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História Your Heart - Vkook II Taekook - - Diagnóstico -


Escrita por: Sweet_Kpopper

Notas do Autor


Boa Leitura! ^^

Capítulo 2 - - Diagnóstico -


Fanfic / Fanfiction Your Heart - Vkook II Taekook - - Diagnóstico -

"Um segundo é o que separa a vida da morte, a tristeza da alegria, o sonho da decepção, o amor do ódio, a lembrança do esquecimento... Um segundo, e tudo pode mudar..."Silvana Cervantes

Jungkook P.O.V’s

Odeio admitir, mas o caso do garoto de fato me chamou a atenção. Um jovem de dezoito anos que pratica atividade física, tem todos os exames toxicológicos negativos – o que descartou qualquer indício de droga lícita ou ilícita – não deveria ter aquela condição cardíaca, a menos que seja uma anomalia física que não tenha sido detectada por nenhum exame antes.

Assim que entrei no hospital me deparei com o mesmo silêncio e calmaria do dia anterior, as pessoas possivelmente estão se preocupando mais com suas seguranças em relação ao inverno. Ao longe avistei Yoongi fazendo o mesmo trajeto que o meu, trazendo consigo uma lata de energético denunciando sua péssima noite de sono. Sua cara azeda deixava evidente que Jimin não lhe deu descanso, um motivo para provocá-lo ainda mais.

– Bom dia, hyung! – o cumprimentei em sinal de provocação.

– Só se for para você. – disse ele passando direto indo até seu consultório.

– Um doce como sempre, Jimin deve estar acabando com ele. – deixei uma risada escapar sabendo perfeitamente que ambos se amam, mas convivem como cão e gato.

Mal cheguei à ala onde ficava meu consultório e já fui cercado por meu chefe, em questão de segundo eu conseguiria escapar, mas passei em seu campo de visão, para minha sorte ou azar, não sei dizer. Seokjin é implacável quando quer ajudar alguém.

– Doutor Jeon, bom dia. – disse o mais velho me chamando à atenção.

– Oh, bom dia. – tentei ser educado em nome da ética, nunca gostei de ser pressionado a assumir alguma coisa. – Caso não se importe, tenho uma agenda lotada de paciente para atender.

– Todos os seus pacientes foram transferidos para doutora Im. – parei no meio do corredor ao ouvir aquilo.

– Como ousa mexe...

– Seu único paciente é Kim Taehyung. – usando sua pose de presidente o mais velho me estendeu a ficha de internação do mesmo. – Se lembra do que conversamos ontem? O irmão do meu amigo?

– Ah, claro! Onde está o moleque? – deixei um sorriso ladino escapar.

– Que falta de ética, doutor! – disse o homem me encarando de forma séria, como se quisesse até mesmo me estrangular. – Encontrem outro médico. Não deixarei meu filho ser tratado por esse lunático.

– Ouviu, chefe? Estou fora do caso. – devolvi a ficha na intenção de sair logo do local, mas sabia que não haveria como me livrar tão facilmente.

– Doutor Jeon! Não vai usar sua experiência e fama para tratar uma pessoa desta maneira. – sorri sabendo que havia atiçado a fera. – Você tem vinte e sete anos, pare de se comportar como uma criança mimada! Ninguém aqui tem culpa de sua vida amargurada. – seu tom de voz me atingiu em cheio. – Deixe suas frustrações em casa, neste hospital você fará valer o seu juramento.

– O senhor ouviu. Ele não quer que eu trate o garoto. – apontei para o homem que apenas observava a discussão.

– Por favor, doutor. – desta vez a mulher se aproximou um pouco abalada. – Se pode ajudar meu menino, ao menos tente. Ele é muito novo, não queremos perdê-lo.

Por mais que eu não quisesse admitir ou me envolver emocionalmente, aqueles olhos cheios de lágrimas me comoveram. Me lembraram minha mãe pouco antes de falecer em meus braços, tinha apenas quinze anos na época e infelizmente não sabia como ajudá-la. Foi diante de sua sepultura que jurei me tornar um médico, ajudar a quem precisasse e ironicamente estou me recusando a cuidar de alguém por birra.

– Em que leito está o garoto?

Um sorriso de alívio apareceu no rosto daquela senhora, diante de tanto sofrimento ela confiou a mim a vida da pessoa que ela mais ama. Com suas mãos um pouco trêmulas a mais velha segurou as minhas, me puxando em direção a UTI. Eles só tinham acesso até certa parte, de onde através do vidro pude ter a certeza de que estava diante de um desafio, apenas com sinais em sua pele constatei que a situação é mais grave do que imaginei.

Sua pele em um tom pálido, hematomas pelo corpo, vários fios e um tubo ligado ao respirador mecânico, fazendo temporariamente a função de seus pulmões. Deixei todo eles ao lado de fora, entrei em um cômodo para me preparar vestindo roupas adequadas e esterilizando todas as áreas acessíveis de meu corpo. Me aproximei do tal garoto, sua expressão serena parecia ilustrar um sono bom. No entanto, não havia nada de bom ali, ele estava induzido ao coma para tentar ajudar de alguma forma, ou lhe dar alguns minutos a mais de vida.

O curioso é que aparenta ser mais novo que o relatado em sua ficha, parece ser um pouco descolado, seu cabelo tingido de vermelho denuncia seu lado mais juvenil. Não é de se assustar que seus pais estivessem daquela forma. Me lembrei de meu juramento, todos que se formam em medicina são obrigados a fazê-lo na cerimônia de formatura. Salvar vida é minha função e é exatamente isso que irei exercer agora.

Sai da sala assim que a enfermeira entrou para medicá-lo, todos estavam diante do vidro observando o procedimento tendo a certeza que ele ainda está ali.

– Doutor, o meu filho está melhor? – indagou a mulher ainda preocupada.

– Senhor Kim, quero prioridade neste caso. Vou pedir alguns exames e estudá-lo melhor, depois dou o meu parecer. – disse encarando todos eles. – Eu sinto muito. Farei o possível para ajudá-lo, mas o caso é realmente preocupante.

– Céus! – o casal se abraçou diante de toda aquela dificuldade, um parecia ser à base do outro e em momentos assim isso é realmente um grande gesto.

Decidi ir para minha sala e procurar entre os residentes alguns competentes para uma equipe, irei precisar de toda a ajuda possível neste caso. Deixei os mais velhos ainda observando o garoto, precisava encontrar uma solução o mais rápido, que não seja demorada e invasiva quanto um transplante. No entanto, nem cheguei a sair do corredor, o barulho dos monitores e a correria dos enfermeiros tomaram totalmente minha atenção de volta àquele quarto.

– Doutor Jeon, código azul! – gritou Seokjin me fazendo entender do que se tratava. O coração do garoto estava parando novamente.

Corri de volta para a sala, os enfermeiros tentavam segurar seu corpo que se debatia por algum motivo. O monitor cardíaco disparado indicando um nível de batimentos que não deveria estar ali, aquilo não era nada bom.

– Batimento? – perguntei querendo entender melhor a situação.

– Cento e setenta por minuto. – o enfermeiro disse também medindo os sinais pelo pulso do paciente.

Não tive tempo para pensar, seus batimentos cessaram de repente e a temida linha apareceu no monitor. Ele estava em assistolia¹.

– Doutor Jeon, estamos perdendo ele!

– Aplique um micrograma de epinefrina². – disse abrindo a camisa do mais novo e iniciando a manobra de reanimação.

Tentei por quase três, mas não adiantou muito. Em situações como essa; cada minuto é importante para prevenir lesões cerebrais ou até mesmo o óbito do paciente.

– Aplique mais três microgramas de epinefrina. – esperei que a enfermeira agisse, mas a mesma apenas ficou me observando. – Aplique longo a medicação.

– Doutor! Essa dose pode prejudicá-lo. – disse ela com um pouco de receio.

– Faça o que pedi, ou você e sua desobediência irão matá-lo. – rapidamente ela agiu me permitindo continuar as manobra de reanimação.

Depois de quase um minuto seus batimentos retornaram, mas por apenas alguns segundos quando voltou à irregularidade. Ele tinha ritmo, mas estava fibrilando³ com sérios riscos de uma nova parada. O procedimento mudou, agora pedi que trouxessem o desfibrilador e depois de dois choques seu ritmo voltou ao normal. Fiquei ali para ter certeza que seu quadro clínico estaria estável novamente. Deixei inúmeros exames para serem feitos, muitos deles com meu acompanhamento já que quero ter uma certeza de uma teoria. Do lado de fora do quarto, todos me observavam com espanto, o que me fez logo ir para com eles.

– Doutor, nosso filho... – desta vez foi o mais velho quem se aproximou primeiro.

– Pedi alguns exames mais específicos, mas já adianto que suspeito de um distúrbio cardíaco grave. – eles estavam atentos a cada palavra minha.

– Grave? Grave o quanto? – indagou senhora Kim completamente desesperada.

– Grave a ponto de talvez precisarmos submetê-lo a um transplante. – novamente ouvi o choro da mais velha. – Eu realmente sinto muito, darei o meu melhor para ajudá-lo.

– Por quanto tempo ele ficará assim?

– Suspendi os sedativos, ele pode acordar a qualquer momento. Assim que isso acontecer, irei avaliar melhor o quadro. Preciso fazer algumas perguntas a ele. – mantinha meu tom de voz calmo. – Dependendo dos resultados irei transferi-lo para um quarto, mas apenas se eu tiver a certeza que os novos medicamentos terão o efeito esperado.

Respondi mais algumas perguntas e logo pedi licença para ir até minha sala. O caso é realmente preocupante se tratando de tão pouca idade. Se precisar de transplante acredito que tudo ficará ainda mais complicado. Meu chefe não demorou a aparecer em meu consultório pedindo maiores explicações, sabia que não poderia dar nenhum parecer à família sem ter antes um diagnóstico conclusivo. Via sua expressão ficar mais séria cada vez que lhe explicava o possível problema, assim com eu Seokjin entendeu diretamente a gravidade.

{...}

Durante o resto do dia o acompanhei em alguns exames e esperei o resultado de outro. Queria fazer um estudo minucioso antes de apresentar meu diagnóstico à família do paciente. Chega a ser irônico eu estar tão preocupado agora, sendo que no início não dei tanta importância. Acredito que isso seja coisa do destino, ou meu lado amante de desafios falando mais alto. Era o início da noite quando tinha um parecer mais detalhado e a absoluta certeza do que meu paciente tem. Pedi que convocasse os familiares e minha equipe, e como uma reunião formal apresentaria a todos de uma vez com o que estamos lidando.

– Bom, o que meu paciente tem é o que chamamos de miocardiopatia dilatada. – disse prendendo a atenção de todos. – Isso é um distúrbio grave que acomete o músculo cardíaco. No caso do senhor Kim, é algo que ainda irei investigar as causas. – para os pais aquilo parecia sentença de morte, mas para os médicos é algo a ser evitado. – Deve ser cuidadosamente tratado, já que pode acometer o paciente à uma morte súbita.

– Você comentou algo sobre transplante, doutor Jeon. Isso será necessário? – Namjoon indagou um pouco preocupado.

– Por enquanto não. Irei tratá-lo com medicamentos e consultas periódicas. Irei acompanhar o caso de perto. – a família pareceu finalmente estabelecer uma confiança em mim. – No entanto, a hipótese de um futuro transplante não deve ser descartada.

Respondi mais algumas perguntas dos familiares e alguns residentes com dúvidas, deveriam se inteirar melhor do assunto. Assim que os dispensei segui até o quarto de meu paciente, com os novos exames e os medicamentos dando a estabilidade necessária, solicitei que ele fosse transferido para o quarto. Quando entrei no cômodo acompanhado de sua mãe, fui presenteado com um belo sorriso, o que me deixou animado a respeito dos resultados imediatos do tratamento.

– Querido! Esse é doutor Jeon, ele cuidará de você. – disse a mais velha abraçando o garoto.

– É um prazer, jovem Kim. – lhe estendi uma das mãos para cumprimentá-lo.

– Taehyung... Pode me chamar de Taehyung. – ele sorriu abertamente apertando minha mão.

– Tudo bem, Taehyung! – devolvi o sorriso e comecei a explicar sobre as condições a ele, que obviamente ficou surpreso de sua reação.

De início pareceu ser uma pessoa compreensiva, ou talvez seja o fato de ainda se sentir fraco. De qualquer forma farei minha parte, lhe darei o melhor tratamento e se possível o devolverei saudável para sua família.


Notas Finais


[1] parada cardíaca; incapacidade de o coração realizar uma sístole completa.

[2] estimulante cardíaco, vasopressor, antiasmático que pode ser administrado de forma intramuscular ou subcutânea. Sendo o agente farmacológico mais ativo durante as manobras de ressuscitação cardiopulmonar.

[3] frequência cardíaca irregular e muitas vezes acelerada que geralmente provoca má circulação sanguínea.

*** >> <3 << ***

Beijos e até o próximo capítulo! <3


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