma franja loira bem descolada. Também tinha feito uma hidratação magnífica, além de milhares de massagens e um dia literalmente de princesa. E agora estava pronta. Todas suas coisas já estavam lacradas e sendo transportadas para a caravana real que lhe levaria do Palácio de Buckingham até o Internato Eton College, no interior da Inglaterra. Seu último compromisso real era um pronunciamento e uma entrevista oficial para a mídia. Depois, estaria livre. Iria para a escola, e viveria seus próximos três anos longe de Londres. Anya suspirou fundo, e fechou os olhos. Por longos e longos segundos.

— Vossa Alteza? — a voz da sua secretária pessoal, Liana Fulbouse, chegou aos seus ouvidos. Lhe puxando para a realidade ao seu redor. Anya levantou o rosto, e virou-se na direção dela. Vestida com um terninho elegante, Liana estava parada na porta dos seus aposentos reais. Ela era quase como uma segunda mãe para si.

 — Estamos todos prontos para a senhorita — Liana complementou, lhe dando um sorriso amoroso. A Princesa Real sorriu, e assentiu positivamente com a cabeça.

— Obrigada. Eu já estou indo! — respondeu, levantando-se da cama. Olhou no espelho, surpreendendo-se com sua beleza.

Anya sabia bem o quanto era bonita e chamava atenção por onde passava. Não tinha sido eleita o membro mais bonito da família real a toa. Não tinha tanta atenção da mídia atoa. Não era só por causa de suas polêmicas e os escândalos em que estivera envolvida. Talvez se fosse apenas um patinho feio não lhe dariam tanta atenção assim. Mas Anya era linda. Incrivelmente bonita, como uma supermodelo ou uma celebridade americana de Hollywood. No momento, estava vestindo o uniforme de Eton College. O parlamento inglês decidiu, em conjunto com a própria escola, que seria melhor a princesa fazer seu primeiro pronunciamento já vestindo o uniforme da escola. Para dar mais engajamento, e visibilidade a instituição. Ele era constituído basicamente de um terninho verde, com saia. Porém de básico não tinha nada. O tecido era de caxemira e seda, dois dos mais caros e refinados do mundo. O blazer possuía botões revestidos em ouro, e era pesado, feito com três camadas provavelmente. A saia era relativamente comprida, atingindo a altura dos joelhos, mas Anya tinha detestado aquilo. Lhe fez ficar parecida com uma idosa de 75 anos. Então acabou puxando um pouco mais para cima, deixando-a no meio das coxas. Colocou uma meia calça para disfarçar a nudez das pernas, e finalizou com um sapatinho que também era padrão da Eton College. No geral, não era um look bonito. Mas Anya ficara linda de qualquer forma nele. Os cabelos loiros estavam soltos e ondulados como sempre, e a maquiagem no rosto estava leve, porém exaltava os melhores traços da sua beleza. Seus olhos verdes, seu nariz fininho e sua boca carnuda e bem desenhada. E o mais bizarro era que aquilo era tudo natural. Anya não possuía um procedimento estético sequer. Nem limpeza de pele, nem preenchimento labial, nem mesmo silicone. Seus seios eram lindos e grandes naturalmente, possuindo um formato que prótese de mama nenhuma no mundo conseguiria alcançar.

Depois de mais alguns segundos respirando fundo e tomando coragem, Anya adentrou o corredor e fechou a porta do seu quarto atrás de si. Chaveando-o. Já havia pego tudo o que necessitava, e não voltaria para lá tão cedo, então resolveu trancá-lo e levar a chave consigo. Tecnicamente os alunos do Eton College eram liberados de 3 em 3 meses para retornarem para suas casas, então em três meses voltaria novamente para o Palácio de Buckingham mas Anya não estava nenhum pouco ansiosa por esse momento. Claro que sentiria falta do seu pai e do seu irmão, mas precisava dessa fase nova na sua vida. Precisava fazer novos amigos, sentir-se viva novamente. Não conseguiria fazer isso em Sandrigham, e muito menos ali naquele lugar, no quarto onde havia cortado seus pulsos e decidido parar de existir.

— A senhorita está preparada? — Liana, sua secretária pessoal, lhe perguntou assim que viu a princesa saindo do quarto. Anya sorriu, ajeitou o cabelo loiro, e a encarou.

— Estou sim. Já repassei o texto duas vezes — a princesa respondeu, referindo-se ao discurso pronto que iria falar. Quase sempre era assim, e Anya na verdade não precisava nem se preocupar em decorar as palavras. Podia simplesmente ler o papel em frente ao microfone, o que importava não era sua postura e sim suas palavras. Era só o que a mídia iria noticiar em todos os jornais.

Contudo, era o seu primeiro pronunciamento após um ano longe dos holofotes. Um ano. Isso não era pouca coisa. Pelo menos não para uma princesa conhecida como Anya Marie, membro famoso e popular da família mais influente de toda a Europa. Há um ano as pessoas falavam de si o ano inteiro, imaginando e especulando como estava sendo a sua vida e sua recuperação. Imaginando o quanto deveria ter sido difícil para ela lidar com tudo. Há um ano comentavam sobre a princesa, e não tinham nada em retorno. A única informação oficial que saiu na mídia nos últimos doze meses fora de que Anya estava no Palácio de Sandrigham, se recuperando e se tratando, com o apoio da família real e de especialistas competentes. O palácio fora completamente cercado e a segurança era intensa por 24 horas, garantindo que nenhum jornalista ou paparazzi se aproximasse. O próprio Rei fez um apelo para as mídias, para que deixassem a princesa se recuperar em paz. Ele havia dito, exatamente nessas palavras: Eu sei que estão todos preocupados, e ávidos por notícias. Ávidos por conteúdo a serem publicados, ávidos para fazerem o seu trabalho. Eu respeito isso, e compreendo. Porém já passou da hora de percebermos que foi justamente todo esse assédio e toda essa perseguição que custou a sanidade mental e a vida da minha filha. Eu peço que respeitem a nossa dor, e respeitem a privacidade dela. Por um ano o povo ficou sem notícias da princesa, e hoje seria a primeira vez que a veriam. Seria a primeira vez que a ouviriam, depois de tudo.

— Está nervosa? — Liana colocou a mão no seu ombro, lendo o semblante da princesa. Anya suspirou fundo, tentando se acalmar. As duas caminhavam pelos corredores do Palácio de Buckingham, tranquilamente, sem pressa.

— Eu seria louca se não estivesse — a princesa respondeu, de forma honesta. Liana sorriu e assentiu positivamente, do jeito pacífico e simpático de sempre.

— Você só precisa ser você mesma. Suba lá, fale com o seu coração, e pronto. O povo vai lhe ouvir, e vai lhe respeitar. Eles só querem se certificar de que você está bem, só querem ver o seu rosto! — sua secretária explicou, tendo propriedade para falar isso. Ela, como secretária oficial da Princesa da Inglaterra, era extremamente assediada pela mídia para dar informações sobre a princesa. Ela melhor do que ninguém sabia o que os jornalistas e o povo queriam saber de Anya.

— Tá bom — a filha do Rei David II respondeu, balançando o rosto e dando tapinhas leves nas bochechas para naturalizar suas expressões faciais. Ambas caminharam por mais longos corredores, desceram as escadas principais do Palácio e somente depois de cerca de 10 minutos chegaram no Salão de entrevistas. Em frente a porta principal, que ainda jazia fechada, estavam reunidos diversos membros do Gabinete e Parlamento. O primeiro-ministro da Inglaterra, outros políticos e autoridades, funcionários do palácio, membros da família real, o príncipe herdeiro James, a Rainha Alyssa e o Rei David. Todos estavam lhe aguardando. Adentrariam a sala de entrevistas consigo, para dar início a conferência real.

— Como você está, meu amor? — seu pai, o Rei David, se aproximou da princesa em passos calmos e determinados. Anya sorriu, e fez uma reverência rápida ao Rei. Depois, o abraçou. O soberano da Inglaterra era alto, deveria ter cerca de 1,88 de altura, enquanto Anya possuía apenas 1,70. Na verdade era considerada alta para a média das mulheres inglesas, mas ainda sim sentia-se uma bonequinha perto do Rei. Ele afagou seus cabelos loiros, e lhe deu um sorriso gentil, carregado de amor e sentimento.

— Eu estou bem, pai. Vai dar tudo certo, eu prometo! — ela o tranquilizou, acostumada a fazer isso pelos tempos obscuros que já vivera. Sempre colocava a imagem da família real acima de qualquer coisa, e quando suas polêmicas e escândalos estouravam ela corria para dizer: Vai ficar tudo bem, pai. Não precisa ficar brabo, não precisava se preocupar. Era algo automático praticamente. Como se ela precisasse sempre estar dando satisfações da sua vida para um bem maior. E esse bem maior era a monarquia. Tudo pela monarquia, e pela Coroa. 

— Claro que vai. E mesmo que não dê, não tem problema nenhum. O que importa pra mim é que você esteja bem, e somente isso! — seu pai lhe falou, colocando ambas as mãos no seu rosto e fazendo a princesa encarar seus olhos verdes marcados pela idade já. Anya sorriu com o coração praticamente, tão emocionada que ficara com as palavras do Rei. Em outros tempos ele teria lhe relembrado que ela precisava ser perfeita, falar tudo exatamente como estava no papel, preocupando-se muito mais com o panorama geral e sua própria reputação do que com a filha em si. Hoje em dia a situação já era o contrário. Anya achava que o Rei havia aprendido, após o seu incidente, a valorizar o que realmente importava. Precisou quase perder a filha para isso, mas aprendeu.

— Obrigada, pai — Anya respondeu, abraçando-o mais uma vez e então se afastando dois passos para trás. Suspirou fundo, lançou uma piscadinha para o seu irmão James que estava um pouco mais ao lado, e ignorou completamente a Rainha Alyssa. Embora a presença dela fosse muito difícil de ser ignorada. A soberana da Inglaterra era uma mulher espetacularmente bonita, embora já tivesse seus quase 50 anos. Era loira, assim como Anya, porém possuía olhos escuros. Os olhos verdes a princesa havia herdado do pai. Mas o diferencial da Rainha Alyssa era sua elegância. Nenhuma mulher na Europa se vestia com mais elegância e luxo que ela. Os vestidos, os penteados e as joias douradas e prateadas eram exuberantes em níveis inexplicáveis, sem falar na coroas. Alyssa sempre fazia questão de usar as tiaras mais caras e raras, enquanto Anya ou outras mulheres da família real reservavam para usá-las em bailes e ocasiões mais especiais. Seu irmão, James, lhe soprou algumas palavras de incentivo e nada mais, porque ele iria consigo no carro para Eton. Então teriam bastante tempo para conversar, e refletir sobre a vida. Anya havia solicitado a companhia dele de propósito, pois o príncipe herdeiro havia estudado sua vida inteira naquela instituição. Ele saberia lhe dar os melhores conselhos, e lhe explicar como que tudo funcionava por lá. 

— Vossa Majestade, entraremos ao vivo em 3..2...1 — o secretário principal do Rei, Sir Wilhein, fez a contagem regressiva e, ao final dela, gesticulou para que os guardas abrissem as grandiosas portas douradas do Salão de Entrevistas. Revelando, primeiramente, o Rei David II. Atrás dele, a Rainha Alyssa e o príncipe herdeiro James, e logo após Anya adentrou o salão. Esse era o protocolo, essa era a hierarquia natural da família real. Primeiro o Rei, depois a Rainha, depois os herdeiros pela ordem da linha de sucessão ao trono. O protocolo deveria sempre ser obedecido, mesmo que a atração principal de hoje fosse a Princesa.

Anya Marie estacou praticamente na porta do salão, paralisada e assustada com a quantidade de pessoas presentes. Ali, em frente ao balcão onde ela faria seu pronunciamento, haviam no mínimo umas 200 pessoas. Todos repórteres, jornalistas, políticos e assessores, segurando câmeras, microfones, celulares, aparelhos tecnológicos, blocos de notas para anotar toda e qualquer palavra sua. Era aterrorizante. Anya pôde ouvir diversos idiomas sendo pronunciados, o que significava que havia jornalistas de diversos outros países, prontos para fazer a cobertura do primeiro pronunciamento da Princesa das Polêmicas. Oh droga. Anya engoliu em seco, seu coração disparou dentro do peito e ela chegou a dar um passo para trás. Nervosa, hesitante. Imediatamente o Rei, David II, saiu do seu lugar e veio na sua direção. Estendendo-lhe a mão, como um convite para lhe acompanhar até o palanque. Anya encontrou os olhos verdes do pai e respirou fundo, concentrando-se. Sorriu um sorriso amarelo para ele, e aceitou seu braço. Segurando-o firme, com medo de tropeçar nos próprios pés ou descobrir que suas pernas estavam fracas demais para lhe manter de pé. Deu certo. O Rei lhe conduziu seguramente até o palanque que possuía um microfone já posicionado, e lhe ajudou a subir. Anya o agradeceu, ergueu o queixo. Olhando para frente. Suspirou, e tentou ignorar os milhares de flashes que estavam praticamente lhe cegando a retina.

Tranquilamente retirou do bolso interno do seu blazer o cartão que continha seu discurso, e esperou que a multidão fizesse absoluto silêncio. Anya inflou o peito, expirando sua respiração, ergueu o queixo, posicionou melhor o microfone e os encarou.

— Primeiramente eu gostaria de iniciar agradecendo todo o apoio incondicional proporcionado a mim pelo Rei David II, soberano desta nação. Sem meu pai eu não estaria aqui hoje me direcionando a vocês. —  ela falou, virando-se para ele rapidinho e lhe dando uma piscadinha. O Rei sorriu, e várias fotos registraram o momento pai e filha. Anya virou-se para frente novamente. — Os últimos anos, como é de conhecimento público, foram extremamente conturbados e complicados para mim. Como Princesa da Inglaterra, eu sempre tive consciência das minhas responsabilidades, dos meus deveres e da minha influência para com o povo inglês — Anya falou, dando um pausa para respirar fundo. Graças a Deus sua voz não estava hesitante, entrecortada e esganiçada como ela imaginou que estaria.

— Sempre fiz de tudo em meu poder para orgulhar minha nação, e trazer prestígio para a família real em sua integralidade. Entretanto, em determinados momentos, eu falhei. E eu falhei porque eu sou humana. Porque sou apenas uma garota de 17 anos, com qualidades e defeitos como qualquer outra. As pessoas tem o costume de cobrar perfeição dos membros da realeza, mas esquecem que um príncipe ou uma princesa ainda sim são só seres humanos como quaisquer outros. Que vão errar, que vão decepcionar e também serão decepcionados. E está tudo bem, porque a vida é assim. O que importa é aprendermos com os nossos erros, e seguirmos sempre em frente! — a princesa falou, empregando o máximo de sinceridade que pôde nas suas palavras. Realmente havia sido ela que tinha escrito aquele discurso, mas ele fora inspecionado pelo gabinete, como o protocolo mandava, e fora aprovado. Então estava tudo bem. Podia declará-lo tendo a certeza de que eram palavras do seu coração, e ao mesmo tempo sem medo de ofender à honra da monarquia enquanto isso.  

— Atualmente eu estou em plenas condições físicas e emocionais para dar continuidade as minhas atividades e responsabilidades como Princesa da Inglaterra. Agradeço imensamente a compreensão de vocês, os votos de confiança e respeitabilidade e, principalmente, o carinho do povo para comigo. Eu senti todas as boas energias enviadas, todas as orações e hoje eu posso dizer que elas foram essenciais para a minha recuperação. Então mais uma vez, obrigada! — Anya chegou a se emocionar nessa parte, e seus olhos verdes marejados foram clicados pelos flashes das câmeras inúmeras vezes. Não podia passar por esse pronunciamento sem agradecer o povo inglês que saiu as ruas pedindo empatia pela princesa. Pedindo um posicionamento da Rainha, bem como das mídias que tanto destruíram a reputação e a vida de Anya. Os jornais noticiavam, diariamente, que o povo estava chorando e rezando pela pronta recuperação da sua princesa. Milhares foram as cartas enviadas ao Palácio de Sandrigham e ao hospital que Anya ficou internada por quase um mês. Desejando sua melhora, desejando o seu bem. A princesa jamais poderia esquecer de agradecê-los por esse carinho.

— Por fim, mas não menos importante, informo que estou de partida para a cidade de Berkshire. Irei me matricular em Eton, instituição de prestígio onde meu estimado irmão James também estudou. Lá, passarei os próximos três anos concentrada em fortalecer meus valores educativos, morais e sociais. Obrigada a todos por comparecerem aqui hoje, e desejo que tenham um excelente dia. Vida longa ao Rei! — a princesa finalizou, soltando um suspiro de alívio e nervosismo. Recebeu uma chuva de flashes e aplausos vigorosos, fazendo-a formar até mesmo um sorriso em seu rosto extremamente atraente e bonito.

Anya desceu do palanque e abraçou o irmão James, que a acompanhou, juntamente com dezenas de outras pessoas, até os fundos do Palácio. De onde sairia a caravana real. No mínimo 5 carros civis, pretos e não identificáveis, que levariam a Princesa da Inglaterra e o futuro Rei, James Saxe-Coburgo, até Eton College. Anya tentou não demorar-se muito nas despedidas, para não começar a chorar e se permitir ficar triste. Estava feliz, e queria continuar assim. Portanto deu apenas um abraço no pai, um leve aceno sem graça para a Rainha, um beijo na bochecha de Liana, sua secretária e tutora, e acenou para o resto dos membros do gabinete, parlamento, e o primeiro-ministro. Além dos funcionários do Palácio que, por incrível que pareça, Anya se dava melhor do que com sua própria mãe. Tinha mais intimidade até mesmo com o mordomo Edward e a cozinheira Dona Filipa, do que com a Rainha. Mas isso não era novidade.

Minutos após, depois de todas as formalidades e protocolos preenchidos e realizados, Anya entrou no carro que levava uma pequena bandeira da Inglaterra no topo. Pela porta do outro lado, o Príncipe-Herdeiro também entrou e sentou-se ao seu lado. James possuía os cabelos loiro-escuros como o Rei, porém havia herdado os olhos escuros sem graça da Rainha. Anya costumava zoá-lo por isso. Mas, mesmo não tendo os olhos claros iguais ao da princesa, ainda sim o príncipe-herdeiro era muito bonito também. Bem apessoado, alto, inteligente, e seria um Rei incrível. Anya não tinha dúvidas nenhuma disso.

— Está na hora hein! — ele lhe falou, colocando um braço por cima do seu ombro e permitindo que Anya deitasse a cabeça no seu ombro. Acomodou-se ao lado dele, e deixou o seu coração encher-se de ansiedade e efervescência pelo que estava por vir. O carro começou a andar, deixando em poucos segundos o Palácio de Buckingham para trás. Deixando a corte, o Rei, a Rainha, tudo o que lhe ligava a monarquia para trás.

Agora seria apenas mais uma estudante dentre tantas em Eton. Sua vida iria mudar. Anya queria fazer novas amizades, estudar, participar de todas as aulas, desde canoagem até pintura. Queria aprender a cozinhar, a tocar um novo instrumento, talvez falar um novo idioma. Precisava descobrir novos horizontes, novas pessoas. Em resumo? Queria viver. E somente esse desejo, para alguém que chegara tão perto de desistir de tudo, já era o suficiente.

Não fazia ideia do que o futuro reservava para si, mas uma coisa era certa...

Esse futuro seria incrível.

 


Notas Finais


Gostaram, amores? Se vc ta lendo por favor comenta, isso é mt importante pra mim. Ainda mais nesse inicinho de história.
PROMETO MUITAS EMOÇÕES, vai acontecer TANTA COISA INCRÍVEL, vcs vão amar.
Mas por favor comentemmm, oq acharam, o que querem ver, qualquer coisinha só pra me dar aquele apoio.


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