-E aí como foi? – falo vendo Sean entrar em casa. Ele havia saído com o Tom para aulas de direção, depois da escola. Agora com 16 anos, ele podia tentar a carta e Sean estava o ajudando.
-Foi bem, Tom está pronto para o exame – ele fala enquanto me abraça e meus olhos enchem de lágrimas – não, nada de chorar. É só a carteira de motorista – escondo o rosto no peito dele e respiro fundo.
-Tá bem, nada de chorar – mas as lágrimas já escorrem pelo meu rosto – cadê ele?
-Ficou na casa de Jerry, tinha ensaio da banda.
-Amanhã tem outra apresentação que eu tenho que ir. Você vai comigo?
-Claro que vou e ele me falou para ir.
-Certo – falo rindo para ele – e ele te falou da namorada? – pergunto sondando Sean.
Desde que comecei a desconfiar que ele estava namorando, vinha cercando meu filho por todos os lados, mas ele era escorregadio e não me falava nada. Sean sorri para mim e eu sei que ele sabe, não só se é sério, como sabe quem é a menina.
-Você sabe! – afirmo chocada.
-Sei!
-E quem é?
-Eu não vou te contar.
-Como é?
-Desculpa, mas nós homens temos um código de conduta, não entregamos o outro assim.
-Amor... – falo com a minha cara de cachorro pidão, e usando o apelido que eu sei que ele desmancha quando ouve.
-Não minha linda, não adianta fazer assim – ele me beija delicado – por mais que seja uma delícia te ouvir me chamar assim, eu não vou trair o código de conduta masculino.
-Ah é? – falo ficando brava com ele – então eu não vou quebrar o código de conduta de mães que ficam no escuro.
-E que código é esse? – ele fala sem acreditar.
-Aquele que a Mel usa e faz o Jerry dormir no sofá. – falo cruzando os braços e afastando dele – mas no seu caso você pode escolher entre o sofá daqui ou a sua cama fria lá na sua casa.
-Não seja boba, achei que você queria que Tom e eu fossemos amigos.
-Mas não ao ponto de você saber mais dele do que eu.
-Você está com ciúmes? – e ele ri de mim.
-Não seja bobo – devolvo a mesma fala e saio da cozinha o deixando encostado na pia e subo as escadas para o quarto. Entro no mesmo e tranco a porta. Logo Sean chega e bate na porta.
-Bia não faz assim. Eu não sei dormir sem você e você também não sabe dormir sem mim.
-Eu aprendo – falo entrando no banho.
Quando saio e visto meu pijama abro uma fresta da porta e escuto o som da TV no andar debaixo. Mas o que me chama mesmo a atenção é a luz do quarto de Tom.
Chego à porta e ele está na frente do espelho se arrumando.
-Vai sair?
-Vou dar uma volta – ele fala com as bochechas vermelhas.
-Um encontro?
-Mãe.... – ele fala resmungando – porque o Sean está dormindo no sofá? – ele fala mudando de assunto.
-Ele já dormiu? – pergunto surpresa.
-Bom quando eu entrei ele estava dormindo.
-Por causa de um código de conduta que ele inventou. – E Tom me olha como se soubesse do que ele estava falando.
-Ele está no sofá porque não quis te contar sobre o meu encontro? – ele fala de olhos arregalados.
-Sim.
-Uau, você é durona com ele também – ele sorri – mas não faz isso mãe, eu te conto se o tirar do castigo.
-Quem é a menina Tom.
-É a Karen da minha classe de Inglês.
-A loirinha de óculos? – pergunto para confirmar se é a menina tímida das minhas classes.
-Essa mesmo.
-Ela é uma boa menina, Tom – suspiro – mas tenha juízo ok?
-Pode deixar mãe. E o Sean?
-Vai continuar no sofá – e Tom ri alto da minha resposta antes de me abraçar.
...
- Vou trocar o sofá – Sean fala se esticando entrando na cozinha no Sábado de manhã – minhas costas estão me matando.
-Por que? Pretende dormir muito nele? – falo segurando o riso.
-Engraçadinha – ele fala me puxando para ele – não pretendo mesmo, mas se tiver que dormir para segurar um segredo do Tom, eu durmo.
Tudo bem, eu não queria admitir, mas vê-lo tão comprometido com o meu filho estava me dando um desejo louco por ele.
-Vou mudar seu castigo, só porque eu não quero dormir sem você quando não é preciso – falo o abraçando.
-Dormiu mal? – ele pergunta e deixa um beijo no topo da minha cabeça.
-Dormi muito mal – falo olhando para ele que logo me beija.
-Mas logo cedo? Pelo amor de Deus – falo Tom resmungando entrando na cozinha – do que adianta colocar ele no sofá se de manhã já tá assim.
-Qual é moleque, foi para proteger seu segredo. – Sean retruca indignado.
-Eu sei, e valeu por isso. Mas ela é minha mãe cara, afasta aí. – Tom fala sério. E Sean se afasta um pouco.
-Vamos agora? – Sean pergunta.
-Se você quiser – Tom responde.
-Vão para onde?
-Mais um pouco de treino para a prova de direção na Segunda. – meu namorado responde me beijando e escuto meu filho resmungar e sair da cozinha. Sean ri contra meus lábios e aprofunda o beijo. – depois do treino eu vou deixa-lo na casa dos gêmeos, para ensaiar para apresentação de hoje e volto para cá – ele fala descendo os beijos pelo meu pescoço – e você me espera porque vamos ter a tarde livre com a casa só para gente – ele sussurra no meu ouvido me deixando arrepiada e me prendendo mais contra seu corpo – hoje eu acordei com muita saudade de você – e coloca as mãos na minha bunda apertando forte – culpa do seu sofá.
-SEAN! – meu filho grita da sala – larga minha mãe e vamos.
-Eu vou arrumar um apartamento para esse menino, já tá na hora dele morar fora de casa – ele fala rindo.
-Nem brinca com isso – falo batendo de leve no peito dele – vai logo, vou estar aqui te esperando – selo nossos lábios e ele sai com Tom, e eu fico já contando as horas para quando ele voltaria.
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